Capitulo 4



Capitulo 4

Narrado por Scorpius


Já faz três semanas desde o início das aulas e as coisas não melhoraram entre mim e a sabe tudo. Pelo contrário, ela parece cada dia me evitar mais. Raramente nos víamos no Salão Comunal, ou em qualquer outra parte do castelo. Quando a encontrava normalmente ela estava acompanhada do namoradinho dela. As rondas são feitas separadamente e não é necessário nenhum de nós prestar conta ou algo do gênero ao outro. Na aula de poção não mantínhamos contato, nem mesmo para pedir algum ingrediente ao outro.
A convivência com ela é totalmente e simplesmente inexistente olhando pelo meu ângulo. E quer saber não estou sentindo a menor falta dela. Mentira! Hogwarts está completamente sem graça sem as nossas brigas diárias. Fui nomeado capitão do time de Quadribol da Sonserina, como se eu precisasse de mais uma carga nas minhas costas.
Hoje tem treino. Sinceramente ser monitor e capitão não está me dando tempo para fazer nada, nem mesmo os deveres que só tem aumentado. Há dias que tenho que ficar até altas horas da noite fazendo meus deveres.
Nesse momento estou em mais uma aula entediante com um professor fantasma que faz todos os alunos quererem dormir em sua aula. E é o que eu quase estou fazendo, só não dormi ainda porque estou trocando bilhetinho com o Raphael.

Raphaaaa: Não acredito que você está tão cansado. Tem certeza que vai conseguir dar conta das duas coisas?
Scorpiãozinho: É claro que dou! Você está falando com um Malfoy e Malfoys conseguem sempre tudo que querem.
Raphaaaa: Mas tu está com uma cara de muito cansado.
Scorpiãozinho: Relaxa depois dessa aula eu vou para o meu salão e durmo um pouco e depois vou pro treino.
Raphaaa: Certo, mas não se atrasa pro treino...
Scorpiãozinho: Pode deixar...


Raphael fez um movimento com a varinha e queimou o papel para ninguém mais ler. Escorreguei mais pela cadeira e apoiei minha cabeça em meus braços. Aos poucos minha vista foi ficando escura.

Sonho:
-Scorpius acorda... – uma voz longe me chamava.
-Hum... – resmunguei em resposta.
-Anda Scorpius acorda... – uma voz feminina me chamou.
Decidi abrir meus olhos e ver quem me chamava. Minha vista ainda estava embaçada, só conseguia ver um borrão vermelho. Não consegui identificar quem era, mas a voz me era muito familiar.
-Scorpius, eu queria falar com você – ela disse se sentando do meu lado.
Cocei meus olhos para tentar enxergar melhor. Finalmente minha vista estava começando a se acostumar com a claridade. Olhei para os outros lados e não havia mais ninguém na sala.
-Rose – disse assim que consegui identificar quem era.
Ela estava vestida com o uniforme mais sem o sobretudo e nem o moletom que normalmente ela usa. Só com a blusa social com os dois primeiros botões abertos. O que eu senti ser um pouco sugestivo. Tentei fazer o máximo de esforço para direcionar meu olhar para o rosto dela.
-Eu mesma – disse ela, sorrindo – Sabe eu andei pensando naquilo que você me falou a umas semanas atrás e...
-Eee? – perguntei ansioso.
-Eu decidi te dar uma oportunidade – ela colocou uma mão sobre minha nuca e a acariciou.
-Sério? – perguntei, sorrindo.
-Eu nunca brinco – ela começou a se aproximar de mim, puxando meu rosto junto.
Estávamos tão próximos de nos beijar. Eu já estava sentindo o gosto da boca dela antes mesmo de beijá-la de tão próximo que estávamos.


-Scorpius, acorda cara – uma voz masculina me chamava e puxava a manga da minha camisa ao mesmo tempo.

Meus lábios tocaram superficialmente os dela.

-Anda cara... – outra voz me chamava vagamente.

Quando eu ia aprofundar o beijo senti alguém puxando a manga da minha camiseta.

