Me diga com quem andas que dir

Me diga com quem andas que dir



Capitulo 17 - Me diga com quem andas que direi quem és


 


Era mais uma aula de Porções e como sempre Hermione se sentou com os amigos. Estava mexendo uma solução no caldeirão, quando é interrogada meio alto por Rony.


- Que pulseira é essa?


A castanha fica vermelha, olha para Draco que dá um sorrisinho para ela. E ela se volta para o amigo.


- Presente de aniversário.


- Parece caro. Foi o seu namorado que deu, o Krum?


Rony não conseguia falar baixo, e assim como a primeira pergunta, a segunda indagação não passou despercebida a um certo loiro, que se irritou profundamente.


- Professor Folwer, o Weasley não me deixa concentrar na minha porção. Ele não cala a boca.


Marcus olha para o trio, e com uma cara de satisfação fala:


- Menos 20 pontos para a Grifínoria. E Rony, por favor, deixe a conversinha mole para os intervalos.


- Viu o que você fez, Rony.


A castanha suspira aliviada, e agradece aos pontos a menos.


- Em pensar que ainda temos mais uma aula junto com o pessoal da sonserina hoje. Esportes Bruxos...


- Vai ser um pesadelo - Hermione murmura, mas pensando em outro motivo.


O restante da aula transcorre normalmente. Todos vão almoçar, e depois de uma horinha de descanso grifinorios e sonserinos se encaminham para a aula de Esportes Bruxos.


- Hoje todos vão praticar quadribol. Faremos três times mistos de cada casa, quem perder dá a oportunidade para um novo time da mesma casa.- o professor dá as instruções.


- Mas é quem não gosta e não sabe jogar? Pode fazer outra atividade? - Hermione pergunta receosa.


- Como disse, todos terão que participar. - Vitor responde sem olhar para a menina.


- Você e o Krum brigaram? - Harry pergunta a amiga.


- Imagina. Não brigamos, terminamos. - a castanha responde.


- Vocês dois deixem de conversinha mole - ele fala e pela primeira vez encara a ex namorada. Hermione quase cai para trás ao perceber o ódio no rosto de Vitor. - Potter, Weasley e Thomas vocês escolhem os times da grifinoria. Malfoy, Goyle e Blaise façam o mesmo com o pessoal da sonserina.


Percebendo o medo da amiga, Harry escolhe Hermione para seu time logo de cara.


- Mi, sei que você detesta voar, então pode ficar no gol. Vou colocar uns meninos para proteger os arcos e você só precisa ficar parada no ar. E não se preocupe em defender as goles. E se desvie dos balaços.


- Nem precisava pedir isso. Obrigada - agradece a amiga, nervosa.


Depois de um tempo todos os times estavam divididos e Krum define que os dois primeiros a jogar são o time do Potter e o time do Malfoy.


Hermione sobe em sua vassoura meio vacilante. Sempre detestara voar. Tinha pavor de altura e não acreditava muito no seu próprio equilíbrio. Com muita dificuldade a castanha consegue chegar no seu posto.


- Mione, tome cuidado, ok?


- Pode deixar.


A partida começa e nem é preciso dizer que o time da grifinória estava perdendo de lavada. Hermione estava mais preocupada em se desviar dos balaços do que agarrar as goles. Harry fazia o que podia para agarrar o pomo, mas com Draco em sua cola, estava ficando meio difícil. O capitão do time oficial da grifinória tinha de admitir, o sonserino tinha melhorado e muito na sua performance.


A parte da competição dos dois, Hermione se desvia de um balaço e não repara em Pansy que estava preparando uma grande rebatida em sua direção. A castanha sente o impacto e tenta se segurar em sua vassoura, mas não consegue. Ela se desequilibra e vai caindo lentamente. Sua mente fica vazia, e consegue escutar ao fundo alguém gritar o seu nome.


