CapítuloXIII

Mais um dia havia passado e nenhuma noticia de Harry James Potter, filho de Pontas, um de seus melhores amigos...

O lobisomem suspirou cansadamente enquanto colocava uma mão no rosto.

Estava no quarto que havia sido ocupado por Harry antes de desaparecer através do espelho, e que havia sido de Sirius, seu outro melhor amigo, que agora estava morto.

– Harry, onde você está? – falou ao relento sentando-se sobre a cama.

Remo pegou os óculos que estavam sobre o criado-mudo, bem ao lado de uma pequena luminária e sobre o álbum de fotos que ele mesmo havia dado a Harry no dia de seu aniversário. Pegou o álbum, deixando os óculos de lado, e começou a folheá-lo, observando as diversas fotos... vendo como um James de 16 anos sorria pra câmera enquanto um Sirius de 16 anos passava o braço sobre os ombros do amigo enquanto segurava na outra mão um copo de cerveja amanteigada.

Conforme foi vendo o álbum sentiu as lágrimas encharcando seus olhos, se dando conta pouco a pouco da dura realidade. Estava sozinho. Não restava nada. James morto. Sirius morto. E a imagem viva de Pontas, Harry, desapareceu. Colocou solenemente o álbum sobre o criado-mudo e se entregou às lágrimas, lágrimas tristes, amargas, deixando sair toda a tristeza acumulada até ali.

Pegou a almofada e a abraçou pressionando seu rosto contra ela, mordendo-a para evitar que os gritos escapassem de seus lábios, mas que ainda assim saiam, mas não como gritos, sim como gemidos.

Logo o cansaço o embargou e o choro começou a parar. Se deixou cair sobre a cama e quando o sono o venceu, teve lindos sonhos onde voltava a estar nos corredores de Hogwarts com Pontas e Almofadinhas ao seu lado, e Pettigrew havia sido substituído por Harry, que era um jovem alegre, livre de todos os fardos que levava e sendo apenas ele, Harry.
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Hermione estava sentada sobre uma cadeira ao lado da janela. Usava um roupão e por baixo uma camisola; seu cabelo comprido estava preso e seus nostálgicos olhos estavam presos no horizonte de céu azul.

Acabava de sair do hospital, com a condição que ficasse em repouso, e estava na casa que uma vez foi de Sirius Black e que agora pertencia a Ordem da Fênix.Fazia apenas alguns minutos que havia sabido do desaparecimento de Harry por um deslize da pequena Weasley, pois a mãe dela não queria que Hermione soubesse já que precisava de repouso e descanso. Imediatamente ao saber da notícia havia pedido que a informassem de como foi que aconteceu... Depois de te deixarmos no St. Mungus ele se trancou no sótão... não queria ver ninguém, sua depressão aumentou por causa de tudo que aconteceu... e Dumbledore disse apenas que ele atravessou o espelho e... desapareceu...

Suspirou tristemente. Sentia que ela tinha parte de culpa pelo que Harry sentia, pois sabia que seu amigo se culpava por a terem ferido... sabia que Harry sempre colocava todo a carga sobre seus ombros, alem de que desde o final do ano passado ele estava mais frio e sombrio, e era lógico, pois para Harry, Sirius havia ido ao Departamento de Mistérios e havia sido morto por sua culpa.

A porta se abriu, revelando o jovem Ronald Weasley, que tinha uma cara cheia de tristeza.

O olhar de ambos se cruzou brevemente.

- Vim ver como você estava – caminhou até Hermione e na cadeira que estava em frente a ela. – e... bem... como você está?

Hermione o observou um pouco, incapaz de pronunciar qualquer palavra... contudo Rony pode ver como os olhos de sua amiga começavam a brilhar, mostrando lágrimas, se desconcertou , pois não sabia o que fazer nessas situações, apenas queria abraçá-la para reconfortá-la, mas não se atrevia pois não sabia como ela reagiria, mas... antes que se desse conta Hermione estava abraçada a sua cintura, com a cabeça escondida em seu peito e chorando amargamente. Sem pensar mais passou os braços ao redor da garota e a abraçou protetoramente.

- Eu sinto falta – disse enquanto chorava – por que tinha que ir? Por que tinha que passar por tudo isso? Tenho tanto medo... muito medo.

- Calma – disse em um sussurro – não se preocupe Mione, ele vai ficar bem.

- Como pode dizer isso? – disse agarrando-se com mais força na cintura do ruivo – Harry desapareceu, Voldemort voltou a vida, a guerra está na porta, não está bem, nada bem!

