Principio do Caos



Bem e mal, uma mera ilusão em meio ao caos. Não se enganem, não criem esperanças. O mundo é um caos controlado que todos chamam de ordem, mas basta apenas um sopro no lugar certo e o caos correrá solto.


Aproveitem essa “ordem” fraca enquanto eu me fortaleço admitindo que apenas existe o caos.


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Principio do Caos


Harry aparatou exatamente em frente aos portões da escola com a jovem garota ainda firmemente segura em seus braços. Ela parecia ter desmaiado com a aparatação, mas ainda o agarrava com força. Nem precisou olhar para os portões, pois estes se abriram como se criassem vida própria, o que ele não duvidava nem um pouco, mas não pensou em coisas tão insignificantes. Adentrou pelos portões que se fecharam assim que ele passou e caminhou em direção a escola. Não poderia correr, não com ela agarrada em seu corpo. A velocidade poderia ser prejudicial. Sentiu a temperatura dela aumentar, a maldita maldição parecia fazer mais efeito num lugar impregnado de magia como o castelo.


Suspirou. Precisava ser rápido. Um gemido de dor veio de Gabrielle fazendo-o resolver arriscar. Curvou-se levemente para frente e correu da forma mais leve que conseguiu para não prejudicar a saúde dela. Em menos de cinco minutos se encontrava nas portas do castelo, em frente à porta se encontrava Snape. Pelo jeito Hermione avisara que chegaria com alguém.


- A enfermaria já está preparada para recebê-la. - Disse Snape sem nem esperar o rapaz dizer algo.


- Vou levá-la para lá. Disse Harry só que parou antes de entrar no castelo. –  Precisarei de acesso a alguns ingredientes para poção em breve. - Disse ao professor que apenas acenou com a cabeça e voltou a correr pelos corredores do castelo até finalmente alcançar a enfermaria. Mal entrou e encontrou Dumbledore, Hermione e Fleur. – Desculpe diretor, mas conversamos depois. - Disse Harry apressado.


Ele colocou Gabrielle deitada em um leito e fez um aceno com a mão esquerda. Um frasco azul gélido veio voando de uma prateleira dentro do escritório da enfermaria, ele abriu o frasco e levantou levemente a cabeça da garota abrindo seus lábios e despejando o líquido azul gélido. A garota gemeu um pouco, pareceu engasgar, mas engoliu uma parte do líquido, visto que o Potter não despejara muito.


- Fleur e Hermione façam o favor de trocarem as vestes dela. - Disse Harry em tom autoritário como se não aceita-se ser contestado. – Os pijamas da enfermaria estão naquele armário, estão limpos. Coloquem cortinas aos lados da cama, não quero que outros a vejam se entrarem aqui por engano. - Ele então parou por um instante para respirar. – Diretor, creio que temos de conversar um pouco. - Disse já se afastando da enfermaria seguido por Dumbledore que entendia a gravidade das coisas e esperava com paciência. – Há. Sim. Não dê mais poção congelante para ela, só vai agravar o caso. Volto em meia hora, até lá fiquem aqui. - Disse parando rapidamente e depois saindo da enfermaria fechando as portas no caminho.


- O que ele vai fazer? - Perguntou Fleur meio aturdida com as ordens e a rapidez que o rapaz fazia as coisas.


- Não sei, mas vai dar tudo certo. - Disse Hermione tentando passar segurança mesmo não tendo muita certeza. Não confiava muito que Gabrielle tivesse alguma cura, afinal, a maldição não tinha cura.


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- Me desculpe os incômodos Dumbledore. - Disse Harry seu tom de voz não demonstrava lamento nenhum pelo que quer que fosse. – Eu explicarei mais tarde sobre a senhorita Granger e as senhoritas Delacour, mas você poderia esperar um pouco enquanto eu faço uma poção?


- Vejo que a situação é urgente. - Disse o diretor sentira uma forte magia negra na pequena garota. – Ela foi amaldiçoada com o que?


- Fuego escarlate. - Disse Harry seu tom de voz era vazio. - Eu passarei em seu escritório assim que eu resolver isso e explicarei tudo.


