Novo Mundo



Novo Mundo

Há quase vinte anos a guerra dominara o mundo, o temido bruxo das trevas Lorde Voldemort espalhou seu poder pelos quatro cantos do mundo, mergulhando o mundo em uma era de guerras. Conquistou países, despedaçou famílias, destruiu esperanças e, por fim, uma falsa sensação de paz se espalhou pelo mundo, quando os ataques diminuíram consideravelmente. Há apenas um ano era como se os dois lados da guerra houvessem declarado o cessar fogo por algum tempo.

Com o crescimento do poder do Lorde das Trevas a mais ou menos doze anos, os bruxos não eram mais segredo para os trouxas, agora estes sabiam da existência do povo mágico e ambos se uniram perante um inimigo em comum. Os líderes de todo mundo livre do domínio de Voldemort se uniram formando a Cúpula da Aliança, aquilo era uma guerra mundial e o confronto da Aliança da Fênix, como era conhecida por causa do grande idealizador dela Alvo Dumbledore, era algo que se opunha totalmente e lutava pela liberdade e para a queda da tirania das trevas.

Mas mesmo no meio da Guerra, os dois lados haviam se levantado declarando que a escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts assim como as maiores escolas de magia do mundo, eram pontos neutros, nenhum mal seria feito a alunos que estudassem nessas escolas sendo eles filhos de comensais ou de aurores e membros de guerrilhas contra Voldemort. Nos países conquistados pelas trevas, os trouxas eram tratados como escravos, a ruína e a destruição se espalhava enquanto os comensais da morte se viam acima de todos como soldados, vivendo com tudo do bom e melhor, lutando em nome de seu mestre e da pureza bruxa. Em cada país conquistado, Lorde Voldemort desfilava em suas capitais pelas principais ruas em cima de uma carruagem mágica, soberano e poderoso.

A Luta levara a perdas de ambos os lados, mas nenhum deles ousou fraquejar. O ideal de liberdade da Aliança da Fênix e o ideal de Pureza Bruxa dos comensais da morte se rivalizavam dentro das escolas de magia, isso às vezes causava confusões, afinal eram duas partes vivendo em um só lugar, em uma forma até certo ponto pacífica. A maior parte dos partidários das trevas estava na Sonserina, mas a rivalidade entre as casas às vezes superava o lado da guerra, isso principalmente se tratando de Quadribol e o campeonato das casas, pois não importava em que casa os partidários de ambos os lados estivessem, eles queriam se provar os melhores.Amizades eram formadas nas escolas, mas tinham de ser esquecidas quando saíam de lá.

A Inglaterra era o centro da resistência contra o avanço das trevas, o cargo de Ministro da Magia fora esquecido há anos, todos os países eram governados pela a aliança e os representantes do povo respondiam diretamente a aliança, eles decidiam o que era bom para a sobrevivência. Alvo Dumbledore, um dos únicos que Voldemort já temera em sua existência, era o líder da aliança. Em meio à guerra, lendas se formaram dos dois lados, pessoas que morreram com honra em batalha por seus ideais. Do lado da aliança o nome de James Potter se espalhou rapidamente e ele ficou conhecido como o único capaz de ferir quase mortalmente o Lorde das Trevas, provando para todos que apesar dele ter conseguido praticamente a imortalidade, ele ainda poderia ser ferido e morto. Mas em conseqüência disso, James e Lílian Potter foram mortos, seus nomes lembrados e marcados nos livros de História de ambos os lados, até mesmo os comensais viam com respeito a memória deles, até mesmo seu lorde, pois eles se mostraram adversários dignos de enfrentar o maior bruxo das trevas de todos os tempos.

Mas naquele dia o Lorde das Trevas não pensava nisso, há um ano ele vinha pesquisando maneiras de se tornar o mais forte, maneiras de se provar melhor que qualquer Deus, e devastar os seus inimigos para que depois pudesse conquistá-los. Finalmente achou uma forma, um único ritual de magia antiga, mas para isso ele precisaria do sangue de um inimigo, o que não era difícil, apenas pegou um dos prisioneiros de guerra e levou para o local do ritual.

O lugar era um campo escuro a luz da lua, ficava no interior da Europa, em um país onde seu poder comandava. No chão havia um pentagrama de seis pontas em chamas, que iluminava o local, ao centro do pentagrama um altar de pedra, em volta do pentagrama um círculo de sangue inocente e fora do círculo centenas de comensais da morte, os mais poderosos e que mais tinham privilégios. Em cima do pequeno altar, que não passava de uma mesa de pedra cinzenta e dura, com varias runas, estava o corpo de um homem, um líder de uma guerrilha contra Voldemort. Ele estava branco como cera, o medo estampado em seus olhos, principalmente quando ele olhou para o lado e viu o Lorde das Trevas atravessar as chamas como se elas não o machucassem, em suas mãos de dedos longos e brancos estava um punhal com lâmina curva e negra, um punhal de ritual, com um cabo negro que brilhava com duas esmeraldas. O lorde chegou até o altar e olhou em volta satisfeito com tudo aquilo, respirou fundo sentindo o cheiro do sangue dos inocentes, suas narinas em fenda e o rosto ofídico demonstravam satisfação, finalmente alcançaria os céus.

“Com esse punhal eu derramo o sangue de meu inimigo e com o sangue de meu inimigo eu pago o preço pelo meu desejo, e como meu desejo, eu quero poder tão grande que faça até os deuses se curvarem perante minha presença.”

Recitou Voldemort, depois começou a falar em uma língua estranha e antiga, as chamas pareceram diminuir. O homem tentou se debater, mas seu corpo estava preso, ele sabia que sua morte estava por perto, mas não queria ir sem dizer nada, desejou com toda as forças lembrar-se dos deuses que sua bisavó adorava nas montanhas e, por fim, um nome veio a sua mente, tomada pelo medo de morte, quando ele viu o punhal descendo, sentiu sua garganta liberada e então gritou.

_Baha, senhora do destino dos homens, prisioneira das areias do tempo, eu imploro que a justiça seja cumprida e com o meu sangue tu mandes aquele que porá o fim em tudo isso. -Em seguida ele sentiu seu peito ser dilacerado e o punhal com lâmina ondulada perfurar o seu coração, mas este continuou batendo.

_Os deuses agora não mais lhe ouvirão. --Falou Voldemort em glória, abrindo os braços. _Bjak raj marihak. -Urrou com força, as chamas aumentaram e um vórtice vermelho sangue se abriu no ar acima do homem, agora morto e com os olhos abertos. O vórtice estava a cinco metros do chão, o sangue do homem banhava as runas que brilharam, mas mesmo depois de morto, uma única lágrima caiu do olho dele e alcançou uma runa, o último desejo era carregado com aquela lágrima, então uma intensa luz branca cegou até mesmo o lorde, mas este ainda continuava com os braços abertos. A luz desapareceu e o lorde voltou a enxergar, um fio dourado saiu de dentro do vórtice e grudou no peito de Voldemort, que ria maniacamente em triunfo, seu corpo começou a levitar e então algo diferente aconteceu, o mestre das trevas começou a gritar desesperadamente, era uma dor tão profunda que superava qualquer uma que ele sentira em sua vida.