- Hey – levantou docemente o rosto de sua amiga com a mão esquerda – calma, aqui ela não pode te alcançar – Hermione ia dizer algo mas Rony colocou um de seus dedos sobre os lábios da garota – e se nos encontrarem, eu te protegerei – Hermione o olhou surpresa – eu cuidarei de ti, comigo sempre vai estar segura, Mione – disse enquanto aproximava seus lábios aos dela.

- Rony – fechou os olhos enquanto um rubor se expandia por suas pálidas e úmidas bochechas.

Prometo que nada voltará a te machucar, Hermione.
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A abóbada celeste se estendia sobre a terra, mais longe do que os olhos indiscretos dos homens, elfos e qualquer outro ser vivo eram capazes de alcançar. A noite ainda caia sobre aqueles terrenos e as estrelas observavam todos em suas cômodas moradas, mas isto logo terminaria pois o sol já ameaçava sair para pintar o manto celestial de amarelo e laranja.

Aragorn caminhava pelo escuro, pois havia decido dar uma caminhada pela área em que estavam para garantir que tudo estava em ordem antes de ir acordar o garoto.

Observou atentamente todos a seu redor, desde a temperatura do lugar até a cor do céu, e pôde deduzir que eram cerca de 6:00 da manhã, talvez um pouco menos, ou um pouco mais. Caminhou silenciosamente até o lugar onde estava seu pequeno acampamento, bem ao pé do Topo do Vento.

O guardião se aproximava à passos lentos e silenciosos ao lugar onde descansava o jovem Potter quando escutou vozes e gemidos, assustado, acelerou o passo encontrando rapidamente a fonte deles... era Harry, tinha um pesadelo, mas parecia pior que os outros que já havia escutado. Se aproximou rapidamente do jovem que se debatia com um inimigo invisível com lágrimas nos olhos e uma expressão de dor, de desespero, suor
resvalando por seu rosto.

- Ezellahen! Echoir Ezellahen! {Harry! Harry acorda!} – disse pegando o jovem entre os braços e abraçando-o protetoramente.

Harry abriu os olhos de imediato, movendo-se rapidamente para ver onde estava, sentindo que era pressionado contra algo quente, desconcertado viu rapidamente que esse algo era Aragorn, que tinha o abraçado.

Aragorn sentiu um imenso alivio ao ver que Harry havia aberto os olhos e que já não estava vivendo aquele horrível pesadelo. Acariciou o rosto do rapaz em um gesto paternal, afastando as escuras e úmidas mechas de cabelo do moreno rosto de seu jovem aluno, se assustou a sentir a temperatura da testa de Harry, pois apesar estar suando estava gelado, como o suor.

- {Calma, era um pesadelo, apenas um pesadelo} – sussurrou lentamente.
Harry ficou parado em silêncio desfrutando a quentura e o carinho que

Aragorn lhe proporcionava. Fechou seus olhos enquanto afundava seu rosto no peito de seu mestre, se perguntando se era assim que se sentia na presença de um pai. Sim, porque essa era a maneira que um pai confortava seu filho depois de um pesadelo, afastou essa pergunta de sua mente e com um sorriso imaginou isso, imaginou que Aragorn era um pai, seu pai, e que o confortava depois de um pesadelo, não importava que nada disso fosse real, mas para ele seria, pelo menos uns momentos... pensou em Sirius, era verdade que amava ele como um pai, mas ele jamais o havia abraçado dessa maneira, e não o culpava, Sirius tinha que estar fugindo da “justiça” (pensou com ironia nesta palavra) e sabia que se as circunstancias tivessem sido outras, Sirius teria estado com ele em todos os momentos.

Aragorn continuou confortando o jovem, enquanto começava a cantar lentamente uma melodia élfica que falava de histórias que aconteceram há muito tempo.

Logo Harry se acalmou por completo e separou lentamente seu rosto do peito de Aragorn, sendo ajudado por este a sentar-se. Aragorn o observou atentamente.

- {Esqueci de tomar a poção e já sabes como é quando esqueço} – disse sorrindo – {Estava cansado demais por causa do tanto que caminhamos ontem e ao deitar no chão comecei a dormir profundamente}

- {Harry, você deve deixar de se atormentar com essa morte, não fui sua culpa} – Harry ia reclamar, mas Aragorn fez um gesto para que o deixasse terminar –{algum dia você entendera}– após dizer isso se levantou e foi até sua mochila.