-Eu não queria ser obrigada a fazer isso, mas as circunstâncias me obrigam – dessa vez uma voz feminina.
Do nada senti meu tornozelo ser puxado. Acordei em um estalo. Olhei para os lados e vi os garotos e as garotas me encarando e rindo. Senti meu rosto ficar vermelho. E comecei a me debater no ar.
Será que nem em sonho eu posso beijar a Rose?? Só pode ser perseguição. E toda vez é sempre tão próximo quando eu estou prestes a sentir o gosto da boca dela. Não é possível. Merlin deve me odiar muito.
-Tirem-me daqui – gritei com eles.
-Relaxa cara – Oliver falou em meio às risadas – Quem manda ser tão dorminhoco.
-Seus idiotas me tirem logo daqui – continuei me debatendo no ar.
-Calma, eu te tiro daí – disse Julia pegando a varinha e mentalizando o feitiço não verbal.
Caí de cara no chão. Meus amigos se mataram de rir em vez de tentar me ajudar a levantar. Levantei os encarando. Acho que meu rosto estava realmente maquiavélico, afinal eles pararam de rir na hora.
-Da próxima vez que forem me acordar pensem em outro modo - disse pegando as minhas coisas e saindo da sala.
Nenhum deles ousou vir atrás de mim, sabiam que eu estava com muita raiva para sequer ouvir o que eles tinham a dizer. Fui direto para o meu Salão Comunal. Estava com tanta raiva que quase não notei uma cabeleira vermelha deitada em um dos sofás lendo um livro, distraidamente. Parei imediatamente e me sentei na poltrona.
-Hora, hora se não é a sabe tudo desaparecida da semana.
Ela lentamente abaixou o livro e virou seu olhar para mim. Percebi que hoje ela estava com uma trança nos cabelos, que estava se desmanchando por si só.
-Hora, hora se não é o escorpião que só vive para me atazanar.
-Que milagre você por aqui...
-E pensei que você já tinha desistido de me perseguir, mas pelo que vejo não... – disse ela se levantando e subindo para seu quarto.
Por alguns instantes fiquei parado posicionado em um estado de pensamento do que fazer. Decidi jogar tudo para o alto...