Uma forte onda de energia desprendeu do vórtice vermelho sangue, os comensais que observavam estavam temerosos, do outro lado do Vórtice saiu um fio branco que se tornou prata, este fio ficou esticado perante o vazio e então, para surpresa de todos, algo começou a se materializar em frente ao fio, um corpo translúcido como o de um fantasma. Logo ele começou a ficar sólido, aos poucos eles puderam ver cabelos desalinhados, pele branca, o corpo coberto por roupas trouxas, os olhos estavam fechados. O vórtice desapareceu com mais uma onda maciça de energia, que se espalhou pelos campos, apagou o pentagrama e o sangue inocente, o corpo do homem que estava no altar desapareceu e os fios prata e dourado que estavam no peito do estranho e do Lorde das Trevas se uniram, ambos gritaram com mais força até que tudo cessou.

Os dois caíram de joelhos no chão, uma fumaça esbranquiçada desprendia do corpo de ambos, que arfavam cansados. O altar em que há alguns segundos estava o corpo do guerrilheiro, começou a rachar e se despedaçar, quando o último pedaço de rocha caiu, ambos os seres se olharam e então o medo se espalhou pelo Lorde das Trevas, um medo que ele só sentira uma vez, algo como a morte. Em sua frente ele via a imagem de James Potter, os mesmo cabelos negros desalinhados, a pele branca, mas aqueles olhos verdes e duros ele só encarou uma vez, fora em Lílian Evans Potter, ali estava o que parecia ser seu pior inimigo, o único que quase o matara, era como se James Potter se levantasse dos mortos. Então lhe veio às palavras do guerrilheiro, aquele maldito conseguira estragar o ritual.

Ambos se levantaram, Lorde Voldemort era um pouco mais alto, mas mesmo assim um encarava o outro, o ser que parecia James Potter carregava um rancor e ódio profundo em seus olhos verdes, e um brilho estranho que o lorde não soube identificar, mas respondeu esse olhar a altura, demonstrando fúria e desprezo ao extremo. Os comensais que tentaram se aproximar ficaram paralisados ao verem o rapaz.

_Quem é você? -Perguntou Voldemort.

_Alguém que você deve temer mais do que a morte. -Respondeu o rapaz, o lorde notou que ele era mais novo que James Potter, então não podia ser ele.

_Lorde Voldemort não teme a nada e a ninguém. -Falou o Lorde das Trevas. _MATEM NO.

Dez comensais avançaram em direção ao jovem moreno, este olhou para os comensais e apontou sua mão esquerda para eles, os dez foram arremessados para trás por uma força invisível.

_Não será hoje, não será agora. -Começou a falar o jovem. _Mas em breve eu lhe trarei a morte, mas antes vou fazê-lo sofrer, temer mais do que qualquer coisa a minha existência, e só aí lhe enviarei para o inferno. -Em seguida o rapaz desapareceu com um estalo. A fúria do lorde explodiu em um urro de ódio que se espalhou pelo campo verde.

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Harry aparata em uma rua movimentada, devia ser apenas oito da noite, pessoas pareceram não se importar por ver alguém aparecendo do nada, não pensou nisso nem no por que tantas pessoas estarem naquele local que era só movimentado de dia, olhou em frente e viu o que procurava, um bar, mas diferente do que ele lembrava. Aquele bar não era sujo e estranho, ele estava com a fachada muito bem tratada, de uma cor branca com detalhes em creme, levantou as sobrancelhas em sinal de desentendimento, pensou estar no lugar errado, mas viu a placa acima da porta, “O Caldeirão Furado”, resolveu deixar de pensar nisso, sentiu suas forças quase se esgotando. Caminhou a passos largos para o bar hospedaria e não viu que várias pessoas olhavam para ele entrando no bar.

Ao entrar, Harry se surpreendeu ao ver que aquele lugar estava um pouco mais espaçoso e claro, mas mesmo assim lembrava muito o antigo caldeirão, pois pessoas de todos os tipos bebiam em mesas, algumas isoladas. As conversas cessaram quando a porta bateu atrás de si, cada uma das pessoas do bar o olhou por um instante, algumas desconfiadas, pois nunca vira aquele tipo ali, mas pelas vestes devia ser mais um trouxa que viera visitar o Beco diagonal, então logo voltaram a beber, apenas alguns observavam o rapaz indo até o balcão e conversar com um velho meio encurvado pelo peso da idade e de olhos azuis incrivelmente vivos.

_Pois não, forasteiro. -Falou Tom, analisando aquele jovem rapaz de cabelos rebeldes. Ele lhe parecia familiar, mas sua memória falhava quando era algo de muitos anos.

_Preciso de um quarto para uma noite. -Falou Harry calmamente e em tom neutro, o que causou certo arrepio no dono do bar e em quem estava por perto. _Preciso tomar um banho.

_Temos somente um quarto vago, é o numero treze e fica no segundo piso. -Falou Tom pegando a chave do quarto debaixo do balcão, um rapaz de seus quinze anos veio até o velho, parecia ser ajudante dele.

_Sei onde fica. -Falou Harry calmamente, o barman olhou para ele com mais atenção.

_Já esteve aqui rapaz? -Perguntou o velho em tom amistoso.

_Há muito tempo. -Falou Harry vagamente, se lembrando do que Baha dissera. _Quanto é pelo quarto?

_Quinze sicles. -Falou o velho bruxo. Harry pegou as moedas em sua bolsa, quem estava por perto ficou mais interessado ainda por ver um jovem carregando uma sacola com tanto ouro, pendurada no cinto. _Maximilian irá ajudá-lo a se instalar.

_Não, muito obrigado, eu já sei o caminho. -Falou Harry dando as costas e subindo as escadas sem olhar para trás. Depois que desapareceu, o bar se encheu de burburinhos comentando sobre o estranho rapaz.

_Vocês viram quanto ouro ele tinha? -Falou um homem que estava sentado no balcão.

_Nunca vi alguém andar com tanto ouro assim pelas ruas, mesmo Londres sendo uma cidade segura, ainda sim é perigoso. -Falou o rapaz ajudante de Tom.

_E o tom de voz dele era de dar arrepios, era como se ele não tivesse nenhuma emoção. -Falou outro homem que estava sentado no balcão. Harry foi o assunto do bar até altas horas da noite, o único quieto era Tom, que tentava forçar sua memória para saber onde já vira aquele rosto e aqueles olhos.

