O sonho, quadribol e... Ronald
Eu estava na Floresta Proibida, sentada em baixo de uma árvore, lendo um livro muito interessante. Estava tudo muito silencioso e calmo. A não ser por um Sabiá que cantava alegremente em algum lugar da Floresta.
Estava copenetrada no livro e atenta ao canto do Sabiá... era tão belo! Então o Sabiá começou a cantar mais alto e rapidamente, aumentando aos poucos a velocidade da canção. Ouvi passos distantes, passos calmos, passos silenciosos, passos selvagens. Aproximavam-se cada vez mais e, quanto mais se aproximavam, mais o Sabiá cantava. Os passos do ser completavam a música do Sabiá. Como um pequeno tambor que soa nas horas certas de uma música.
Eu deixei meu livro de lado e fechei os olhos. Fiquei prestando atenção nos passos, na música, na paz...
A cada passo dado pelo ser desconhecido eu me sentia mais aliviada, mais calma, mais relaxada...
Os passos estavam muito próximos agora, mais, mais, mais. A música mais rápida, como num grande final. A ópera estava chegando ao fim? Ou estava apenas acabando o primeiro ato? Eu não sabia, nem me importava.
Agora sim, as notas finais. Os passos muito próximos. Eu podia sentir as notas rodopiando no ar. A música estava em seu auge, muito rápida. Então... parou. Acabou e o silencio chegou.
Não havia mais Sabiá cantando, nem passos. Havia uma sensação de estar sendo observada.
Abri os olhos. Deparei-me com enormes olhos negros me fitando a poucos centímetros de mim.
O dono dos passos era um enorme lobo cor de areia. Seus pelos estavam estranhamente bagunçados de um jeito arrumado. Ele tinha uma expressão calma, suave, brincalhona...
Ficamos nos fitando por um bom tempo. Eu sabia que deveria sentir medo, mas não conseguia. Meus instintos diziam para ficar ali. Eu sei que deveria correr, gritar, morder, pular ou qualquer coisa do gênero, mas eu não queria. Queria ficar ali com ele, ali era o meu lugar. Queria que ele gostasse de mim.
Levantei minha mão e levei-a, vagarosamente, para perto de sua enorme cabeça. Ele fechou os olhos. Eu acariciei seu enorme focinho e cocei atrás de sua orelha. Ele se aproximou e deitou a cabeça em meu colo. Eu continuei a acariciá-lo.
Poderíamos ter ficado lá horas, meses, séculos, talvez, não importava, eu estava feliz e ele também.
Do nada ele se levantou bruscamente e ficou em posição de guarda, mostrando os dentes e rosnando. Eu me calei para ver se ouvia passos. Nada. O lobo ficava mais agitado a cada segundo, o que quer que fosse que estava chegando, estava próximo.
Então, do meio das árvores, saiu uma enorme figura branca.
- Viktor? – eu perguntei assustada.
- Vamos Carrrrol! – ele disse pegando minha mão e me puxando do chão. Mesmo se eu não quisesse, eu teria levantado.
- Não! Eu quero ficar! – eu protestei tentando me solta. Não tinha jeito de me soltar dele.
Na hora em que eu disse isso, o lobo atacou Viktor. Então, esse o lançou longe, como se ele fosse um pequeno grão de areia no meio do seu caminho. O lobo voou muito longe e bateu em uma árvore com baque surdo. Eu senti uma angústia, um aperto. Eu gostava dele eu queria estar com ele.
- Me solta Viktor!
- Vamos! – ele disse me puxando pro meio das árvores. Ele andava muito rápido e perfeitamente. Seus movimentos eram perfeitos. Ele era perfeito.
Já tínhamos andado um bom bocado quando uma coisa impossível aconteceu: o lobo tinha voltado. Ele atacou Viktor outra vez. Desta vez ele foi certeiro e acertou sua garganta. Eu me soltei da mão de Viktor e corri. Corri o mais rápido que pude para algum lugar. Eu não queria ver o que aconteceria nem com Viktor, nem com o lobo. Eu gostava muito dos dois. Mas não poderia escolher. Fui covarde e fugi, para não encarar o que estava acontecendo. Então, um brilho repentino a apareceu, um brilho muito forte, que me puxava. Corri em sua direção. Quanto mais eu me aproximava mais minhas angústias diminuíam. A luz estava cada vez mais forte. Eu corria, sem me sentir cansada.