A garota aperta os olhos e só para garantir mais um pouco que não veria sua estabanada certeira no chão, ela coloca as mãos nos olhos, esperando apenas sentir o impacto.


Mas ao invés do chão duro, seu corpo vai de encontro a braços macios. “Morri na queda, e estou no ceu”, ela pensa.


- Hermione, abre o olhos suas medrosa - alguém grita.


“Essa voz não parece a de Merlin, está mais para...”


- Draco! - ela diz.


- Hermione, por favor, dá para se apoiar na minha vassoura. Não agüento te segurar sozinha e ainda controlar o vôo.


É só então naquele momento que a menina percebe que Draco está carregando a garota nos braços em pleno ar.


- Desculpa. - ela diz, enquanto se endireita, e senta a sua frente na vassoura - Pensei que tinha morrido.


- Ai Hermione, você é muito pateta. Eu sei que parece um deus grego, um anjo de tão lindo, mas não precisa de tanto.


- E a modéstia de sempre. - Ela responde, se virando e olhando diretamente nos olhos do loiro. O clima era tão grande, que eles se esquecem que o restante da turma dos dois, os olhavam preocupados. Draco se aproxima, mais um pouco, e quando seus rostos estavam a apenas alguns milímetros de distancia, são interrompidos.


- Graças a deus, pensei que você ia se estabacar no chão, Mione.


Harry vai até a dupla, e paira no ar do lado deles.


- Eu também - responde a castanha, se afastando de Draco, e olhando para o amigo.


- Malfoy, er... obrigado. Mas acho que já pode levar a Mione para o chão, né?


- Sim - o loiro desconcertado vai até o chão e deixa a garota, que em um segundo é cercada pelos amigos de casa.


Draco vai se afastando meio confuso, quando é novamente abordado por Harry.


- Malfoy, toma - Harry tira das vestes discretamente uma bolinha dourada que batia suas asas freneticamente. - Acho melhor meu time não jogar. Você viu o que deu ne, sua namoradinha pegou pesado.


- Aquela besta. Mas concordo com você. - e pega o pomo da mão do outro.


Harry sai e vai para ver como a amiga estava. No meio do caminho depara com uma discussão.


- Isso tudo é culpa sua, sabe que tem gente que não gosta de jogar. É vingança.


Rony vermelho de raiva gritava com o professor, que ainda estava branco pelos acontecimentos. Neville com todo o custo tentava conter o amigo. Estava quase o deixando escapar quando Harry aparece e o ajuda.


- Vem Rony, vamos ver a Mione. - Harry sai puxando o amigo para longe do professor. - Rony!


- Tá,. Ta... Mas que idiota. Você não vê que isso é pura vingança pela Mi ter terminado com ele. Sujeitinho baixo.


Draco olha a cena com raiva. “Pela primeira vez tenho que concordar com o cabeça de fósforo. Mas que novidade boa, ela terminou com ele”, pensa o loiro.


- Pessoal, capturei o pomo. - grita Draco, quando vê que todos já estavam mais calmos e menos eufóricos.


- Mas isso é injusto. O jogo estava paralisado. - Rony começa a reclamar.


- Pelo amor de deus Rony, deixa como está. A Mione não deve mais jogar hoje.


- É mesmo, mas pode deixar que eu vou me vingar dessa do Malfoy. - garante o ruivo.


O resto do jogo transcorre com calma, por sorte o time de Harry e Hermione não voltam a jogar, o que deixou um tal loiro mais tranqüilo, e uam castanha mais relaxada.


*


- Vocês acham mesmo que ele fez isso por querer? - Hermione questiona seus amigos.


Os três amigos estavam reunidos depois do término das aulas no salão comunal da Grifinoria comentando sobre a “agitada” aula de esportes bruxos.


- Claro que foi. Olho se o Neville não tivesse me segurado tinha dado uns bons catiripapos naquela cara azeda do Krum. – Rony esbraveja mais vermelho que um pimentão.