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Harry entrou no quarto, não se surpreendeu ao perceber que ele era maior do que o de seu mundo e que ainda era uma suíte. Tirou o sobretudo e selou a porta com um feitiço, nem mesmo um canhão a abriria. Tirou a camisa revelando algumas cicatrizes em seu peito, as quais colecionara desde que virara caçador de recompensa, as costas também tinham cicatrizes ganhadas na última batalha. Foi ao banheiro onde terminou de tirar a roupa, se olhou no espelho encarando-se diretamente pela primeira vez em meses e só então notou a mudança de seus olhos, mas viu que apesar de inexpressivos, agora bem no fundo carregava um brilho de esperança, deixou isso de lado e entrou no boxe do banheiro, ajeitou a água para fria e ligou o chuveiro.

A água gelada bateu contra seu corpo quente causando um leve arrepio, seus cabelos finalmente quietos e molhados se mostraram maiores do que pareciam ser, caindo quase até o ombro. Ele fechou os olhos deixando a água fria bater em sua nuca, imagens da última batalha vieram a sua mente, cenas que ele fazia questão de não esquecer mais, pois elas o tornariam mais forte naquele mundo, onde faria o possível para que aquilo não acontecesse de novo, para que seus amigos continuassem vivos mesmo que estes não o conhecessem ainda. Depois de meia hora, ele sai do banho a passos lentos, seu corpo estava dolorido, o que quer que a Deusa fizera tinha sugado suas energias. Lembrara-se da dor que sentira ao aparecer naquele mundo, do ódio profundo que lhe invadiu o peito ao encarar de frente aquele que lhe tirara tudo. Não sabia como detera o ímpeto de estraçalhar o cara de cobra, talvez fora a razão que gritava que seu corpo estava cansado, afinal antes de tudo aquilo ele demolira um prédio, lutara com dezenas de comensais e não descansara nada. Depois de se enxugar, caminhou nu pelo quarto e se jogou na cama anormalmente macia, não se lembrava de ter deitado numa cama tão macia assim antes, então caiu em sono profundo, talvez o mais pesado que ele tivera nos últimos meses ou até mais, nem ao menos se importara de estar nu.

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O sol quente entrava pela janela e iluminava o quarto de Harry Potter, ele ainda estava na mesma posição na qual dormira. O sol batia em sua pele, que estava mais branca que o normal, provavelmente por ele ter ficado meses sem ver o dia direito ou em lugares escuros. Mexeu-se incomodado quando os raios do sol bateram em seu rosto, se virou e pegou o que devia ser um travesseiro e colocou sobre a cabeça, nem se preocupou em lembrar quando fora que relutara tanto em se levantar da cama, sentiu ao longe o cheiro de comida vinda do andar de baixo, por fim seu estômago ganhou a batalha e então despertou de vez. Foi ao banheiro e fez sua higiene matinal, quando voltou para o quarto lançou um feitiço na roupa a limpando e depois a vestiu de novo, colocou o sobretudo e bateu nos bolsos para saber se o seu tesouro estava ali, encontrando em seus bolsos internos.

Pegou o saco de ouro do chão e o amarrou mais uma vez a cintura, caminhou até a porta e com um aceno da mão tirou os feitiços dela, depois a abriu, tateou o bolso e pegou seus velhos óculos de aros, ele não precisava mais deles, fizera um feitiço corretivo nos olhos dois meses antes do massacre, mas sempre carregava óculos iguais, só que de lentes sem grau para disfarçar, afinal pessoas de óculos geralmente parecem inofensivas, principalmente óculos redondos como os dele. Respirou fundo e guardou a varinha em um bolso externo do sobretudo, evitaria fazer magia sem varinha na frente dos outros, caminhou pelo curto corredor e desceu as escadas a passos lentos, pareceu levemente surpreso, mesmo não demonstrando isso, ao ver o bar bem movimentado naquela manhã, notou que nem todos que ali estavam eram bruxos, tinha de saber mais sobre esse mundo, mas sair pesquisando coisas que provavelmente muitos sabem levantaria muitas suspeitas.

Pediu a Tom um café da manhã simples e sentou em uma mesa afastada, meio encoberta pelas sombras, já que os raios do sol não chegavam ali, isso ajudou ele a ter privacidade visto que as pessoas pareciam interessadas sobre ele. Tomou o café com calma, ainda sim observando o bar, aprendera a ficar sempre alerta. Se levantou e foi até Tom, pagou o café e ficou olhando o velho por um instante, em duvida se perguntava, mas por fim decidiu perguntar de uma forma que não seria muito chamativa ou pelo menos esperava.

_Onde fica o Profeta diário? -Perguntou em tom baixo e ainda neutro, o velho olhou interessado para ele.

_É o último prédio antes do Gringostes, do lado direito. -Respondeu o velho em tom asmático. O moreno jogou um galeão sobre o balcão como agradecimento, mas quando ia sair sentiu a mão do velho bruxo se fechar sobre seu pulso, seu corpo ficou tenso e se segurou para não revidar rudemente. _Qual seria o seu interesse?

_Os novos cartazes de recompensa. -Murmurou Harry em tom baixo só para o dono do bar ouvir, este pareceu surpreso e soltou o rapaz, quando notou isso tentou segurá-lo de novo, mas ele desaparecera silênciosamente como uma sombra, não aparatara só se enfiara entre umas pessoas que iam para a passagem do Beco Diagonal.

Harry viu o enorme arco que dava para o beco já aberto, parecia que sempre ficava aberto. O centro comercial bruxo estava tão movimentado quanto nas épocas antigas de seu antigo mundo, pessoas andavam para lá e para cá, crianças aparentemente trouxas e bruxas corriam por entre as pessoas brincando, algumas paravam em frente à loja de vassouras e “namoravam” os novos modelos. Ele se apressou e, com uma destreza incrível, passou por entre as pessoas quase imperceptivelmente, somente algumas pessoas o notaram e pareciam chocadas, mas antes que pudessem fazer algo ele já estava longe. Chegou perto do Gringotes e olhou para a direita, viu um prédio grande de um azul muito escuro e uma enorme placa dizendo “Profeta Diário”, até onde lembrava a sede do jornal não ficava ali, mas deu de ombros.

Entrou no jornal tentando não chamar a atenção, algumas pessoas olharam de esguelha para ele, mas estavam apressadas demais para prestarem alguma atenção, ele caminhou silênciosamente pelo jornal, olhou uma plaquinha onde dizia que estava os cartazes de pesquisa e falava que eram grátis. Foi até lá e falou com o atendente, um jovem com espinhas no rosto, devia ser só um aprendiz visto que ele deveria estar estudando.

_O catálogo dos mais perigosos e procurados. -Pediu Harry fazendo o jovem atendente olhá-lo com surpresa, poucos pediam aquilo. Ele pegou um catalogo um pouco trêmulo, este era como um livro fino, mas Harry sabia que ele tinha centenas de páginas. _Obrigado. –Agradeceu, mas o tom neutro não demonstrava nenhum agradecimento, demoraria até ele deixar aquele tom de lado. _Onde fica a seção de arquivos?

