Sonhos e Sangue



- Mas é surpreendente! – Gritava Tonks – Harry e Marin capturaram o pomo de ouro juntos! A partida está encerrada, e, pelo que me parece Olívio Wood está no campo com os jogadores decidindo o jogo!

- Olha, eu nunca vi um caso desses antes – Disse Olívio – E não sei como vou resolvê-lo.

- Simples, basta o Harry e a garota narrarem o que aconteceu – Disse Katie.

Rony riu.

- Mas acho que eles não estão em condições, eles caíram de quinze metros de altura, se vocês não lembram! – Disse Rony

- Acho que o mais justo á se fazer é passar a metade dos pontos para cada time, e ver quem tem o resultado maior – Disse Katie

- É uma forma inteligente de se decidir, mas não sei se você percebeu – disse Olívio – Griffinória e Sonserina estavam empatados, não tem como resolver agora. Acho melhor todos irmos até a Ála Hospitalar, vamos ver como estão os outros jogadores.

- Certo – Responderam Rony e Katie juntos

Harry e Marin eram levados para a Ála Hospitalar, enquanto Olívio, Katie e Rony iam até lá. A chuva degradante ía parando aos poucos, deixando a passagem para o retorno dos alunos que assistiam ao jogo de quadribol, livre de qualquer raio, impossibilitando que mais alguém fosse para a Ála Hospitalar.

- Acha que ele ficará bom? – Perguntou Katie

- Claro que ficará! – Respondeu Madame Pomfrey – São só algumas costelas quebradas, posso restaurar isso facilmente.

- E os outros jogadores? – Perguntou Rony, olhando para Gina e Hermione que estavam deitadas, inconscientes.

- Todos ficarão bem. Agora saiam. Vamos! – Disse Madame Pomfrey, fazendo sinal para que Katie, Rony e Olívio saíssem da Ála Hospitalar.

Harry abriu os olhos, a noite caía levemente pela janela á fora. O céu sem nuvens e uma brisa fresca, que ele sentiu soprar por seu rosto. Virou-se para o lado; uma dor incômoda abaixo do peito o forçou á deitar novamente. Ao seu lado, Hermione dormia, parecia ainda estar inconsciente. Do outro lado, Marin dormia, tinha uma faixa amarrada no pulso, e um pequeno curativo na altura da têmpora. Harry á mirou por um tempo. Como seria ser filha de um assassino? Como é ter que suportar isso? Ele levantou devagar, Madame Pomfrey dormia sobre a escrivaninha, certamente que havia tido muito trabalho naquela noite.

- Porque está acordado, você está machucado...deveria estar descansando...– Disse Marin, sentando-se na maca.

- Eu... – Disse Harry, evitando olha-la nos olhos.

- ...Que horas são agora? – Perguntou ela, bocejando.

- Não sei, provavelmente já é de madrugada – Disse Harry.

- Suponho que sim, está com fome? – Perguntou ela, levantando-se.

- Um pouco – Respondeu Harry ainda mirando o chão.

- Vamos até a cozinha... – Disse Marin – Eu estou com muita fome.

Harry seguiu Marin até a saída da Ála Hospitalar. Ela andava calmamente pelo corredor, ele não conseguia parar de olha-la. “Fale alguma coisa!”, pensou; mas lhe faltava uma coisa. Coragem. Ele andava lentamente, pensando no que poderia falar para ela, se é que naquele momento, era necessário falar algo.

- Shh... – Murmurou Marin, colocando a mão sobre a barriga de Harry, impedindo que ele andasse, ele sentiu um enorme frio na barriga.

- Acha que tem alguém se aproximando? – Perguntou Harry

- Filch... – Disse Marin, encostando no corredor... Precisamos sair daqui, vamos...

- Acha que dá para voltar a Ála Hospitalar? – Perguntou Harry

- Não, eu não sei exatamente onde o Filch está... Ele pode nos pegar se voltarmos por esse corredor. Vamos por ali, a gente entra e espera em alguma sala vazia.

- Certo

Harry e Marin seguiram em silêncio pelo corredor, e entraram no banheiro do segundo andar. Murta estava sentada na janela mirando a luz da lua que a ultrapassava. Ela deu um muxoxo de desaprovação, gritou bem alto e mergulhou na privada, deixando Harry e Marin para trás.

- Muito estranha essa Murta, não? – Perguntou Marin, mirando a privada na qual Murta mergulhara

Nem me fale... – Disse Harry – Tem alguém no corredor... Colloportus!

A porta deu um baque surdo e se trancou.

- Ótimo... Espero que não entrem aqui, bom, em todo caso se for o Filch ou o Snape, eles não vão invadir o banheiro feminino, não é? – Disse Marin com um sorriso

- É – Disse Harry – Acho que já dá para sair daqui, vamos.

- A Murta conseguiu inundar o banheiro denovo! – Disse Marin – Porque ela tem essa mania de se afogar hein!?