- O que?  Você partiu para cima do Vitor? Rony... – Hermione olha feio para o amigo. – Isso poderia ter te causado muitos problemas.


- Mas aquele professorzinho de merda só fez isso porque sabe que você detesta voar. –Rony rebate.


- Você também acha isso, Harry?


- Sim... – e abraça a amiga – Outra que teve grande parte nessa confusão toda foi a namoradinha do Malfoy. Ela rebateu aquele balaço em sua direção de maldade.


- É mesmo... Se não fosse o Dra... er, o Malfoy, estaria pelo menos uma semana entrevada naquela enfermaria. Se não morresse direto. – e ela olha com medo para os amigos. – Pensei que ia ver Merlin mais cedo que todos.


- Mas se eu me encontro com o Krum ou com o Malfoy...


- Você não vai fazer nada – fala Harry – E porque o Malfoy? Dessa vez ele foi até... Como posso dizer, bem decente.


- Uê, é obvio que não posso bater na namoradinha dele. Não bato em mulher. Então quem deve pagar o pato é o loiro arrogante. Não sei porque vocês andam tão protetores com ele...


- É que pelo menos dessa vez o Malfoy não fez nada. – Harry responde olhando para Hermione, que dessa vez, olha para longe.


- Não entendo... mas...


Rony começa a falar, mas é interrompido por Gina que entra no salão comunal e chama Hermione para um canto.


- Mione, hoje tem uma daquelas festas secretas que comentei com você. Afim de ir?


Hermione fica calada, pesando os pros e contras, enquanto Rony olha curioso para as duas, e Harry olha para Gina com um olhar de cachorrinho abandonado.


 


 


 


- Não sei, não sou muito chegada a essas festas, muita bebida, muita música alta e de mal gosto, muitos estudantes irresponsáveis e muitas regras quebradas. - digo em dúvida.


- E muita chatice da sua parte. Ouvi dizer um dia desses, que você tinha prometido a Padma uma mudança radical. Pelo visto só durou no dia. - Quando Gina quer ser irritantemente chata, ela consegue.


- Gina, é que... - pelo visto Padma anda movimentando aquele bocão mais que o necessário. Acho que minha mudança foi mais interna, droga, pensando bem não teve muita mudança. Sou uma fraude.


- Não quero saber. E se você for com uma blusinha básica e calça jeans você vai ver comigo. - Gina grita antes de sair.


Volto para onde meus melhores amigos estavam. Eles me encaravam com um olhar curioso.


- E aí, por que as dicas de moda e ameaças? - Harry me pergunta.


- Nada, só uma brincadeira interna. - olho para o relógio - Acho que vou para o meu quarto, estou meio cansada, vou dormir.


- Mas ainda é sete da noite.


- Estou quebrada por hoje. Vocês sabem, por tudo que aconteceu.


- Ah, sim. Vai lá. Pode deixar que eu resolvo os outros probleminhas. - Rony me olhou com uma cara de encrenqueiro.


- Você vai ficar fazendo seu trabalho de porções. Você está muito atrasado.


Saio antes que eles começassem mais uma bateria de perguntas. E também porque precisava decidir o que faria da minha noite. Iria enfrentar um relaxante sono, ou entrar de cabeça num estressante barulho?


Acabei de terminar com meu namorado. Um namoro meio relâmpago de pouco mais de um mês. Mas se for pensar no geral é um dos namoros mais longos que já tive. Ou melhor, o único namoro. Porque Draco foi no máximo uma paquera de viagem, um amor mal correspondido, um rolo cheio de desentendidos.


Resumindo, eu tenho 17 anos, e minha vida amorosa é uma merda. Mas será que festas dissolutas com um bando de jovens irresponsável é a solução? Eu sei que essa forma funciona perfeitamente bem para a Gina, mas será que pra mim vai surtir o mesmo efeito? Não que eu tenha acabado um grande amor ou coisa do tipo, o meu foi mais um erro de percurso. É normal ser tão indecisa assim?