_A terceira porta a direita, senhor. -Falou o jovem. Harry agradeceu com um aceno, guardou o catálogo dentro das veste e com calma foi até o local.

Entrou e viu uma sala cheia de arquivos e o que pareciam ser computadores em algumas mesas, realmente tinha de se enturmar mais naquele novo mundo. Foi até os tais computadores, eles estavam ligados, digitou no campo de pesquisa “Hogwarts” e centenas de reportagens e títulos apareceram na tela, ele olhou alguns que não eram nada importantes até que chegou a um que lhe chamava a atenção, não precisou lê-lo inteiro, só precisou ler o título.

“Hogwarts declarada Território Neutro para ambos os lados.”

Viu a data da reportagem, desligou o computador e se virou para os armários de pesquisa, sabia como funcionava aquilo, pois já fizera algumas vezes, claro que sem os computadores. Ele falou o título da reportagem e a data, então um jornal amarelado veio até sua mão, ele o pegou e deu meia volta aparatando sem ao menos alcançar a porta.

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Harry reapareceu na estação de Hogsmeade, achou melhor aparecer em um lugar como aquele do que no meio do povoado, em sua mão estava o jornal apertado fortemente. Concentrou-se e apagou todo o vestígio de magia que o Profeta colocara para identificar aquele jornal como parte do arquivo, em seguida saiu da estação e tomou a estrada que levava para o castelo da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Não sabia em quem confiar naquele mundo novo, não sabia das mudanças e teria de se inteirar delas. Bolara uma idéia em sua cabeça, era simples e por isso perfeita, ou assim esperava. Enquanto caminhava amassou o jornal, ele tinha certeza que Dumbledore continuava o mesmo em ambos os mundos e que ele saberia que o moreno se instalara no Caldeirão Furado, então teria de ser o mais convincente possível, criou com a ajuda da oclumencia e legilimencia falsas lembranças vagas e convincentes, perfeitas para o que ele estaria planejando. Não esconderia parte de sua conversa com Voldemort, mas não deixaria o diretor entrar tão facilmente em sua mente, aquilo só era um plano de escape.

Não demorou muito para chegar aos portões da escola, não saberia se Dumbledore estaria ali naquela época, afinal os alunos deveriam ter entrado em férias há apenas alguns dias, mas mesmo assim tocou o portão que permaneceu fechado, pensou por um segundo em usar magia para entrar, mas não seria uma boa idéia, então tocou mais uma vez os portões, sabia que havia um feitiço que alertava quando alguém estava tentando entrar e não demorou muito para um homem que ele nuca vira na frente aparecer do lado de dentro do portão e olhar para o rapaz com duvida. O homem devia ter uns trinta e sete anos e cabelos longos e negros com alguns fios brancos, uma pequena cicatriz ao lado esquerdo da face e olhos castanhos.

_O que quer? -Perguntou o homem em tom seco, apontando a varinha para o seu peito. O moreno arqueou as sobrancelhas achando aquilo inútil.

_Falar com Alvo Dumbledore. -Falou o moreno, ele mudou seu tom de voz para parecer confuso e um pouco surpreso.

_E quem é você? -Perguntou o homem ainda em tom seco e forte, ele deu um assobio baixo e longo, uma grande águia negra piou no ar e desceu em círculos até pousar no ombro do homem.

_Harry Potter. -Falou o moreno deixando de propósito escapar um tom um pouco temeroso. O homem a sua frente o olhou com intensidade, o nome Potter não era comum, para dizer a verdade só uma família tinha esse nome em toda a Inglaterra e ela estava extinta. Ainda desconfiado, murmurou algo para a águia, esta alçou vôo e foi com grande velocidade até o castelo desaparecendo por entre as torres, demorou quase vinte minutos para algo acontecer e o que aconteceu assustou levemente o homem de olhos castanhos, um lampejo vermelho e uma enorme fênix apareceram do lado do jovem rapaz. A fênix olhou para o homem que estava do lado de dentro dos terrenos da escola e este pareceu entender alguma coisa, Harry achou aquilo interessante, já vira algo como aquilo.

_Toque na Fênix, o diretor o aguarda. -Falou o homem guardando a varinha e dando as costas, o moreno deu de ombros e acariciou a cabeça de Fawkes, esta fechou os olhos ainda planando no ar. Soltou um pio longo e parecia feliz, em seguida houve uma explosão de chamas e ela e Harry desapareceram.

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Alvo Dumbledore estava pensativo em sua sala, sua mente funcionava a mil analisando cada alternativa e opção para aquela notícia que chegara aos seus ouvidos. Alguém estava usando o nome de James e Lílian e ele não perdoaria isso jamais, mas mesmo assim ficou atiçado pela curiosidade ao ouvir pela primeira vez em dezessete anos o nome Potter. Seus olhos azuis vagavam por tempos antes da guerra tomar grandes proporções, ele podia se lembrar perfeitamente do rosto de James e Lílian, ao contrário da maioria, que somente lembravam-se deles como lendas, mas o diretor vivera com eles sofrera com eles, perdera amigos com eles e se chocou pelas mortes deles. Talvez só não tenha sofrido mais que Sirius e Remo, mas mesmo assim não comparava essas coisas. Um lampejo vermelho e dourado chama a atenção do diretor e ele olha para direção onde sua fênix, Fawkes, aparecera.

Por um instante seus velhos olhos demonstraram uma surpresa sem igual, quando viu em sua frente aquele rapaz, notou os mesmo cabelos bagunçados o mesmo porte altivo e praticamente o mesmo rosto de James Potter, logo a sua frente sentiu que suas mãos iam tremer, mas se segurou, aquilo poderia ser um disfarce. Olhou nos olhos verdes esmeraldas e notou a incrível semelhança com os de Lílian quando ela estava nervosa ou em assunto sério, até mesmo confusa. Não era impossível magia fazer aquilo, por mais poderosa que fosse, nenhuma magia poderia reproduzir tão perfeitamente a expressão daqueles olhos meio apagados, notou que por trás daquilo algo se escondia muito além do que ele poderia imaginar, tentou usar legilimiencia, mas algo o impediu, parecia que uma parede de aço estava entre ele e o rapaz.

_Sente-se. -Falou Dumbledore em tom gentil, mas Harry pôde notar o choque em seus olhos, o qual deu lugar à curiosidade. O tom dele estava tão calmo quanto se lembrava, resolveu não contrariar, tentou demonstrar que estava confuso, graças a Snape ele conseguia passar essa sensação e qualquer outra para quem o observava. A oclumencia ia mais além de simplesmente fechar sua mente.

