Brigas, brigas...



. (capitulozÃO)

Depois de um tempo de conversa os dois começaram a sentir que o sono estava vencendo, então foram dormir...Harry adormeceu segundos depois, ouvindo a respiração alta de Rony e a sua própria...

Tudo acontecia numa jorrada de flashs, hora as imagens estavam ali, hora desapareciam, Harry viu Sirius, cair sobre aquele véu que pendia no arco, no ministério da magia, menos de um ano. Aquela luz vermelha atingir seu peito e então, em câmera lenta se viu ser segurado por Lupin, assistindo o padrinho desaparecer atrás de um simples véu, ele nunca chegou a saber o que era tudo aquilo...As imagens continuavam em sua cabeça, mais e mais rápidas, de repente tudo parou e então ele viu Voldemort, “sair” de seu corpo, sentiu de novo a terrível sensação daquela noite, a sensação de que seu corpo estava sendo traspassado por uma espada...Ele sentiu sua boca se abrir num grito que não foi ouvido, pois naquele momento ele abriu os olhos e viu que já era manhã, e ele estava a salvo na casa dos Weasleys.

-Você dormiu bem, Harry querido? – perguntou a Sra. Weasley na mesa do café.
-Dormi – mentiu Harry sem pensar muito – Muito bem.
Harry reparara que a Sra. Weasley, assim como todos os outros Weasleys presentes, eram excessivamente gentis com ele, como se ele estivesse prestes a cair no choro gritando pelo padrinho, com exceção de Rony, que parecia ter mudado muito de uns tempos pra cá, toda aquela “inocência” que se encontrava nos seus olhos havia sumido. “Minha culpa!” Pensou Harry chateado.
Depois do café Harry subiu para o quarto com a desculpa de arrumar as suas coisas.
-Mas não demore, depois do almoço nós vamos ao beco diagonal...-advertiu Molly
-Ok-concordou Harry
Enquanto subia as escadas Harry ouviu a Sra. Weasley cochichar para Jorge:
-É de cortar o coração!
Harry até gargalhou baixinho ao ouvir isso.
Ele subiu ao quarto e jogou todas as roupas que estavam dentro do malão para fora e começou a redobrar lentamente cada peça, ele não sabia muito bem por que estava fazendo isso, mas lhe dava um tempo sozinho...
-Harry? – disse Rony interrompendo os pensamentos do garoto.
(Ou talvez não, pensou Harry)
-Com esse negócio de ter te transportado pra cá, eu esqueci de te dar seu verdadeiro presente...
Rony entregou um embrulho para o garoto e o encarou ansioso. Harry rasgou o embrulho e viu que eram três dvds trouxas com o nome “O poderoso chefão”...
Harry sorriu involuntariamente...
-Gostou?- perguntou Rony
-Você tem dvd pra gente poder assistir?
-Meu pai arranjou um no departamento de artefatos confiscados, e uma tv também...Você quer assistir.
-Você acaba de me fazer uma “proposta irrecusável” – disse Harry levantando as sobrancelhas.
-O que? – perguntou Rony sem entender a brincadeira.
-Você vai entender logo que assistir! – disse ele apontando para o dvd.
Harry apontou para mala com a varinha e falou:
-fazer malas!
E todas as roupas voaram para dentro da mala
-Uau! –exclamou Rony – onde você aprendeu isso
-Com o Tonks...
Nesse momento uma coruja preta com estranhas manchas rosas entrou no quarto batendo no armário e caindo no chão, os dois garotos, pasmos, apenas olharam a coruja levantar-se, com a maior classe e mostrar a patinha onde estava amarrado um pacotinho e uma carta, Harry retirou o pacote e a coruja se desvencilhou rapidamente das mãos de Harry e saiu voando...
-Ok, anos com a Errol e o Pichí e eu ainda teimo em esquecer como as corujas podem ser esquisitas!
-É da Hermione.