- Então até mais, senhor Potter. - Disse Dumbledore encarando o rapaz que saiu andando a passos apresados pelos corredores da escola. Curioso o comportamento dele. Era como se ele luta-se consigo mesmo para que não cai-se em um desespero sombrio, como se teme-se ver a morte de mais alguém. Pensou se as senhoritas Delacour eram conhecidas dele em seu mundo.


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Harry adentrou na sala de poções como um vendaval. Nem mesmo deu explicações a Snape, foi apenas ao armário de ingredientes e pegou alguns que para o professor pareciam ser aleatórios, pois muitos ingredientes anulavam os efeitos um dos outros. O Potter acendeu um caldeirão e começou a preparar as poções. Ele cortava os ingredientes com tal destreza e rapidez que Snape, que até agora só observava, pensava que aquele rapaz era um ótimo preparador de poções.  Viu-o encher o caldeirão até a metade com água normal e pura e jogar três pétalas de flores de prata, imediatamente a água pura ficou prateada. Em seguida ele despejava algumas ervas picotadas e mexia o caldeirão em sentido anti-horário.


- Onde tem cristais de anjo? - Perguntou Harry rápido sem olhar para o professor.


- Terceiro armário da direita pra esquerda. - Falou Snape apenas observando enquanto o Potter, com um aceno da mão, trouxe um frasco cheio de pequenos cristais coloridos chamados de cristais de anjos, encontrados só em regiões com atividade vulcânica. Ele despejou cinco cristais na poção e começou a mexer, agora no sentido horário. Também despejou uma pequena quantidade de sangue de yeti na poção que agora tomou uma cor azul marinho profundo e soltava uma fumaça literalmente prateada.


Ele deixou a poção esquentar sem mexer enquanto pegou algumas presas de serpentes aladas e começou a triturá-las de forma rápida até que elas se tornaram apenas um fino pó que despejou sobre a poção, agora prateada e a fumaça era azul marinho, parecia que tinha se invertido a situação. Ele mexeu duas vezes em sentido horário, três em sentido anti-horário e parou. Snape parecia confuso afinal tudo que ele fizera fora colocar medidas de substâncias que nunca experimentara colocar juntas. Demorou menos de dois minutos e o caldeirão borbulhou, a quantidade de líquido prateado pareceu aumentar de forma que quase transbordou.


- Me traz cinco frascos. - Ordenou Harry ao professor de poções que ficou imóvel. – Ta esperando que eu desenhe ou o que? - Perguntou o rapaz de forma mordaz a Snape que, a contra gosto, entregou ao moreno os cinco frascos pequenos. O rapaz pegou uma concha de pura prata, pegou um pouco do líquido prateado e despejou nos cinco frascos os tampando logo em seguida, com cuidado, com uma rolha. – O resto da poção fique com você. Ela só pode ser retirada do caldeirão com uma concha de prata pura se não perde o efeito. A poção é ótima para utilizar contra maldições e poções queimantes, também cura muito bem queimaduras de todos os graus sem deixar rastros. - Em seguida ele saiu. Snape, confuso,  se aproximou do caldeirão com cuidado e notou ele ainda quase cheio do líquido prateado que, mesmo com o fogo apagado, continuava a borbulhar como metal líquido.


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Gabrielle gemia de dor. A temperatura dela aumentara muito e ela começara a suar. Fazia pouco mais de meia hora que Harry a deixara ali e Fleur estava desesperada. A febre de sua irmãzinha não parava de aumentar ao ponto de passar de uma simples febre. A pele de Gabrielle estava vermelha e o calor era exalado pelo seu corpo parecia que ela iria pegar fogo. As roupas da enfermaria estavam encharcadas de suor, um grito mais alto demonstrou a grande dor que ela sentia.


- Ela precisa da poção. - Disse Fleur pegando um frasco com liquido azul gélido e indo até a irmã, mas foi impedida por Hermione. – Sai da frente! Ela precisa da poção.


- Ela vai ficar bem. Disse Hermione com firmeza abraçando a mais velha para impedi-la de avançar. – O professor Potter disse para não dar poções, só vai piorar o caso.


- Eu dei essa poção sempre pra ela! não vai piorar, vai ajudar! Ela ta sofrendo! - Falou Fleur quase gritando enquanto tentava se livrar de Hermione. As portas da enfermaria foram abertas com uma violência incrível, as duas pararam naquela mesma posição e viram o Potter adentrar na enfermaria ignorando as duas e indo até o leito de Gabrielle.