_Diretor, eu... -Harry começara a falar, mas parou ao sentir que sua voz fraquejaria, respirou fundo. Provavelmente aquilo transmitiu um ar de hesitação, não saberia dizer ao certo, Dumbledore permanecia o encarando com os mesmos olhos serenos que um dia o irritara. _Preciso de ajuda. -O diretor se inclinou levemente para frente, seus olhos azuis cravados nos verdes, Fawkes piou em seu poleiro, a nota bela e melancólica encheu o escritório.

_Ajuda? -Perguntou o diretor, que apesar de calmo, demonstrava certa seriedade, não sabia que joguinho era aquele, mas ia descobrir. _Quem é você?

_Não sei. -Falou Harry tentando fazer sua voz falar levemente e conseguira.

_Você disse que seu nome era Harry Potter. -Falou o diretor, seu tom levemente mais inquisitivo.

_Foi o primeiro nome que me veio à cabeça. -Falou o moreno um pouco tenso. _É uma das únicas coisas que eu lembro.

O diretor se levantou de sua cadeira e dera a volta na mesa com pés de garra, caminhou até sua fênix e pareceu esquecer que o moreno estava ali. Refletia sobre várias coisas, aquele jovem era muito parecido com James e aqueles olhos eram praticamente os de Lílian, só que mais sombrios, apesar de não saber dizer o porquê.

_Do que você lembra? -Perguntou o diretor, o rapaz resolveu se levantar também.

_Desse nome. -Falou Harry. _E do nome de outra pessoa, de alguém que eu vi quando acordei, não sei ao certo, mas senti um profundo ódio quando o encarei, era algo além de mim.

_Quando acordou? -Perguntou o diretor serenamente.

_A primeira coisa que me lembro é de ter aberto os olhos e ver aquele homem, o ameacei, parecia que eu o conhecia e o odiava mesmo. -Falou Harry não escondendo o tom agressivo de voz ao falar do homem.

_Onde você acordou? -Perguntou o diretor.

_Em um campo, a grama era verde, ao meu redor tinha centenas de pessoas, mas a minha frente só tinha aquele ser medonho. -Quando o jovem disse isso o diretor se virou para ele e viu naqueles olhos verdes algo como nojo e ódio. _Não sei por que, mas troquei algumas palavras com ele, ameaças eu acho, as coisas estão ainda confusas. Então do nada eu desapareci e reapareci em um local movimentado, era em frente a um bar, eu estava fraco e sem forças, entrei no bar e fui até o balcão onde pedi um quarto e passei a noite.

_Onde conseguira o dinheiro? -Perguntou o diretor em tom mais sério.

_Um dos homens encapuzados carregava essa sacola de ouro na cintura, antes de eu desaparecer eu a peguei. -Falou mostrando a sacola cheia de ouro para o diretor, este nem ao menos a pegou. _Depois de acordar hoje de manhã eu desci e pedi algo para comer, me sentei em uma mesa afastada tentando me lembrar de alguma coisa, não consegui me lembrar de nada, então ouvi a conversa de dois homens que falavam de um tal profeta diário, vi em cima da mesa um jornal, pensei que poderia pedir alguma informação sobre aquilo.

_E você foi até o jornal? -Perguntou Dumbledore.

_Fui sim e, para não levantar suspeitas, pedi um catálogo de procurados, um rapaz com espinhas no rosto me deu esse. -Disse tirando o catálogo de um dos bolsos do sobretudo, o diretor pegou o catálogo e o abriu, viu de primeira a foto de Bellatrix Lestrange. _Depois perguntei onde ficava o arquivo e procurei algo que pudesse me ajudar a saber quem eu era, mas não consegui achar nada. Em meio ao arquivo encontrei esse jornal que falava de Hogwarts, o nome me pareceu familiar, o jornal estava no chão, não sei se fazia parte do arquivo. -Disse entregando o jornal amassado para o diretor, que o pegou vendo que era uma reportagem do dia em que a escola e suas dependências foram consideradas territórios neutros.

_Veio aqui só por que achou que o nome da escola era familiar? -Perguntou Dumbledore desconfiado.

_Vim por dizer que aqui é território neutro. -Falou Harry. _Não sei quem eu sou e pelo que pude perceber nos arquivos desse jornal, o mundo está em guerra.

_Não se lembra que o mundo está em guerra? -Perguntou surpreso o diretor.

_Não sabia disso até hoje de manhã. -Falou Harry em tom convincente.

_O Homem que você viu. -Começou o diretor com calma. _Você se lembra de como ele era e poderia me dizer o nome dele?

_Depois de ver aquele rosto, duvido que eu o esqueça. -Falou Harry em tom profundo, fechou as mãos em sinal de ódio, o diretor não deixou isso passar desapercebido. _Alto, com pele anormalmente branca, os olhos vermelhos, nariz em forma de fenda, olhos como de gato, a boca fina era algo reptiliano, o nome era algo como Voldemort.

Os quadros da sala do diretor, que até agora fingiam estar dormindo, se assustaram e abriram os olhos ao ouvirem aquele nome ser pronunciado em voz alta. Eles ficaram alvoroçados e começaram a falar entre si muito rapidamente, o que dificultava entender algo, olhavam e apontavam mais chocados ainda para o rapaz na sala, que observava aquilo sem mostrar reação, provavelmente pelo choque.

_Silêncio. -Ordenou Dumbledore em tom firme, todos os quadros ficaram calados em instantes. _Você esteve diante de Tom Riddle?

_Quem é Tom Riddle? -Perguntou Harry curioso.

_Ele é esse Voldemort. -Falou Dumbledore meio surpreso pelo rapaz não saber daquilo, afinal a história do Lorde das Trevas era conhecida mundialmente. _Do que mais você lembra? -Falou o diretor indo até uma estante de livros e ficando de costas para o rapaz, este não notou que o velho pegara um pesado livro.

_Nenhum rosto, mas sei que posso fazer coisas, não sei explicar como as aprendi. -Falou Harry deixando um tom confuso escapar propositalmente.

_Pegue. -Falou o diretor rapidamente se virando com uma agilidade que não condizia com sua idade e jogando com força o livro na direção do jovem. Harry fora pego de surpresa, o livro ia bater em seu rosto, então de repente o livro parara a centímetros de seu rosto, o moreno pareceu ficar alerta e por instinto devolveu o livro com força total para o velho bruxo, este com um aceno da mão fez o livro desaparecer e reaparecer na estante. _Suas habilidades são avançadas para alguém de sua idade. -Falou o diretor analisando aquele feito calmamente. _Onde aprendeu?

_Não sei, eu juro que não sei. -Falou Harry sentindo uma leve pressão em sua cabeça, resolveu deixar escapar propositalmente a lembrança do encontro com Voldemort naquele lugar. O diretor viu aquela cena em segundos. _Preciso de ajuda, não conheço ninguém, não sei em quem confiar, nem o que está acontecendo.

_Eu o ajudarei. -Falou o diretor, aquele rapaz tinha que ficar sob vigilância e melhor ele do seu lado do que o de uma guerrilha. _Mas você terá que se comprometer a nos ajudar.

