A Vida Amorosa de Ginny



Acomodaram-se, e assim que o ônibus partiu, Dominque perguntou:


- Se sua família odeia a minha, por que está me ajudando, Draco?


- Minha família odeia a sua, eu não. Não tenho nada contra os Weasley. – Draco mentiu sem hesitar.


Dominique pareceu aceitar aquela resposta, e o loiro não disse mais nada. Ele podia ouvir Lizbeth e Neville cochichando e rindo baixinho, e se sentiu enjoado com toda aquela melação. Esperava mais de Neville. Desde que os dois tinham se tornado amigos, Neville nunca tivera problemas com mulheres. Muito pelo contrário. Elas caíam aos seus pés.


- É enjoativo, não é? – perguntou Dominique rindo.


- Neville e Lizbeth? Estava pensando nisso agora. Eles deviam simplesmente partir logo para as vias de fato.


- Vocês dois sempre foram amigos?


Draco riu, e Dominique o olhou com as sobrancelhas erguidas.


- Não, para falar a verdade. Só viramos amigos quando fomos morar juntos em Pretória.


- Mas estudaram na mesma época em Hogwarts.


- Sim, mas éramos de casas rivais.


Draco explicou algumas coisas sobre Hogwarts para a ruiva, sobre as casas, as rivalidades, e até mesmo sobre as aulas e os professores.


- Obrigada por dividir suas memórias comigo, Draco.


- Hogwarts também faz parte da sua memória, Do...Ginny. Você vai se lembrar.


Draco e Dominique se olharam, e foi ela quem tomou a iniciativa. Aproximou seu rosto do dele e os dois trocaram um beijo rápido. Depois, ela apoiou a cabeça no ombro do loiro e disse:


- Boa noite, Draco.


Chegaram à Mbamba Bay por volta das seis da manhã. A viagem tinha demorado muito, o ônibus era velho e o que era para ser uma viagem de no máximo quatro horas acabou se tornando uma viagem de oito horas.


Desembarcaram doloridos daqueles assentos desconfortáveis, e Neville foi o primeiro a reclamar:


- No fim, acho que pagamos uma fortuna pela viagem! Nunca me sentei em algo mais desconfortável!


- Bem, nós não podíamos pagar por algo melhor. – disse Lizbeth. – Mas pelo menos chegamos até aqui.


Ela puxou um pedaço de papel da bolsa, e depois o mostrou para os três.


- Temos que ir para esse endereço.


- Por quê? – perguntou Neville.


- Uma das senhoras do nosso grupo, Mary-Ann Hotz, tem um irmão que mora aqui. Ela me disse que iria mandar uma carta para ele, pedindo que nos hospedasse por um dia. Poderemos descansar direito e continuar amanhã.


Draco achava um pouco irritante essa mania de Lizbeth cuidar de tudo sempre. Para ele, ela era praticamente uma réplica perfeita de Hermione Granger. No entanto, não disse nada. Nunca admitiria alto, mas sabia que eles não chegariam a lugar algum sem ela.


Lizbeth pegou indicações com um taxista, que disse a ela que não era longe, mas que daria carona de graça se ela o beijasse. Ela educadamente o mandou passear, e os quatro seguiram a pé.


Demoraram cerca de meia hora para chegar, já eram sete horas da manhã. Neville tocou a campanhia antes que Lizbeth pudesse dizer que os moradores ainda poderiam estar dormindo.


Um homem idoso abriu a porta; ele vestia trajes de bruxo, tinha a cara enrugada e olhos brilhantes. Sorrindo, ele disse:


- Vocês devem ser os amigos de Mary-Ann! Entrem, entrem! Sou Robert Hotz, o irmão dela.




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Robert instalou Neville e Draco em um quarto, Lizbeth e Dominique em outro. Elas dormiram a manhã inteira, mas Draco e Neville aproveitaram o tempo para conversar.


- Ela realmente é Virginia Weasley, Nev.


- Eu já suspeitava disso.


- Ela fica se lembrando de coisas como Peter Pettigrew e Luna Lovegood.


- Ela se lembrou da Luna?


- Sonhou com aquela sua namoradinha maluca.