Entrei em uma grande clareira muito bem iluminada por uma luz branca ofuscante. A fonte da luz estava bem ao meio da clareira. Ela brilhava como uma estrela. A estrela mais brilhante do céu.
Aproximei-me da luz, ela estava quase me cegando. Cheguei muito próxima a fonte, mais um passo e eu corria o risco de ficar cega. Dei mais um passo, eu precisava saber o que era. Abri os olhos. Era como se eu tivesse entrado na luz, ela já não era mais tão forte. A poucos metros havia uma figura de altura mediana e radiante. Com uma roupa branca. Uma camisola? Aproximei-me da figura, quando eu estava na metade do caminho, eu pude ver quem era.
- Vó! – eu berrei. Minha voz se dissipou na imensidão. Como o vácuo? Eu tentei então pensar. “Vó?” eu pensei bem alto. O som dos meus pensamentos ecoou na enorme clareira iluminada. “Olá querida!” eu ouvi de volta.
Eu sai correndo, precisava abraçá-la. Eu corri, corri, corri. Mas ela se distanciava cada vez mais. Eu não conseguia chegar até ela. Então, em um segundo, senti uma pontada em minha perna direita e puxão muito forte em meu umbigo. No outro segundo em estava em minha cama, toda molhada de suor e com todas as cobertas jogadas no chão.
Olhei para minha perna e vi a Kika em cima da cama. Foi ela que me acordou. Ela sempre faz isso quando eu estou tendo um pesadelo ou um sonho muito agitado. Eu olhei para os lados. Todas as meninas estavam dormindo profundamente. Menos mal, eu não queria ter que contar meu sonho pra ninguém.
Estiquei meu dedo para que Kika subisse nele.
- Obrigada bebê. – eu sussurrei e dei um beijo em seu bico.
Eu me levantei e a coloquei em meu ombro. Eu estava sem sono agora. Olhei pela janela e estava tudo muito escuro e chovia. Olhei para o relógio: 4:15 da manhã. Eu fui até o cômodo onde estavam minhas roupas e coloquei uma calça jeans. Dei uma ajeitada no cabelo, peguei um livro que eu estava lendo e desci para a Sala Comunal vazia.
Encontrei uma poltrona junto a lareira. Acomodei-me nela e acomodei a Kika em meu ombro. Ela colocou a cabeça em baixo da asa e dormiu. Eu comecei a ler, o livro era bem interessante. Uma ficção sobre Mitologia Grega, um meio-sangue que descobre que é filho de um Deus. Fiquei um bom tempo lendo, até que peguei no sono.
- Vamos acordar ela? – eu ouvi uma voz dizer. Não fazia sentido, meus olhos ainda estavam fechados, eu não estava acordada totalmente, nem totalmente dormindo.
- Claaro!
- Quem quer fazer as honras?
- Eu! Eu! Eu!
- Tudo bem, então ela é sua!
- Eu não gostei dessa brincadeira!
- Ta bom, ta bom! Ela sua cachorrinho! Ninguém vai roubar ela de você! Agora acorda ela logo!
- Eu não quero ela e você sabe, seu burro! Eu quero a outra!
- ACORDA LOGO ELA!
- Ninguém tem paciência comigo! [n.a: descuuulpa, não agüentei! Eu AMO Chaves ;p]
- Não mesmo! Agora vai logo!
Senti um enorme peso em cima de mim, então eu senti uma necessidade enorme de dar risada. Cócegas! Ai Merlin! Quem é o filho da mãe? Eu não conseguia parar de dar risada e sentia mãos enormes fazendo cócegas em mim. Eu consegui sentir a Kika se desgarrando de meu ombro e voando em outra direção.
- Para! Para! – eu supliquei. – Quem é o gay? – as cócegas pararam.
- Poxa! Depois dessa eu me jogo da ponte. – eu abri os olhos e vi Jake se levantar e se afastar, parecendo magoado.
- Ah! É você Jake, seu Homossexual! – eu disse mostrando a língua. Meu humor tinha voltado ao normal.
- Vem cá que eu te mostro o Homossexual! – ele disse fazendo cara de sexy e dando uma piscadinha, depois passou a língua pelo lábio superior. Ai Jake!
- Opa! Demoro pra chamar, hein? – eu disse levantando da poltrona e me agarrando nele.
- Pô Carolzinha, nós estamos em público! – ele disse me dando um abraço.
- E desde quando você liga? – eu debochei olhando pra ele e me afastando. Os garotos deram risada.