Fico deitada na cama, pensando demais, como de costume. Prós, contras tudo foi analisado. Ter consciência é uma bosta.


Mas no final decido ir a essa festa. Se tivesse ruim era só ir embora. Se tivesse bom, eu me divertiria, não tinha como perder muito.


*


Não sei se vocês se lembram, mas há uns meses atrás fiz uma certa comprinhas de umas roupas mais ousadas. Nem preciso dizer que usei uma ou duas peças, e minha super transformação durou exatas 24h. tudo culpa do sonserino idiota, chato, metido e insuportavelmente gato. Ele me salvou do maldito Duda e tive que cancelar a aposta, e como não precisava “conquistá-lo” para que usar as roupas?


Coloco um vestido vermelho, curto – mas nada “quero mostrar minha bunda para todos” – um salto e uma maquiagem leve. Todos já estão dormindo quando Gina vai até meu quarto, onde eu já arrumada lia um livro, me avisar que a barra estava super limpa e que podíamos aproveitar.


Devia ter adivinhado antes. As festas dissolutas de Hogwarts aconteciam na sala precisa. E não estou exagerando quanto o “dissolutas” só as pessoas mais atrevidas e encrenqueiras estavam na festa. Nem preciso dizer que a maioria era composta por Sonserinos, e a minoria por Corvinais.


- Ora, ora, ora...


Olho para trás e dou de cara com Blaise me olhando curioso e divertido ao mesmo tempo.


- Ora, ora. – respondo.


Ok, sei que o que acontece em Vegas, ou melhor, nessas festas, ficam na festa, mas tenho certeza que entre os participantes, a minha aparição deve ser inusitada demais.


- Quem diria, Hermione Granger. Olha, você está honrando a festa – Blaise continua.


- O que posso dizer, honra é meu nome.


Gina volta ao meu lado com um copo cheio de um liquido meio azul, um azul bonito, confesso, mas aparentemente nada inofensivo. É só ela se aproximar para Blaise sair.


- Mione, bebe isso. Depois disso daqui até o Neville fica bonito!


- O que? – nem preciso dizer que quando a questão é bebida minha experiência é 0,0.


- Mione, confia em mim. – ela me passa o copo com uma cara de sapeca.


Não tem aquele velho ditado trouxa que diz: “se ta na chuva é para se molhar”. Bom, resolvi seguir ele meio que a risca. Tomei o bagulho e me surpreendi como o negocio era bom.


- Não disse – Gina fala, com aquela cara ruiva, olhando para mim satisfeita.


- Muito bom. Como nunca tinha provado isso?


- Muito fácil. Olha com quem você anda: o chato do meu irmão, e o paspalho do meu ex. Com a Gina aqui você vai aproveitar a vida de uma forma que até Merlin duvida.


Merlin até não podia acreditar, mas eu comecei a me animar. Nem me incomodava mais estar na frente de um monte de sonserino que toda a minha vida implicou comigo. Gina não ficava comigo nem 5 minutos, era uma palavra aqui, outra ali, e ela saia com um novo “amigo”. Mas isso não queria dizer que fiquei jogada em escanteio, como acontecia normalmente quando não estava com Harry ou Rony. Na verdade, muitas pessoas pareciam bem interessadas a conversar comigo, principalmente os homens.


Na verdade, depois do terceiro copo com o “liquido mágico”, estava tão enturmada que nem distinguia quem era quem direito, imagina então se ia ficar me prendendo a detalhes como de que casa era a pessoa com quem eu conversava. E sim, só conversava.


Estava num papo bem estimulante com um lufa-lufa (descobri só por causa da camisa que mostrava – mesmo embaçado) o brasão da casa.


- Hermione, você está muito gata. – ele falava enquanto me abraçava.


Eu retribuía o abraço daquele desconhecido. Na verdade, desconhecido total não era, agora pensando bem, lembro de o ter visto uma vez ou outra rondando por Hogwarts. Nem preciso dizer que era mais novo que eu, mas fazer o que, era muito mais alto, forte, e um gato (esse era gato mesmo, comprovei depois que não foi só o efeito da bebida mágica).