Harry ficou um pouco sentado sobre sua cama improvisada, pensando no que Aragorn acabava de lhe falar.
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O sol brilhava no céu azul e as brancas nuvens passavam lentamente pela abobada celeste. Mestre e pupilo caminhavam um pouco afastados da trilha, pois não desejavam ser vistos pelos espiões do inimigo, mas tampouco se afastavam muito dele, pois Aragorn tinha pressa para chegar a Bri e seguindo o caminho agora ganhavam bastante tempo.

Aragorn observou seu aluno e sorrindo lembrou dos primeiros dias que começaram sua travessia, era verdade que havia treinado e trabalhado condicionamento físico mas Harry havia se queixado de dor na sola do pé, mais agora já parecia acostumado.

Harry virou sua cabeça para olhar para trás e ver a renomada montanha, o Topo do Vento. Fez algumas contas e concluiu que já estavam caminhando há doze dias, e lembrou do que Aragorn havia dito no dia anterior: faltam seis dias para chegar a Bri, não se desespere Harry. Suspirou, não havia se enganado ao dizer que a viagem era longa.

- {Aragorn} – disse observando Aragorn se voltar para ele – {Me diga outra vez por que não trouxemos cavalos}

Aragorn riu com prazer ao escutar a queixa de Harry, era uma pergunta que ele repetia constantemente e em cuja resposta Harry não encontrava razão.

- {Não desejamos ser vistos pelo inimigo e se andássemos a cavalo teríamos que seguir a estrada... te anima, são apenas mais seis dias de caminhada, além de que esta é uma grande aventura.}

- {Eu concordo, é só que parece que estão nos perseguindo, vamos com tanta pressa.}

- {Precisamos encontrar o portador antes que o inimigo o faça.}

- {Está bem, desculpe por haver me queixado} – e acrescentou divertido – {mas não posso prometer deixar de fazê-lo}

- {Bem, Ezellahen, bem} – disse Aragorn enquanto ria.

Assim continuaram sua caminhada, e Harry não podia fazer nada além de suspirar ao saber o que vinha, a descrição de Aragorn dos Pântanos dos Mosquitos não soava muito encorajadora, mas Harry sem dúvida alguma estava desfrutando disso, o ar era muito bom e uma boa caminhada somada a uma maravilhosa paisagem de terras selvagens alegravam e enchiam seu coração de uma forma que jamais havia imaginado... Harry vivia.
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Dentro de uma casa iluminada apenas pelas luzes das velas, a figura de um homem encapuzado andava de um lado para o outro, balançando sua comprida túnica cada vez que dava uma volta sobre si mesmo para continuar caminhando pelo pequeno espaço que tinha.

Mais homens encapuzados estavam encostados na parede, com medo de fazer qualquer coisa que pudesse enfurecer mais ainda o homem que caminhava com furioso pela habitação.

Uma comprida e fina mesa estava no centro, com vários papeis e penas sobre ela.

- Onde está Potter! – berrou com todas as suas forças enquanto derrubava a mesa que estava a sua frente – Onde aquele desprezível se meteu?

- Dumbledore deve tê-lo escondido muito bem – se atreveu a dizer um dos homens

O homem que caminhava pela habitação virou seu rosto para ver o atrevido, cravando os olhos que sobressaiam dentre o capuz, dois olhos vermelhos, com pupilas compridas, olhos de cobra.

- E o que te faz pensar nisso? – disse ironicamente enquanto aproximava-se perigosamente do assustado homem. – acaso achas que existe um esconderijo na terra onde eu não seja capaz de alcançá-lo mentalmente? Hem...hem? Responda! – gritou enquanto tirava uma vara de madeira de suas roupas e apontava ao infeliz.

- Na... não... senhor...

- Não, é – uma fria risada saiu de seus lábios – Crucio

O homem começou a gritar de dor, caindo como um verme no chão e guinchando como um porco.

- Rodolfo! – gritou o homem com olhos de cobra depois de libertar o comensal de seu feitiço.

- Senhor – disse um homem dando um passo a frente e baixando seu capuz.

- Quero que tu e Bella vão investigar imediatamente o que podem sobre Potter, e quero essa informação o mais rápido possível, entendido?

- Sim, milorde – disse a voz de uma mulher que se postou ao lado de Rodolfo.