- Bom dia dorminhoca! Por que resolveu dormir no sofá hoje? – perguntou Quill me dando um beijo na bochecha.
- Eu acordei no meio da noite e fiquei sem sono, aí eu vim ler, mas acabei pegando no sono. – eu disse isso realmente muito rápido enquanto eu abria uma janela próxima para a Kika sair. Estava feliz pelo meu humor ter voltado ao normal.
- O que aconteceu? Você acordou com um espelho na sua frente e não conseguiu mais dormi com medo? – brincou Embry bagunçando meu cabelo.
- Bom dia pra você também querido Embry! – eu disse olhando ceticamente para ele. – E não eu não me olhei no espelho, senão com certeza o espelho teria quebrado! – dei um sorriso.
- Vocês são bobos! Tá na cara que ela sonhou que estava tendo a honra de me beijar, aí ela ficou morrendo de amores e perdeu o sono! – Seth. Ele me puxou pela cintura e deu um beijo super molhado na minha bochecha.
- Eca! O amor acabou depois dessa! – eu disse limpando a baba dele da minha bochecha. Eu me lembrei da noite passada e do que as meninas tinham falado. Elas eram esquizofrênicas! Só podia! Ficavam por aí ouvindo coisas e vendo pessoas que não existem! – Agora se vocês me dão licença eu vou acordar três garotas e vou colocar uma roupa descente. – eu dei graças a deus que tinha posto uma calça antes de descer ontem.
Eu subi as escadas, acordei as meninas, me troquei, mudei meu cabelo para o normal (enrolado e preto), nós descemos, eu comi minha salada de fruta com granola, nós fomos pra aula, almoçamos, fomos pra aula de novo, chamei meu irmão pra ir ver o Hagrid, fomos ver o Hagrid, voltamos, jantamos, fomos dormir.
A semana inteira passou normalmente. Reencontrei alguns amigos que eu não via desde as férias, como Katie, Jane e Mary; elas eram as mais novas líderes de torcida da Grifinória. Elas encheram tanto o saco do Dumbledore ano passado, que o coitado teve que as deixar montarem uma torcida organizada (encheram tanto o saco = ficar andando atrás dele com pompons gritando “VAAAAAI DUMBLEDORE!”), agora todas as casas tem sua torcida organizada. Chase virou o capitão do time de Xadrez da Grifinória, na qual Quill e Dylan faziam parte. Encontrei Viktor algumas vezes, nas aulas que tínhamos com a Sonserina. Mérope me encheu o saco algumas vezes e eu a azarei a maioria das vezes. Miranda e Josh estavam um pouco mais afastados, coisas de casal ¬¬’, mas ainda continuavam a sempre estar conosco. Tudo bem que não dá pra estar sempre juntos, já que é ano de N.O.M.’s e temos muita lição de casa, e também porque somos de casas diferentes.
Na quinta feira eu já não agüentava mais ver batatas! Que mania britânico tinha de comer batatas! Era batata assada, batata gratinada, batata frita (ta, dessa não da pra enjoar), batata recheada, purê de batata, batata com batata, batata recheada de batata! Ah! Quase esqueci! BATATA! Então na hora do almoço eu tive que tomar uma providencia.
- Eu já volto! – me levantei da mesa.
- Aonde você vai? – escutei alguém dizer, não dei atenção. Fui em direção à cozinha.
Mal coloquei o pé dentro da cozinha e já fiquei rodeada de elfos domésticos. Eu realmente gostava deles, eles eram legais.
Eu costumava ir lá de tarde, junto com meus amigos, quando batia uma fominha. Nós ficávamos um bom tempo lá conversando com os elfos.
- Oi galera – eu disse.
- Ah! Senhorita Cardoso! O que a senhorita deseja? – disse um elfo esmirradinho que vestia uma fronha muito velha e suja.
- Timoty! Eu já falei pra me chamar de Carol! Se não eu vou te chamar de excelência e vou fazer uma reverencia toda vez que te ver! – era o único jeito de fazê-los para de me chamar de senhorita Cardoso.
- Oh não senho..., quero dizer: Carol! O que você deseja? – ele perguntou.
- Ah! Se não for muito incômodo é claro! Sabe acho que eu vim na hora errada! Hora do almoço, é corrido né? – eu disse me arrependendo de ter ido lá na hora do almoço. Eu não queria sobrecarregá-los. – Deixa pra amanhã! Eu venho mais cedo! – me virei pra ir embora.