_Desde que você me ajude. -Falou Harry calmamente.

_Conseguirei documentos para você e o deixarei sob vigilância de alguém confiável por enquanto. --Disse o diretor indo até a mesa e anotando algo em um pergaminho. _Você precisa de um lugar para ficar e um jeito de se sustentar. -Ele parou e olhou para o jovem com interesse. _Sabe o que vai fazer para se sustentar?

_Não, mas acho que o dinheiro que eu tenho vai durar um bom tempo. --Falou Harry parecendo incerto.

_Você ficará aqui por algum tempo, não saia dos terrenos da escola. --Falou Dumbledore anotando mais algumas coisas. _Você tem idéia de quando seja seu aniversário ou quantos anos tem? -Perguntou o diretor calmamente.

_Não, mas pareço ser bem jovem. –Harry fala incerto, passando a mão pelo rosto como se ele pudesse dar alguma resposta.

_Posso resolver isto. –Dumbledore pegou a varinha e apontou para Harry, que permaneceu tranqüilo, apesar de olhar com curiosidade. – Tempus Vitae . –Várias auras coloridas em formas de finas camadas começaram a se formar em volta do rapaz. Rapidamente Dumbledore viu que a aura roxa, correspondente ao décimo sétimo ano, estava quase se formando como uma fina linha que se expandiria até que a linha do décimo oitavo aniversário começasse a se formar. –Parece que faz dezessete por esses dias, creio que no fim do mês.

_Então em breve serei maior de idade, não é? –Pergunta tentando parecer incerto, mas interessado.

_Exatamente. --Disse o diretor agora olhando com mais seriedade para o rapaz. _Visto em conta que você demonstrou ter habilidades acima da sua idade, eu quero fazer testes para saber o quão forte você é. -Os olhos azuis cintilaram de uma forma que Harry vira muitas vezes, talvez expectativa. Seu breve plano estava indo bem, mas o teste era algo que não havia pensado, não que isso mudasse muita coisa.

_Tudo bem. --Falou Harry em tom calmo, o diretor murmurou algo estranho e para surpresa de Harry o seu velho amigo, o elfo doméstico Dobby, aparecera.

_Dobby, leve o senhor Potter até os aposentos de hóspedes. --Disse o diretor olhando para o elfo doméstico, este se curvou.

_Dobby fazer o que Grande Alvo Dumbledore pedir. --Falou o elfo se voltando para o rapaz. _Jovem senhor, siga Dobby. --Falou o elfo saindo do escritório, Harry por um instante olhou para Dumbledore, mas este apenas lhe incentivou com um aceno, então o rapaz seguiu o elfo.

_Alvo, ele é muito parecido com James. --Falou o quadro de Fineus Black. _Como isso é possível?

_Não sei. -Falou Dumbledore olhando para o vazio ele se levantou e foi até um armário, o abriu e lá estava uma penseira, colocou a bacia de pedra em cima da mesa sem demonstrar esforço algum. Por fim tirou algumas lembranças de sua cabeça, para ser mais exato as de agora pouco sobre a conversa com o rapaz, queria tentar ver algo que deixara de lado.

_Será que ele é o rapaz daquela profecia? -Perguntou o quadro do ex-diretor Diple.

_Impossível. -Rebateu o quadro de Fineus Black. _A profecia nunca se cumpriu, saberíamos se isso houvesse acontecido.

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Harry estava voltando de Hogsmead com algumas sacolas cheias de roupas, preferiu carregá-las a fazer algum feitiço, afinal ele não podia recorrer sempre a magia para fazer algo. Ficou surpreso quando o diretor fora até o seu quarto, que ficava na torre norte do castelo, e dissera que ele podia ir para Hogsmead fazer compras. Não se importou muito, afinal tinha que comprar algumas roupas e mais algumas coisas que já estavam em suas sacolas, entre as roupas.

Estava já na pequena estrada que dá para o castelo, a mata cercava os dois lados da estrada, eram pedaços da floresta proibida, mas nenhum ser perigoso vivia daqueles lados, eles gostavam de ficar mais para o centro da floresta. Aquele silêncio e falta do que fazer estavam deixando Harry entediado, mesmo que ele houvesse chegado ao castelo aquela manhã. Acostumara-se a sempre estar se movimentando, quando estava pensando nisso ouviu um barulho na mata, alguma coisa pisara em um galho, ficou alerta e baniu qualquer pensamento para o canto mais sombrio da sua mente, logo ele viu um gato cinzento atravessar a estrada, o gato parou por um instante e o olhou com seus enormes olhos âmbar, depois continuou seu trajeto. Aquilo fez o moreno ficar mais alerta.

Diminuiu seus passos e sua respiração ao máximo que pôde, seus pés pararam de fazer barulho com o chão de pedras, seus olhos se aguçaram incrivelmente assim como seus ouvidos e sentiu um cheiro adocicado no ar. As copas das árvores balançaram sem nenhum vento, então mais uma vez o silêncio reinou, um falcão pairou no alto, Harry o olhou e viu o pássaro descendo rapidamente com suas azas recolhidas, parecia que ele daria o bote, quando o animal estava a cinco metros seu corpo se modificara e ali apareceu um humano caindo com uma grande velocidade. O moreno jogou uma das sacolas na direção dele a fazendo colidir com o homem de cabelos estranhamente verdes escuros e olhos negros, roupas se espalharam para todo o lado tampando a visão do homem, que já sacara a varinha. Quando conseguiu ver o chão de novo o moreno não estava lá, mas a proximidade do solo o fez deixar isso de lado.

_Expulsorium. -Gritou assim que viu o chão a menos de um metro, seu corpo fora arremessado para um pouco mais alto e no fim ele caiu em pé normalmente e olhou para todos os lados, viu que onde o rapaz estava há alguns instantes, só se encontrava as sacolas, caminhou até elas, mas parou ao sentir uma varinha encostada em sua nuca.

_Sectu... -Harry não pôde terminar de dizer a maldição, pois o homem desaparatara rapidamente, enquanto mais duas pessoas pulavam pelos lados da estrada.

Duas mulheres, uma loira com cabelos curtos e olhos âmbar e a outra tinha cabelos castanhos escuros e olhos negros, as duas brandiram feitiços que ele não ouviu. Jatos negros foram em sua direção e ele pulou para trás, vendo os jatos se colidirem e explodirem, levantando uma nuvem de terra. Aguçou mais ainda seus sentidos, agora que a visão estava limitada, e não demorou muito para sentir certa movimentação de ar as suas costas. Era perigoso aparatar, o som poderia dar sua localização, então se abaixou quando sentiu um jorro quente passando por cima de sua cabeça, alguém lançara chamas, já estava ficando irritado com tudo aquilo.

