Não posso ficar longe de você

Não posso ficar longe de você



Capítulo 6

Gina entrou na sala de Harry. Fechou a porta. Harry mandara chamá-la e ela sabia o motivo. Harry estava sentado de um modo imponente na sua cadeira. O olhar de Harry demonstrava raiva, mas seu sorriso era de triunfo. Conseguira o que queria. Gina tinha um olhar aflito. Não tinha escapatória.
-Pode sentar-disse Harry.
Gina sentou e ficou mexendo as mãos. Estava nervosa.
-Você sabe porque eu te chamei, não sabe?
-Sei.
-Por que você chegou atrasada?
-Você sabe que eu saí e cheguei tarde-disse Gina, sorrindo. Ela aparentava uma calma que estava longe de sentir.
“Eu chorei horas por sua causa e dormi poucas horas. Estou péssima! E a culpa é sua!”, gritava Gina em pensamento.
O olhar de raiva de Harry aumentou.
-Com quem você saiu?
-Você não é nada meu para perguntar com quem eu saio ou deixo de sair!
-Sou seu chefe e melhor amigo do seu irmão. E seus pais me consideram como filho.
-Mas você não é meu amigo. E chefe não pode interferir na vida... íntima dos seus empregados.
-Última chance: onde você estava ontem a noite?
-Não vou te responder-disse Gina se levantando e apoiando as mãos na mesa de Harry.
Harry percebeu que Gina não contaria nada para ele nem sob tortura.
Harry abriu mais seu sorriso triunfante. Gina tremeu. Viria uma bomba, Gina teve certeza.
-Você está no meu grupo, a partir de agora.
-Por favor, não...
-O que eu te disse? Que o seu próximo castigo era colocá-la no meu grupo. E você não me deu nenhum motivo para não lhe aplicar o castigo. Atrasou-se porque saiu para se divertir.
Gina se virou. Olhar para Harry só fazia aumentar sua raiva. Aquela sala estava sob tensão.
“Ainda tenho orgulho. Não vou dizer onde estava ontem para satisfazer a vontade desse crápula”, pensou Gina.
-Você sai para se divertir! E por que eu não posso?-perguntou Gina se virando para olhar Harry.
-Minha diversão não está na pauta da discussão.
-Não me venha com essa, Potter. Eu sei que você dá suas fugidinhas e que nem o Rony sabe aonde você vai-disse Gina com ciúmes.
-Está com ciúmes?!
-Não! Você seria o último homem que me interessaria!
-Você já foi perdidamente apaixonada por mim e disse que me amava e me amaria para sempre.
Gina se lembrou do que tinha dito antes de Harry tê-la deixado.
-Não vou mentir, você foi meu primeiro amor. Mas foi um amor adolescente, eu cresci e amadureci.
“Eu continuo te amando, mas eu não vou dizer isso a você. Você não merece que nenhuma mulher te ame. Eu que sou idiota e continuo te amando cada dia mais”, pensou Gina.
“Você vai voltar a me amar Gina Weasley”, pensou Harry.
-Eu sei-disse Harry se levantando e olhando Gina dos pés a cabeça.
Gina estremeceu com o olhar de Harry, ela poderia ver... desejo nos olhos de Harry.
“Como eu a desejo de qualquer jeito que esteja vestida, penteada, maquiada. Como eu posso desejá-la mesmo ela estando de rosto lavado sem nenhuma maquiagem, sem está produzida? Só de olhá-la, eu perco o juízo. Ela só é uma mulher! Mas não é qualquer mulher. Ela é Gina Weasley. A mulher que não saí da sua cabeça. A mulher da sua vida”, pensou Harry.
Gina sempre que podia evitava olhar para Harry, mas ultimamente olhar para Harry tinha sido inevitável.
“Será que ele me olhava assim sempre que me via?”, se perguntou Gina.
Gina tentou tirar aquele pensamento da cabeça. Não queria saber de Harry tendo desejo por ela. Só de pensar seu sangue corria mais rápido nas veias e sua respiração se alterava.
-Como você sabe que eu dou minhas... escapadas? Você está se informando bem da minha vida, não?
-Eu não quero saber nada, absolutamente nada da sua vida. Eu escutei o Rony falando um dia para mamãe, na Toca. Sem querer. Eu estava entrando na Toca e escutei.
-Sei...
O jeito de Harry falar irritou Gina.
-Você não acredita no que eu digo? Eu não sou mentirosa como você!
-Não estou dizendo que você é mentirosa. Você pode ir-disse Harry irritado.
-Continuo no meu grupo, não é?
-O que eu disse?
-Nem me divertir eu posso!
-Não!-gritou Harry.
Gina se assustou com o modo que Harry gritou, ele parecia que estava com... ciúmes. Não, não podia ser.
-Não quando isso interfere no trabalho-disse Harry mais calmo.-Fique preparada que qualquer coisa eu te aviso para irmos resolver.
Gina olhou profundamente para Harry. Os olhos dela faiscavam de raiva e ressentimento. Gina disse, pausadamente:
-Eu...te...odeio...Harry...Potter.
Virou-se, abriu a porta e bateu a porta com a maior força que tinha. Harry estava estático, ele só escutava Gina falar: ”Eu te odeio, Harry Potter”. E esta frase se repetia diversas vezes na sua cabeça.
Harry saiu do transe e a primeira coisa que lhe veio a cabeça, ele fez. Jogou o copo e jarra com água que estavam encima da mesa na parede. Jogou os papéis da mesa no chão e correu para porta. Colocou a mão na maçaneta, mas não teve forças para abrir a porta porque ele foi se escorregando em direção ao chão.
-Ela me odeia.
Harry chorou que soluçou. E lembrou...