Narrado por Rose

Três semanas longas se passaram. Sinceramente o que há de bom em ser monitora chefe? Ah! É ter um espaço só para mim. Isso seria ótimo se eu pudesse ficar nele por muito mais tempo e não fugindo da pequena doninha que, aliás, de pequena não tem nada. Tenho que fazer rondas que graças a Deus não precisa ser com ele por perto. Aliás, evitamos o máximo de nos encontrar ou nos falar, ou melhor, eu o evito o máximo que consigo. O que está sendo muito trabalhoso. Vira, volta e mexe o vejo indo dormir bem após o horário por causa dos deveres. Nem sei o porquê de eu andar observando aquele loiro oxigenado.
Outra coisa que eu tenho feito demasiadamente é evitar encontrar com Alex. Ele anda tão meloso. Não é uma coisa que me agrade muito. Não sei, acho-o amoroso demais. Isso já está me cansando.
Hugo vira e mexe e toda vez que Alex consegue uma brecha para ficar comigo, do nada aparece ou apronta alguma coisa, ou fica jogando piadinha. Nem namorar Alex e eu conseguimos mais. Não sei como Hugo nos acha. Será que ele anda pedindo o mapa do maroto emprestado para o Alvo? (N/A: Quer apostar?Ô.ô)
Todas as segundas tenho que agüentar as insuportáveis aulas de Poções e de brinde vem o loiro aguado junto. Basicamente não nos falamos só fazemos o trabalho e, diga-se de passagem, fica muito bom, afinal de contas mesmo a professora não querendo admitir nós sempre tiramos ótimo nos trabalhos dela.
Hoje não tive meus dois últimos tempos de aula, acho que o professor Neville teve algum problema com alguma planta ou algo do gênero. Subi feliz para o meu Salão Comunal para ler um livro de romance que eu ainda não terminei. Olhei para o Salão, sabia que Malfoy ainda tinha aula hoje. (N/A: Hum... anda reparando demais nos horários dele...) Meio que deitei no sofá e comecei minha leitura. Sério esse livro é muito bom. Nem vi o tempo passar.
-Hora, hora se não é a sabe tudo desaparecida da semana – uma voz rouca e cansada falou próximo a mim.
Demoradamente abaixei o livro na altura dos meus olhos para encarar aqueles olhos acinzentados. Seu rosto parecia tão cansando e mesmo assim tão determinado. Pude perceber um meio sorriso em seus lábios, enquanto eu o encarava.
-Hora, hora se não é o escorpião que só vive para me atazanar – falei venenozamente.
-Que milagre você por aqui... – começou ele.
-É eu pensei que você já tinha desistido de me perseguir, mas pelo que vejo não... – o cortei em meio a suas palavras.
Subitamente me levantei e segui calmamente para o meu quarto deixando um Malfoy sentado me observando subir. Quando eu estava prestes a fechar a porta de meu quarto, senti alguma coisa a prendendo. Olhei toda a extensão da porta semi-aberta e encarei o pé que impedia de eu fechar totalmente a porta.
-O que mais você quer? – perguntei rudemente ainda tentando fechar a porta.
-Será que você pode me deixar entrar? – ele tentava empurrar a porta – Pessoas civilizadas se falam de frente.
Ele empurrou a porta com um pouco mais de força e eu o deixei entrar. Segui até próximo a minha cama e esperei que ele começasse a falar, coisa que não veio então eu decidi prosseguir.
-Então... – deixei as palavras no ar.
-Por que me evita tanto se não sente nada por mim? – ele perguntou me encarando.
-Eu não te evito.
-Não? Faz semanas que eu nem sequer te vejo – ele deu uma risada seca.
-Talvez só estivéssemos no lugar errado na hora errada – respondi abaixando a cabeça.
Mentir nunca foi o meu forte.
-Sei – ouvi os passos dele se aproximando – Eu sei um motivo para você está me evitando tanto...
-E seria... ?? – comecei a me afastar.
-Você sentir a mesma atração que eu sinto por você – ele me prensou na parede e puxou meu rosto para que eu o encarasse.
Parecia que o tempo tinha parado. Encaramos-nos, observei a extensão do rosto dele, a vaga sensação de como ele respira, o que é isso nessas horas. Tentei virar meu rosto e deixar de encarar mais aquele olhar. Acho que isso foi pior. Ao virar deixei exposto meu pescoço. Ele inspirou o perfume de minha pele. Ao sentir a respiração em meu pescoço os pelos de meu corpo se eriçaram.
-Scorpius eu... – tentei falar.
Nos momentos seguintes só senti um efeito de descarga elétrica e o local queimando. Não sei como, mas minhas mãos se guiaram para o cabelo dele e começaram a puxar levemente, buscando um lugar para descarregar a sensação que passava pelo meu corpo.
