Procurando o pai



       Teddy correu buscar gelo pra colocar no pulso dele e Tonks pegou uma folha de papel e começou a abaná-lo, junto com Hannah. Então, ele acordou e sorriu para ela:


         – Ah, filha, você não sabe o sonho estranho que eu tive. Eu sonhei que você estava grávida. E de um Malfoy.


         – Você não sonhou, amor. – Respondeu Tonks, cruzando os braços. – A Hannah está mesmo grávida de um Malfoy.


         Ele levantou-se de um salto, com a varinha em punho.


         – Eu mato! 


         Hannah pulou pra trás do sofá, com as mãos envolvendo a barriga de forma protetora.


         – Eu mato esse tal de Scorpius! Eu vou... vou... fritar esse moleque! Eu vou garantir que ele não engravide mais ninguém!


         Hannah saiu de trás do sofá e pôs a mão no braço do pai.


         – Pai, calma. Não faz nada sem pensar. Eu amo o Scorpius, tá? Acalme-se.


         Remus baixou a varinha e virou-se para ela. Olhou-a demoradamente e colocou uma mecha de cabelo de Hannah atrás da orelha.


         – Hannah, Hannah... – Conhecendo o tom que ele usava sempre que ia brigar ou dar um enorme sermão, Hannah sentou e Teddy se mandou.


         A mãe falou, pois o pai parecia sem palavras.


         – Em que estava pensando, filha?


         – Ah, mãe, em nada, né? A gente não faz esse tipo de coisa pensando.


         – Você vai dar um jeito de se comunicar com esse garoto, Hannah. – O pai disse, sem olhar pra ela. ­– Agora.


         Feliz por se livrar da bronca, ela foi até a lareira e pegou um punhado de Pó de Flu, enquanto os pais discutiam.


         – Dora, ela é prima em terceiro grau dele! Isso não podia acontecer. E quero saber como foi que ele seduziu a minha menininha.        


         – Por Merlin, Remus, tanta coisa pra se preocupar, você vai se preocupar como foi que...


         – Ele tirou a inocência da minha florzinha!


         Hannah revirou os olhos, colocou a cabeça na lareira e jogou o pó, chamando:


         – Casa do Scorpius. – Sentiu a cabeça rodopiar e sentiu enjôo, embora isso fosse comum agora.


         Viu um garoto loiro sentado de costas pra ela. Só podia ser o namorado.


         – Scorp! – Ele virou-se para a lareira, parecendo muito surpreso, e se ajoelhou.


         – Hannah! Eu te beijaria se você não estivesse com a cabeça na lareira, mas...


         – É, eu entendo. Não deve ser agradável beijar uma cabeça em chamas.        


         – Hannah, não que eu não esteja feliz em ver você, mas a gente não tinha combinado de se comunicar apenas por cartas, para os seus pais e a minha avó não descobrirem?


         – É, eu sei, mas é que... temos uma complicação.


         – Que tipo de complicação?


         – Se você vier aqui em casa, eu posso explicar melhor. – Ele pareceu indeciso, mas no fim, levantou-se e pediu:


         – Está bem, então tire a cabeça da lareira.


         Ela tirou, e virou para os pais.


         – Tentem ser gentis, OK? Eu realmente o amo. – Ela parecia estar falando mais com o pai do que com a mãe.


         – Ah, claro, vou lembrar de ser gentil com o garoto que fez coisas feias com a minha princesinha.


         – Pai, dá um tempo. – Então eles pararam, porque Scorpius surgiu entre as chamas da lareira.


         – Hannah! – Ele a abraçou fortemente. – Senti tanto a sua falta.


         – Eu também, Scorp.


         Remus deu uma tossidinha atrás deles, e ela se soltou do abraço dele.


         – Scorp, esses são meus pais, Remus e Nymphadora. Mãe, pai, esse é o Scorpius.


         – Olá, Scorpius. Muito prazer em conhecê-lo. – Tonks disse, apertando a mão dele. Remus apenas acenou com a cabeça.


         – Então... Hannah contou a respeito do nosso namoro pra vocês.


         – Contou mais que isso, garoto.


         Scorpius olhou para Hannah como se pedisse ajuda, e ela virou-se zangada para o pai.


         – Pai, o Scorp não sabe, eu ainda não falei pra ele.


         – Então o que está esperando, Hannah? Vocês não esperaram pra fazer, agora não precisa esperar pra falar.


         – Fazer o quê?


         Ele perguntou, quase histérico. Reprimindo um riso por isso, Hannah virou-se séria para ele.


         – Fazer um filho, Scorp. Eu estou grávida.


         – Ah, meu Deus! – Ele olhou para todos, esperando que alguém risse, mas ninguém riu. – Isso... isso é sério?


         – Surpreso, garoto?


         – Com certeza, sr. Lupin. Surpreso e... com medo, porque agora minha avó vai me matar.


         Alguns anos antes, os pais haviam morrido, então Scorpius morava com a avó, Narcisa.


         – Devia ter pensado nisso antes de fazer coisas feias com a Hannah.


         Ela virou-se para o pai, furiosa, com o rosto e os cabelos vermelhos de vergonha.


         – Pai, quer parar? Está me constrangendo.


         Remus apenas olhou-a, e Scorpius passou a mão nos cabelos.


– Eu... tenho que ir pra casa, falar com a minha avó.


– Quer que eu vá com você? – Hannah ofereceu, e ele parou pra considerar a idéia.


– OK, vamos nessa.


– Mãe, pai, eu volto logo.


Os dois entraram na lareira, e Scorpius jogou as cinzas, chamando o endereço da sua casa. Eles limparam a fuligem das roupas, e saíram da lareira. Hannah estava mais enjoada que nunca.


– Ei, calma. – Ele beijou a bochecha dela. – Minha avó é relax, ela mudou da água pro vinho quando meu avô morreu.


– Ah, sei lá, Scorp, minha avó sempre foi a excluída da família, nós somos quase primos...


         – Relaxa, não tem como não gostar de você, Hannah. – Ele beijou os lábios dela, e começou a guiá-la para a sala.


         – Vovó? Você está aí?


         Então, uma mulher com cabelos loiro-platinados e pele pálida entrou na sala, e olhou Hannah de cima a baixo.


         – Olá, querido. E quem é essa? Ela é tão parecida com a minha irmã, Andromeda.


         Hannah odiou-se por ter mantido sua aparência original, mas também não poderia imaginar que a sra. Malfoy iria associa-la com a sua avó tão rápido.


         – Vovó, essa é minha namorada, Hannah Lupin. Hannah, essa é minha avó, Narcisa.


         A sra. Malfoy aproximou-se, e analisou-a.


         – Lupin? Então você é filha da minha sobrinha, Nymphadora?


         – Sim, senhora. ­– Ela pareceu indiferente a essa informação, e apontou o sofá. Os dois sentaram-se, e ela sentou na poltrona na frente.


         – Considere-se privilegiada, minha menina. É a primeira namorada que Scorpius traz para eu conhecer.


         – É, vó, o problema é que... não foi só pra você conhecer a Hannah que eu a trouxe aqui. Temos algo a contar.


         – Então contem. Estou toda ouvidos.


         – O caso é que... – Ele começou, mas ela o interrompeu.


         – O caso, sra. Malfoy, é que eu estou grávida do seu neto.


         A sra. Malfoy olhou de um para o outro, absolutamente incrédula.


         – Grávida? – Os dois concordaram lentamente com a cabeça, sem dizer nada. A mulher suspirou, – Eu só tenho uma coisa pra dizer a vocês.


         Os dois se entreolharam, com os olhos arregalados, e olharam para ela de novo. Scorpius perguntou:


         – E o que é, vovó?


         – Eu quero que o bebê tenha um quarto aqui em casa.


         Hannah abriu a boca de forma espantada, e arregalou ainda mais os olhos.


         – A senhora não vai... não vai brigar com a gente?


         – Não, não vou. Não posso negar que foram extremamente irresponsáveis, e que vocês não tem maturidade pra ter um bebê. Mas o que está feito, está feito, e sermões não vão adiantar nada.


         A menina sorriu, sem acreditar no que ouvia. Narcisa Malfoy, a tia que a mãe tanto pintara como vilã, não ia matar ela por ela ousar ter um filho com um Malfoy? Como se tivesse lido a mente dela, Narcisa falou:


         – Não sou tão má quanto você pensa, Hannah. A sua mãe me conheceu em uma fase muito diferente da minha vida.


         Hannah apenas assentiu com a cabeça, levantando-se.


         – Eu acho que devo ir agora. – Scorpius levantou e deu a mão pra ela.


         – Eu acompanho você até a lareira.


         Os dois entrelaçaram os dedos e ele a guiou para a outra sala, onde ficava a lareira. Ela ia pegar o Pó de Flu para ir pra casa, mas ele segurou delicadamente o braço dela.


         – Espera, Hannah.


         – Sim, Scorp? – Ele a segurou pelos ombros e pôs uma mão na barriga dela.


         – Como você se sente a respeito de toda essa loucura que está rolando com a gente?


         – Ah, não sei direito, Scorpius. Estou confusa, estou com medo, e estou feliz. É esquisito, eu sei, eu não devia estar feliz, mas... estou. – A mão dela desceu para o seu ventre, encostando na mão dele.


         – Eu entendo você, Hannah. Também estou feliz. Se eu fosse ter um filho por vontade própria, seria com você. Então, só posso ficar feliz que esse nosso filho imprevisto seja com você. Hannah, eu prometo. Vou ser para o nosso filho o pai que o meu pai não pôde ser pra mim.


         Hannah enxugou as lágrimas que haviam inundado seus olhos e deu um doce beijo nele.


         – Eu... tenho que ir, Scorp. Eu te amo.


         – Eu também, Hannah. Muito.


         Então Hannah entrou na lareira e as chamas ficaram verde-esmeralda. Quando saiu da lareira, não conseguiu evitar que uma torrente de lágrimas inundasse seus olhos novamente. Merlin, sua mãe havia dito que as mulheres ficavam muito sensíveis na gravidez, mas assim?


´        Não tinha ninguém na sala de estar, então ela foi procurar os pais pelo resto da casa. Não os encontrou no andar superior, então, a hora que foi descer, Teddy apareceu na sua frente, só com a calça jeans.


         – Hannah! O que está fazendo aqui?


         – A não ser que papai tenha me expulsado de casa e esquecido de me avisar, eu moro aqui, Teddy.


         – Ai, Hannah, sem piada. Mamãe falou que você tinha ido na casa do seu namorado pra contar a vó dela sobre a... ­– Ele parecia engasgado.


         – Gravidez? É melhor se acostumar, porque você vai ouvir muito “gravidez” e “Hannah” na mesma frase pelos próximos nove meses.


         Ele suspirou e passou a mão no rosto da irmã mais nova.


         – Ah, sei lá, Hannah, nunca imaginei que você teria filhos antes que eu.


         Ela teve quase vontade de rir, quando viu o olhar do irmão, de quem poderia chorar a qualquer momento. Teddy sempre fora o tipo de irmão protetor, e ela sempre agradecia a Deus por nunca ter freqüentado Hogwarts com ele (quando ela entrou, ele já tinha dezenove anos).


         – Onde estão o papai e mamãe, Ted?


         – Mamãe saiu e papai está lá embaixo, no jardim. Ou ele estava lá antes de eu vir tomar banho.


         Como se fosse ajudar. Teddy demorava no mínimo meia hora no chuveiro. Hannah desceu as escadas e foi até o jardim. Aproximou-se, tímida, já que não sabia se o pai ainda estava com raiva dela.


         – Pai? – Remus surgiu sem ela ver de onde, atrás dela, e encostou em seu ombro. Ela virou-se, sobressaltada.


         – Desculpe, querida, não quis assustar você. – Ela olhou-o demoradamente, procurando raiva ou ressentimento nos olhos do pai, mas os olhos dele eram gentis. – Vem, Hannah, temos visitas.


         – E desde quando eu sou visita, Moony? – Sirius apareceu, sorrindo.


         Um sorriso iluminou o rosto de Hannah, e ela saiu correndo abraça-lo.


         – Tio Sirius! – Apesar de Sirius não ser seu parente consangüíneo, crescera a vida toda chamando-o de tio.


         – Como vai a minha afilhada?


         Apenas uma olhada para Remus, e ela compreendeu que quem devia contar para Sirius era ela mesma.


 


         N/A: nossaa, gente, eu tenho que confessar que eu fiquei MEGAFELIZ com os comentários! Não esperava quatro comentários positivos assim, de cara. Isso, em si, já me animou a postar logo o segundo capítulo, e fazer ele enorme! (pra vocês verem que não sou uma autora que exige milhões de comentários para postar) Ou, pelo menos, eu achei que ele ficou enorme. Comentem, please!  Respondendo:


 


         MayPotter: que bom que você foi a primeira, amor! Obrigada! Espero que você goste desse cap também! Bjinho!


        


         Nath Krein: obrigada, amor! Foi pensando em ser diferente que fiz essa fic! Quero que você curta esse também! Beijão!


 


         IvyPotter: que bom que você curtiu! Tomara que curta esse também! Bjs!


 


         Carol: obrigada pelo divertida, amor! Postei, querendo que você goste! Bjks!

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Comentários (1)

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