• Um peregrino na floresta



✰Narrado Pela Charlloty


A antiga profecia indiana, realmente começara a acontecer.Ri comigo mesma.Barich sempre acreditara nessas lendas, enquanto eu não acreditava, na verdade nem chegava a ouvi-las por inteiro.

Baririch e eu nos casamos em uma cerimônia grega antiga, muito demorada, com muitos rituais e deuses, nós não nos vimos ate o leito nupcial, mas mesmo assim fomos muito felizes juntos, eu me apaixonei por ele e acredito que tenha acontecido isso a ele também.

u tive tudo. Tudo o desejava.E também acredito que por amor a mim, não se casou com outra mulher ( N/A:Prática da poligamia¹, ter até quatro mulheres).Uma das coisas que costumava fazer era me comparar a uma rosa, achava impressionante, interessante e até mesmo curioso a minha sede pelo aprendizado. Para ele eu era uma pessoa que seguia suas regras e desabrochava mesmo com os espinhos da sociedade. Uma pessoa que sobrevivera a dificuldades da vida.

Quando perdi minha filha, meu mundo caiu. Anash e Barish eram tudo o que eu tinha. As jóias se perdem, o dinheiro se gasta, mas o amor que se tem por uma pessoa, eu acredito que nunca se acaba, mesmo tendo ódio dela, algum dia você a amou e ainda resta um pouco desse sentimento esquecido dentro de você.

Barich me ajudou a reconstruir os meus muros de proteção contra a dor, eu podia senti-la mais já não doía tanto.E então ele se foi e tudo desabou novamente, agora com a minha alma despedaçada não tinha mais a razão de eu ver o sol nascer novamente, não tinha razão para sentir, não tinha razão pra lutar.Minha sobrinha, Lily, foi a minha salvação, meu muro foi reconstruído aos poucos, e 10 anos depois posso dizer que ainda resta dor, ainda resta Barich.Ainda lembro a sua cor, o seu rosto, a sua fala e do jeito carinhoso que me chamava quando estava somente eu e ele.

Meus pensamentos no passado não me fizeram perceber que havia chegado ao meu destino. Shamhat relinchou ao reconhecer o lugar, uma velha casa, construída no meu de arvores. Casa do velho mago tinha velas acesas e um cheiro convidativo de pães assados transpôs o da floresta proibida.
A noite estava escura e com a costumeira neblina, dava para ver a lua cheia em poucos relances de luz e o frio da floresta não traspassava a minha capa.

A casa de Alvo Dumbledore. Era humilde e misteriosa, amarrei Shamhat há uma arvore próxima e caminhei até a porta da casa, bati três vezes. Um senhor idoso abriu a porta, deduzi que ele era o velho Dumbledore.

-Ah... Olá, Cahlloty.Estava a sua espera. – A porta foi aberta e uma sala espaçosa me foi mostrada. Nela, havia duas poltronas de couro em frente a uma laleira, mas o que realmente me chamou a atenção foi uma escrivaninha que esta a canto na sala.

Seu tampo era cheio de velas derretidas onde sua cera caia como que em cascata já endurecida em direção ao piso de madeira e ao seu lado uma pequena estante.

Entrei vagarosamente na casa, tentando absorver cada detalhe do lugar.
Em minha frente havia um pequeno corredor iluminado apenas por castiçais nas paredes, e em sua extensão podia ver duas portas, uma acreditava ser o quarto de Alvo Dumbledore e a outra porta eraa qual eu estava sendo encaminhada.

A vasta coleção de livros e escrituras antigas de Dumbledore era impressionante.Não saberia eu dizer como Dumbledorecolocara todos aqueles livros nas estantes que parecia que se mexessem nela todos os livros desabariam. E alguns que não cabiam mais nas estantes estavam empilhados no chão, em cima de um tapete de aparência muito antiga.

- Devo presumir a causa de sua vinda? – Perguntou-me Dumbledore espanando um pouco de poeira de cima de um dos livros.

- Suponho que sim, Alvo.

- A velha profecia, correto? – Balancei a cabeça afirmando.- Bem... Sibila me deu a profecia escrita em um pergaminho, mas... Aonde foi que eu o coloquei? – Ele perguntou a si mesmo.

Começamos uma procura pro toda a casa, mais especificamente pela biblioteca, eu já tinha procurado na maioria das estantes que lá haviam.

Dirigi-me à sala e comecei a procurar pela pequena estante que havia ao lado da curiosa escrivaninha com cera de vela em seu tampo. Observei melhor a mesinha, havia pequenos bilhetes antigos e alguns papeis para cartas, pude observar a cera de vela, era como um lençol de mesa transparente, e especo como uma cascata de água.

Vi algo verde, era uma...uma garrafa.Com cuidado para não destruir a cera botei minha pequenina Mao á procura da garrafa.Peguei-a e vi que havia um pergaminho lá dentro.

-Dumbledore... – Eu o chamei

-Sim, querida? – Ele já estava atrás de mim.

- Acho que achei – Eu disse.

- Eu sabia que havia guardado em algum lugar! – Ele falou consigo mesmo, eu estendi a ele a garrafa, ele negou. – É sua.

- Não posso ficar... É da sua coleção... Eu não poderia aceitar. - Eu disse a ele, ele iria perder um importante item da sua vasta coleção.

- Eu saberia se precisasse disso, não acha? – Ele me perguntou.

Considerei. Agradeci, e disse que deveria ir-me embora, pois em poucas horas o sol iria nascer e sentiriam a minha falta, ele concordou e me disse pra visitá-lo mais vezes, me falou algumas coisas estranhas como “Em breve você verá o que já foi esquecido”.

Despedi-me, e fui embora. A relva mostrava o orvalho matinal, e a neblina atrapalhava um pouco a visão, Shamhat sabia o caminho, eu não me preocupei em guiar. Achei que a viagem de volta foi mais rápida que a de ida, chegamos na muralha que cercava a fortaleza, atravessei a paredede trepaderias e voltei a minha vida.








6 de Dezenbro de 2008

¹ : Pratica arabe onde o homem pode se casar com mais de uma mulher, de acordo com o Corão, ele pode se casar com até quatro mulheres.

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