Solução



Capítulo 3- Solução – Por Hermione - Shh! Eu estou dormindo! Assim você me acorda! Assim que eu pronunciei estas palavras, minha versão adormecida na cama se mexeu. Eu e Sirius nos entreolhamos, tensos, sabendo que não tínhamos onde se esconder. Nem explicação para dar, caso eu ou Gina nos levantássemos. Mas a minha versão adormecida somente virou de lado, ajeitou os travesseiros com a mão e continuou dormindo. Senti um alívio tomar conta do meu corpo e soltei a respiração, que nem lembrava ter prendido. Fazendo o mínimo de barulho possível, eu andei até a mesa de cabeceira, abri a gaveta, que não rangeu e nem – eu percebi aliviada – parecia ter sido aberta pela adolescente. Sirius agarrou minha mão e me puxou violentamente em direção da porta. Gina, na cama ao lado, ainda de olhos fechados, empurrara o cobertor para o lado, e era evidente que iria se levantar. Saímos correndo, Sirius na minha frente, me puxando pelas mãos.




Assim que a porta do quarto se fechou, Sirius começou a gargalhar. - Que houve? - eu perguntei, um pouco confusa. - Quase que a Mione acorda! – “Mione, pelo o que eu entendera, era como ele chamava meu eu adolescente” – Eu tinha me esquecido como era divertido fazer uma coisa tão estúpida! - Não foi divertido! – retruquei, emburrada. Do modo certinho que eu tinha desde sempre – E se eu tivesse visto a mim mesma? Que horror! - Deixa de ser careta, mulher! Qual é a graça de uma vida sem riscos? Essa pergunta eu não respondi. Quando se cansou de esperar uma resposta, Sirius pegou um livro que rodava por ali e sentou na cama para ler. Eu fiquei parada no mesmo lugar. Pouco depois, eu caí de joelhos. Definitivamente, minha perna tinha virado gelatina. Me peguei murmurando algo incompreensível sobre Jet-leg de viagem no tempo quando o Sirius me perguntou o que houve. O que ele não podia saber é que eu ficara em choque porque, finalmente, realizara que ele ficara segurando minha mão mesmo depois de chegarmos ao quarto.




Eu estava trancada naquele quarto fazia três dias quando ele trouxe aquele livro. Era um exemplar bem antigo e poeirento. As páginas amarelas pareciam desmanchar ao menor toque e o título estava apagado demais para que eu conseguisse ler. Se estivéssemos em Hogwarts, aquele livro, com certeza, estaria na Sessão Reservada. - Veja a página 137. – ele pediu, e eu abri com muito cuidado o livro. Passei os olhos pela página, ela indicava como fazer uma poção. - Sirius... isso é Magia Negra... Não é? - Não. – ele fechou o livro, provocando uma nuvem de poeira. – Mas chega bem perto. De qualquer forma, você não tem outra opção. E eu me senti infeliz em pensar que realmente não tinha. - Como vou conseguir os ingredientes? - eu fitava a página – Ah, não! Isso vai demorar quatro meses, no mínimo, para ficar pronto. Porque esse tipo de poção nunca fica pronta rapidamente? - O que você quer dizer por “este tipo de poção”? Poções que são sinistras ou complicadas? – Eu tive que cogitar por um instante antes de responder. - As duas, acho. E, depois de mais um tempo de conversa, chegamos a conclusão de que Sirius iria arranjar os ingredientes. Não me pergunte como, ele disse que “daria um jeito”. E eu poderia prepará-la no quarto de Bicuço, porque “ele não se importa e eu não quero nada fedendo aqui dentro”. Fala sério.




