O Pesadelo



Harry acordou, na manhã seguinte, com uma leve queimação na cicatriz. Mas ela foi tão momentânea que ele logo se esqueceu, quando desceu até o Salão Principal para o café da manhã. Após a refeição, Aberforth apareceu na mesa, distribuindo os horários, de má-vontade.

-Você... você... você... - resmungou ele, entregando para os alunos.

-Ótimo - disse Rony, examinando seu horário - Vamos ter Herbologia agora, depois Transfiguração. Após o almoço, duas aulas de poções.

Rapidamente, eles foram para as estufas de Herbologia. Quando chegaram, a Profª Sprout já tinha começado a falar, e mandou eles entrarem. Ela falou sobre a importância dos N.I.E.M.s na vida dos bruxos, e como eles interferiam nas vidas de cada um.

Em Transfiguração, a história não foi diferente. A Profª McGonagall continuava a lecionar a disciplina, e também passou a aula inteira falando sobre a importância dos N.I.E.M.s e como eles tinham que se preparar para passar.

-Espero que Aberforth não fale disso também - resmungou Rony - Eu sei que os N.I.E.M.s são importantes e difíceis, mas os professores não precisam ficar me lembrando!

Mas em Defesa Contra as Artes das Trevas a história foi diferente. Quando chegaram na classe, Aberforth estava sentado na cadeira de forma displicente e aguardava os alunos. Quando eles finalmente se sentaram, ele levantou e começou a falar.

-Sou Aberforth Dumbledore, e alguns de vocês já devem me conhecer. Enfim, eu era o proprietário do Cabeça de Javali, mas os lucros não estavam sendo satisfatórios. Preferi vendê-lo quando a diretora me ofereceu este cargo.

-Acho que ele não conseguiu muita coisa por aquele lugar embolorado - murmurou Hermione para Harry, que sorriu.

-Consegui sim, srta. Granger - falou Aberforth, e Hermione ficou vermelha - É uma boa localização, e mesmo que não interessa à senhorita, interessa à muitos outros.

-Desculpe senhor, mas eu... - balbuciou Hermione, muito vermelha.

-Como eu estava falando - cortou Aberforth -, não vou falar dos N.I.E.M.s, creio que vocês já ouviram o suficiente sobre eles por hoje.

Os alunos sorriram, aliviados.

-Até que ponto vocês tem conhecimento de feitiços defensivos? Bastante?

-Sim, senhor - responderam, alguns olhando para Harry. Na AD, aprenderam bastante sobre isso.

-Então, todos saberão se defender? Todos estão preparados para se defenderem desprevinidos?

-Sim, senhor - responderam os alunos, entusiasmados.

Aberforth parou por um momento, pensando. Então, rapidamente, empunhou a varinha e mirou em Rony.

-Expelliarmus!

Rony, surpreso junto com o resto da turma, viu sua varinha sair voando pela sala e bater na parede.

-Não, acho que não estão, não - falou Aberforth, olhando para Rony - Dividam-se em pares, e treinem feitiços defensivos.

Após a aula, todos foram para o almoço. Depois tinham Poções, e agora que não contava com o livro do Príncipe Mestiço, Harry tinha certeza de que seu desempenho despencaria. Porém, Slughorn também tratou dos N.I.E.M.s em sua aula. Cumprimentou Harry mais radiante do que nunca. Agora, ele era o diretor da Sonserina, com a morte de Snape.

-E Malfoy? O que aconteceu com ele? - murmurou Harry, vendo que Draco não estava na classe.

-Você não sabe? - disse Hermione - Ele está em Azkaban, junto com a mãe dele. Só Lúcio Malfoy ainda está foragido.

Após a aula, eles foram jantar e depois foram dormir, depois daquele longo dia.