- Você me conhece. Nem sei seu nome. – falo, me abraçando a ele também. Vejo Gina a meu lado dando um beijão num moreno alto, que meu deus, me tirou o fôlego. A ruiva olha para (enquanto o beijava), e me dá uma piscadinha que reconheço ser de aprovação.


- Claro, quem não conhece a integrante gata do trio maravilha?


Ando bem fácil, pois foi só ele jogar essa cantadinha barata que comecei a me agarrar com o gato.


Agora entendo a filosofia de Gina que diz “enquanto eu não encontro o certo, eu me divirto com os errados”. Confesso que beijar o lufa-lufa não tinha o mesmo sentimento e paixão de quando eu beijava o Malfoy, mas também não me sentia culpada como quando estava com o Krum. Essa coisa de ficar por ficar é anestesiante.


- Vamos ali para o canto, mais privacidade. - ele fala.


Perai, não foi a Gina mesmo que disse: “qual o objetivo de ficar, se for pra ficar pagando de namoradinho?”.


- Acho que a Gina está me chamando. Depois a gente se fala, ok?


E saio em direção a Gina, que com certeza nem queria me ver, pois estava se agarrando sinistramente com um garoto, que não pude reconhecer.


Dou uma distraída e vou me sentar em um banquinho perto do bar de bebidas. Pego mais um “liquido mágico” e começo a beber. Nem sei quantos copos já tinha tomado, mas estava tão leve, tão bem, que juro nunca ter sentido nada assim na minha vida. Cerveja amanteigada é uma merda comparada a isso. Depois de pegar mais um copo de bebida vou para um sofá que estava vazio.


Estava distraída, me divertindo com meu copo de delícia mágica (estou achando vários nomes para descrever esse achado em forma líquida), quando sinto alguém se sentar ao meu lado. Nem me dei ao trabalho de olhar quem estava ao meu lado.


- Granger...


É, parece que a pessoa quer que eu me comunique com ela. Quando me viro para ver quem está importunando nesse meu momento tão relaxe, dou de cara com o segundo sonserino mais chato do pedaço.


- Zan-bi-ni... - é impressão minha ou minha língua meio que enrolando, parece ter vida própria a bichinha.


- Olha, parece que a sabe-tudo-certinha resolveu chutar o balde, um pouco forte pra você não acha? - pergunta ele apontando para o meu copo quase vazio, e com um sorriso idiota na cara.


- Não. É. Problema. Seu. - digo meio pausadamente cada palavra, mas conseguindo me controlar melhor. Meu deus, deve ser pré-requisito ter esse arzinho irônico para ser da sonserina.


- Voando muito longe não é? Quer dizer, voando não, porque voar não é nem de longe uma habilidade sua. Quem diria, a sabe-tudo não é boa em alguma coisa. É nem sempre pode-se vencer tudo.


Ok, ele com certeza está afim de ganhar o prêmio de chato do ano. Se não tivesse concorrentes tão bons como a namoradinha do Malfoy, o Vitor, e o próprio Malfoy, ele com certeza seria o vencedor.


Sem querer aturar mais disso, me levanto rapidamente do sofá para fugir do sonserino, mas tenho uma pequenina surpresa. Além de deixar minha cabeça meio lesa, descobri que a bebida também afetava minhas pernas. Mal me levantei do sofá, caio nele de novo. Uma tontura invade a minha cabeça, e um principio de náusea chega até minha garganta.


- Devagar piloto de primeira viagem.


- Idiota. – digo antes de me levantar de novo, tendo o cuidado de ser menos afobada e de segurar o braço do sofá. – Estou ó-t-i-m-a.


- Nem precisa me dizer isso. – e percebo seu olhar percorrer todo o meu corpo. – È uma das únicas coisas que nunca vou discordar de você.  