“Sirius é uma pessoa muito legal” Me peguei pensando um dia desses. Ele me trazia comida no quarto, bisbilhotava armários na casa toda, procurando roupas das primas (até agora meu guarda roupa consistia em três vestidos, uma saia e uma camisa, além da roupa que eu viera), me trazia notícias do mundo lá fora e buscava livros para me entreter. Eu, com certeza, não poderia ter arranjado companhia melhor. E justamente por saber disso, que eu sentia uma pontada de culpa por deixá-lo morrer. Quando ele me perguntava o que aconteceria no futuro, eu sorria e ficava calada. A vontade de gritar tudo o que sabia para ele muitas vezes quase me dominava. Então eu mordia os lábios, trancando o conhecimento, e Sirius percebia que não seria desta vez que eu contaria tudo. Lá pelas tantas, eu me irritei com essa situação e comecei a procurar no livro sem-título algo sobre trazer pessoas da morte. Algo no jeito sinistro e acabado do livro me dizia que se eu queria encontrar alguma coisa, seria ali. Eu lia capítulo por capítulo, vendo ansiosamente cada página, linha, frase e palavra; esperando encontrar o que eu queria. Para o meu desalento, nada parecia me dizer o que eu queria ler. Nada exceto a última página. Sendo honesta, ela começava de modo desanimador: “Trazer os mortos a vida, como provam muitas experiências fracassadas, é impossível.. E continuava de modo levemente confuso: Porém, se o morto tiver caído nos chamados ‘Buracos Negros’, um amuleto pode ser usado para trazer o ‘morto’ de volta, por meio de um feitiço extremamente exaustivo que só pode ser feito por quem tem o par do amuleto. Eu não me lembrava de ter lido nada sobre Buracos Negros, porém como no canto da página havia o desenho de uma espécie de poço e um véu muito parecido com o do Ministério, eu deduzi que aquele texto poderia servir para mim. O resto do texto era extremamente técnico, com diversas explicações de como fazer um amuleto de Benzoar besuntado com Sangue de Dragão e outros ingredientes progressivamente nojentos, o que só me fazia perguntar como diabos eu ia conseguir que Sirius usasse aquela coisa fedorenta sem contar para que servia. Os ingredientes não me preocupavam tanto, pois quando adolescente descobrira onde ficava o estoque de ‘trecos e cacarecos’ da Ordem; onde eu com certeza encontraria Benzoar e os ingredientes que não encontrasse, pediria para o próprio Sirius, sobre o pretexto de fazer a poção para voltar para casa. Então, com muito cuidado, eu pus os pés para fora do quarto e da proteção, tentando calcular se Mione, a adolescente, não estaria se dirigindo para o mesmo local que eu. Depois de estimar que eu só iria encontrar a sala dali a mais ou menos dois dias, eu saí correndo para o depósito. No caminho ouvi passou vindo na minha direção. Aumentei a velocidade, seria impossível voltar sem ser vista. Quando bati a porta atrás de mim, estava sem fôlego. Realmente eu me sentia como se tivesse corrido uma maratona. Esporte nunca foi meu forte, e desconfio seriamente que nunca será. A corrida me deixara arfando muito. Minhas pernas tremiam abaixo de mim e meu coração estava totalmente descompassado. Me senti tão descontrolada que TIVE que me apoiar na estante atrás de mim. O meu azar foi que a estante estava instável e, com o peso extra, ela caiu para trás, espatifando todo seu conteúdo e chamando a atenção da outra pessoa que estava na sala. - Quem está aí?! “É, afinal de contas eu sou desastrada. E extremamente azarada.” Não tive tempo de pensar mais e saí correndo. Não fui muito longe e começava a ficar cansada novamente. Eu não deveria ter gastado tanto tempo sentada fazendo uma ampulheta estúpida (que deu errado). Deveria ter ido correr no Hyde Park ou algo do tipo, mas eu não tinha tempo para me preocupar com o que deveria ter sido. Afinal de contas, eu começava a ouvir passos na direção para onde estava indo. E a pessoa que me perseguia começava a me alcançar. “Eu já disse hoje o quanto amo a minha vida?” Fiquei parada no meio do corredor, por que afinal de contas não tinha nada melhor para fazer. Me sentia metida até o pescoço naquele ditado ‘se correr o bicho pega, se ficar o bicho come’. O que, convenhamos, é um ditado bem estúpido para se meter dentro. Os passos do corredor à minha frente finalmente me alcançaram. Poderia dizer com segurança, se quisesse, que estava vendo minha vida passar a minha frente. Afinal de contas, quem surgiu no corredor foi eu mesma. Não sei se consigo explicar o desejo de sumir das vistas do mundo e, principalmente, de mim mesma. “Adeus, vou sentir da minha sanidade.” A minha versão adolescente passou reto por mim, sem me notar ou mudar a expressão no rosto. A garota só parou para cumprimentar Remo Lupin, enquanto seguia em frente. Adivinhei que era Remo Lupin quem me seguia. Quando uma massa de cabelos cheios saiu de vista, o lobisomem olhou divertido para mim. Ou através de mim, já que eu estava invisível. Então eu entendi o que havia acontecido. N/A: Dessa vez foi rapidinho..^^.. Muitos e muitos e muitos obrigadas para Rhaissa.Black, que betou o capítulo *faz dancinha com as mãos*.. e é isso ;} Obrigada a Dhanny, Carla Ligia Ferreira, JuH FeLtoN, ☆ Bel Black ☆ ツ, Beca Black, Nanda L. Black que comentaram =) Desculpas se demorar a postar o próximo..são as provas =/ Beijinhos, B.Black ;)

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