Quando ele dorme



Capítulo 1: Quando ele dorme

Ele podia ouvir o barulho das pessoas que gritavam lá do outro lado, suas pernas queriam ceder ao peso de seu corpo somado ao da pessoa que vinha sem vida em suas costas, respirando fundo e se recusando a cair, o garoto tentou com todas as suas forças não desmaiar, abriu os olhos, mas não via nada além de vultos e uma cena muito embaçada...Quando ele viu que já havia chegado não agüentou mais e despencou junto com o corpo morto no chão gramado, e ficou lá, apenas respirando fundo, tentando retomar suas forças...
A voz de alguém conhecido falou enquanto o virava com violência de barriga para cima:
-Harry! Harry! – Era Dumbledore
Harry segurou o braço de Cedrico com força e agarrou o pulso do diretor
-Ele voltou – sussurrou Harry – Ele voltou. Voldemort.

Ele sentiu mãos segurando seus ombros com severidade, abriu seus olhos assustados e fitou tio Valter...
-O quê?...Por que?...O que foi? - perguntou Harry sem entender a cena
-Moleque você tem que começar a se controlar...Esses pesadelos, os vizinhos conseguem ouvir...Esses seus gritos. Então cale a boca. Nem um pio, entendeu?
Ele saiu do quarto batendo a porta atrás de si e trancando-a. O garoto ficou atordoado por um instante...Virou-se e tentou dormir de novo. O que não aconteceu, então ele se levantou, colocou os óculos e se sentou na escrivaninha em frente à janela.
Ficou pensando por alguns minutos no sonho que tivera, bufou baixinho e encostou-se na cadeira...De repente ele teve um flash back...Ele estava voltando para casa no verão passado, irritando o Duda, quando o primo lhe fizera um comentário do tipo:
-Você não é tão valente a noite,não é?...Estou falando de quando você está deitado...Eu vi você na noite passada, falando durante o sono. Gemendo...Não matem Cedrico, não matem Cedrico! (disse em tom de zombaria).
É, ele tinha razão. Mas que importância isso fazia? Harry desencanou do assunto e olhou janela a fora...Era seu aniversário de 16 anos, alguma coruja deveria chegar, a menos que, como no ano passado eles estivessem com medo das corujas serem interceptadas...
O que visivelmente não impediu pichitinho de chegar fazendo um tremendo barulho ás três da manhã (Harry quis enforcar a coruja, mas assim que deixou pacote e a carta, a coruja tomou água e voou embora.
Harry abriu a carta e começou a ler:

Cara!!!
Feliz níver pra você...Espero que essa porcaria dessa coruja não tenha feito muito estardalhaço aí...A verdade é que eu não via a hora de dar alguma coisa pra esse bicho fazer e me deixar em paz...Mas bem, como é que você ta? Eu sei que eu fiquei sem mandar notícia por um tempo...Minha mãe achou melhor te dar um tempo sozinho pra pensar, mas nem morto que eu não ia te mandar uma carta no seu aniversário, né? Espero não ter feito mal em fazer isso, fiz?
Olha, eu queria dizer pra você que eu to aqui se você quiser, sei lá, conversar, falo? Ah!Cara! Você tem que vir pra cá...As férias matam tediosamente meu tempo sem alguém são, e nesse lugar não tem ninguém...Eu ainda to em negociações, mas logo eu te mando uma coruja combinando, ok? Bom, é isso, tchau...
***

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