Harry
Feliz aniversário, que nada de ruim te aconteça (pelo menos esse ano, pô!). Juízo! E...Como é que você está? Você sabe que eu lamento muitíssimo pelo Sirius, não é? Estou com saudades, mas esse ano eu resolvi encontrar vocês só na estação, eu queria ficar um pouco com meus pais...Diga ao Rony que eu também estou com saudades dele, e até mais.

Ele abriu o presente e viu que era uma versão de bolso e reduzida de “Hogwarts, uma história”
-Agora sim isso é um livro aceitável! – brincou Rony.

À tarde eles foram ao beco diagonal, compraram tudo o que precisavam, e o que não precisavam também e enfim voltaram para a toca, jantaram e caíram na cama, amanhã seria um loooongo dia e eles acordariam cedo.




Todos acordaram atrasados no dia seguinte, corriam para lá e para cá sem dizerem uma palavra, todos arrumando suas coisas, menos é claro, Jorge e Fred que poderiam dormir até a hora que quisessem, Harry terminou de arrumar tudo puxou o malão e junto com Rony foi esperar lá fora pelos táxis, mas pararam na escada com os berros da Sra. Weasley:
-NÃO ARTHUR! ELE NÃO VAI QUERER SABER, ISSO NÃO É DA SUA CONTA, NÃO AGORA, NÃO VÊ QUE O POBRE DO MENINO AINDA NÃO SE RECUPEROU DA ÚLTIMA? VOCÊ, ASSIM COMO SIRIUS, QUE DEUS O TENHA, SEMPRE ACHAM QUE ESTÃO LIDANDO COM THIAGO E NÃO COM HARRY, E AO CONTRÁRIO DO QUE VOCÊS PENSAM, ELE É SIM UMA CRIANÇA!
-Molly, eu sei disso, mas isso não tem tanto impacto, é só um fato sem muita importância, e se ele quiser saber onde...Harry! Rony! Vocês estão aí!Por que não vão fazer companhia para Gina, ela já está lá fora esperando o táxi...
Ninguém abriu a boca durante toda a viagem até a estação, e quando chegaram lá, eles se despediram rapidamente e entraram no trem...Sra. Weasley deu aos três bolachas amanteigadas e entregou um a mais a Rony dizendo:
-Esse aí é pra Hermione, e diga para ela que eu estou com saudade, até mais, e cuidem-se!
Eles encontraram uma cabine vazia se sentaram, mas logo Gina levantou e disse:
-Eu vou procurar minhas amigas...Ou talvez meu namorado – deu um sorrisinho para Harry dizendo que a frase fora só para irritar o irmão.
-Volte aqui Gina Weasley! Namorado? Que história é essa de namorado? Ela é muito nova pra essas coisas!
-Rony, ela tem 15 anos.
-Não, ela tem 8 anos, pelo menos mentalmente...
-Coitada da garota, tem um irmão tão malvado - disse uma voz feminina que veio da porta da cabine
-Hermione! – Exclamou Rony.
-Oi pra vocês dois! – disse a garota se sentando de frente para os dois – Tudo certo?
-Mais ou menos – respondeu antes que alguém falasse mais alguma coisa – Os pais do Rony sabem alguma coisa sobre mim e mais uma vez, não vão contar.
-É, minha mãe não quer que Harry saiba...
-Saiba do que? – perguntou a garota assustada por ter recebido o jorro de palavras
-Agente não sabe, mas tem alguma coisa, os pegamos brigando...- disse Rony
Rony de repente jogou um saquinho de biscoitos no colo de Hermione e disse:
-Vamos descobrir o que é, mas, por enquanto, relaxa, vocês dois...Tensão constante nos ombros causa corcunda! E você Hermione, come, eles estão muito bons, aliás, minha mãe disse que está com saudades...
Harry e Hermione se entreolharam e caíram na risada, e ninguém mais falou nada sobre isso.
Já no castelo, os três se juntaram á Gina, Neville e Dino na mesa da Grifinória, olharam imediatamente para a mesa de professores, e para surpresa deles, Sibila Trelaney também se juntara á mesa dos professores.
Eles se calaram para verem a seleção, o mesmo banquinho de sempre e o mesmo chapéu, e logo que posto em cima do banquinho ele desembestou a cantar:

Gryffindor, Ravenclaw, Hufflepuff e Slytherin…
Aqui todos conhecem essa história
E a tragédia de cada um deles
Onde a amizade foi morta
Pelo destino, e não por eles.
Mas o que vocês não sabem eu vou dizer
É que debaixo de tanta lenda
Sempre existiram pessoas
Que cometeram terríveis erros...
Quando ainda muito jovens
Esses quatro juntos construíram
Essa escola tão cheia de vida
E Separaram-na em quatro casas diferentes
Elas não sabiam então
Que essa seria a sentença de suas amizades
Pois quando a sede de poder de Slytherin foi muita
Ele disse adeus a essa escola...
Mas então um tempo passou
E o arrependimento ele conheceu
Mas era tarde
Os outros três não o aceitaram de volta...
Isso o encheu de vingança
Então agora eu vou separá-los, mas, por favor, continuem juntos.
Seja qual for à casa do seu coração
Seu coração nunca estará negro se continuar acreditando em Hogwarts
...

Todos fizeram silêncio, e então Dumbledore anunciou o início do jantar...



Assim que acabou de comer, Harry se levantou e disse aos amigos que iria dar uma volta para tomar um ar, e saiu.
Ele saiu e caminhou para os jardins, sentou-se num banco que ficava entre os arbustos e respirou fundo, sua cabeça andava estranha, muitos pensamentos em pouco tempo, muita informação, poucas horas, ele queria pelo menos conseguir dormir direito...Ele pensou no que o chapéu seletor disse. “Ele se arrependeu, errou, mas voltou atrás, e não o aceitaram de volta, foi por isso que sempre o julgaram ‘malvado’?”.

Ele queria saber mais sobre o que realmente acontecera, mas tinha certeza que ficaria sabendo de qualquer jeito, pois Hermione não deixaria isso quieto...Hermione, pensou ele...Então enfiou a mão dentro do bolso e pegou o mini livro de Hogwarts, uma história e começou a procurar...Achou um tópico e seguiu até a página onde encontrou:

“Godric Gryffindor e Salazar Slytherin: Uma briga de honra”
Todos sabem da lendária amizade de Godric e Salazar, e sabem também sobre o temperamento de cada um, assim, alguns anos depois da fundação de dessa escola, Slytherin queria obrigar os outros três a que apenas aceitarem bruxos sangues-puros estudassem em Hogwarts, o fato foi motivo de discórdia entre eles, pois os outros três acreditavam que todos os tipos de bruxos deviam aprender magia, Slytherin não aceitou isso e deixou Hogwarts, deixando um basilísco em uma câmara secreta no subsolo da escola para se vingar, e jogou uma maldição sobre seu herdeiro, que aos 11 anos entrou em Hogwarts e despertou o monstro, causando a morte de uma bruxa mestiça...Mas muito antes disso, alguns anos após sua partida, Slytherin conheceu o arrependimento, e resolveu se redimir, mas ao voltar ele se deparou com a morte de Rowena, que tentara lacrar pra sempre o basilísco dentro da câmara.
Godric estava sedento de vingança e desafiou Salazar para um duelo, onde Godric teve sua cabeça decapitada, Helga e Salazar superaram os acontecimentos e fizeram com que a escola continuasse a existir, mas nada seria o mesmo novamente...Eles não puderam retirar a maldição jogada anos atrás, e a raiva remanescente fez nascer um lorde das trevas, que pra surpresa da alma de todos os fundadores, era mestiço.
-Voldemort. – assustou-se Harry – ele não tem culpa...
-Sim, ele tem...- disse sorrateiramente Dumbledore
Harry encarou Dumbledore e teve um flash rápido de todas as coisas que lhe dissera no ano anterior...E sentiu uma ponta incômoda de arrependimento misturado com satisfação.
-Mas aqui diz...
-Sim, foi lançada uma maldição, mas Tom Riddle teve a chance de se livrar de todo o ódio da maldição, por ser mestiço, mas o fato de seu pai ter abandonado a família apenas aguçou seu poder de vingança, ele decidiu abraçar a maldição e exterminar os trouxas de Hogwarts. Ele teve culpa...
-Não toda a culpa, talvez se não tivesse...
-Mas teve, o fato agora é que ele quer te matar, então cuidado, e me avise se alguma coisa acontecer – Dumbledore olhou no fundo dos olhos de Harry – Vai ficar melhor um dia.
-Dumbledore, eu...Eu sei que você só queria que tudo fosse mais fácil pra mim, e então, o que eu disse...
-Eu sei. – Disse Dumbledore num sorriso de quem consegue ouvir o que quer.
Harry foi para o salão comunal da grifinória, e quando nem bem tinha falado a senha, ouviu os gritos de Rony e Hermione, (começou cedo esse ano), mas entrou do mesmo jeito.
Ao ver a cena percebeu que era um pouco mais grave que o normal, pois Hermione estava com lágrimas nos olhos segurando para não chorar e Rony gritava a plenos pulmões:
-SABE POR QUE NUNCA DA CERTO CONVERSAR COM VOCÊ, VOCÊ NUNCA OUVE O QUE OS OUTROS FALAM, VOCÊ SÓ SE PREOCUPA COM O QUE VOCÊ SENTE E ACHA QUE O MUNDO DEVE SE PREOCUPAR JUNTO, MAS ADIVINHE, O MUNDO NÃO GIRA EM TORNO DA SUA VIDINHA COBERTA DE INTELECTUALISMO!
-Por que é que você está gritando comigo?
Agora Harry viu que a situação estava fugindo do controle e se entremeteu:
-Que é que está acontecendo aqui? Caso vocês não tenham notado tem umas cinqüenta pessoas assistindo a briga de vocês...Por que vocês não se acalmam? – Mas nesse instante a gritaria recomeçou:
-SABE DE UMA COISA, EU NÃO ACHO QUE AGENTE DEVA SE FALAR MAIS. E SABE O QUE MAIS, O HARRY NUNCA ESCOLHERIA FICAR DO SEU LADO, E ISSO SIGNIFICA QUE VOCÊ ESTÁ SOZINHA APETIR DE AGORA...AGORA SIM, EU FALEI TUDO QUE EU QUERIA.
Harry teve a nítida impressão de que Hermione ia jogar o livro que segurava na cabeça de Rony, então ele se intrometeu e segurou a mão da garota e viu que a expressão dela era de extrema mágoa, e agora foi a vez dela gritar:
-FAÇA O QUE VOCÊ QUISER, AFINAL, ISSO NUNCA FOI UMA AMIZADE MESMO, EU SEMPRE FUI APENAS SUA FONTE DE INFORMAÇÕES, SEU DICIONÁRIO, AGORA VOCÊ VAI TER QUE SE VIRAR SOZINHO...
-TÁ ME CHAMANDO DE BURRO? SUA...SUA SANGUE RUIM.
Harry, que agora segurava Hermione pela cintura pra impedir que o livro voasse até a cabeça de Rony, pensou por um segundo que a garota fosse desmaiar, mas ela não desmaiou, Harry olhou em seu rosto assustado co que reação àquela maldita frase poderia ter e viu que a garota estava num estado de choque total, ela saiu de perto dos braços de Harry, se virou para a escada do dormitório e subiu até seu quarto...
E Rony ainda repetiu:
-É o que você é...Uma sangue ruim – disse entre dentes.
Nesse momento Hermione bateu a porta do quarto com força...
As pessoas que observavam a briga, que antes emitiam sons do tipo: Ohhhh! Uhhhhhh! Agora encaravam Rony com tremenda perplexidade, como se não imaginassem que a briga iria tão longe
Harry encarou Rony e disse fuzilando-o com o olhar:
-Parabéns.
***

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