Nada Além de Sonhos e Marcas



-Por favor, Milorde já fiz tudo que podia...O Senhor poderia me dar uma chance...

-Você não obedeceu minhas ordens como deveria Rabicho...

Uma voz feminina ria ao longe...

-Por favor Milorde...O Senhor sabe como eu fiz de tudo...Aquele garoto Potter sempre escapa você sabe como Alvo Dumbledore o protege! Peço-lhe apenas mais uma chance, Milorde.

-Você é um mero mortal incompetente, Rabicho, não merece remissão!

-Milorde...

A voz feminina dava guinchos de alegria

-Cale-se sua incompetente! - A voz calou-se instantaneamente - Já basta! Você é uma criatura repugnante, Rabicho, um servo meu infiel á sua palavra! Poderia lhe reconsiderar, pois preciso de um certo serviço...Mas já vi que você não mostra ser capaz suficiente para executá-lo...Crucio!

O último domingo ensolarado do mês de agosto já estava quase raiando. Os poucos postes que se mantinham acesos, pouco á pouco iam se apagando. Os entregadores de jornais passavam rapidamente com suas bicicletas e sacolas cheias de jornais do dia. Nada parecia estar errado em Little Whinging, aos poucos as casas quadradas, iam tendo suas janelas e seus gramados bem aparados (Agora que acabou-se a temporada da seca), banhados pelo sol. Nada mesmo, parecia estar errado, á não ser na Rua dos Alfeneiros, Nº 4, quando um garoto de grandes olhos verdes acordou de repente. Não estava nervoso, assustado ou qualquer coisa parecida, e isso não lhe parecia normal, pois acabara de sonhar com o pior bruxo das trevas, o mais temido de todos os tempos, Lord Voldemort. Ele não era um garoto qualquer. Era Harry James Potter. Quando tinha um ano de idade, seus pais foram assassinados por Voldemort. Harry sobreviveu ao ataque, marcado apenas com uma cicatriz, um fino raio na sua testa, que quando crescesse lhe traria de volta toda a sua história, a história que o marcara como o “menino que sobreviveu”.

O garoto se sentou em sua cama, e tentou se lembrar do sonho que havia tido. O sol refletia em seu rosto, agora que amanhecera completamente. Colocou os óculos e ficou olhando para o assoalho descascado de seu quarto. As férias de verão estavam á pouco de se acabar. Por que nada como o que acontecera como no ano passado, aconteceu este ano? Estava tudo quase tão normal...Por que não sentiu medo ao sonhar com Vodemort? Ele ficou um tempo se concentrando nisso, mas a sua mente foi invadida por outra coisa.

Um enorme assomo de tristeza o invadiu. Ele se sentia culpado pela morte de Sirius, mesmo Dumbledore ter lhe explicado como exatamente ocorreu tudo. Se culpava de não ter escutado Hermione, de não ter seguido seus conselhos para praticar Oclumência e não acreditar na sua "mania de herói". E para melhorar, Rony e Hermione apenas lhe madaram um cartão de aniversário e presentes que Harry nem abrira os pacotes. Apenas socara no malão e nunca mais olhara. Eles estavam diferentes com Harry, mas ele não se importava, não agora.

Como se fosse a coisa mais normal do mundo, uma coruja entrou pela janela em disparada, que por pouco não acertou Harry em cheio.Edwiges deu um pio alto de susto. A coruja se espatifou no armário. Harry a pegou e tentou ajudá-la, mas a coruja se desvencilhou e ainda deu um arranhão em Harry. Ele pegou a carta que estava presa á patinha da coruja. De lá da cozinha ele pôde escutar uma voz o chamando. Jogou a carta no malão e largou a coruja que muito insatisfeita por Edwiges não deixá-la beber a água do vasilhame foi embora.

Quando desceu para o café e sentou-se á mesa, Tia Petúnia lhe deu um considerável e áspero “Bom-Dia” e Tio Valter o olhou de esguelha por cima do jornal. Isso acontecia desde a volta de Harry no começo das férias...As ameaças de Olho-Tonto talvez estivessem surtindo um bom efeito...! Harry deu um largo sorriso e começou á comer seu cereal. Duda olhava com uma cara estranha, sentado á frente de Harry. Parecia desconfiado e nervoso ao mesmo tempo. Harry sabia que desde o ataque dos dementadores, Duda sempre ficava com essa cara quando estava perto de Harry, então ele simplesmente deu um sorrisinho e se voltou para a tigela de cereais enquanto Duda olhava mais desconfiado e nervoso ainda.