Harry apenas sorriu, murmurou “Alorromora!”, e a porta do banheiro se abriu lentamente, eles saíram pelo corredor em direção a cozinha, com as varinhas em punho.

- Você pisou em alguma possa de água? – Perguntou Marin olhando para trás

- Por quê? – Perguntou Harry

- Pegadas... Filch pode nos achar desse jeito – Disse Marin apontando para trás – Eraserus!

Uma fina linha azulada apagou as pegadas que estavam no chão.

- Livro Padrão de Feitiços 5ª série Capítulo Oito – Disse Marin – Já conhecia esse feitiço?

- Não – Disse Harry – Belo feitiço esse!

- Aprendi em Durmstrang, caminhamos muito na neve á noite, é preciso saber como não ser pego – Disse Marin – Vamos acho que se nós formos correndo acho que dá, vamos!

Harry e Marin sairam correndo em direção a cozinha, sempre parando no final de cada corredor para ver se alguém aparecera. Quando chegaram em frente ao quadro da cesta de frutas, Marin fez cócegas na pêra, que abriu a passagem para que eles entrassem.

- Harry Potter! Que bom revê-lo! - Disse um dos elfos

- Olá Dobby! – Disse Harry

- Dobby tem mesmo muita sorte, meu senhor – Disse Dobby – Desejava ver o menino Harry Potter há dias!

Harry corou levemente.

- Você é filha de um Comensal da Morte! Você! – Disse Dobby – Você pertence ao lado de você-sabe-quem, não quero você por aqui!

- Calma Dobby, eu odeio Voldemort, e não quero me juntar á ele, eu estou do lado do Harry Potter – Disse Marin, em tom de desculpa – Eu, não tenho intenção de ser má!

- Dobby não sabe se deve confiar – Disse Dobby, evitando olhar Marin e Harry – Dobby não gosta de você-sabe-quem. Mas em que posso servi-los?

- Nós queríamos comer alguma coisa... Quaquer coisa...e...

Nesse mesmo instante uma dúzia de Elfos começou a retirar pães e bolos do forno, jarras de suco e bombas de chocolate, e a arrumar a pequena mesa de toras de madeira, que agora estava cheia de todos os tipos de guloseimas.

- Nossa, mas não precisava caprichar tanto, nós só...

- Dobby e os outros Elfos fazem questão que Harry Potter seja bem-tratado em nossa cozinha – Disse Dobby, dando um muxoxo – E a menina também.

- Obrigada, Dobby – Disse Marin – É muita bondade da sua parte fazer isso por nós

- Dobby aceita o seu elogio, e reconhece que faz tudo isso pela honra que tem – Disse Dobby

Marin e Harry sentaram-se na pequena mesa e miraram todas as guloseimas que havia nela. “Será que a certo ponto Hermione tinha razão, sobre os Elfos trabalharem demais?”, pensou Harry, mas logo esqueceu o que havia pensado, por estava mais preocupado em saber por onde ía começar a comer.

- Você lembra do último minuto do jogo? – Perguntou Marin

- Só me lembro de quando eu acordei na Ála Hospitalar – Mentiu Harry – Mas, sinceramente eu gostaria de saber qual dos times ganhou o jogo.

- Eu também, mas acho que quando amanhecer, talvez saibamos quem venceu – Disse Marin.

- Vamos voltar? – Disse Harry – Acho que já comi o suficiente

- Certo – Disse Marin – Ei Dobby!
O Elfo que estava do outro lado da cozinha correu rapidamente ao encontro dos dois.

- Queríamos agradecer mais uma vez – Disse Marin – Então, obrigada.

- Fico feliz que tenham gostado – Disse Dobby com uma das toucas de Hermione na mão – É o mínimo que nós, elfos, fazemos pelos humanos.

- Não Dobby, não precisa agradecer desse jeito – Disse Harry – Nós é que estamos felizes de saber que você é tão gentil...

-...Dobby, gentil? – Lágrimas marejavam os olhos do elfo – Dobby nunca foi tão elogiado assim antes! Harry Potter é um bruxo de muita honra!

-Ah... Obrigado Dobby, mas pare de chorar por favor... – Disse Harry. Dobby arregalou os olhos ainda marejados de lágrimas – Obrigada, mas agora temos que ir...

- Até logo, espero que Harry Potter e a menina voltem sempre, Dobby adorará revê-los.

-Claro, até mais Dobby – Disse Marin, com um sorriso.

Harry e Marin passaram pela porta da cozinha, e voltaram ao corredor atentos sobre qualquer movimento. Estavam subindo uma das últimas escadas á chegar ao corredor do sétimo andar, quando escutaram passos pelo patamar acima.

- Pode ser que agora seja o Filch – Disse Marin, quando ouviram um miado no andar acima – É, acho que é ele, vamos!