Ele deu uma breve risada e continuou a depositar beijos sobre meu pescoço, subindo lenta e tortuosamente os beijos em direção ao meu rosto. Ele ficou bem próximo a minha boca e inesperadamente se afastou como se quisesse observar meu rosto. O encarei. Seus olhos mostravam desejo e um pedido mudo para me beijar. Minhas mãos aos poucos foram puxando seu rosto em direção a mim. Encarei aqueles olhos o máximo que pude. Quando estava sentindo o hálito dele, meus olhos se fecharam para sentir o cheiro com mais perícia.
Quando senti o gosto dos lábios dele, senti alguma coisa diferente de todos os outros beijos que já recebi. Não posso dizer que foram muitos, mas o suficiente para saber que esse era único. Ele lentamente foi pedindo passagem com a língua que eu concedi prontamente. Pude sentir a língua dele passeando pela minha boca explorando e conhecendo cada caminho que ela abrigava. Uma de suas mãos passeava livremente pelas minhas costas, enquanto a outra segurava minha nuca, talvez para que eu não pudesse me afastar. E as minhas mãos ainda navegavam tanto pelo cabelo dele quanto por seu pescoço tentando fazer com que eu tivesse um contato mais íntimo.
O beijo foi ficando muito mais lento, calmo, carinhoso. O que no começo foi um beijo cheio de desejo e bruto, aos poucos foi se transformando, pacientemente. A mão que estava em minha nuca agora passava ternamente pelo meu rosto tentando decorar as formas dele. Às vezes, ele parava e me dava selinhos e me provocava mordiscando levemente meu lábio inferior. Quando ele se demorava um pouco mais nos selinhos, eu mesma pedia passagem com a língua o qual ele dava um pequeno sorriso antes de conceder.
Meu ar foi acabando e lentamente afastei minha boca da dele. O encarei e observei que ele permanecia de olhos fechados. Tentei guardar aquela imagem na memória. “Como eu queria que os beijos de Alex fossem tão bons quanto esse.” Quando pensei isso senti meu rosto ficar vermelho. Então era isso que eu estava fazendo nesse momento. Eu estava traindo Alex. Scorpius finalmente abriu os olhos, pouco a pouco seu sorriso foi murchando ao ver minha expressão. Soltei minhas mãos dele e encarei a mão dele que ainda habitava meu rosto. Bruscamente a afastei e me pronunciei.
-O que você está fazendo? – minha voz era carregada de raiva.
Como se a culpa fosse só dele. Eu sabia que a culpa era tão minha quanto dele, mas eu simplesmente não conseguia naquele momento aceitar isso. Eu tinha que achar alguém para culpar, para tirar o peso das minhas costas. Só por aquele momento.
-Pensei que você soubesse o que é um beijo – respondeu sarcástico – Mas eu posso te mostrar de novo se quiser – ele se aproximou e me puxou pela nuca.
O segundo beijo foi melhor do que o primeiro. Minha razão me alertava dizendo para eu me afastar, mas meu corpo não obedecia. Como se eu precisasse do corpo dele colado ao meu para estar viva. Queria simplesmente que naquele momento não existisse Alex, meus pais, os pais de Scorpius, eu queria que simplesmente fosse ele e eu. Tentei achar forças em meu corpo para resistir a aproximação dele.
-Isso está errado – o empurrei com o máximo de força que encontrei em meu esguio corpo.
Mas não foi o suficiente, ele ainda estava muito próximo a mim. Encarando-me com aqueles olhos acinzentados, como se estivesse olhando dentro da minha alma, tentando ver o que eu estava pensando. Vi a mão dele subindo para meu rosto e com as costas da mão alisar delicadamente meu rosto. Fechei meus olhos para apreciar o toque. Minha respiração começou a ficar mais lenta, calma e serena. Senti que ele aproximou mais seu rosto do meu, pois podia novamente ouvir sua respiração, mas não abri os olhos para conferir, só esperei pelo que viria a seguir.
-Não, não está. Esse é o certo – sussurrou ele no meu ouvido.
Lentamente ele arrastou nossos lábios um no outro. Um profundo beijo veio a seguir. Sua respiração assim como a minha estava calma. Um beijo sincero. O afastei com força e segui para o outro canto do quarto.
-Saí do meu quarto agora – estava de costas para ele, o medo de querer voltar a sentir o gosto de seus lábios se apossava de mim.
-Tem certeza? – aposto que tinha um sorriso na cara dele na hora que ele falou isso.
-Está surdo ou quer que eu te lance um feitiço para você ter certeza?
-Ok. Mas me procure quando quiser um beijo de verdade.
Logo após ouvir a porta se fechando, segui até minha cama e me joguei sobre ela. Peguei um dos travesseiros, o apertei com força e comecei a chorar. Que droga, por que eu tinha que gostar justo dele? Um rapaz que minha família nunca ia aceitar.