- Porcaria. - Murmurou Harry de forma audível ao ver o estado da pequena ali. – Está pegando fogo. - O jeito que ele falava parecia que era literalmente, mas realmente o corpo da jovem começara a soltar uma fumaça cinzenta. Ele se abaixou e levantou a cabeça de Gabrielle. – Ei garota. Sei que é forte. Tente beber isso. - Disse fazendo Gabrielle abrir a boca e despejando rapidamente algo prateado em seus lábios. Ela forçou-se a engolir. Era gelado para o corpo quente dela, como metal que ficava muito tempo em contato com gelo. – Isso ai Gaby, eu sabia que você era forte. - Disse o moreno enquanto ela engolia o líquido incômodo e soltou um gemido de dor mais alto. Seu corpo tremeu um pouco até que ela se acalmou e pareceu adormecer.


- Como ela está? - Perguntou Hermione vendo o Potter estender a mão a poucos centímetros do corpo de Gabrielle uma luz saiu da palma da mão dele.


- Esta estável. - Disse Harry relaxando. Olhando para a morena que viu os mesmo olhos vazios que o professor sempre tinha. – Ela deve tomar mais duas doses. - Disse colocando dois frascos em cima de uma pequena cômoda ao lado da cama. - Toda vez que ela acordar. - Disse olhando para Fleur que, preocupada, confirmou com a cabeça. – A poção a fará dormir cerca de três horas cada vez que tomar. Quando ela acordar lhe de algo de comer antes de aplicar de novo a poção. - O Potter olhou pros lados a fim de achar algo, mas pareceu não achar ninguém. –Dobby. - Um estalo seco e um elfo doméstico estava ali.


- Pois não mestre Potter? - Perguntou o elfo se curvando ao ponto de quase tocar o nariz no chão.


- Já disse que pode me chamar de Harry. - Disse o rapaz sorrindo para o elfo que parecia estar a ponto de fazer um escândalo por ser tratado como um igual. – Você faz o favor de trazer algo para a senhorita Delacour aqui para comer?


- Sim mestre Harry. - Falou o elfo pronto para aparatar.


- E, por favor, Dobby, tente ficar a serviço dela ou mandar alguém que fique, pois quando a irmãzinha dela acordar precisara se alimentar também. - Disse o moreno de forma clara. – Mas apenas uma canja ou sopa, nada pesado.


- Como desejar mestre Harry. - Falou Dobby desaparecendo.


- Fleur, tem um banheiro logo ali.  Tome um banho e não se preocupe, ninguém entra nele quando está ocupado. - Diz o rapaz de forma mais fria estalando os dedos, uma muda de roupa apareceu em cima de um leito próximo. – Deve ser o seu tamanho. Troque-se e depois nos falamos. Pode dormir aqui na enfermaria junto com sua irmã. - Ele agora olhou para Hermione de forma profunda. – Hermione volte para seu salão comunal que em breve volto a te chamar. Temos de discutir os assuntos pendentes.


- Sim professor. - Disse Hermione saindo rapidamente da enfermaria deixando só ele e Fleur.


- Obrigado. - Disse Fleur que até agora estava confusa.


- Eu lhe trouxe liberdade, tenho responsabilidade de cuidar de você. - Disse o Potter calmamente. – Mas não se esqueça, eu realizei o seu desejo então o preço logo será cobrado. Não se preocupe que não será nada como aquele porco do seu ex-patrão fazia. - Um suspiro longo e frio que fez Fleur tremer levemente. – A poção irá dar um jeito nos efeitos negativos da maldição, ela logo estará em pé de novo só que os feitiços de fogo dela estarão um pouco mais fortes. - Harry já ia sair da enfermaria quando lembrou de algo. – Daqui a pouco vira alguém chamada Agatha, ela tem um bom conhecimento em medicina bruxa. Peça para que ela cheque a temperatura de Gabrielle a cada duas horas até que volte ao normal e, por favor, troque as roupas de sua irmã de novo. Ela está ensopada de suor. - Por fim saiu do local suspirando alto, agora tinha de encarar o velho Dumbledore.


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- Então essa é a história em torno de todo o ocorrido? - Perguntou Dumbledore olhando para o Potter. As únicas pessoas no escritório além dos dois eram Snape e Carlinhos, ambos já sabiam da história do rapaz.