- Não Carol! Na verdade está tudo muito tranqüilo! Diga a Timoty o que a senhorita quer e ele fará imediatamente!
- Arroz e Feijão? Salada? – disse meio insegura.
- É pra ontem!
Senti-me um estorvo. Não queria atrapalhar. Mas não agüentava mais comer batata.
Timoty disse pra eu voltar para a mesa, e que daqui a poco meu arroz e meu feijão estariam prontos.
Voltei para a mesa da Grifinória e sentei-me onde estava, como se eu nunca tivesse saído dali.
- Onde você esteve mocinha? – perguntou Anne.
- Na cozinha. – eu disse indiferente.
- Fazendo o que na cozinha? – perguntou Lucy.
- Tornando minha alimentação saudável!
Então, bem na minha frente apareceu uma travessa enorme de arroz e outra de feijão, então uma enorme cheia de folhas muito verdes.
- O BRUUUNO! – eu berrei pro outro lado da mesa.
- QUE FOI? – ele perguntou ficando muito vermelho. Que idiota! Vergonha só porque eu o berrei?
- ARROZ E FEIJÃO! – abri um sorriso como o de uma criança. Não demorou nem dois segundos e ele já estava do meu lado se servindo.
- Nossaa! Você não tem noção do quanto eu precisava disso!
- Ah eu sei sim!
Nós terminamos de comer e fomos para as aulas normalmente. Não aconteceu nada demais, nada que mereça ser ressaltado. Toda vez que eu encontrava com Viktor ele me passa novas cantadas. Parecia que ele tava lendo um livro sobre cantadas! Já disse que odeio cantadas? Não? Odeio cantadas! ¬¬’ Me deixam sem graça. Odeio ficar sem graça.
Aula, aula, risadas, lições, comida, risadas, lições, lições, aula, aula. Alguma coisa assim.
Então chegou sexta feira. Eu realmente estava muito animada para o teste de quadribol. Eu estava um pouco nervosa, poderia aparecer um artilheiro que fosse melhor que eu, o que não é difícil, e eu teria que sair do time.
Eu estava tão empolgada que tinha mudado a cor do meu cabelo para [green]verde[/green] e o prendi num rabo de cavalo bem apertado no topo da minha cabeça, para não atrapalhar na hora de jogar.
Estava tão animada que eu fui pulando pra aula. Mal podia esperar. Eu pulava muito no corredor e queria falar até não poder mais. Eu puxava assunto com todos que passavam ao meu lado no corredor, não importava de qual casa fosse.
A aula antes do teste: Poções. Professor: Snape.
Merlin, por favor, eu lhe suplico! Não me deixe fazer nenhuma besteira na aula de Poções!
Estávamos quase chegando na porta da sala, quando eu decidi tomar uma providência para evitar tragédias.
- Lucy, me da um tapa na cara. – eu disse parando bruscamente e a fazendo parar também.
- Quê?
- Me dá um tapa! E aproveita que você nunca mais vai fazer isso na sua vida!
- Mass.. porque?
- Pra mim não fazer besteira na aula do Snape! Agora me dá logo esse tapa!
Ela fez uma cara de: “desculpa eu realmente não queria fazer isso, mas você ta me obrigando”. Ela sabe que eu odeio que me dêem tapas na cara, eu perco a linha. Tá, não é difícil eu perder a linha, mas tapa na cara, mexer com a mãe, com os amigos e com os animais, aí já é demais! Então, ela me deu um tapa bem estalado. Doeu um pouco, nada que um tempinho não resolva. Todos ao nosso redor pararam e nos olharam.
- Valeu Lucy. – eu disse me virando pra ir para a aula.
Eu mal sentei e o Professor chegou. Seboso, lálá, fedido, lálá, chato, lálá, emo, lálá, homossexual, lálá! ♪
- Quem aqui sabe o efeito e os principais ingredientes da Poção para Confundir?- ele perguntou. Ninguém levantou a mão. Eu sabia mais não queria correr riscos de falar besteiras.
- Ninguém? – disse aquele ranhoso com um sorriso mais ranhoso ainda no rosto.- Que tal a senhorita Cardoso? – ele olhou para mim ceticamente, ele queria que eu não soubesse, mas eu sabia.
- Produz inquietação e quentura na cabeça, tendo também uma melhor eficácia na inflamação do cérebro. Os ingredientes são: Cocleária, Ligústica e Botão-de-Prata. – disse baixinho e quase me escondendo na cadeira.
