Capítulo 11.



Capítulo 11 - Meia reconciliação







Harry ficou a fitando, assim como ela fazia, as lágrimas ainda rolavam em seu rosto como a chuva fina que estava começando a cair, e Hermione tentava colocar uma mecha de seu cabelo insistente que caía no seu rosto, atrás da orelha. Doía-lhe ouvir toda aquela declaração triste, sabendo que Hermione se machucara com a mentira e que ela ainda o amava.

Hermione estava pronta para subir de volta para a escola quando sentiu as mãos de Harry tocando-lhe o braço, estremeceu. Dessa vez ele não foi grosso e a puxou ferozmente, estava sensível e sentindo a vulnerabilidade de Hermione com o toque e com as palavras. Ele a virou cuidadosamente e a abraçou.

Ficaram alguns minutos assim, enquanto a chuva engrossava e um se aquecia com o calor do outro. Harry quis beijá-la, mas não podia. Sabia que se a beijasse, seria confundido com um outro Harry insensível que não era. E Hermione estava em seus braços tão à vontade...

"O que eu estou fazendo?", Hermione perguntou para si mesma, soltando-o rapidamente.

- Tem algo a me dizer? - ela perguntou, tentando parar de chorar, afastando do rosto as lágrimas que se molhavam e se misturavam com a chuva.

- Eu te amo. - ele disse, a encarando nos olhos. - isso que eu tenho a te dizer. Se não quiser acreditar em mim, sem problemas, mas...

Harry parou de falar fitando o sorriso irônico que Hermione estava dando.

- Acha que eu vou acreditar? Não precisa mentir que me ama, Harry! Me faça chorar com a verdade a sorrir com a mentira! - ela insistiu, gesticulando, irritadiça.

Harry estava ficando sem argumentos. Sem pensar duas vezes, se ajoelhou na lama misturada com grama, ficando de frente para Hermione. Ela, apesar de ter achado o gesto um tanto romântico e particularmente lindo, o ouviu.

- Acredita em mim agora? Eu nunca pensei que faria isso à alguém! Agora, por favor! Acredite em mim! Eu-te-amo! - ele segurou suas mãos, mas ela soltou-as.

Hermione fitou-o com uma vaga expressão de ignorância. No momento, Harry achou que ela iria render-se e acreditar que aquilo era verdadeiro, pois era! Mas ela sorriu novamente do mesmo jeito e saiu, andando em direção ao castelo, dizendo:

- Isso não funciona comigo, Potter!

Harry ficou ajoelhado, sem fitar as costas de Hermione, que andava apressadamente para o castelo. Procurou um colar que sempre usava dentro da camisa e abriu-o, com cuidado. De um lado, viu a foto de sua mãe e seu pai sorrindo e acenando, e do outro, Harry, Rony e Hermione com doze anos, acenavam rindo. Olhou novamente a foto dos pais e olhou para cima, para o céu, esperando que sua mãe estivesse ouvindo-lhe:

- Alguém não podia ter facilitado? - disse - olha só quem colocam no meu caminho... justo essa cabeça-dura!





- Harry... - Rony lhe deu uns tapinhas amistosos nas costas, sorrindo lamentavelmente - eu nunca achei que falaria isso novamente, mas... você é louco!

- Um louco apaixonado! - Harry se defendeu - se ela acreditasse em mim...! - suspirou, apertando em suas mãos a camisa que usava.

Era sábado, faltava uma semana para o Baile de Despedida, e o sexto ano foi convidado para participar. Estavam em Hogsmeade, no Três Vassouras, Rony tinha feito as pazes com o garçom, deixando Harry falando sozinho.

- Mas... então... ela só disse isso... "isso não funciona comigo, Potter!", só isso? - perguntou o ruivo, sem assunto, dando mais um gole na cerveja amanteigada.

- Não foi o que eu disse? - Harry perguntou, afirmando.

- Foi... mas posso te dar um conselho? - quis saber, vendo que Harry afirmou com a cabeça continuou: - não vai atrás dela. Deixa o tempo passar. - aconcelhou, dando uma olhada em volta.

- ...e machucar mais ainda...? É louco? Claro que não! Quero resolver esse problema antes do Baile. - respondeu, pagando o garçom e caminhando com Rony ao seu lado, até a porta do bar.

- Antes do Baile??? Quero só ver... - o outro ironizou.

- Você não tá ajudando... - Harry arrastou as palavras em busca de conforto.

- Mas isso já é loucura!

Harry abriu a porta e teve a infelicidade de ver Ewan McGregor conversando com Hermione, que ria do que ele continuava a falar. Ela com umas sacolas nas mãos enquanto ele conversava, sem oferecer ajuda.

Rony olhou para Harry, esperando reação, temeroso.

- Esse cara não é nada cavalheiro! - afirmou Harry, andando em direção oposta aos dois, sendo seguido por um ruivo que queria lhe falar:

- Harry...! Olha a cara da Hermione! Ela não está se divertindo! Você, como eu, sabe que ela só não quer dizer 'dá o fora' pra ele, mas está escrito na testa dela, pra quem quiser ler, que ela não está achando nada engraçado. - ele informou, exasperado por Harry entender.

- Não tem problema, Rony!





- Foi a Cho. - Simas respondeu, subornado por olhares. - ela me obrigou. Me disse que se eu falasse, ela me livrava de ficar com a Lilá! Mas... a garota veio atr... - antes de terminar a palavra, Harry correu, de pijama, até a sala do Salão Comunal. A raiva do garoto e de Cho o possuiu, mas ele precisava falar com Hermione.

Encontrou Gina lendo uns artigos de piada que Jorge e Fred lhe mandavam freqüentemente, que eram publicados pelos dois na coluna do Profeta Diário.