- Sim. Eu resolvi ajudar já que Fleur e Gabrielle Delacour eram amigas minhas no passado. - Ele se curvou levemente para frente e seus olhos verdes brilharam perigosamente. – Por isso não quero tentativas de você fazê-las me espionar, nem sondas nas duas. Se fizer isso eu me esqueço que estou te devendo uma.


- Respeito sua decisão.  -Disse Dumbledore não ligando pro jeito agressivo do jovem. – E quanto à poção que você aplicou nela, eu nunca a vi.


- É uma poção rara e difícil. Os ingredientes têm de ser frescos e preparados com cuidado demora pouco, mas um grão de algo a mais já estraga a poção e a transforma em apenas sopa com gosto ruim. – Disse o rapaz olhando de relance para Snape, fora ele que lhe ensinara a poção. – Foi criada em meu mundo no intervalo da primeira e segunda guerra bruxa. - Ele tirou das vestes algo um papel amarelado e estendeu não para Dumbledore, mas para Snape.


- É minha letra. - Disse Snape em tom seco de voz lendo atentamente ingredientes e modo de preparo que tinha escritos no pergaminho.


- Você que a criou. - Disse Harry de maneira fria. – E que me ensinou a preparar então creio que seja você que deva levar os méritos. - Uma pausa. Snape lia com atenção cada ingrediente esquecendo os demais na sala por alguns instantes e depois guardou o pergaminho nas vestes. – Também gostaria que você abrisse uma vaga pro primeiro ano de Gabrielle. As aulas começaram há alguns dias, então ela não perdeu muito.


- Pelo que eu sei, ela ainda não completou onze anos. - Disse Dumbledore analisando o rapaz com atenção. Não se conseguia ler nada em sua face, nenhuma emoção. – É regra da escola que os alunos tenham no mínimo onze anos.


- Creio que possa abrir uma exceção, visto que ela estava matriculada em Beauxbatons e, como sabemos, eles iniciam os ensinos com dez anos, então tudo que você precisa fazer é tratar como transferência, mesmo a escola estando fechada atualmente. - Diz Harry de maneira prática, rápida e fria. – Eu cobrirei todas as despesas desse processo. Não se preocupe quanto ao dinheiro.


- Muito bem então. - Disse Dumbledore com sua calma inabalável. – E esse cavaleiro que você diz ter encontrado em seu pequeno passeio com a senhorita Granger?


- Richard LeCray. - Falou Harry rapidamente. – Esse é o nome dele. Creio que tenha o registro dele no banco de dados da aliança e que lidarão com ele antes que ele cruze meu caminho de novo.


- Isso soa como ameaça, Potter. - Diz Snape em tom venenoso.


- E foi Snape. - Diz Harry no mesmo tom de voz. – Eu não hesitaria em matar qualquer um que se põe em meu caminho, da aliança ou dos comensais, pra mim não importa.


- Seu…


- Nós cuidaremos dele senhor Potter. - Disse Dumbledore interrompendo o professor de poções. – Por hora creio que nosso assunto acabou.


- Sim. - Disse Harry se colocando de pé. – Estarei em meus aposentos e, Diretor, a senhorita Granger será minha assistente por um tempo, enquanto Carlinhos estiver ocupado. - Em fim saiu da sala do diretor fazendo sinal para que Carlinhos o seguisse.


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- Carlinhos. - Falou Harry quando os dois se afastaram da sala do diretor fazendo o ruivo o encarar com atenção. – Seu irmão, Guilherme, ainda está de licença dos Guerreiros?


- Sim. - Respondeu o ruivo de maneira simples. – Aparentemente não tem data para voltar.


- Ele trabalha lecionando feitiços para cadetes de Guerreiros e Cavaleiros senão me engano. - Disse Harry mais para si mesmo do que para o ruivo. – Entre e contato com ele e diga que quero contratá-lo.


- Sobre que assunto? - Pergunto Carlinhos interessado.


- Fleur precisa terminar seus estudos e seu irmão tem um bom conhecimento em magia. - Disse o rapaz de forma simples. – Ela tem de estar preparada para o que  vier se ela quer ser livre, precisará de poder para isso.