Narrado por Scorpius

Quando saí do quarto ainda não podia acreditar que eu finalmente havia beijado a garota que eu tanto ansiei saber o sabor. Andei bobamente para o meu quarto perdendo a pose arrogante que carrego comigo, simplesmente sendo um cara normal com uma vida normal, que não é um Malfoy e que não precisa ter uma posição social ou algo do gênero. Sentei-me na minha cama. Estava tão agitado que apesar de estar deitado na cama não conseguia dormir. Revi várias vezes o beijo em minha mente.
Quando estava cansado demais para ficar pensando em todas as formas de encontrá-la novamente sozinha e indefesa para poder atacá-la novamente como um vampiro atrás de sua presa.
Sorri ainda sentindo o gosto da boca dela. Levantei animado e fui tomar um banho para seguir em direção ao campo de Quadribol. Peguei minha vassoura, ajeitei meu uniforme e segui para o campo com um sorriso estampado no rosto.
Fui o primeiro a chegar ao campo. Montei em minha vassoura e comecei a dar voltas no ar para simplesmente sentir o vento batendo em meus cabelos. Olhei para baixo e lá estavam Raphael e Oliver me encarando.
-Viu uma coruja verde? – Raphael perguntou, rindo enquanto eu descia uns metros para poder conversar com eles.
-Melhor... – fiquei de frente para eles.
-E esse melhor tem nome? – Oliver também subiu na vassoura dele para me acompanhar em meu vôo.
-Tem – disse simplesmente.
-Qual seria? – Raphael também já havia subido em sua vassoura e nos acompanhava pelo campo.
-Uma linda rosa – disse esperando que eles não entendessem o duplo sentido da palavra.
-Todo misterioso – riu Oliver.
-E como anda você e a Julie? – mudei o foco da conversa.
Julie e Oliver não estavam tendo um contato muito bom, por vezes vi quando ela saía quando ele chegava a algum lugar que ela estava presente. Ou fingia que ele não estava na frente dela, o deixando falando sozinho.
-Nada de diferente... – falou cabisbaixo - Não sei o que deu nela, desde que me viu aos beijos com a Andy está assim...(N/B: Se liga, Oliver!).
-Você realmente não sabe o que deu nela?? – Raphael ria debochado, como se aquilo tudo fosse uma grande piada.
-O que vocês sabem e não querem me contar? – Oliver nos encarava de uma forma meio que ameaçadora, mas que não nos intimidou nem um pouco.
-Se você não sabe não somos nós que vamos te contar... – respondi voando para perto das balizas – Vamos começar o treino.
Os outros jogadores já estavam no campo esperando para começar o treino. Rapidamente todos já estavam em suas vassouras, voando velozmente em volta do campo. Decidi não pegar pesado com eles no primeiro dia de treino, afinal o time já era bem entrosado. Desde o último ano a formação não havia quase se alterado.
Somente Jhonata Storney que era batedor e capitão do time saiu ano passado, ou seja, só precisávamos de mais um batedor. Os testes só seriam na próxima semana, decidi marcar esse treino para nós só por diversão para esticar as pernas e ver se não perdemos o condicionamento físico.
Terminamos o treino por volta das 19h50min, tomei banho no vestiário e vesti meu uniforme para seguir em direção de volta ao castelo. A primeira coisa que olhei quando entrei no Salão foi a mesa da Grifinória. Percebi que ela estava bem entrosada em uma conversa com os primos dela. Passei próximo a ela e me agachei para sussurrar no ouvido dela:
-Que bom que a Rosa ao jardim retorna – sussurrei e soltei uma risada sarcástica.
Os primos dela já estavam se levantando para tirar satisfação comigo, mas eu simplesmente dei as costas e segui em direção a minha mesa, não sem antes ouvir uma voz aguda perguntando a ela o que eu queria.
Passei o jantar todo com um sorriso no rosto o qual meus amigos perceberam. Disfarçadamente eu enviava olhares a Rose que estava de costas para mim.
Ainda não podia acreditar no que aconteceu. E eu só conseguia desejar beijar aqueles lábios novamente. Voltei para meu quarto antes do jantar acabar. Achei melhor ir fazer os deveres do dia seguinte. Não era de meu agrado levar detenção, aliás, detenção para mim é perda de tempo.
Comecei a fazer uma de minhas grandiosas redações para a aula de Transfiguração, mas na metade tive que interrompê-la. Era hora da ronda. Não estava nem um pouco animado para ficar andando de um lado para o outro sozinho procurando alunos que estavam fora da cama.