- Veremos Dumbledore, veremos onde está o teu raio de esperança – cuspiu as ultimas palavras como se fossem veneno.
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Para sorte de Harry a viagem foi mudada, pois Aragorn considerou que seria melhor não cruzar o Pântano dos Mosquitos por agora, para não deixar rastros que o inimigo pudesse encontrar e assim teriam uma rota segura para o portador do anel, embora um sorridente Aragorn tivesse o advertido que teriam que cruzá-lo, para o azar de Harry.

Aragorn guiava Harry pelos vastos campos, caminhando pelo sul da Grande Estrada do Leste, o Pântano dos Mosquitos ficava ao norte da estrada, e como a Floresta Chet também ficava ao norte, não a cruzariam, guardariam essas duas rotas para o portador e evitar, ao atravessar essas terras selvagens e inóspitas, que os seguissem, alem de que não existia criatura alguma que pudesse rivalizar com os guardiões no quesito de terrenos e caminhos secretos.

O resto da viagem foi tranqüila, sem nada interessante para contar, exceto que Harry aprendeu muito de plantas medicinais, Aragorn resultou ser muito bom nisto e cada vez que via alguma a mostrava para Harry e nomeava suas propriedades e seu uso, alem de que o ensinou um pouco de caça e pesca, habilidades muito importantes para sobreviver durante viagens, também aprendeu varias técnicas de sobrevivência e conheceu os prazeres e responsabilidades que acampar na chuva trazia. Ele nunca havia ido a um acampamento e Aragorn lhe mostrou que era uma atividade muito divertida.

Era um dia quente com o sol brilhando sobre suas cabeças com um clima sufocante. Harry abria, pela terceira vez naquela manhã, seu cantil para refrescar um pouco sua garganta seca, levando-o aos finos lábios e começando a beber, deixando que umas gotas escapassem de seus lábios e corressem lenta e refrescantemente seu moreno pescoço até sumir em suas roupas escuras de guardião.

- { Calma Harry, Bri está mais próxima do que tu imaginas} – disse Aragorn sorrindo enquanto via como seu discípulo esvaziava o cantil.

Harry afastou o frasco de sua boca e inspirou um bocado de ar enchendo seus pulmões de oxigênio, enquanto pendurava o frasco no braço.

- {A mesma coisa me dissesses ontem} – disse olhando Aragorn enquanto pegava uma liga dentro dos bolsos de seu comprido sobretudo – {e não vejo que cheguemos a Bri. Qual a diferença entre o que me disseste ontem e o que disseste hoje?}

- {Mas ontem} – disse enquanto ria –{não tínhamos a colina de Bri em frente a nossos olhos} – disse mostrando uma achatada e verde colina que se estendia em frente a eles.

Harry arregalou os olhos e observou atentamente a paisagem, podendo distinguir entre os pastos verdes, árvores e colinas, algumas casas de pedra e uma ou outra casa que parecia ser a entrada de pequenos buracos nas colinas, isto desconcertou Harry.

- {São casas de hobbits}– disse Aragorn observando a confusão nos olhos de Harry –{eles vivem em espécies de tocas, embora são bastante cômodas se me permite dizer, essas criaturas são espertas quanto a comodidade.}

- {Mas o que fazem em Bri, achava que viviam no Condado.}

- {E vivem lá, só que alguns hobbits se mudarão para essas terras e viraram gente do exterior, como dizem os moradores do Condado} – fez uma pausa – {Você surpreenderá saber que Bri é um dos poucos povoados da Terra Média onde gente pequena (hobbits) convivem tão harmoniosamente com gente grande (homens), em nenhum outro lugar irás encontrar convivência tão extraordinária.}

A noite havia caído e várias estrelas brilhavam no céu, Aragorn e Harry haviam estado caminhando pelo comprido caminho até a aldeia de Bri, quando finalmente conseguiram ver a cerca-viva que rodeava a vila.

- {Esse é um dos portões de Bri} – sussurrou Aragorn indicando o portão que estava na frente deles – {durante o dia todos estão abertos, mas ao cair da noite os fecham e tens que responder uma centena de perguntas ao guarda para que este te deixe passar, mas nós não devemos fazer tal coisa} – disse com um sorriso – {somos hábeis o suficiente para pular essa cerca}

Harry assentiu com a cabeça e estava disposto a fazer uma pergunta a seu mestre quando este levantou a mão pedindo, claramente, silêncio. Harry ficou em silêncio e dirigiu seu olhar para onde estava o de Aragorn, a principio não distinguiu nada, mas conforme seus olhos esquadrinharam o lugar pôde ver que quatro pequenas figuras montadas sobre pôneis se aproximavam de Bri.