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Harry estava sentado em sua poltrona no quarto tomado pela escuridão que ele encarava com intensidade. Mesmo no escuro ele via as cenas que tentava esquecer, via as chamas de um dia maldito contrastando com o céu limpo e ouvia os gritos. Conhecia as vozes gritando. Eram elas. Eram Gabrielle e Fleur pedindo socorro e perdão. Comensais, centenas ao redor das duas, olhando cobiçosos e Guilherme Weasley lutando bravamente tentando chegar a esposa, mas era impossível. Havia muitos guerreiros de Voldemort, muitos corpos pelo chão, muitos lamentos e lamúrias. Risadas insanas, seres que fediam a magia negra e os gritos para que parassem, para que ouve-se piedade. Tentou alcançar as duas francesas, mas Ele se pôs a sua frente. O maldito comensal da morte, os olhos cinzentos e os cabelos da mesma cor caiam por seu rosto. Odiava aquele homem tanto quanto odiava Voldemort e ele deveria morrer.


- Professor Potter. - Falou alguém batendo na porta tirando o rapaz dessas imagens de um passado insano.


- Entre. - Falou Harry sua voz era carregada de um ódio contido e seus olhos brilhavam em uma intensidade sombria como se desejasse matar alguém. Respirou fundo tentando acalmar-se enquanto a porta era aberta. Com um aceno da mão as luzes se acenderam. – O que deseja Agatha?


- Vim perguntar se o senhor esta bem. - Disse ela o tom era preocupado, fazendo o rapaz ficar sem entender, não tinha por que ela perguntar aquilo. – E avisar que a temperatura de Gabrielle Delacour está estável e a segunda poção já foi aplicada. Ela também se alimentou direito.


- Obrigado Agatha. - Disse o rapaz se levantando de sua poltrona e caminhando até a garota, ficando com o corpo bem próximo do dela, ele baixou os olhos para olhá-la bem dentro dos olhos. – Você será uma boa médica, mas tem de aprender a dar as noticias boas ou ruins se quiser continuar nessa carreira. - Disse pegando rapidamente um jornal que a garota escondia atrás do corpo com as mãos. Olhou rapidamente para a capa onde havia uma foto dele e viu algo sobre edição especial. Aparentemente estavam dando crédito a ele por descobrir uma veia corrupta dentro da aliança e dizendo que ele fora o responsável por desmantelá-la.


- Foi muito corajoso de sua parte. - Disse Agatha, não conseguia se afastar do rapaz que pareceu esquecer dela. Quando os olhos dele mais uma vez encontraram os seus ela se arrepiou e sentiu um calafrio gélido prendendo sua respiração.


- É mentira. - Disse Harry entregando o jornal para a garota que estava meio confusa e não sabia se gostava ou não dele ter se afastado. – Eu passei pelo local e tava de mau humor. Ele era um dos responsáveis pelo estado de Gabrielle então eu ia matá-lo, mas como estava acompanhado no meu pequeno passeio achei melhor não fazer isso.


- Meu pai contou um pou…


- Você devia ouvir mais seu pai. - Disse Harry a interrompendo de costas para a garota. – Ele viu horrores aos quais, com sorte, você jamais verá. Viveu momentos que levariam humanos a insanidade, sentiu dores que destruiriam um ser. - Falou o Potter quase pausadamente. – Cuide de seu pai, Agatha Snape e faça com que ele não me encontre em campo de batalha. Viva cada momento que puder com ele, mesmo se ele te irritar. Aprenda com suas palavras, tome suas decisões e reze para que ele fique vivo ao fim da guerra.


- Mas tem paz entre nós. - Disse Agatha confusa sabia que a paz era temporária, mas nunca pensaria que as forças das trevas chegariam até o castelo, mesmo com os filhotes de comensais ali.


- Nós estamos numa Zona de Calmaria. - Disse Harry se sentando na cama e finalmente ficando de frente para a garota já que a cama ficava em frente a porta. – Ou olho do furacão. - Dizia com calma como se ensinasse um de seus alunos mais novos. – Dentro do olho do furacão a calmaria reina, mas é temporária. Você e muitos nesse castelo pegaram a guerra no momento em que ela estava se aproximando da Zona de Calmaria, mas quando o olho do furacão passar vocês conhecerão de verdade o desespero da guerra. Não passará um dia sem que alguém morra vítima da guerra. Não vai ser como antigamente, que demorava meses para alguém morrer. - Uma pausa sombria e os olhos do Potter mergulharam nas sombras do quarto. – Saia Agatha. Vá cuidar de Gabrielle pois daqui a pouco passarei lá.