- Ela não era maluca, era excêntrica.


- O que seja.


Ficaram em silêncio por alguns minutos, até que Draco perguntou:


- Então, você vai realmente fazer alguma coisa ou você e a Lizbeth vão ficar só enrolando?


- Não é bem assim, Draco. Ela é diferente.


- Claro que é. Diferente como todas as outras.


- Eu estou falando sério. Nem com Luna foi assim, e eu gostava bastante dela.


- Ah, ótimo! Estou viajando com uma Weasley, uma réplica da Granger e um Longbottom apaixonado. E eu achava que não poderia descer mais.


Neville atirou em Draco a primeira coisa que viu pela frente; Draco desviou, e o relógio de mesa se espatifou na parede. O loiro puxou a varinha e o consertou rapidamente, olhando torto para o amigo. Neville sorriu.


- Você pediu. Escute, Draco, vou falar sério agora. Não se apaixone por ela.


- Do que você está falando?


- Eu vi o beijo ontem, no ônibus. Você sabe o que vai acontecer quando ela se lembrar de tudo, ela vai escolher o Harry. A família dela te odeia. Não existe futuro nessa relação. Você sabe disso.


- Foi um beijinho, Longbottom, eu não estou apaixonado por ela. Ela é uma Weasley, esqueceu?


Neville decidiu não falar mais nada, Draco podia ser muito teimoso quando queria. Não achava que o amigo estivesse apaixonado, o loiro não se apaixonava com facilidade, e eles conheciam Dominique/Ginny há apenas alguns dias.


Draco ficou pensando no que Neville tinha dito. Sabia que não estava apaixonado, mas também não sentia aquele ódio que geralmente sentia por todos os membros da família Weasley. Você vai é ficar louco se não parar de pensar nisso! Com esse ultimo pensamento, Draco dormiu.




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Ela estava saindo de uma sala de aula quando ouviu um anão vestido de cupido gritar:


- Oi, você! "Arry" Potter!


Ela se aproximou e viu o anão e Harry Potter conversando.


- Tenho um cartão musical para entregar a "Arry" Potter em pessoa – disse o anão, empunhando a harpa.


- Aqui não – sibilou Harry.


- Fique parado! – o anão agarrou a mochila de Harry.


- Me solta!


A mochila acabou se rompendo, e todas as coisas de Harry caíram no chão. Ela olhou para o lado e viu Draco Malfoy se aproximando.


- Que é que está acontecendo aqui? - O loiro perguntou.


Harry guardava as coisas na mochila com pressa, e ela viu outra pessoa se aproximando, que ela sabia ser o seu irmão Percy.


- Que confusão é essa?


Harry tentou fugir de novo, mas o anão o agarrou e disse:


- Muito bem. Vamos ao seu cartão cantado:


Teus olhos são verdes como sapinhos cozidos,


Teus cabelos, negros como um quadro de aua.


Queria que tu fosses meu, garoto divino,


Herói que venceu o malvado Lord das Trevas


Harry se levantou, rindo, e ela se sentiu muito envergonhada. Seu irmão Percy dispersava os alunos, a maioria rindo. Ela viu Draco se abaixar e pegar o diário, e Harry pedir de volta.


Ela olhou horrorizada de Harry para o diário, enquanto Percy e Harry tentavam fazer com que o loiro o devolvesse. Harry acabou puxando a varinha e gritou "Expelliarmus!". O diário voou para as mãos de Harry, deixando Draco furioso. Percy gritou alguma coisa com Harry, mas ela não ouviu o que era.


Draco virou-se para ela e gritou:


- Acho que Potter não gostou muito do seu cartão!


Ela cobriu o rosto com as mãos e saiu correndo para dentro da sala.



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Dominique acordou num pulo, assustada. Tinha sido o sonho mais real que já tivera, mas ela tinha certeza que não havia sido apenas um sonho. Draco estava lá, assim como seu irmão Percy e Harry Potter.


Na cama ao lado, Lizbeth também acordava.


- Nossa, parece que nunca dormi tão bem. Você acabou de acordar?


Dominique fez que sim com a cabeça, pensativa. Lizbeth se aproximou.


- Ei, está tudo bem?