- Gina! - Harry exclamou, quase gritando, chamando sua atenção.

- Ai! - a garota deu um pulo e se endireitou ao ver que era Harry - que foi?

- Nunca precisei mais de você do que agora! Chama a Hermione no dormitório pra mim, por favor! - ele pediu, quase se ajoelhando para implorar.

- Claro... - ela sorriu bobamente, observando o semblante agoniado de Harry.

Harry esperou agoniadamente por alguns minutos esfregando os dedos, fazendo nós na camisa do pijama. Tinha que ser ouvido por Hermione. Ela tinha que saber dessa informação...

- Esqueceu de me falar alguma coisa? - ela colocou as mãos na cintura, alguns degraus acima na escada, de pijama, enquanto Gina descia livremente pelo corrimão;

- Não, eu tenho que falar com você, acabei de saber de u...

- Não quero saber! Eu já te esqueci, Harry! Pare de me encher, por favor! - ela interrompeu informando, subindo novamente para o dormitório feminino.

Harry ficou indignado com o que Hermione dissera. 'Já te esqueci'. Não, ele ainda a amava! Mas; se ela não o amava, não valia a pena ficar enchendo, a amaria em segredo, mais uma vez.

'Como ela pode ter me esquecido? Aquele capitão de meia tijela não iria mudar a idéia dela de uma hora pra outra, muito menos o coração dela!', ele pensava enquanto subia as escadas, sem notar que dois olhos castanhos o observava da fechadura.






"Harry,

Fui injusta, mas não retiro o que eu disse!
Eu tenho que ouvir, pois você me ouviu. Não é nada mais que isso.


Me encontre na orla da floresta hoje à noite, na cabana no Hagrid.

Hermione J."







- Vim aqui para você me dizer o que é, nada mais que isso, acredite. - ela disse, indo direto ao assunto, as mãos enfiadas no bolso.

- Então, vou direto ao assunto. Foi a Chang. Ela inventou essa mentira.

Hermione fechou os olhos, num gesto de impaciência, adquirindo as palavras de Harry, gravando-as em sua mente. Harry continuou a olhando, parada, os cabelos um pouco lisos. Olhou a cabana de Hagrid mais uma vez e disse:

- Vamos conversar melhor na cabana de Hagrid. Ele me disse onde estava a chave.

Depois de meia hora procurando a chave... oras... Harry sabia onde ela sempre ficava, e não que o amigo grande tinha mudado o lugar!

- Eu devia saber! - Hermione exclamou, batendo a porta com força, os punhos fechados.

- Então... - Harry tentou voltar ao assunto - você... vai querer... bem... continuar a namorar comigo? - ele corou, esperando a resposta 'sim'.

- Acho melhor não. Podemos a continuar a nos ver, até... mas... namorar... acho que já não dá mais.

Harry sentiu o chão cair e o teto desabar em sua cabeça. Tremeu, sem querer. Encostou as mãos na mesa e foi em busca de água. Tremendo, ainda.

- Harry... Harry! Você está bem? - Hermione perguntou.

- Acho que eu deveria perguntar isso! - ele exclamou, se sentando na grande cadeira onde o amigo gigante deveria estar.

- Só que você está tremendo! - ela pegou o copo de suas mãos e foi em busca de água, trazendo um copo cheio para ele.

'Involuntariamente', pensou. Era impossível a garota dizer aquelas palavras tão livremente assim, tão facilmente. Ele não sabia que ela tremia, internamente.

- Acho melhor voltarmos. Eu sei que é difícil aceitar um 'não', mas não é motivo para você ficar assim! - ela insistiu.

- Ah! Não!? - ele se ergueu da cadeira, falando mais alto que antes - então, eu, Harry Potter, que não sei de nada... ACHA QUE EU QUERO ESTAR TREMENDO DO JEITO QUE ESTOU AGORA? Eu não estou bem! É só isso! E me faz um favor? Me deixa sozinho? - pediu. Tinha falado mais alto e grosseiramente do que pretendia, mas era sua vez de explodir e mostrar o que sentia.

Hermione o olhou novamente e saiu. Harry ouviu suas costas batendo na parede do lado de fora, e um choramingo lamentável de Hermione. Foi correndo até a porta e viu o que esperava ver: Hermione chorando encostada na parede, com as mãos levadas ao rosto.

Abraçou-a enquanto ela balbucitava algumas palavras entre os soluços:

- É di-difícil dizer n-não, sabe?... Por-por que você acha que o des-destino nos co-colocou um na vi-vida do outro??? - ela perguntou, lamentando.

Harry preferiu ficar calado. Olhou para o céu, agradecendo por ter pelo menos mais um abraço da amiga, o que o reconfortava facilmente.

- Sra. Chorona, - ele brincou - acho que vai chover de novo.

- Não tem problema, Sr. Ignorante. - ela aproveitou a situação, abraçando-o pelo pescoço, mais fortemente.

- Ah! Sra. Sabe-Tu...

- Não comece, por favor!

- Ok...ok...

- Sabe; às vezes é bom, ficar discutindo abraçados, enquanto a garoa fina cai sobre a gente. - ela segredou, quase num sussurro.

- É. Só falta o beijo.

Hermione soltou-se rapidamente dele, e olhou-o com os olhos arregalados.

Tentou falar alguma coisa, mas não conseguiu. Fez uma expressão diferente e saiu. Deixando Harry atrás, meio-reconciliado com a namorada, arrependido por ter sido tão idiota de balbuciar as últimas palavras.





N/A: Gente, esse cap. não saiu bom... realmente não... sei lá... beeeeeeejaum!
edit¹: eu axei esse cap. meio loko, mas dá pra entender, neam?? 16/11/05

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