Estava no quinto andar quando ouvi barulho de vozes vindo de uma das salas de aula vazias. Aproximei-me esperando encontrar um aluno fora da cama. A fresta da porta estava aberta, havia luz e duas sombras lá dentro. Cheguei mais perto para ouvir o diálogo que se passava ali.
-... mas isso não explica o porquê de você está assim hoje – uma voz masculina falava – Está assim desde que acabaram as aulas.
-Eu já disse, eu só estou cansada... – reconheci a voz de Rose.
-Você agora parece estar sempre cansada, ou então nunca tem tempo para mim. Está sempre escondida atrás de um livro ou algo do gênero – a voz dele era baixa e nervosa.
-Eu preciso estudar, ok? Como você acha que eu mantenho minhas notas? – a voz dela não se alterou nem um pouco, enquanto discutia com ele.
-Você não estudava tanto assim quando nos conhecemos. Você sempre tinha tempo para ao menos conversar comigo, mas de uns tempos para cá você parece que está fugindo de mim – vi a sombra dele se mexer dentro da sala enquanto falava.
-As coisas mudam, estamos em ano de NIEMs tenho muito mais coisas para estudar – ela falou com a voz cansada – Ano passado não tinha tanta pressão sobre mim.
-Você não precisa estudar. Você sabe disso. Você é um gênio – ele continuou.
-Você sabe que minha mãe tirou nota máxima em todos os seus NIEMs todos esperam que eu seja tão boa quanto ela.
-Esqueça os outros – ele parou de caminhar e parou em frente a ela. Pude ver sua sombra tocar com a mão o rosto dela – Está na hora de você pensar em si própria.
-Eu não posso... – ela falou baixo.
-Se é assim, acho que não dá mais para continuar... – ele afastou-se seguindo em direção a porta.
Escondi-me rapidamente para trás de uma armadura que estava próxima da porta. Vi a sombra de Alex passando na escuridão indo em direção as escadas. Saí detrás da armadura e segui para perto da porta. Não sabia se entrava ou não. Quando ouvi um pequeno soluço, decidi entrar.
Fiz o mínimo de barulho possível e a abracei de surpresa. Ela pareceu não perceber que era eu. Simplesmente me abraçou também e soltou o choro. Eu simplesmente alisei o cabelo dela, tentando passar algum conforto. Dei um beijo no topo da cabeça dela e deixei-a chorar tudo o que precisava.
-Sabe ele tem razão – ela disse em meio ao choro – Eu preciso começar a viver minha vida.
-Eu sei – disse – Mas todos tem muita expectativa em cima de você, sei como é isso.
Ela me encarou.
-Não é fácil ser um Malfoy também. – disse, alisando os cabelos dela – Meu pai espera que eu tome conta das empresas assim que eu termine Hogwarts.
-E não é isso que você quer? – perguntou ela, parando um pouco de chorar.
-Na verdade eu queria ser Medibruxo, mas meu pai nunca vai aceitar isso.
-Você não precisa ser tudo o que seus pais querem que seja.
-E nós não precisamos ser tudo o que os outros esperam – disse a ela, sorrindo–Agora acho melhor... – comecei, limpando o rosto dela das lágrimas que ela havia chorado – Você ir dormir que amanhã será um longo dia, ok? Eu termino a ronda por você.
-Certo – disse ela, seguindo para porta, mas se virou no meio do caminho – Scorpius?
-Sim?
-Obrigada – ela deu um sorriso e saiu da sala andando lentamente.
Voltei para minha ronda, pensando que eu não precisava ser o que meu pai realmente quer. Que eu posso ser eu mesmo, sem depender das expectativas dos outros.

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N/B: Foi ótimo betar este capítulo. Finalmente, o beijo. E que beijo! Espero que todos tenham gostado deste capítulo tanto quanto eu gostei. Bjs.


N/A:Bem galera amei escrever esse capitulo... Principalmente a parte do beijo... Não sei se ficou do gosto de vocês mais eu coloquei exatamente como eu imaginei.. Obrigada a quem comentou... Seus comentários são muito importantes para mim...
Já estou na metade do capitulo 5 então ele não deve demorar agora que eu já estou de férias vai dá para eu adiantar bastante a fic...
Muito obrigada a todos... que comentaram e a minha beta...
Beijos e até o próximo capitulo...



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