- Humm. Bem, certo. Mas se a senhorita sabia, por que não levantou a mão? – ele não iria desistir até eu me ferrar.
- Porque eu não queria parecer uma sabe tudo! – eu disse levantando a cabeça e o encarando. AHÁ! Agora eu te peguei. Eu estava prestes a berrar um “NA SUA CARA!”, quando Alice me chutou. Certo, calma, só nos pensamentos. Fiquei me vangloriando nos meus pensamentos.
Nós tínhamos que fazer uma poção para confundir. Ok, eu tinha 3 objetivos:
→ Objetivo número 1: fazer uma poção descente e jogar na cara dele que eu sou capaz.
→ Objetivo número 2: fechar a boca e não fazer besteira.
→ Objetivo número 3: ocupar a mente e não ficar hiperativa.
Tudo correu bem no preparo da poção, ficou realmente muito boa. Eu procurei não olhar para os lados e nem me desconcentrar. Fiquei calada e concentrada na minha poção. Então eu coloquei em um potinho e pus em cima da mesa de Snape. Limpei meu caldeirão e arrumei minhas coisas. Olhei para os lados. Saco! Só eu havia acabado! E agora? Preciso me ocupar URGENTE!
- Alice! – eu sussurrei – que horas são?
- Faltam dez minutos! – ela ainda estava fazendo a poção, estava um pouco atrasada. Me senti mal por tê-la apressado involuntariamente.
Abaixei a cabeça e comecei a cantar o Hino Nacional mentalmente. Pelo menos ele era bem grande, ocuparia bastante tempo. Cantei, cantei, cantei..
- Embry que horas são?
- Faltam 5 minutos.
Saco, saco, saco! Longos e mortificantes 5 minutos. E agora? Hãn.. contar as árvores lá fora? Não, não. Chato. Fazer origami? É, pode ser! Peguei um quadradinho de pergaminho e comecei a fazer um passarinho. Ficou bem bonitinho.
- Anne! Que horas são?
- Faltam 3 minutos.
Eu bati minha cabeça propositalmente, muito forte, na mesa. Fiquei lá parada.
- Aconteceu alguma coisa senhorita Cardoso? – perguntou Snape.
- Ronaldo? – AAAAAHHH MEEERDAA! Saiu sem querer! Mania idiota de brasileiros! A agora a besteira já ta feita!
- O que a senhorita disse?
- Brilha muito no Corinthians? – eu sei, to morta. Mas a idiotice já ta feita. A sorte foi que eu falei em Português. Parece idiota eu dizer isso, mas eu sou idiota! E idiotas falam idiotices!
- Você está brincando com a minha cara senhorita Cardoso? – SIM! Eu pensei.
- Não professor! É só uma expressão brasileira! – eu disse com a maior cara de Santa possível.
- Professor, cadê o chinelo? – perguntou Miranda. Eu olhei diretamente pra ela. Ela piscou pra mim. AI MERLIN! JÁ TÃO ABUSANDO DE MIM! Abaixei a cabeça e comecei a dar risada. Justo quando faltavam 3 minutos? A sala inteira começou a rir.
- Detenção! Vocês duas! Sábado ás 8 da noite! – disse Snape com aquele sorriso seboso dele, então bateu o sinal.
- Carol que maluquice foi essa? – perguntou Lucy.
- Que história foi essa de Ronaldo? – perguntou Quill.
- Eu não acredito que você pegou detenção primeiro do que eu! – disse Jake fazendo beicinho
- Nada interessante! E Jake você consegue pegar uma rapidinho! – eu respondi. – Eii Miranda! – eu berrei.
- Oi Carol! Acho que o Seboso pegou a gente hoje, hein? – ela disse divertida.
- Mas porque você fez isso? Como você sabia? Josh vai me matar! Sábado à noite!
- Ah você sabe que eu perco o amigo, mas não perco a piada! E eu assisto a aquele programa lá na internet, com chama? Pânico? E não se preocupa ele já ta em detenção!
- É maiis... Brigado Mi! – eu disse abraçando-a. Eu sabia que ela não queria me deixar pegar detenção sozinha. E ela sabia que eu sabia. – Agora eu tenho teste de quadribol. Até mais!
- Até! Boa Sorte! Eu quero te enfrentar de novo nos jogos viu?
- A pode deixar! Já que você gosta tanto assim de perder!
Pegamos nossas vassouras e fomos para o campo de quadribol. Eu estava contente ainda, não me importava com a detenção, seria com a Miranda, seria divertido!