As semanas passaram rapidamente para os estudantes. Agora, as matérias estavam mais difíceis do que nunca, exigindo todo o tempo dos garotos para o estudo. Aberforth estava ensinando alguns feitiços defensivos avançados que Harry jamais vira na vida. Em Herbologia, eles eram apresentados à plantas cada vez mais complexas e agressivas, e em Feitiços estavam praticando Feitiços de Dor de Barriga. Infelizmente, Harry exagerou no seu, e Rony passou o dia inteiro no banheiro do 4° andar. Em Transfigurações, tinham que transformar gatos em cachorros. Hermione foi a única que conseguiu transformar seu gato, embora ele ainda tivesse bigodes. Mas mesmo assim ganhou vinte pontos para a Grifinória. Em Poções, eles se irritavam ao fazer a Poção da Calma.

A cicatriz de Harry nunca mais doera, até aquela noite.

Após um exaustivo dia de aulas, Harry foi dormir normalmente. Após alguns minutos de sono, ele estava sonhando com a taça de Quadribol. Mas o torneio não iria ser realizado naquele ano, pois a taça havia sido perdida e eles precisavam de outra. Mas Harry estava com a taça no sonho, estava comemorando o título com a Grifinória...

Aí o sonho mudou.

Harry viu um homem alto, branco como uma vela, com os olhos e narinas ofídicas. Ele estava rindo muito diante um caldeirão, e Belatriz Lestrange levantava de uma mesa empoeirada. Ao ver seu corpo, ela também riu muito. Lúcio Malfoy apenas sorria diante aquele fato. Agora, eles...

-Acorde, Harry, acorde!

...Eles iriam buscar mais corpos de Comensais da Morte, para também...

-Acorde, Harry! Harry!

Harry acordou repentinamente. Estava no chão do dormitório, e sua cicatriz estava em chamas. Rony olhava para ele, aterrorizado. Dino, Simas e Neville também olhavam para ele, assustados.

-Você estava gritando! - disse Rony, rouco - E por que está com a mão na cicatriz?

Mas Harry ignorou o amigo, e ainda com a mão na cicatriz, levantou-se e foi correndo em direção à porta.

-Preciso falar com McGonagall! - gritou ele, abrindo a porta.

-Espere! - berrou Rony, correndo atrás de Harry.

Ao chegarem na Sala Comunal, algumas meninas estavam ali, para ver o que estava acontecendo, entre elas Hermione. Ao ver Harry e Rony correndo, ela indagou.

-O... quê...? - perguntou ela, mas também saiu correndo, atrás deles.

Harry corria pelos corredores, deseperado. Agora, tinha certeza que Voldemort havia ressuscitado e queria reorganizar seu exército, e tinha que avisar McGonagall disso. Ouvia Rony e Hermione gritando e correndo atrás, mas ele os ignorava. Ele não podia parar, tinha que avisar McGonagall disso...

Quando chegou até a gárgula, se aliviou ao comprovar que a gárgula ainda estava caduca o suficiente para não reconhecer senhas, e deixou-os entrar. harry arrombou o gabinete de McGonagall sem muita cerimônia. Ela, que estava escrevendo, se assustou e o encarou, assustada.

-Potter! Mas... o que significa isso? - perguntou ela, vendo Rony e Hermione chegando também.

-Ele voltou, professora! - gritou Harry amedrontado. Estava suando muito.

-Mas... Potter, como... como assim?

Ele explicou sobre seu sonho, enquanto a diretora escutava, com a expressão aterrorizada. Quando Harry terminou, McGonagall estava sem palavras, assim como Hermione e Rony, que pareciam paralisados.

-Potter... isso é loucura! - disse ela.

-Não é, professora! - gritou Harry - Ele voltou, é verdade...

-Chega - falou a professora, muito assustada - Potter... Granger... Weasley... Voltem agora para seus dormitórios...

-Mas professora...! - exclamou Harry, desesperado.

-Agora, Potter! - falou a diretora, com a voz firme.

Quando os três saíram do gabinete, o quadro de Alvo Dumbledore, logo atrás da cadeira de McGonagall, suspirou profundamente, e disse:

-Aconteceu o que eu temia, Minerva. Agora, chame Slughorn. Temos muito trabalho à fazer.

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