Certo, mais um tarado para minha lista. Não que Blaise fosse de jogar fora, muito pelo contrario era um gatinho, mas eu sabia quem ele era, um insuportável assim como seu amiguinho.


- Mione?


- Oi Gina, tudo bom?


Gina olha para mim e começa a rir.


- Para mim sim, e você? Vi que pegou o Leon da lufa-lufa, um gato ele né? E beija bem que é uma beleza, que pegada. – ela vê minha cara de espantada e completa despreocupada. - Peguei ele semana passada. – ela passa as mãos no cabelo pensativa - Mas acho que já tinha ficado com ele antes, sei lá. Não importa. Vejo que gostou de BlueMagic Absolut.


- Amei a bebidinha mágica. Acabou – e sinalizo virando o capo de cabeça pra baixo.


- Criei um mostro. – Gina gargalha me puxando pelo braço até a mesa de bebidas.


Gina serve um copo cheio para mim e pra ela, e num gole seca o bendito. Merlin, quando eu crescer quero beber igual a ela. Conversamos um pouco, acredito que sobre bobagens e trivialidades, minha mente não conseguia armazenar tantas informações.


- E aí minha gatinha – diz um loiro muito bonito que abraçou Gina por trás. – Afim de uma diversão?


- Não me diga que você vai fazer stripper? – Gina diz se virando e dando um beijo nele. – Eu e a Mione estaremos na primeira fila depositando uns galeões na sua cueca.


- Adoro seu atrevimento. – e dá um beijo meio sugado e molhado demais pro meu gosto. – Mas estava pensando se você não quer cantar pra gente.


- Cantar, eu? Ta louco. – Gina gargalha alto. – Nunca. Mas a Mione podia fazer isso. O que acha?


Ela olha para mim com aqueles olhos sapecas e antes que eu pudesse pensar, respondo que sim. Pego minha varinha, coloco um feitiço amplificador na minha voz, e subo em uma mesa. E por incrível que pareça, ao ver toda aquele gente me olhando, ao invés de medo, de deu prazer.


Uma adrenalina percorreu o meu corpo, e sem que me desse conta já estava dando um show (tanto pro lado mal quanto para o ruim). Nem pensei duas vezes e comecei a cantar uma música super engraçada que interpretava brincando com as minhas primas trouxas.


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[i]One way or another, I'm gonna find ya'[/i]
(De um jeito ou de outro,eu vou te achar)


[i]I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'[/i]
(Vou te pegar, te pegar, te pegar, te pegar)


[i]One way or another, I'm gonna win ya'[/i]
(De um jeito ou de outro, vou te vencer)


[i]I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'[/i]
(Vou te pegar, te pegar, te pegar, te pegar)


[i]One way or another, I'm gonna see ya'[/i]
(De um jeito ou de outro, eu vou te ver)


[i]I'm gonna meet ya', meet ya', meet ya', meet ya'[/i]
(Vou te encontrar, te encontrar, te encontrar, te encontrar)


[i]One day maybe next week, I'm gonna meet ya'[/i]
(Um dia, talvez semana que vem, eu irei te encontrar)


[i]I'm gonna meet ya', I'll meet ya'[/i]
(Eu vou te encontrar, eu vou te encontrar)

[i]I will drive past your house[/i]


(Irei passar pela sua casa)


[i]And if the lights are all down[/i]
(E se todas as luzes estiverem apagadas)


[i]I'll see who's around[/i]
(Eu vou olhar ao redor.)


 


[i]One way or another, I'm gonna find ya'[/i]
(De um jeito ou de outro, eu vou te achar,)


[i]I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'[/i]
(Eu vou te pegar, te pegar, te pegar, te pegar.)


[i]One way or another, I'm gonna win ya'[/i]
(De um jeito ou de outro, vou te vencer,)


[i]I'll get ya', I'll get ya'[/i]
(irei te pegar, irei te pegar.)