O tempo estava fechando, ia chover, porém estava muito calor. Caiam alguns raios e relampeava um pouco. Estava bom pra jogar. Bruno já estava no campo, tentando manter os baixinhos longe das vassouras sem ter que agredi-los. A arquibancada estava um pouco cheia. Inclusive pude ver alguns alunos de outras casas. Alice e Quill foram para as arquibancadas.
- Carol eu to com medo! – disse Anne apertando minha mão com força.
- Calma Anne! Você vai se sair bem!
- Ok, acho que estão todos aqui! Certo, primeiro eu queria que vocês dessem uma volta no campo! AGORA! – ordenou Bruno.
Todos os competidores levantaram vôo. Era tão bom sentir o vento, a altitude, só você e o céu. A liberdade. Era como ser o mar, ninguém pode te impedir, ninguém pode mandar em você, ninguém pode te prender.
Dei algumas piruetas e vi muitos dos baixinhos caíram nos primeiros segundos de vôo. Eu dei risada. Então olhei para Anne. Ela voava delicadamente, muito bem para dizer a verdade. Então me encostei-me a Lucy.
- E aí, ta afim de uma corrida? – eu a desafiei.
- E desde quando eu rejeito um desafio?
Nós voamos por um bom tempo, acabamos empatadas. Mas confesso que ganhei a maior parte do tempo (momento convencida u.u. caramba to andando demais com os meninos!) Mas Lucy era bem melhor do que eu. (voltei ao normal!)
Bruno mandou que parássemos. Então nos separou para qual posição faríamos o teste. Tinham mais cinco pessoas para o teste de artilheiro. Três para batedores, e quatro, com o Seth para apanhadores. Os baixinhos que não conseguiam nem ficar em cima da vassoura foram mandados sentar.
- Tudo bem! O teste será o seguinte: Marcos ficará no gol – disse Bruno e apontou para um garoto do Sexto ano. – Eu observarei o desempenho de vocês. Apanhadores disputarão o pomo. Os artilheiros terão que fazer gols e fazer passes. E os batedores terão que disputar os balanços. Certo? Ok. – ele abriu a maleta e soltou uma pequenina bola dourada, que criou asinhas e saiu voando para fora de nossas vistas. Soltou dois balanços que começaram a zumbir e foram para cima dos batedores e jogou a goles para o alto, eu a peguei.
Dei um impulso contra o chão e comecei a voar. Olhei para os lados, os candidatos a artilheiros fizeram o mesmo. Passei a bola para um quartanista, que saiu voando em direção dos arcos. Ele jogou a goles, mas Marcos defendeu. Ficamos o tempo todo assim, passando a goles, arremessando e fazendo jogadas. Anne era realmente muito boa e não era fominha. Eu parei e comecei a observar os apanhadores que sobrevoavam o campo, parece que até agora nada de pomo. Então um deles olhou para baixo e os seus olhos encontraram os meus. Era Seth. Desviei o olhar, então um balanço passou zunindo do lado da minha orelha.
- Batedores! Será que dá pra tomar conta dos balanços? – eu berrei dando risada.
Olhei para cima de novo e vi quatro vassouras voando em disparada. Então uma vassoura que estava em último do nada estava em primeiro. Ela fez umas piruetas e a pessoa que estava em baixo dela ficou de cabeça para baixo. Então ela virou a ponta da vassoura para baixo e foi em direção do chão. Ela ia colidir, ia se arrebentar. Aí, ela virou a ponta para cima novamente, ganhando altitude. A pessoa em cima da vassoura ergueu a mão e eu pude ver um brilhinho dourado: o pomo. Olhei para o apanhador: Seth.
Então um apito soou. Todos nós descemos das vassouras e fizemos um círculo em volta de Bruno.
- Viu minha pegada Baixinha? – Seth murmurou no meu ouvido.
- O que uma Firebolt não faz, não é? – eu murmurei de volta.
- Eu não preciso de uma Firebolt pra fazer uma super pegada – ele murmurou e piscou pra mim. Ok, nessa ele colocou duplo sentido ¬¬’
- Tudo bem! Eu já tenho os resultados. Aqueles que não foram escolhidos, não fiquem tristes, ainda precisamos de reservas. Agora os resultados. Pra apanhador: Seth Clearwater. – palmas pro Seth – Para batedores: Jacob Black e Embry Call – palmas pro Embry e pro Jake – E para artilheiros: Lucy Mallory, Anne Jones e Carolina Cardoso – palmas para nós. – Parabéns! Agora podem voltar ao castelo, porque eu acho que vai choveer.