Os dois correram em direção a sala mais próxima e se fecharam lá dentro. Filch estava no andar deles agora.

- Tantas salas para escolher e fomos escolher justo um armário de vassouras! – Disse Marin

- Acho que ele está vindo... – Disse Harry

- Parece que ele ainda não se convenceu, segunda vez que quase nos pega! – Disse Marin

- É verdade! – Disse Harry – Vamos parece que não tem mais ninguém!

Os dois seguiram pelo corredor e voltaram rapidamente a Ála Hospitalar. Deitaram-se e fingiram dormir. Madame Pomfrey acordou poucos minutos depois, e os mirou por um tempo. Acordou Harry para que ele tomasse mais uma dose de remédios, e se voltou para uma porta no fim da Ála Hospitalar, e lá parecia não voltar, então, Harry se recostou na cama e ficou mirando a noite gelada, onde caiam flocos de neve...

...Gelado em um campo escuro, solitariamente. Olho a sua volta, não sabia que lugar era aquele. Nunca o tinha visto antes. Murmúrios. Muitos deles. Palavras mais claras pareciam se formar. Todos eles... Marca ... Lord das trevas... Harry tentava entendê-las, elas estavam cada vez mais claras. Foi quando ele ouviu mais claramente: “ Todos aqueles que possuírem a marca irão junto ao senhor das trevas... Que se profetizem assim os novos dias.”

Urrava de dor. O sangue escorria pela face. Seu nariz estava ensangüentado, assim como ele em completo. Madame Pomfrey irrompeu a porta no fundo da Ála Hospitalar e foi até Harry. Tinha uma expressão de horror no rosto. Pegou uma toalha branca e a deu para Harry. A toalha tingiu-se de vermelho em questão de segundos. Os outros ocupantes das macas da Ála Hospitalar acordaram repentinamente, Hermione observava Harry com pânico. Madame Pomfrey saiu correndo da Ála Hospitalar. Hermione e Rony foram até Harry, que agora estava mais calmo, mas ainda havia sangue escorrendo pelo seu nariz.

- Ah, meus Deus, Harry! O que aconteceu!? – Perguntou Hermione

- Voldemort... – Murmurou Harry, ofegante

- Ele está feliz ou nervoso, ou algo assim? – Perguntou Hermione, ajudando Harry com o pano ensangüentado.

- Não, dessa vez foi diferente – Disse Harry, ainda ofegando fortemente – Foi algo sobre ele, e não o que ele sentiu...

- Como assim? – Perguntou Hermione.

Nesse mesmo instante Madame Pomfrey e a Profª McGonagall surgiram na Ála Hospitalar. Hermione e Rony deram espaço para que as duas viessem á falar com Harry.

- Potter, por favor, conte-nos o que aconteceu – Disse a Profª McGonagall

Eu quero falar com Dumbledore!– Disse Harry

- Ele virá aqui pela manhã, vamos fale o que aconteceu! – Repetiu a Profª McGonagall

- Preciso falar com Dumbledore! Só ele pode me ajudar! – Disse Harry, novamente.

- Certo, acho que posso dar um jeito. Madame Pomfrey, cuide para que esse sangramento pare, o senhor Potter já está branco demais...

A Professora McGonagall saiu rapidamente da Ála Hospitalar. Todos aguardavam aflitos pelo que poderia acontecer. A Profª McGonagall voltou sozinha e manteu-se olhando para a lareira vazia e empoeirada da Ála Hospitalar. Os outros, confusos miraram-na também. Em poucos minutos chames verdes e ofuscantes resplandeceram a lareira, e a cabeça de um homem de aparência velha com longas barbas e cabelos prateados. Ele mantinha uma expressão serena e mirava á todos, como se não os visse há tempos, e certamente que não via.

- Então o que quer, Harry? – Perguntou Dumbledore

- Profº Dumbledore, tive um sonho hoje... Preciso que você vá, por favor, ao departamento de mistérios... Preciso saber se há alguma nova...

- Certamente que há, Harry, vou consultar... – Disse Dumbledore calmamente

- Profº Dumbledore, não abandone Hogwarts, por favor – Disse Hermione – Você mesmo não queria assumir esse cargo no Ministério...

- Evidentemete que não, Srta. Granger – Disse Dumbledore – Mas tenho certeza que é do seu conhecimento, que estamos a beira de um caos no mundo da magia, causado por Voldemort. Metade do mundo bruxo ainda não acredita em seu retorno, para derrotá-lo o primeiro passo é unir, aqueles que acreditam e os que desacreditam, em uma única legião, de pessoas que tem fé, que um dia,vai haver uma nova era, uma nova era longe das trevas! Creio que tenho que ir, Amélia Bones esperava falar comigo, não posso deixa-la á esperar...

E dizendo isso, Dumbledore desapareceu entre as chamas esverdeadas, deixando Harry para trás, com milhares de questões aflorando em sua mente.

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