Quando Harry subiu para o quarto encontrou Edwiges e Errol brigando para tomar a água que restava no pequeno vasilhame da gaiola. Harry os separou e pegou a tigela do seu jantar da noite anterior e encheu de água para Errol. A ave cansada bebeu e logo depois lhe deu pequenas bicadas nas costas das mãos em agradecimento.Harry pegou a carta que estava presa em Errol e começou á ler:

“Caro Harry:

Que saudades cara! Por quê você não veio para A Toca? Dumbledore disse que você poderia ter vindo depois que algumas semanas...Mas entendo como você deve estar...Mamãe ainda está um pouco chateada por Snuffles...(Se importaria de eu chamar da forma normal?)...Mas acho que deveríamos falar sobre isso mais tarde...Ah! Esqueci de lhe contar: Papai foi promovido!!! Eu fiquei muito feliz na hora (Você tinha de ver como Cornélio Fudge está agora!!!) mas ele não aceitou o novo cargo, disse que gostava muito de trabalhar na seção de “Mau uso dos artefatos trouxas”, mas recebeu um aumento de salário e duas janelas no seu escritório! Papai está tão feliz que comprou presentes para todo mundo! Eu ganhei um uniforme completo dos Chudley Cannons, e, por mais incrível que pareça papai presenteou Fred e Jorge com materiais para a loja...Que por sinal está muito louca...Podíamos combinar de nos encontrar no Beco Diagonal...Se puder hoje á noite, pegue um Nôitibus e venha para A Toca ou para o Beco Diagonal...Hermione chegará amanhã de manhã para comprarmos os materiais desse ano.

Espero sua resposta
Abraços, Rony.”

Harry releu a carta pelo menos duas vezes. Estava muito feliz de poder voltar á Toca. Iria pegar o nôitibus no fim daquela tarde.

Estava descendo as escadas em direção ao jardim quando Duda passou ao seu lado e esbarrou. Harry deu um cutucão para revidar quando a varinha caiu do bolso. Quando se levantou após tê-la pego Tio Valter que ia passando o agarrou pelo pulso enquanto Duda ia se afastando aos poucos.

- O que pensa que está fazendo com isso apontado para meu filho, muleque!? – Tio Valter ia ficando cada vez mais vermelho – Aquela gente esquisita pode me ameaçar mas isso não impede que você faça alguma coisa com meu Duda!

-Tio Valter eu não estava ameaçando Duda, minha varinha caiu no chão e eu fui pegá-la!

- NÃO-FALE-PALAVRAS-DESSA-GENTE-SOB-MEU-TETO! – Tio Valter parecia cada vez mais vermelho e nervoso.

- Sim, Tio Valter... – O pulso de Harry estava ficando tão vermelho quanto o próprio Tio Valter – E se puder me soltar agora eu agradeço!
Tio Valter o soltou e olhou desconfiado.

- Á propósito – Continuou Harry enquanto massageava o pulso – Hoje no fim da tarde eu irei para a casa de meu amigo Ron Weasley, eu voltarei apenas o ano que vem.

- Ótimo! Quanto mais cedo melhor! Agora suba e arrume suas coisas para sair daqui o mais rápido possível!

Harry retirou todas as coisas de seu quarto e fechou a mala. Escreveu um bilhete para Ron dizendo que provavelmente á noite chegaria na Toca. Amarrou á carta á Errol e pediu que Edwiges acompanhasse, e que era para ela espera-lo lá na Toca. Depois sentou um pouco na cama e com o calor adormeceu.

Acordou algumas horas mais tarde e viu que já estava anoitecendo. Desceu em direção ao hall com o malão e a gaiola vazia de Edwiges e olhou em direção á sala e viu que Tio Valter e Tia Petúnia viam Tv enquanto Duda usava seu “semi-destruído” LapTop que Harry achou que em poucos minutos estaria totalmente destruído.

- Hum...Bom então até logo Tio Valter e Tia Petúnia – disse Harry com a porta de entrada já aberta.

- Até! – Respondeu Tio Valter secamente

- Hum...Até logo Dudiquinho! – Disse Harry

Ele saiu correndo antes que Duda pudesse tê-lo entendido.