[i]One way or another, I'm gonna see ya'[/i]
(De um jeito ou de outro, eu vou te ver,)


[i]I'm gonna meet ya', meet ya', meet ya', meet ya'[/i]


(Vou te encontrar, te encontrar, te encontrar)


[i]One day maybe next week, [/i]
(Um dia, talvez semana que vem,)


[i] I'm gonna meet ya[/i]


(Eu vou te encontrar, irei te encontrar)


[i]And if the lights are all out[/i]


(E se todas as luzes estiverem apagadas)


[i]I'll follow your bus downtown[/i]
(eu irei seguir sua voz até o Centro)


[i]See who's hangin' out[/i]
(Ver quem está rondando)


 


Tah certo, acho que me animei demais no decorrer da música. Andava de um lado pro outro me esquecendo de que estava com um mini vestido vermelho, meio provocante. Sem falar que com a empolgação da música, bem vamos dizer que eu não era nem de longe a menina mais recatada do recinto (não que tivesse algum santo lá), aposto também que a cor da minha calcinha não era segredo pra ninguém. Mas agora vendo pelo lado positivo, pelo menos eu tinha uma.


Mas tudo isso não justifica os acontecimentos posteriores ao pequeno show. Estava eu empolgada e modéstia parte divertindo a galera. Quando no final da música sou puxada para baixo. e se não bastasse, a coisa bruta que fez isso, me jogou em seus ombros e saiu andando comigo, me carregando como se fosse um saco de batatas.


- Me larga – grito.


- Cala boca – uma voz que reconheço na hora fala baixo, mas firme. – Só falta eu ganhar uma detenção por sua causa.


- Me coloca no chão, Malfoy.


- Pra que? Para você voltar correndo para lá e terminar o seu showzinho. Sem chance.


Assumo uma nova estratégia, chutar e bater em suas costas com minhas mãos. Se ele não ia me largar por conta dos meus gritos, com certeza ia pensar duas vezes em continuar com essa palhaçada comigo esmurrando seu corpinho.


- Pronto. Satisfeita? – ele me coloca rápido demais no chão e meio que aquele probleminha de equilíbrio volta.


- Quantos copos de Magic Absolut? – ele pergunta me amparando pela cintura. Assim menos mal. – Só Magic Absolut para deixar você assim. Nem uma fraca como você conseguiria ficar bêbada com uns copinhos de cerveja amantegada.


Chegamos na sala comunal dos chefes de monitoria, e caio no sofá. Nem por reza conseguiria subir as escadas para o meu quarto.


- Um momento... – agora me lembro de um importante detalhe. – Você não estava na festa.


- Olha, um ponto para você. Sua memória não é tão péssima quanto seu equilíbrio e senso do ridículo. – ele fala com a voz mais irônica que consegue arrumar.


- Ridículo é você. Mas não fuja do assunto. – ele consegue me irritar até quando estou bêbada. Isso quer dizer que acabaram minhas chances de poder me abstrair da sua chatice eterna. Se o M.Absolut não conseguiu, nada consegue.


- Recebi um aviso muito divertido do Blaise, falando que eu não ia acreditar quando dissesse que a sabe-tudo da grifinoria estava pirando o cabeção e pegando geral nas festinhas proibidas de Hogwarts. E olha, no começo não acreditei, mas quando cheguei e te vi em cima de uma mesa, não deixou dúvidas.


- Sonserino chato. Bocudo. Por que ele te avisaria?


- Porque será? Não é porque você estava dando um showzinho e todos estavam rindo da sua cara?


Rindo de mim? Mas eles estavam rindo comigo, não é? A discussão com Draco tinha me deixado um pouco mais sóbria, e fez com que eu repassasse alguns momentos da festa. Eu com vestido super curto, eu me agarrando muito animada com um desconhecido (que em minha defesa era muito gato para se resistir), eu na entornando alcool guela abaixo. Sim, eu dando um show.