Aragorn olhava atentamente as quatro figuras, já não tinha dúvidas, eram hobbits. O guardião sorriu e olhando seu pupilo decidiu testar as habilidades.

- {Ezellahen} – sussurrou – {vá silenciosamente e preste atenção no que os quatro hobbits dizem, é muito importante que não te escutem, que nem sequer percebam que você está lá.} – Harry assentiu um pouco duvidoso quanto a escutar conversas alheias, Aragorn sentiu uma imensa vontade de rir ante a confusão do garoto –{podem ser o que estamos procurando, e o que escutares nos ajudará a saber, anda, te esperarei do outro lado da cerca} – após isso Aragorn se afastou, depositando toda a sua confiança em Harry, e como uma ágil sombra, saltou a cerca.

Harry viu seu mestre desaparecer agilmente por cima da cerca-viva e decidindo não perde mais tempo se aproximou rapidamente dos quatro hobbits, caminhando de modo que seus passos não fossem escutados por eles, como Glorfindel havia lhe ensinado, e Harry por ser leve e ágil aprendeu rapidamente.

- Por favor, lembrem-se – todos vocês – de que o nome Bolseiro NÃO deve ser mencionado. Sou o Sr. Monteiro, se for preciso dar algum nome. – disse um deles e depois fez-se um grande silêncio.

Harry sorriu “Se é Bolseiro, creio que achamos nosso portador” pensou feliz, e depois de ver como os quatro hobbits se aproximavam rapidamente do portão de Bri e chamavam, se aproximou da cerca-viva e saltou-a quando escutou a voz do guarda.

Harry caiu com um baque seco sobre a terra úmida, apoiando-se sobre seus pés e suas mãos, seus olhos, já acostumados a escuridão, acharam rapidamente Aragorn, que estava escutando a conversa dos hobbits com o guarda. Se aproximou cautelosamente de seu mestre, e quando terminaram as perguntas a porta foi aberta e os quatro hobbits entraram em Bri. Foi nesse momento, quando o portão voltava a fechar-se, que Aragorn e Harry se moveram agilmente pelas ruas para chegar ao Pônei Saltitante.
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Ambos se moveram pelas tumultuadas e escuras ruas da aldeia, Harry observava maravilhado tudo ao seu redor, as casas de pedra, os habitantes de Bri, a estrada de terra, a maneira como se vestiam e como falavam uns com os outros. Eles também não passaram despercebidos, pois os habitantes da vila os observavam com um ar sombrio e com certa desconfiança.
Chegaram a um estabelecimento de três andares, com ar aconchegante e que tinha letras brancas pintadas sobre a porta, escrito: O Pônei Saltitante de Cevado Carrapicho.

- {É aqui, é nesse lugar que nossos queridos hobbits vão ficar} – disse Aragorn.

- {Tem certeza? Quer dizer... eles disseram apenas o Pônei.}

- {Não existe nenhuma outra estalagem em toda Bri que tenha essa palavra em seu nome, alem de que devem tê-la recomendado, é uma estalagem bastante agradável.}

- {Se você fala...}

Aragorn sorriu e depois entrou na estalagem, seguido por Harry. A estalagem estava uma verdadeira festa, cheia praticamente até o teto por homens e hobbits que cantavam e bebiam cerveja. O ambiente era feliz e acolhedor e encheu de alegria o jovem Potter, o fez lembrar do Três Vassouras em Hogsmeade, mas afastou rapidamente esse pensamento da cabeça, antes que a nostalgia o invadisse.

Aragorn e ele caminharam por entre as mesas, dirigindo-se a uma mesa que estava vazia, em um dos cantos. A cada passo que davam os presentes ficavam os olhando, e se escutavam murmúrios, alguns Harry conseguiu captar Passolargo, o guardião, ou é Passolargo e olhem o de olhos verdes, quem é esse? Um novo guardião com certeza. Harry ficou feliz ao alcançar a mesa, demasiada lhe desagradava, lhe fazia lembrar de certos tempos na Inglaterra, tempos não muito agradáveis.

- {Olhe, olhe isso} – disse Aragorn apontando a porta.
Harry virou seu rosto discretamente e localizou quatro hobbits falando com um homem baixo, gordo, calvo e de rosto vermelho.

- {Seu nome é Cevado Carrapicho, é o dono deste lugar, com certeza nossos amigos estão pedindo alojamento}– disse pegando um comprido e bem talhado cachimbo.

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