- Eu tive um sonho muito estranho, tenho quase certeza que é uma memória. Draco estava nele.


- Eu vou chamar ele e Neville, então.


Lizbeth saiu rapidamente do quarto, batendo a porta. Não adiantava falar com Neville, Dominique pensou. Ele não estava presente naquela cena. O único que seria capaz de contar alguma coisa seria Draco, se é que ele se lembrava. Todos pareciam muito jovens no sonho.


Cinco minutos depois, o loiro, Neville e Lizbeth chegaram no quarto.


- Lizbeth me disse que você teve um sonho. O que foi? – perguntou Neville imediatamente.


- Eu estava muito jovem no sonho, devia ter uns dez anos. Havia um anão, e ele estava perseguindo Harry Potter para entregar um cartão que eu tinha escrito, um cartão de dia dos namorados. Meu irmão Percy apareceu, e depois Draco. Havia alguma coisa sobre um diário, que estava na mochila de Harry, e que Draco queria.


- Eu me lembro desse dia. – disse o loiro, interrompendo Dominique.


- Então foi mesmo uma memória?


- Foi. Você estava no seu primeiro ano, e eu no segundo. Você gostava do Potter e escreveu um cartão para ele.


- Eu gostava dele desde os meus dez anos?


Dominique disse isso meio rindo, em descrença. Draco a olhou e deu de ombros, e Neville disse:


- Você parou de gostar dele durante um tempo. No seu terceiro ano, durante o baile de inverno, conheceu seu primeiro namorado, Michael Corner.


- Então, esse... Michael Corner me levou num baile e nós começamos a namorar?


- Não, para falar a verdade. Eu te levei no baile, mas você conheceu Michael mesmo assim.


- Eu estava com você e arranjei outro?


- Nós fomos como amigos. Eu não tinha par, e você não poderia entrar a não ser que fosse convidada por alguém do quarto ano pra cima. Então eu te convidei.


- Então, nós fomos juntos, mas eu comecei a sair com Michael Corner. E depois o que aconteceu?


Draco achava muito engraçado esse interesse de Dominique por sua vida amorosa passada, mas depois pensou melhor. Era obvio que ela tinha interesse, ela se interessava por qualquer coisa sobre sua vida.


- Você o namorou por um ano, mais ou menos, e depois que terminaram, começou a sair com Dino Thomas, um grifinório do meu ano. Não me lembro exatamente quanto tempo ficou com ele. E depois Harry.


- Ei, Nev, você não mencionou o outro. Aquele entre Thomas e Potter. – Draco disse isso rindo, e Lizbeth o olhou.


- O que foi?


Neville sorriu para as duas mulheres.


- Você namorou comigo por... um mês, acho.


- Um mês? – Draco pressionou.


- Está bem, seis meses. Mas esse não é ponto.


- Por que você não queria dizer? – perguntou Dominique.


- Achava que você ficaria sem graça. – o moreno mentiu.


Claro que ele não diria a verdade. Ele não dissera nada sobre aquele assunto porque agora gostava de Lizbeth, e talvez a morena não quisesse ficar com ele sabendo que ele já namorara sua melhor amiga. Ele a olhou, e ficou aliviado ao ver que ela achava aquilo tudo muito engraçado.


- Por que foi que vocês terminaram? – ela perguntou, rindo.


- Ela se apaixonou de novo por Harry, e eu já estava gostando de Luna Lovegood, uma outra namorada que tive.


Dominique assentiu, ela já sabia quem era Luna. E então ela se lembrou do final do sonho.


- Draco, você foi horrível naquele dia. Logo depois que Harry pegou o diário de volta, você gritou para mim: "Acho que Potter não gostou muito do seu cartão!"


- É, eu me lembro disso também.


- Nem preciso perguntar porquê. Você odiava a minha família.


- Ei, sua família também não era muito legal comigo!


Ela escolheu ignorar esse ultimo comentário. Não ia brigar com ele por causa de uma besteira que acontecera no passado. Naquele momento, estava mais interessada em saber outra coisa.


- Eu olhei horrorizada quando vi o diário nas mãos de Harry. Por quê? O que tinha naquele diário?




Continua...

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