Eu dei um enorme abraço em Anne.
- Ta vendo sua boba? Eu disse que você ia conseguir!
- Ah! Eu consegui, eu consegui! – ela disse dando pulinhos. Lucy a abraçou e os meninos fizeram o mesmo.
- Ótima pegada Seth. – disse Alice saindo da arquibancada.
- Eu sou demais! Fazer o que? – Seth disse estufando o peito.
- Ei essa frase é minha! – protestou Jake.
- Ela serve melhor pra mim! – Seth.
- Eu acho que vai chover! Eu não to a fim de me molhar! Vamos logo? – perguntou Lucy. Então um trovão. E .. CHUVA!
- CHUVA, CHUVA, CHUVA! – eu disse dando uma estrelinha. Adoro tomar banho de chuva.
Embry colocou seu casaco na cabeça de Lucy e os dois saíram correndo. Eu fiquei por último pulando e dando estrelinhas que nem uma idiota. Alice saiu correndo sendo protegida por Jake e Quill deu seu guarda chuva para Anne. E eu que nem uma débil mental tomando banho de chuva. Eu sei, vou ficar resfriada, mas não to nem aí! Nada estraga meu humor hoje!
Eu estava encharcada. Não havia um mísero centímetro do meu corpo que não estivesse molhado. Soltei meu cabelo do rabo de cavalo e o deixei com cachinhos de molinha, como ele é naturalmente.
Senti alguém tapar meus olhos.
- Adivinha quem é? – perguntou uma voz doce e agradável.
- Ah... deixa eu pensar... Lula Gigante, é você? – eu disse brincando, já sabia quem era. Ele destampou os meus olhos e passou seus braços pela minha barriga, me prendendo.
- AAH! Eu sou a Lula Gigante e vou levar você para as profundezas! – ele disse no meu ouvido.
- AAAH , A LULA GIGANTE VAI ME LEVAR PARA AS PROFUNDEZAS! E AGORA QUEM PODERÁ ME DEFENDER?
- EUU! O CHAPOLIN COLORADO! Não contavam com a minha astúcia! – ele disse pulando na minha frente. Ele também estava todo encharcado.
- Ah! Que bom que você veio Chapolin! – me joguei em seu pescoço e depois me afastei.
- éé... Carol... eu preciso ... éé... falaar com você! – ele disse colocando a mão na nuca.
- Diga Seth.
- Será que podemos ir prum lugar que não esteja chovendo? – ele perguntou.
- Aaah, tadinho! Você é feito de açúcar meu bem? – eu perguntei com um sorriso malicioso.
- Não, mas eu sou doce como açúcar! Então, agora ficaremos na chuva!
- Vai logo ao assunto!
- É... é meio constrangedor sabe?
- E desde quando você tem vergonha mesmo? – eu disse e dei uma estrelinha. Eu fiquei tonta e cambaleei pra frente, então ele me pegou pela cintura e me puxou pra perto dele.
Se eu fosse uma garota normal, teria ficado derretida. Já que nossos corpos estavam totalmente se tocando e seu rosto estava muito próximo. Mas era só Seth, meu amigo, não tinha essas coisas entre nós.
- Já disse que esse é o cabelo que eu mais gosto em você? – ele perguntou.
- Verde? – eu perguntei confusa.
- Não, molinhas!
- Aaah! Seth vai logo ao assunto? – eu disse mudando de assunto. Ficava sem graça quando me elogiavam.
- Carol, eu te amo! – ele desembuchou e fechou os olhos com se esperasse eu lhe dar um soco.
- AH! Eu também te amo Seth! – eu disse. Ele sempre fala que me ama, por que essa vergonha agora?
- Não, não, não! Eu não te amo desse jeito. É que nem... Olha. Você é a garota perfeita pra mim, não existe Seth sem Carol. É como se você tivesse nascido pra mim e eu pra você! É como se você fosse a única razão pra eu estar aqui. A ÚNICA RAZÃO DA MINHA VIDA! – ele me fitou e se aproximou mais.
Eu não acredito! Eu não acredito que ele vai fazer isso COMIGO! Eu pensei que ele pelo menos ME respeitasse! Mas pelo jeito ele não respeita ninguém! Eu sei porque ele está fazendo isso. Ele quer TODAS em seu currículo, não vou ser mais uma.