Acepto que alguna vez mentí
Pero el que se engañaba era yo
Me diste más de lo que te di
Te pido solamente la oportunidad
Déjame demostrar que tú puedes confiar en mí

Harry entrou devagar no quarto de Gina. Tinha que conversar com ela, resolver seus problemas. Harry fechou a porta sem fazer barulho.
Gina estava no seu quarto e olhava atentamente a foto dela com Harry. Ele voltara! Ele conseguira derrotar Voldemort e viver! Que bom! Mas uma tristeza habitava seu coração, ela não conseguia esquecer a promessa que ele não cumprira. Ele mentiu e aquilo Gina não perdoaria.
Harry encostou-se na porta e disse:
-O que você está vendo?
Gina se virou assustada e viu Harry.
-Não lhe interessa-disse Gina, guardando a foto na gaveta da cômoda.-Esse é o meu quarto, sabia? E só entra quem eu quero no meu quarto.
-Por que você não falou comigo desde quando eu cheguei?
-Você sabe. E não me faça perguntas idiotas.
-Ainda está com raiva porque eu não te levei na procura das Horcruxes, não é?
-Você tinha prometido me levar!
-Você poderia ter se machucado ou até morrido!

Me muero si vivo sin ti
Ya nunca te fallaré
Y te juro que será así
Porque me muero sin ti
Ya nunca te fallaré
Como nunca me has fallado a mí

-Eu não quero que me tratem como uma boneca de porcelana porque eu não sou-gritou Gina.
-Não te trato assim.
-Não?-perguntou Gina, sorrindo alto.
-Eu queria te proteger.
-Não quero proteção. Uma coisa que eu quero é você bem longe de mim.
-Mas...
-Enquanto você estava na guerra, eu estava em Hogwarts. Preocupada. Eu ajudei no que pude, mas não como eu queria.
-Gina, você poderia ter morrido, como eu já disse e se isso tivesse acontecido...Eu não teria me perdoado.
-Não quero saber de mais nada. No começo, eu fiquei com raiva de Rony e Hermione, mas eles não me prometerem nada. Mas você me prometeu levar com você-disse Gina.-Você me prometeu!-Gina gritou.
-Me dê uma chance, eu não parei de pensar em você.
-Que honra! Harry Potter pensando em mim!-disse Gina, irônica.
-Eu estou falando a verdade. Você pode confiar em mim.
-Eu não tenho mais confiança em você.
-Como vai ser o sétimo ano em Hogwarts já que estaremos no mesmo ano?
-Eu não quero que você fale comigo lá, quer dizer, eu não quero que você fale mais comigo.
-Me perdoe...
-Não fale mais comigo e nem cruze meu caminho!

Me niego a creer que te perdí
Por eso tengo que luchar por ser mejor
Olvida ya lo que antes fui
Te pido solamente la oportunidad
Déjame demostrar que tú puedes confiar en mí...

Harry sentiu uma dor profunda no peito. Era preferível ter morrido na guerra do que ter o ódio de Gina. Gina queria odiar Harry, mas ao contrário o amava sempre mais.
Harry começou a abrir a porta e Gina se virou porque tinha os olhos marejados. Estava com uma vontade enorme de chorar, mas tinha orgulho. E não choraria. Limpou os olhos. Não queria que Harry soubesse que a afetava.
Gina sentiu alguém a girando e a jogando encima da cama. Harry se pôs encima de Gina, prendendo-a com o corpo.
-Saía de cima de mim!-falou Gina baixo.
Gina queria ter gritado, mas sentir o corpo de Harry sobre o dela, a fez estremecer sob o contato.
Harry não deu ouvido a Gina. Beijou-a com ardor. Ele queria tocá-la, beijá-la desde que chegara na Toca.
Harry beijava Gina no pescoço, na orelha. Gina suspirava, arfava nos braços de Harry. Só era Harry que tinha o poder de deixá-la frágil. Harry gostava de saber que Gina não ficara imune a seus beijos durante o tempo que passara longe dela. Mas, Harry via a resistência de Gina em tocá-lo. Ela não tocava Harry em nenhuma parte do corpo. No fim de um beijo, Harry pegou uma mão de Gina e levou ao botão de sua camisa.
-Eu quero que você me toque, eu quero sentir o seu toque-disse Harry olhando Gina nos olhos.
Gina estava em um combate interior. Abria ou não a camisa de Harry? Quando Gina percebeu Harry estava sobre ela sem camisa. Gina não sabia se tinha sido ela ou Harry que tinha aberto a camisa dele. Mas Gina sentiu a pele de Harry na palma da sua mão, enquanto deslizava as mãos por suas costas. Harry estremeceu ao contato. Harry passou a língua por trás da orelha de Gina e ela cravou as unhas nas costas de Harry.
Ouviu-se uma batida na porta. Gina e Harry viraram a cabeça para porta. Giraram a maçaneta. Gina gritou:
-Um minutinho, estou trocando de roupa. Saí de cima de mim-disse Gina, empurrando Harry.
Harry se levantou e vestiu a camisa.
-Não é com beijinhos que você fará eu te perdoar. Aparata!
-Gina, eu...
-Pode entrar, já troquei de roupa.
Harry aparatou.

Me muero si vivo sin ti
Ya nunca te fallaré
Y te juro que será así
Porque me muero sin ti
Ya nunca te fallaré
Como nunca me has fallado a mí

“Nossos últimos beijos, últimas carícias. É impossível esquecer! Mas, eu vou tê-la de volta! Ela não é imune a mim, eu tenho que pegá-la no seu ponto fraco para consegui-la de volta”, pensou Harry, enxugando as últimas lágrimas que escorriam por seu rosto.

Música: Me muero sin ti/ Diego.

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