_Smash Hawk. -Falou Harry em tom tão frio que, seus atacantes que ouviram, tremeram, não conheciam aquele feitiço. Então uma forte onda de impacto lançou a poeira para longe, seguida de uma onda maciça de ar os lançando de encontro as árvores ao seu redor, batendo com força nos troncos.

Quando puderam se levantar, viram o rapaz em pé, ereto, olhando-os com frieza e sem emoções, um frio imenso passou pelas espinhas de todos, agora tinham que pegar pesado, pois sentira que se não fizessem isso, morreriam. Os três lançaram feitiços na direção do rapaz, este apontou a varinha para sua perna e um jato azul anil as atingiu, foi muito rápido e em um segundo ele não estava mais no mesmo local e sim em frente ao homem de cabelos verdes escuros, com a palma da mão estendida para seu peito. O moreno pensou rápido olhando para tudo em sua volta, viu as duas mulheres vindo em sua direção.

_Estupore. –Falou e um jato saiu da palma de sua mão, atingindo o homem no peito e o fazendo ser pressionado contra a árvore em que estava encostado. A árvore trincou da raiz até as folhas com a forte pressão em seu tronco, o homem cuspiu sangue e caiu desacordado, as duas mulheres param incertas.

_Avada Kedevra. -Urrou a loira. O moreno pulara para o lado, o jato verde acertou a árvore e esta morreu, ficando totalmente negra e, pelo que as duas puderam ver, tombando em cima do homem desacordado.

_Susy, não! -Falou a companheira de cabelos castanhos escuros, mas viu que a companheira tremia fortemente, talvez estivesse com medo, não era qualquer um que com um feitiço estuporante causara tanto dano em um humano, a ponto de ele cuspir sangue ou fazer o tronco de uma árvore trincar. Olhou para o rapaz, aqueles olhos que agora estavam meio escondidos pela franja negra, brilhavam em uma intensidade quase mortal e fria.

_Olhe em meus olhos. -Falou Harry para a tal Susy, aparecendo em frente a ela. A mulher assim o fez e se viu presa em um local escuro, tudo ao seu redor não passava da mais profunda escuridão, um frio latente subiu por suas pernas até chegar a seu peito. Sentiu seu próprio coração sendo congelado, seus pulmões pararam de funcionar, se sentiu sufocada e desesperada, começou a se debater, estava desesperada tentando buscar ar, mas sem conseguir. Por fim ela voltou a ver aqueles olhos verdes ameaçadores em sua direção e a luz voltara ao redor, o ar voltara aos seus pulmões, mas o frio continuara. Caiu sem forças, de joelhos, perante o rapaz de olhos verdes, tremendo com força e abraçando a si mesma, tentando se aquecer.

_O que fez com ela? –Perguntou, a mulher de cabelos castanhos, seu tom era vacilante. Deu um passo para trás, o tal Potter pareceu se divertir com isso, seus olhos a analisavam como um predador a sua presa.

Ele começou a andar em sua volta até completar uma meia lua, os passos lentos, a respiração quase imperceptível. Aproximou-se mais dela, mas então ouviu um barulho vindo de cima das árvores, olhou em volta e quinze pessoas pulavam de uma vez sobre si, não pensou muito e se abaixou tão rápido que tudo que viram foi um borrão negro. Tocou o solo com a mão esquerda, uma fina aura verde escura o circulou, a mulher de cabelos castanhos sentiu medo.

_Lost Ground. -Antes das quinze pessoas tocarem o chão, um leve tremor passou pela terra e quando elas aterrissaram, uma imensa nuvem de pó subiu. Acima da nuvem se via copas ou galhos de árvores, mas logo elas pareciam tombar. Então o silêncio se fez, a última árvore já tombara na estrada e uma brisa varreu a poeira para longe, revelando um enorme cratera circular que tomava toda largura da estrada e algum pedaço da mata. Dezenas de corpos estavam na cratera, todos respiravam, não houvera nenhum morto naquele combate, mas a maioria estava ferida. Harry estava fora da cratera, com suas sacolas em suas mãos, então deu as costas voltando a caminhar para o colégio.

Não havia o porquê matar aquelas pessoas, afinal elas nem atacaram para matar, pelo menos de propósito. Devia ser parte do teste que Dumbledore queria aplicar a ele, bom pelo menos impressionara um pouco, apesar de pegar um pouco leve demais com eles. Porém em meio à batalha imaginou que aquilo também podia ser um teste de caráter e pegaria mal se os matasse. Quando estava chegando aos portões do colégio, ele viu encostado neles alguém muito familiar, os cabelos longos e negros, a pele anormalmente branca e o nariz em forma de gancho. Quando chegou mais perto pôde sentir os olhos negros carregados de desprezo de Severus Snape e admitiu que sentiu falta do professor de poções, mas nunca admitiria isso em voz alta, nem mesmo em seu leito de morte. Quando chegou mais perto pôde notar um brilho de surpresa e choque por trás daqueles olhos inexpressíveis, realmente devia ser uma surpresa ver a imagem do seu pior inimigo, já morto, em sua frente.

_Devia ter continuado morto. -Falou Snape em seu habitual tom seco e frio, até aquilo não mudara naquele mundo e o moreno não estranhou a “saudação” do nariz de gancho. _Onde estão eles?

_Em um buraco a mais ou menos vinte minutos de caminhada daqui. -Falou Harry não demonstrando estar preocupado ou muito menos intimidado pelo jeito frio do ex-comensal, este revirou os olhos achando que era alguma brincadeira sem graça, mas pôde ver de longe alguém que vinha caminhando em direção ao castelo. Era um dos destinatários para o teste do garoto, ele estava com as vestes rasgadas, os cabelos desgrenhados, cortes pelo corpo e, pelo jeito, um dos braços quebrados e a perna direita não estava boa, já que ele mancava. Pelo estado, mesmo de longe, Snape soube que ele desmaiaria em breve.

_Dumbledore quer falar com você. -Disse o professor de poções desencostando do portão e lançando um patrono que saiu a toda velocidade para o castelo, era rápido e por isso o moreno não conseguiu ver a forma, ele nunca vira o patrono de Snape. _Está esperando um convite por escrito? -Rosnou o seboso indo em direção ao homem que há poucos segundos desabara no chão. Harry dera de ombros e caminhara pelos terrenos da escola até as portas do castelo, vira mais uma vez um patrono muito rápido passar por si e entrar no castelo, provavelmente Snape reportando a situação.

Entrou no Hall da escola e logo deixou suas compras no chão, não demorou nem dois segundos e Dobby aparecera com um estalo e com outro levara as compras do moreno, este não se importou muito, já estava acostumado com os elfos aparecendo e desaparecendo. Ouviu vozes no salão principal, reconheceu uma como a de Dumbledore, ele parecia discutir com alguém. Caminhou a passos lentos até o salão principal, viu as portas abertas e, meio escondido, analisou o local, não foi difícil encontrar o diretor, ele estava em frente à mesa dos professores, a sua frente estava alguém familiar ao moreno e este teve de se segurar para não reagir de alguma forma que demonstrasse felicidade ou qualquer outra que denunciasse que ele conhecia o homem. Alto, de cabelos castanhos, com alguns fios brancos aqui e ali, a pele branca e olhos também castanhos, as roupas bruxas não eram velhas como ele se lembrava, eram até novas e bonitas, ali estava a figura de Remo Lupin, um de seus mentores, uma das pessoas que no passado chegara a ser o mais próximo de uma família, que ele já tivera.