Harry ficou andando pela Alameda das Glicínias pensando em quando o Nôitibus ia aparecer. Já estava lá há uns 10 minutos e não via sinal algum. Uma leve brisa começava a soprar os seus cabelos quando ele sentiu seu corpo congelar. Sua mão largou a mala e ele caiu de joelhos no chão.

Quando olhou para o alto viu uma sombra enorme vindo em sua direção. Ele ouvia gritos. A marca negra refulgia em sua mente novamente. Ele tentou recobrar as forças, lembrou da Umbridge indo embora de Hogwarts no trimestre passado e gritou, o mais alto que pôde "Expecto Patronum!". Um veado prateado irrompeu o céu e aquela sombra foi embora, como se nunca tivesse estado ali.

Harry estava assustado e arfando. Porquê aquele dementador aparecera ali como no ano passado? Estariam realmente se juntando á Voldemort? Ele não poderia pensar em nada disso agora. Seus olhos faziam força para fechar e seus sentidos estavam apagados.

Acordou recostado em uma poltrona num local onde haviam muitas pessoas falando sem parar. Ao seu lado haviam quatro borrões ruivos e um castanho. Recolocou os óculos e viu o Sr. Weasley, A Sra. Weasley, Rony, Gina e Mione olhando apreensivos o seu rosto suado. Ele se levantou, mas a Sra. Weasley fez com que ele se sentasse novamente.

-Como está, querido? - Perguntou ela - Ah! Se soubessemos não teríamos deixado você sair da casa de seus tios!

-Ah...Mas eu estou ok. - Disse Harry, ainda com os olhos embaçados- Onde estamos?

-No Ministério da Magia, Harry - Disse Hermione - Logo após a notificação que você havia feito um feitiço, três funcionários do Ministério buscaram você e o trouxeram para cá. Nós ficamos preocupados e viemos. Tudo aqui está um caos. Ninguém mais ouve Cornélio Fudge. Pode ficar sossegado - E deu um sorriso maternal, colocando a mão em seu ombro. - Você não vai ser expulso e ninguém está bravo com você.

- É cara, vai ficar tudo ok! - Disse Rony
Gina o olhava apreensivo. Ele sentiu um forte calor enquanto olhava Gina e Mione que mantinham uma expressão assustada.

- Acho que você deve estar cansado- Disse Gina com um leve suspiro - Devíamos ir para casa.

- Eu acho bom vocês irem - Eu ainda vou ficar no Ministério...Vão precisar muito da minha ajuda hoje.-Disse o Sr. Weasley

Harry chegou na Toca da forma que menos esperava.Ficava pensando no porquê de todos estarem tão calmos e maternais com ele. Ele acabara de executar um feitiço. Não deveria receber alguma advertência? Todos estavam preocupados com o início da Segunda Guerra, e não queriam demonstrar. Rony pegou suas malas e o levou até o quarto onde ele se largou na cama, e sem se preocupar com mais nada adormeceu.

Estava em um lugar escuro...Não havia passagem se sentia leve e calmo, quando uma mão fria passou em seu rosto...Seu corpo congelara novamente...Um grito aterrorizante o fez acordar.

Estava novamente deitado olhando para o teto laranja do quarto de Rony. Sentia como se várias pessoas estivessem ao seu redor...E estavam.
Vultos negros rodeavam a cama. Harry sentiu seu pulso apertado por uma mão gelada. Os vultos desapareceram quando alguém entrou no quarto.

-Harry, eu vim trazer....O que aconteceu!? - Perguntou Hermione derrubando uma bandeja com mingau no chão.

-Nada...Foi só um pesadelo...Só isso...! - Disse Harry arfando

-Ah! O que está acontecendo com seu pulso!? E seu rosto!? - Hermione passava a mão quente no rosto de Harry - Estão...Ah! Meu Deus! Espera aí!

Harry olhou para o pulso. Estava com uma marca, como se fosse uma queimadura. Exatamente a marca de uma mão. Ela ardia muito agora que ele havia reparado...Seu rosto também. Com um certo esforço, se levantou e foi até o espelho do armário de Rony. Quase gritou quando viu seu rosto. A mesma marca estava em sua bochecha direita, e ardia muito.

- Harry o que aconteceu? - Perguntou a Sra. Weasley. Harry se virou - Ah! Meu Deus! O que é isso em seu rosto!? Eu...Preciso falar com Dumbledore!

N/A: Tá...Eu sei...Tá uma merda! Mas msm assim comentem please!!!

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