- Aff Seth! Eu achei que você me respeitasse! Eu não acredito que você ta fazendo isso comigo! Eu conheço essa sua história, ta legal? Não vou ser mais uma da sua “lista da pegação” – eu disse saindo do seu abraço. Então, num movimento muito rápido ele me prensou numa árvore. Não sei como ele fez aquilo.
- Escuta! Você não entendeu! Eu to apaixonado por você! Como eu nunca estive antes! É só você e mais ninguém! Você é especial! Você é única!
Ele encostou seu nariz no meu. Ele estava muito próximo agora. Um suspiro e nossos lábios se tocariam. Meu cérebro virou pudim [n.a: huumm. Pudim, delicia]. ACORDA CAROL. Tá agora meu cérebro não é mais pudim. Pensa rápido, pensa rápido. Eu não vou conseguir sair. E meu orgulho é muito grande pra me deixar beijá-lo. Pensa, Pensa. Ah não! Isso é muito idiota. Mas eu to desesperada.
- Seth... me pergunta se eu sou um arroz? – eu disse dando um sorrisão de criança. Ele se afastou um poço. Tirou a mão da minha cintura e ficou me fitando.
- Ér... Carol, você é um arroz? – ele perguntou confuso.
- Sou! Agora pergunta se eu sou um feijão *------* - eu disse parecendo uma criancinha de 4 anos.
- Você é um .. feijão?
- Não poxa! Eu já disse que eu sou um arroz! – eu disse, dei as costas e saí. Não tive coragem de olha pra cara dele, mas também não seria idiota de ser mais uma na lista idiota dele!
Eu não sei pra onde ele foi ou o que ele ficou fazendo, mas eu fui para o Castelo, não iria ter coragem de enfrentá-lo depois disso. Agora me responde: O que eu to fazendo na Grifinória? Eu sou tão covarde! ARRG. Eu to morrendo de raiva! Minha visão estava tingida de vermelho. Precisava descontar em alguma coisa... ou em alguém (carinha de má)! Pensei na pessoa que eu mais queria que aparecesse e, num passe de mágica, ela aparece!
- Ora, ora, ora! A Sangue ruim tava tomando banho? Eu não sabia que você fazia isso! – disse Mérope. Ah! Era tudo que eu precisava.
- Olá querida Mérope! Por favor, cumprimente minha querida mão! – eu disse e dei um soco bem no meio do nariz dela! AAH DELICIA! Sabia que magicamente a raiva passou e o meu bom humor voltou? Eu me virei e andei em direção a escada.
Mas era a Mérope e ela não me deixaria bater nela assim e não fazer nada. Ela puxou meu cabelo com força. Aff, porque garotas sempre puxam o cabelo? Por que ela tinha que atacar por trás? Aquilo me irritou profundamente, e foi quase num reflexo. Eu passei meu braço direito pelo pescoço dela, segurei seu braço direito com a minha mão esquerda, virei meu corpo, estiquei minha perna direita em frente ao corpo dela e puxei o braço. Ela levantou as duas pernas e caiu que nem merda no chão, desculpem o palavreado, mas foi o que aconteceu. Isso era um golpe de judô, eu fiz um poço de judô, nas férias, era legal.
- Nunca mais ataque alguém pelas costa! Ouviu? – eu disse e sai saltitando pela escada.
- Belo golpe, hein! - Disse alguém atrás de mim. Virei-me e me deparei com Josh.
- Ah é a Mérope! Não faz diferença! Ela caiu sozinha! – disse dando de ombros.
- Essa é a minha Best! – ele disse e bagunçou meu cabelo.
- Fiquei sabendo que você pegou detenção também! – eu disse mudando de assunto.
- É! Aquele viado do Snape – ele disse e olhou para os lados para verificar se não tinha ninguém.
- Então eu acho que sua detenção vai ser junto com a minha e a da Mi! – eu disse me animando mais.
- É mesmo! Eu acho que essa detenção vai ser melhor do que eu pensava! – ele disse com uma cara sonhadora de tarado.
- To vendo que vo fica de vela! – eu disse rindo.
- Ah, mas pelo menos você é uma vela bonita! E eu acho melhor você ir trocar de roupa, ou vai ficar resfriada! – ele disse apontando pra mim. Eu estava começando a ficar com frio e o meu cabelo estava colado em meu rosto, minha situação não era das melhores.
- É, é melhor eu ir indo! Tchau Josh! – eu continuei a subir as escadas.
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