Agatha não esperou uma segunda ordem. Aqueles olhos imersos na escuridão pareciam brilhar em uma intensidade opaca e insana. As palavras dele eram incoerentes, mas sábias e a voz era como se toda a emoção tivesse sido espremida para fora e não existisse mais nada, nem espaço para o ódio. Era como uma casca vazia que se mexia com o único propósito. A guerra.


Harry ainda ficou ali por uns segundos, pelo menos foi o que pensou já que tinha passado mais de uma hora com ele lá sentado perdido em seus próprios pensamentos. Finalmente ele se levantou, saiu do quarto com rapidez e se viu andando pelos corredores do castelo.


Não precisava pensar, sabia para onde seus pés lhe levavam e deixou eles guiarem a si pelas paredes sombrias do castelo. Ali sempre fora sua casa, seu lar, o porto seguro de sua alma. Era tão irreal estar ali e não sentir a paz ou a alegria que sentia antigamente. Talvez pelo fato de que ali não era sua Hogwarts ou o fato de que não estava com seus amigos.


 Não andou muito. Tomou passagens secretas que poucos sabiam. Assustou um ou outro casal que namorava perto das saídas das passagens e olhavam pra ele assustados, pois o professor se movimentava com tanto silêncio que parecia ter atravessado as paredes, mas isso era pelo fato dos alunos estarem mais interessados em namorar do que outra coisa.


O último degrau de escada foi ultrapassado e ele chegou onde queria. Respirou fundo e caminhou para aquele local. Analisou com certa frieza os quadros que ficavam em volta do grande quadro da mulher gorda que encarava o rapaz com interesse, mas o Potter a encarou com frieza. O sorriso meio sem vida que nasceu em seus lábios fez a mulher do quadro sorrir.


- Senha. - Perguntou a mulher do quadro olhando o rapaz um tanto receosa.


- Sou professor de DCAT e tenho autorização pra entrar em qualquer salão comunal sem senha. - O tom de voz do Potter era uma mistura de emoção. Era como se ele exala-se amor e ódio ao mesmo tempo pela voz.


- Sinto muito professor Potter, mas devido a problemas passados, terei de pedir a senha. - Disse a mulher gorda com receio. O rapaz apenas pensou por um instante.


- Garra de Grifo. - Disse Harry em tom pesado de voz.


- Assim seja. - Disse a mulher gorda aliviada e abrindo passagem para o rapaz sem ligar como ele conseguira a senha, já que geralmente só os diretores da casa tinham. - Harry adentrou pela passagem e viu seu antigo salão comunal vermelho e dourado parecia maior do que lembrava. Tinha dezenas de alunos passando conversando, cada um num canto, mas bastou um sussurro de surpresa de um para o salão calar e olhar para ele. Algumas garotas sorriram e coraram ao ver ele passando os olhos por elas, outros alunos tremiam de medo ou excitação. O Potter era provavelmente o professor mais maneiro da escola.


- Boa tarde. - Disse o Potter de maneira fria andando pelo salão comunal olhando os detalhes. Tinha que lembrar de ver os outros salões. Nunca tinha visto os de Lufa-Lufa e Corvinal. Por fim repousou em seu lugar favorito no salão. Uma poltrona perto da lareira. Não se incomodou com o silêncio, apenas olhou para o lugar vazio. – Lila Brown, vá chamar à senhorita Granger, diga que a estou esperando aqui. - Disse Harry olhando para Lila que corou ao vê-lo se dirigir a ela e saiu apressada junto com Parvati Patil atrás dela, ambas rindo baixinho. O Potter se sentou na poltrona.


- Professor. - Falou um aluno quebrando o silêncio. Harry o olhou, não lembrou quem era, mas também não dera aula para todas as salas ainda ou pensava que não. – É verdade o que dizem no jornal?