É nesse momento que faço a última coisa que devia fazer na frente de Draco: começo a chorar que nem um bebê. Parece que estava sofrendo de todos os males da bebida: inconseqüência, exibicionismo, falta de equilíbrio e agora choro. Pelo que eu li por aí, só falta uma coisa, vomitar. Eca, melhor nem pensar. 


- Hermione... o que você tem? – Draco se senta do meu lado e me abraça. Não é tão mal assim. Pelo menos você estava de calcinha. – Não falei, todos viram a peça. – Não que eu estivesse olhando, mas tinha momentos que era impossível não ver. – ele fala, se desculpando. E porque rosa de babadinho?


Me enterre viva agora Merlin? Plis, nunca passei tanta vergonha na minha vida. Eu e minha mania de usar calcinhas do mesmo estilo que usava desde os sete anos, mas elas são tão boas. É a bebida sai pelos poros e junto com ela a coragem, só deixa a vergonha e os comentários do dia seguinte.


- Draco, todos estavam odiando? Por isso riam de mim?


- Granger, as únicas que odiaram são as meninas invejosas. Os garotos estavam gostando demais, e algumas garotas menos inseguras adoraram. Mas essa não é você.


Ele me abraça mais forte, me reconfortando. Ele ficava tão diferente as vezes. Nem parecia o Draco de minutos atrás, raivoso que me jogou em suas cosas. Era um homem mais carinhoso, muito parecido com o Draco que conheci e aprendi a amar em Londres.


- Obrigada – digo me afastando dele. – Por isso também – indico a pulseira.


- De nada, mas essa – e aponta a pulseira – Só pertence a você, um dia irá entender o porquê.


Ele me dá um sorriso que nunca tinha visto na vida. Era diferente, de alguma forma me pareceu mais maduro. Acho que estou vendo coisas.


- Vou subir. Acho que preciso de um banho, não é? E dormir.


- Sim, te ajudo.


- Não precisa. Estou boa já. - Me levanto e nem desequilibro, quer dizer, dou uma titubeada para o lado, mas nada como antes. – como disse, estou pronta pra outra.


- Eu insisto. – ele segura no meu braço, e me leva até a porta. Foram menos de 20 metros, e como disse, completamente desnecessário.


- Acho que é isso. – falo com a mão na maçaneta, mas sem vontade real de abrir a porta. – Obrigada.


- Ok. – ele me olha, e coloca a mão na cabeça. – Era isso, ia perguntar como estava depois do incidente de manhã, na quadra de esportes.


- Estou bem. Mas para aquilo não estou pronta para outra. Espero nunca mais ter que voar.


Ele ri com gosto. E ficamos calados olhando um para a cara do outro. Aqueles olhos azuis, o cabelo caindo no rosto displicentemente, aquele sorriso. Nem sei o que me deu, mas justifiquei na parte mais fraca: a culpa é do ‘marvado liquido azul’.


Sem cerimônias abracei o pescoço de Draco e dei um beijo. Um beijo demorado, gostoso e com um misto de saudade, e ansiedade. Ele segurou em minha cintura, me apertando contra o seu corpo, me beijava com vontade, mordendo meus lábios ocasionalmente.


Não sei quanto esse beijo demorou, mas mesmo que tivesse demorado um século, pareceria pouco. Ficar com o lufa-lufa tinha sido bom, cheio de atração mutua, mas nada se comparava a isso.


- Draco... não. – digo me afastando dele.


O beijo pode ter sido bom, ótimo e perfeito. Mas num momento dele me lembrei de um detalhe importante: Draco tinha uma namorada. Insuportável, mal caráter, idiota e todas as qualidades ruins que eu posso me lembrar, mas ainda sim, era namorada dele.


Ele me olha confuso, e antes de poder dizer qualquer coisa entro no meu quarto e fecho a porta. Caio na cama e agradeço por ela estar quentinha. Esse tinha sido um dia comprido e cheio de acontecimentos.


 

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