-Mas Alvo, a semelhança não pode ser tão gritante assim. -Falou Remo em tom desnorteado.

-Eu mesmo o vi. -Falou o diretor em tom brando. –Ele é a copia de James, mas os olhos são de Lílian, apesar de sempre carregar oculto, algo que se assemelha a dor.

-Mas como é possível? -Perguntou Remo, desnorteado.

-Não sei ao certo, Remo. -Falou Alvo em tom pensativo. –Estou tentando colher informações sobre esse rapaz. Recorri a todas as fontes da Aliança, mas não há registros dele em nenhum local, nem de metamorfomagos que assumiram a forma de James. A única informação que tenho sobre ele, veio das linhas inimigas, boatos entre comensais sobre um rapaz que era a cara de James e que aparecera depois de um ritual mal feito.

-Ritual? -Perguntou Remo. –Mas ritual pra que?

-Tom estava tentando ganhar mais poder. -Começou a dizer o diretor. –Pela descrição de alguns líderes comensais, era um ritual antigo e proibido, onde se requeria um sacrifício humano, mas alguma coisa aconteceu que somente os comandantes sabem e não contam a ninguém por ordem de Voldemort.

-E o teste? -Falou Remo ainda mais surpreso. –Ele derrotou 18 membros da ordem, por mias que fossem apenas recrutas, mesmo assim nenhum bruxo normal faria isso.

Harry viu Dumbledore abrir a boca, mas achou melhor interromper a conversa, ativou sua oclumencia ao máximo para não demonstrar nenhum pingo de surpresa ou emoção que pudesse denunciá-lo, fez seus passos ficarem mais audíveis de propósito para que os dois o ouvissem se aproximando. Os viu se virarem para ele, a reação de Remo era algo que não podia ser descrito direito, era algo próximo a dor, saudades, culpa e talvez ódio esse último devia ser por alguém ser tão parecido com Tiago, como se alguém profanasse a imagem do velho amigo.

_Senhor Potter, já tive notícias de seu primeiro teste. -Falou Dumbledore calmamente, olhando para o rapaz. Remo se mexeu incomodado ao ouvir o diretor chamá-lo daquela forma. _Já podemos dizer um pouco do seu nível, mas ainda quero que você faça mais dois testes, um deles será dado pelo meu amigo aqui, Remo Lupin. -O moreno analisou Lupin de perto, a aparência dele era melhor do que lembrava e parecia mais forte também, os olhos demonstraram ter visto mais do que demonstrava, algo semelhante ao antigo Lupin.

_Prazer. -Falou Harry em um tom um tanto frio, notara que Lupin não fora muito com sua cara, tinha de ser compreensivo com isso, afinal ele era muito parecido com o pai.

_Os olhos são idênticos aos de Lílian. -Falou Lupin com a voz falha e olhou a Harry com mais intensidade, este se incomodou com tal coisa. _Quem é você e por que está usando a aparência de James?

_James? -Perguntou Harry disfarçando o melhor que pôde.

_Alguém que conhecemos há muito tempo. -Cortou Dumbledore fazendo Lupin baixar a cabeça, mas não antes de lançar um olhar de desgosto ao rapaz, que tremeu internamente, sabia que as coisas iam ser difíceis, mas entre saber e sentir havia um abismo. _Fiquei curioso sobre dois feitiços que você usou, segundo o relato dos que participaram do teste.

_Instinto. -Falou Harry calmamente, não adiantava ficar tenso por algo que não podia mudar por enquanto. _Quando será o meu segundo teste?

_Hoje às dez da noite, será o último estágio da Lua Crescente, espere a mim e ao diretor na orla da floresta proibida, perto da cabana de Hagrid. -Disse Remo saindo a passos rápidos do salão principal, não agüentaria ficar mais tempo na presença daquele moleque.

_Hagrid? -Perguntou o rapaz ao diretor, tentando não se importar com a saída brusca de Lupin.

_Eu te esperarei no Hall e te levarei até lá. -Falou o diretor em tom brando como sempre. _Até lá procure descansar. -O moreno acenou com a cabeça e deixou o salão principal.

Depois de alguns segundos Snape aparecera pela porta do salão e fora até Dumbledore.

_Alvo, todos estão bem e sem seqüelas permanentes. -Falou Snape indo direto ao ponto. _Ele evitou propositalmente ferir gravemente os demais, por isso pareceu lançar o feitiço no chão, antes que eles o tocassem. -Ele parou por um instante e adquiriu um tom mais seco. _Ele é a imagem do maldito Potter, os olhos de Lílian, e pelo visto é perigoso. Alguém assim causaria grande dano em qualquer lado que estivesse, qualquer um que tenha ele do seu lado mudará o rumo da guerra, pois ele é a imagem de uma lenda.

_Como está Susy? -Perguntou o Diretor como se não ouvisse o que o outro dissera.

_Dormira algum tempo com a luz acesa, nada muito grave. -Falou Snape contrariado. _Legilimencia avançada, esse garoto é perigoso, ouça o que eu digo Alvo.

_Prefere que ele vá para uma guerrilha? -Perguntou o diretor encarando os olhos negros do professor de poções. _Pois pelo que eu vi, ele não irá para o lado de Tom.

_E se ele for um espião de Voldemort? -Perguntou Snape.

_Só o tempo dirá quem ele realmente é. -Falou o diretor suspirando. _Agora eu estou preocupado com Remo. ele não reagiu bem ao ver o rapaz. mas conseguiu se controlar. O problema mais sério será Sirius.

_Black, não se controlará tão bem quanto o lobisomem. -Falou Snape ignorando o olhar reprovador de Alvo. ¬_Quando será o teste?

_As dez da noite na orla da floresta, onde será o teste, mas somente ele deverá entrar.

_E o que Lupin preparou para o rapaz? -Perguntou Snape exibindo um sorriso frio.

_Só saberemos na hora. Diz o diretor.

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N/A: OIA O CAP TERMINO^^.............Espero q vcs tenham gostado.........Ja que essa é a substituta legitima da Descendentes Samurais...........T+..........fui

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Comentários (1)

  • rosana franco

    Deve ter sido dificil pra ele ter sentido a animosidade ppor parte do Lupin,mas fazer oq?Gostei muito do plano dele dizer q não se lembra de nada,assim vão poder tirar as conclusões que quizerem do seu surgimento.Snape continua o mesmo.

    2011-03-22
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