- Realmente eu estive no país em questão e encontrei o Cavaleiro que levou a aliança a tal rede de corrupção. -Falou Harry em tom normal, todos ouviam ele com atenção. – Eu ia até matá-lo, mas em virtude de eu não estar com só relatei a Dumbledore. Os créditos são do velho.


- Professor, você tem um doce favorito? - Perguntou uma garota provavelmente do terceiro ano em tom sonhador.


- Viciado em chocolate. - Disse Harry abrindo um leve sorriso fazendo outros sorrirem também. – Uma vez fui para a áfrica central, o povo de lá tinha um jeito de preparar o chocolate de forma deliciosa.


- Você viajou por muitos países? - Perguntou uma aluna do sétimo ano. Harry se lembrava de ter dado aula pra ela.


- Conheci boa parte do mundo. - Falou Harry apesar do tom dele estar um tanto gelado, no entanto os alunos não pareciam se incomodar. – Uma vez fui para o Japão, conheci um ferreiro ótimo e engraçado. - Falou olhando um pouco pro vazio. – Tipo, nós tínhamos meio que arrumado confusão com esse tal mafioso,  passamos altos problemas correndo para lá e para cá e no fim terminamos caindo de bêbados de tanto tomar Sake.


- E os mafiosos? - Perguntou um menino um tanto alegre por ouvir as histórias do professor.


- A, bom. Nós escapamos. Tivemos que matar alguns, mas no fim nos acertando com o chefe dos mafiosos e nós três bebemos a noite inteira. - Algumas risadas ecoaram pelo salão os alunos pareciam achar graça de ver o professor falar aquilo, os mais velhos custaram a diferenciá-lo de um adolescente normal. – A ressaca foi de matar visto que no dia seguinte ainda teve uma festa do grupo mafioso e eu acabei indo parar num lago de carpas por alguma razão. - Um estouro de risadas dos alunos.


- E por que vocês arrumaram briga com um mafioso? - Perguntou uma voz séria entre os alunos e o Potter pode ver Hermione lhe olhando com severidade.


- A culpa não foi minha. - Disse Harry meio que se defendendo e Hermione, que chegara a pouco e ouviu a historia, jurou que esse era um momento descontraído para ele. – Esse amigo ferreiro que foi se engraçar com a filha do chefão lá e, bem, sobrou pra mim também na confusão.


- E esse ferreiro? O que aconteceu com ele? - Perguntou um garoto sorrindo de lado.


- Se casou com a filha do chefe. - Disse Harry um sorriso largo apareceu em seus lábios. – Literalmente acorrentado para não fugir. - Os garotos riram com a situação algumas garotas também. – Mas foram felizes por um tempo tiveram um filho e o grupo mafioso entrou em crise. Um dia a aliança resolveu interferir no país que se mantinha em cima da linha e eles mataram todos do clã mafioso, inclusive meu amigo.


- Sinto muito. - Falaram algumas pessoas que não faziam parte da aliança, como se também tivessem passado por algo parecido, mas Harry ainda sorriu.


- Ele morreu como um guerreiro. Lutou até o fim de sua vida. - Disse o Potter havia mentido dizendo que fora a aliança que matara seu amigo japonês, pois isso fora em seu mundo, mas foram aurores inglês o que, para ele, era a mesma porcaria. – Eu ainda encho a cara de sake para homenageá-lo. - Disse sorrindo largamente. – Alguém me acompanharia?


- Professor! somos estudantes! - Disse Hermione indgnada em quanto alguns alunos concordavam sem se importar.


- Como se estudantes nunca tivessem tomado um porre na vida. - Disse Harry alargando mais o sorriso. – Eu e um amigo resolvemos ver quem bebia mais e atacamos uma garrafa de vodka que passou batido. Fomos pra uma segunda, mas ele, já bêbado, aparatou e para achar ele foi um desespero. No fim ele apareceu azul em casa e quase nu, pois aparatara em uma região fria do país e dormira na rua. Roubaram as roupas dele enquanto ele dormia. - Um estouro de risada dos alunos novamente ao imaginarem a cena.


- O que o senhor queria comigo? - Perguntou Hermione meio impaciente achando que o Potter estava ensinando coisas erradas para os alunos. Ele pareceu se lembrar que tinha algo pra falar.


- Que bom que me lembrou senhorita Granger. - Falou Harry seu sorriso diminuiu e os olhos ficaram mais sérios. – Bom pessoal, eu tenho de resolver umas coisas. - Murmúrios chateados foram ouvidos. Os alunos nunca tinham  visto o professor tão solto, ou assim parecia, no entanto,  Hermione notara que ele esquecera de contar partes da aventura que tivera tanto com o tal amigo japonês quanto com o tal amigo bêbado. – Um dia conto mais para vocês.


- Professor! O senhor joga quadribol? - Quem perguntara fora Ronald Weasley e pela primeira vez Harry o notara na sala.


- Tenho minhas manhas sim. - Disse o rapaz de maneira calma.


- Ta afim de uma partida daqui a meia hora? Nós vamos juntar o pessoal das outras casas pra jogar um pouco no campo. - Disse Rony analisando o Potter com cuidado também notara algo estranho nele enquanto ele falava.


- Talvez eu vá para lá. - Disse Harry só que agora mudou a atenção para Hermione. –Senhorita Granger queira me acompanhar. - Disse Harry saindo da sala o ar sombrio voltou aos seus olhos e a voz voltou a ser áspera, fazendo uns alunos tremerem levemente pela mudança repentina ele logo saiu do salão comunal seguido da Granger.


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Tão rápido quanto chegara ao salão comunal da Grifinória ele chegou a sua sala de aulas com Hermione logo atrás. Ele achou melhor levá-la para a sala de aula se não as más-línguas iam começar a falar da garota e, definitivamente, não era algo que o rapaz queria. Ele se sentou em cima de sua mesa literalmente deixando os pés pendurados no vazio e fez sinal para que a morena senta-se a sua frente. Ela assim o fez se sentando em cima de uma carteira em frente à mesa do professor não mais que um metro longe. Harry fez um aceno com as mãos e cinco pastas aparecerem no colo de Hermione que ficou confusa.


- São arquivos de bruxos das trevas ou que não apóiam a aliança conhecidos atualmente. - Começou Harry em tom prático. – O nível deles é médio em comparação aos comensais mais poderosos e estão soltos. Nas pastas tem nomes, endereços e lugares que eles costumam freqüentar, mas eles têm sido cautelosos aparecendo só ocasionalmente. - Hermione apenas ouvia sem entender direito aonde aquilo chegaria. – Leia os arquivos técnicos da aliança. Não conseguiram prever um padrão nos movimentos deles. Quero que você ache um padrão que possa ser usado, também as fraquezas e faça um relatório completo do que descobriu com as notações. - Ele fez uma pausa curta e a olhou bem no fundo dos olhos. – Aparentemente eles têm alguma ligação. Ache a ligação. Tudo que você precisar aparecera nas pastas deles, dês de fotos, a nomes e documentos. As pastas só podem ser abertas por você e quem ler algum documento só vera um relatório de poções.


- Por que isso? - Perguntou Hermione confusa.


- Você aceitou ser minha assistente. - Disse Harry se curvando um pouco para frente em cima da mesa. - Eu apenas estou testando sua capacidade de raciocínio os professores aqui dizem que você é esperta, mas eles não sabem nem a metade. Você é muito esperta, senhorita Granger e, ao contrário de todos os professores, eu sei seu real potencial e se você me escutar e obedecer, se você se esforçar, você será grande, talvez maior do que o próprio Dumbledore.


- Então tudo que eu preciso é ler e analisar esses documentos e relatórios e criar um padrão nos movimentos dos bruxos a fim de ver qual a ligação deles? - Perguntou Hermione notando que o rapaz provavelmente já sabia o que ela tinha de achar.


- Sim. - Disse Harry de forma neutra. – Você terá 4 dias para concluir sua tarefa. Tempo de sobra e também quero a senhorita todo dia, as cinco da manhã, no corredor que leva as armaduras vermelhas do sétimo andar ,em frente à grande tapeçaria para que iniciemos parte do seu treino.


- Cinco da manhã? - Perguntou Hermione meio chocada. Era muito cedo mesmo para ela que acordava cedo.


- Sim. Temos de dar um jeito em te preparar afinal, a partir de agora, você é minha… - Ele parou interrompendo o que ia dizer como se sai-se do ar. O coração de Hermione bateu mais forte. – Pode-se dizer discípula. Se correr tudo bem te darei outra missão no decorrer do seu treinamento. - