NÃO, NÃO E NÃO



Logo que entraram no elegante hall, o zelador apareceu todo sorrisos.

- Sr. Potter, mademoiselle Granger, sejam bem-vindos. Tudo está pronto conforme foi pedido, sr. Potter. Tenho certeza de que mademoiselle ficará confortável aqui!.

- Merci -. Harry foi cortes, mas tratou logo de dispensar o homem.

Harry seguiu para o elevador com Hermione.

- Você parece conhecer bem o caminho, Harry - Hermione comentou, enquanto entrava no elevador. - Esteve aqui antes?.

- Naturalmente. Não imagina que eu tenha escolhido um apartamento para você sem checar antes, imagina? - respondeu olhando-a com as sobrancelhas erguidas.

- Você, pessoalmente?- agora era ela quem estava com as sobrancelhas erguidas.

- Sim, eu. Antoinette a secretária de Ralf me ajudou. Selecionou três e optei por este.- explicou ele.

- Entendo -. sim ela entendia. E se suas suspeitas estivessem corretas Harry escolhera aquele local com segundas intenções, então indagou: - Por que escolheu este?.

- Por ser o mais adequado. Gerard mora no térreo e ninguém entra aqui sem o conhecimento dele, alem do que, monitora qualquer tipo suspeito de magia hostil que possa se aproximar daqui -. O elevador chegou e saíram levando as malas.- Nunca se é cuidadoso demais nos dias de hoje .

- É verdade nunca se é! Mas você falou igual ao Moody -. ela disse, disfarçando uma risada. Mas Sua preocupação era menor quanto a possibilidade da entrada de um ladrão ou um feiticeiro das trevas, do que com o homem que estava ali ao seu lado, que já virara sua vida de cabeça para baixo e pelo avesso.

- Pare de enrugar a testa e vamos entrar -.ele disse, olhando-a de esguelha.

Hermione abriu a boca para protestar, mas resolveu ficar calada. Entraram no apartamento.

- Onde ficam os outros? - ela perguntou.

- Há um por andar. São cinco ao todo. Estamos no quinto andar -. ele respondeu.

- Harry...

Porem ele já se afastara e Hermione não teve outro remédio senão acompanha-lo. O apartamento era a última palavra em luxo, não um lugar onde viviam pessoas comuns, iguais a ela. Não poderia pagar por aquilo, com o sem emprego. E a situação apenas serviu para mostrar o quanto o Harry que ela conhecia antes, foi dando lugar a um desconhecido, e ela definitivamente tinha muito medo desse desconhecido.

Hermione divagava se a decisão de ter ido embora anos atrás teria sido a mais acertada.

- Gosta? - Harry a fitava atentamente, desviando-a de suas divagações.

- Se gosto? - estavam na sala, elegante, toda decorada em azul e ouro, enorme, com linda mobília, tv, som, bar... - Não tenho condições de pagar por este apartamento, Harry.

- Faz parte do pacote, pensei que você soubesse.
- Mas não é um apartamento normal, concorda? -falou séria.

- O que é e o que não é normal depende do ponto de vista - Harry apontou para a lareira acesa. - Mandei acender isto para tornar o local mais acolhedor.

- Harry, mais é ridículo...

- venha ver a vista! - ele interrompeu-a com sua autoridade habitual.

Foram a uma porta-janela que dava para um terraço, de onde se descortinava Paris.

- Que ir lá fora?

- Não, não quero - ela disse exasperada.

- Venha então ver o resto do apartamento.

Ele não lhe dava tempo para refletir, muito menos para falar. Considerava tudo resolvido. Mas não estava resolvido, segundo Hermione. O que diriam as pessoas?, ela se perguntava. A que conclusões obvias chegariam se ela se instala-se num lugar como aquele? A raiva de Hermione aumentava a cada minuto.

- Você deve entender que não posso morar aqui, Harry. Faria a minha posição na Bergique & Som incomoda, desde o início!

- Por quê ?

- Um homem mundano como você não precisa nem perguntar, precisa? Qualquer um concluiria que sou sua amante, sabe bem disso.

- E eu acho que tal conclusão só poderia melhorar sua posição. Daria a vantagem que talvez ainda necessite.

- Não preciso de vantagens vinda de você - ela ergueu a cabeça- Quero subir na vida a minha própria custa.

- Não seja infantil.

- Infantil? - Hermione ficou ainda mais furiosa. - Infantil por não entender por que você alugou este apartamento para mim? E aquele homem lá embaixo o tal de Gerard, sabia disso, não sabia, Harry James Potter? E todo mundo, incluindo a mulher dele, também deve saber .

- Que tal se for mais clara Hermione? Explique-se melhor por favor .

- Achou que poderia me comprar, concorda? Preparou o apartamento, tudo enfim, achando que eu concordaria em sermos amantes. Sei que é a verdade, Harry, você admita ou não.

- Eu não insultaria sua inteligência não admitindo, mas tive outros motivos - Isso foi dito com frieza, sem o menor sombra de embaraço, Hermione ficou tão irada que lhe acertou uma sonora bofetada.

- Você é um filho da put...

Mas antes que terminasse de falar, Harry avançou em cima dela furioso e agarrou-lhe ambas as mãos com violência, e Hermione constatou com satisfação, que a frieza dele sumira.

- Um minuto ok mulher? Admito que esperei que pudéssemos ficar juntos quando vi este lugar, mas não foi a única razão que me fez compra-lo. Quis que ficasse segura, numa boa área e com alguma proteção...

- Mentiroso!

- Eu não estou mentindo Hermione. Não tinha nada a ver com comprar você. Conheço-a o bastante para saber que não pode ser comprada - redargüiu , aumentando mais a pressão nos pulsos delicados.

- Sabe? Sabe mesmo? Diga-me uma coisa, então, se a nova gerente fosse velha e feia, ou casada, você teria comprado o apartamento? È esse o tipo de pacote que dá aos novos empregados, caso não pretenda impressiona-los?- perguntou perspicazmente.

Harry encarou-a por uns trinta segundos, e Hermione percebeu que ele queria poder negar, mais não podia, os fatos eram incontestáveis.

- Que foi? O gato comeu sua língua? - disse sarcástica. Mas se arrependeu logo, pois Harry prensou-a contra a parede tão violentamente que Hermione quase perdeu o fôlego antes de suas bocas se juntarem num beijo repleto de fogo e fúria.

Ela lutou, mas tarde de mais. No segundo em que começou a mergulhar numa infinidade de sensações já conhecidas dela, o prazer dominou-a por completo, a ponto de aquilo que considerara errado antes passou a parecer terrivelmente certo.

E ele soube. Harry sabia que a resistência dela não passava de fina folha de papel, ele a ouviu gemer em sua boca, ela não pode evitar. Harry saboreava-lhe a boca, seduzia-a, e com tanta habilidade que a fazia tremer em seus braços.

Havia eletricidade fluindo em suas veias em vez de sangue, e ela podia sentir isso em cada nervo, produzindo quase dor.

- Hermione, Hermione... - Com a respiração entrecortada Harry acariciava-lhe o ventre, sentindo a umidade da pele quente, criando nele um prazer quase dolorido, mas irresistível. Então ele voltou a penetrar-lhe a boca com a língua, da mesma maneira como queria penetra-lhe o corpo quente, suave, que agora cobria sua estrutura masculina, e sensações explodiram nele como fogo, deixando-o pronto para o prazer final.

Hermione e com um último resquício de consciência que ainda tinha, afastou Harry de si, e falou com voz trêmula:

- È melhor ir embora por favor!

Harry ainda ardia de desejo, e quando tentou se aproximar de Hermione novamente ela se encolheu um pouco, então ele reparou o olhar dela e isso o deixou alarmado, era um olhar de medo. Por que ela estava com medo?

- Hermione eu...

- Harry, por favor, não fale nada apenas vá embora! - Ele apenas a olhou de modo grave e depois foi embora.

********
Duas vezes. Acontecera duas vezes, e ela tomaria cuidado para que não houvesse a terceira. Hermione se deitara no tapete assim que Harry saíra. Suas pernas não a sustentariam um minuto mais. E lá ficou ela um longo tempo com lágrimas correndo-lhe pelas faces. Como pudera ser tão fraca a ponto de se permitir chegar ao ponto em que chegara?, ela se perguntara antes de levantar e ir vagarosamente ao banheiro, onde lavara o rosto com mãos trêmulas.

- Pare com isso - ela disse em voz alta com os dentes cerrados, tão furiosa consigo mesma como com Harry. Agira como um pequeno inseto que se aproximava demais do fogo, arriscando-se a ser consumido pelas chamas. Mas isso não iria acontecer, lutaria com todas as suas forças, até que apenas um ficasse de pé, e ela cuidaria para sair como a vencedora.

******
No dia seguinte....

- O que está dizendo? - Harry perguntou-lhe, bastante irritado.

- Vou me mudar está manhã.

- Hermione!

- Pode repetir meu nome quantas vezes quiser, mas vou mesmo me mudar daqui.

Harry apenas chegara ao apartamento para informa-la de que o carro da companhia esperava-os embaixo, e franzira a testa ao ver as malas na porta.

- Hermione não tenho tempo para esses capricho seu.

- Nesse caso, eu mesma carregarei minhas malas e irei a um hotel onde ficarei até encontrar algo razoável.

- Não posso acreditar que isso esteja acontecendo - Harry falou - Está realmente dizendo que não quer ficar aqui? - Os dois encontravam-se frente a frente como dois gladiadores prontos ao combate.

- Estou! - ela disse rebelde.- Você tinha em mente algo diverso entre patrão e funcionária quando comprou este apartamento, e como não tenho intenção de aceitar suas idéias, não me sinto bem em ficar.

- Está mesmo falando sério? - por que eu ainda me surpreendo com ela! -Hermione, isto é loucura.

- Não acho. Seria loucura eu ficar aqui - falou irredutível.

- È sua última palavra?

- È - Ela encarou-o, um pouco nervosa agora, se questionando o que Harry iria fazer.

- Muito bem -ele pegou o telefone e discou para o escritório.- Antoinette, a srta. Granger e eu só iremos chegar aí a tarde. Cancele a compra do apartamento, não achamos o negocio conveniente.

Antoinette devia ter falado alguma coisa, porque as próximas palavras de Harry foram ditas com os dentes cerrados:

- Por uma série de razões. Pague a multa pelo não cumprimento do contrato e encerre o assunto- Harry desligou o telefone- Satisfeita? - disse, olhando para Hermione - Vamos agora procurar outro apartamento.

- Você não precisa ir comigo. Posso ficar num hotel por enquanto - disse tentando contemporizar a situação.

- Não a deixarei sozinha na França antes de vê-la instalada num lugar de segurança. Francamente você é a mulher perfeita para satisfazer o sonho de muitos vigaristas.

- Não sou! - ela protestou, as faces pegando fogo.

- È, sim e vamos logo pois planejei sair da França esta tarde e não tenho tempo a perder. Conheço os agentes imobiliários que Antoinette consultou e podemos procura-los.

- Você está muito mandão pro meu gosto - ela falou emburrada.

- Não estou não, é você que está agindo como um pirralha de sete anos, batendo o pé querendo alguma coisa custe o que custar - Hermione mostrou-lhe a língua. Ela sabia que isso era realmente infantil mas não se conteve.

- E você fica agindo que nem a McGonagall.

- Você está invertendo os papeis, quem é a Minerva 2 aqui é você!

- HÁ HÁ HÁ! Muito engraçado - ela falou mais sarcástica.

- Também achei!- ela soltou um muxoxo de desagrado e disse:

- Olha só para nós! Discutindo feito duas crianças. Isso é ridículo - Ele deu um suspiro.

- Você tem razão! - e foi a última coisa que falaram antes de irem para o carro. Hermione, não podia negar que essa briguinha infantil serviu para diminuir a tensão entre eles.

*******
Harry não partiu naquela tarde. Eram quatro horas da tarde quando encontraram um apartamento, depois de visitar vários espalhados pela cidade. Mas quando Hermione aquele, decidiu que seria o seu.

Tratava-se de uma casa reformada, de três andares, com um apartamento por andar. Ficava numa praça sossegada, perto do Quartier Latin. A chuva e o vento da noite anterior haviam cedido lugar a um sol fraco quando eles chegaram á praça rodeada de árvores, com casas antigas que conservavam um certo ar de dignidade apesar de serem antigos.Hermione achou o ambiente charmoso.

- Muito bem, já vimos bastante. Vamos procurar o próximo apartamento -Harry disse abruptamente ao motorista.

- Um minuto. Não vi o apartamento do terceiro andar ainda - Hermione protestou. - Acredito que seja o único desocupado, pois está com as janelas fechadas.

- Não precisa ver, precisa? - disse Harry.

- È claro que preciso ver. Parece lindo.- falou olhando embevecida para o local.

- Lindo? Lindo? O que, exatamente, está enxergando de lindo neste lugar Hermione? - perguntou com a sobrancelha direita levantada.

- Deixe de ser ranheta Harry! Este lugar é muito charmoso e sossegado. Você não está vendo isso? - perguntou o encarando.

Os olhos verdes fixaram-se nela, percorrendo o rosto dela até se deter na boca levemente aberta.

- Harry? E você o que está vendo? - Num tom sem expressão, ele respondeu:

- Vejo um local que mais parece que ficou parado no tempo, e que necessita de reparos e uma boa duma limpeza isso é o que vejo - Lógico que ele estava exagerando e muito.- Quer mesmo ver o apartamento?.

-Sim, quero

- E ficará com ele, caso goste?

- Você quer dizer apesar da sua desaprovação?

- Exatamente.

- Vou - ela respondeu contente, ao menos a má vontade de Harry iria diverti-la um pouco, e continuou. - Então acredito que não queira subir comigo para ver, acertei? - ela o desafiava.

Harry não respondeu, lançando-lhe um olhar enigmático antes de abrir-lhe a porta e de ajuda-la a descer do carro, ainda sem dizer uma palavra.

********
A proprietária, uma senhora gorda que morava no primeiro andar, informou-a de que o casal de que o casal jovem que morava no segundo andar era amável, e vivia muito feliz lá. - Casaram-se há pouco tempo, sabe? - ela acrescentou com um sorriso, olhando para Harry.

- Que maravilha - Hermione sorriu mas tratou de nos próximos minutos tornar bem claro que seu relacionamento com Harry não tinha nada a ver com casamento, pois a proprietária lançava-lhes olhares de casamenteira, como boa francesa que era.

Hermione não bem o que iria encontrar ao subir as escadas de madeira polida. Nada de elevador. Mas quando chegou ao último andar e abriu a porta, o que mais lhe chamou a atenção foi a enorme quantidade de luz que entrava na sala. As paredes tinham cor creme, e os tapetes e cortinas cor de mel enfatizavam os raios solares que penetravam pelas enormes janelas agora abertas. Não havia paredes divisórias entre a cozinha e a sala de jantar, mas o arranjo hábil do mobiliário tornava cada compartimento bem distinto. A idéia geral foi a de espaço e luz.

- Adorei - disse Hermione, indo ao reduzido terraço onde cabiam apenas duas cadeiras e uma mesa bem pequena. De lá avistava-se a praça.

- È pequeno demais - Harry comentou vistoriando o lugar.

- Mas bem compacto, completo - ela emendou rapidamente.

- E o bairro não e lá essas coisas! - ele continuou

- Harry, eu nunca morei em bairros luxuosos! E como você bem disse tudo é relativo.

- Não foi verdadeiramente o que eu disse. Tem certeza de que não quer reconsiderar e ficar em Montmartre?

- Certeza absoluta.

- Então, que seja este.- Harry foi falar com a proprietária, depois comunicou-lhe:

- Pode se mudar hoje mesmo se quiser.

- Sim, quero, quero muito - Hermione sussurrou. - E desculpe-me por ter atrapalhado seus planos.

- Foi minha escolha. Consenti que os atrapalha-se - ele respondeu ironicamente.

Hermione revirou os olhos um pouco irritada. E então resolveu continuar a provoca-la é tão divertido, pensou ele.

- A que horas você se diverte, Mione? Ou essa palavrinha de sete letras não faz parte do seu vocabulário? - alfinetou.

- De contra partida não tenho dúvida de que está constantemente no seu, Harry. S-E-X-O. Certo? - disse ironicamente.

- Céus - ele sorriu, um sorriso preguiçoso, sexy, antes de dizer:

- Quase escorreguei e falei, sabe? Mas tive medo, minha ardente puritanazinha. Sei muito bem que não confia em mim.

Hermione contou até dez, e respondeu:

- Confio plenamente no senhor como meu empregador, sr Potter. Vamos apanhar minhas coisas no carro?

Ele sorria quando a seguiu, descendo as escadas. Hermione olhou de soslaio. Harry ficava terrivelmente sexy quando sorria daquele jeito.

- Vou levar sua bagagem para cima “ ele disse, tão logo chegaram no carro.- E você pode arrumar tudo. Tenho alguns telefonemas a fazer.

- Oh! pensei que fossemos voltar ao escritório. Posso deixar a arrumação para...

- Um dia não vai fazer diferença em nosso trabalho, Hermione. Suba, arrume o que puder, tome um banho e relaxe até ouvir minha pancada na porta.

- Harry, não precisa voltar. Posso me arranjar sozinha...

- Faça o que estou mandando. Já ganhou sua grande batalha hoje... escolheu suas acomodações e tornou bem claro que é independente, que possui tenaz espírito livre ao qual me submeti com humildade. Fique com seus lauréis e descanse agora.

Ele não parecia nada humilde. Aliás, a palavra humilde era ridícula aplicada a ele, Hermione pensou.
-
Tudo bem, obrigada - disse cansada. Então ele se foi.

Hermione pensava que seria muito feliz se um certo individuo alto, de olhos muitos verdes, não tivesse incendiado seu horizonte como um ameaçador meteoro negro.

( COMENTÁRIOS FOFINHOS E FOFINHAS ) ^-^


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.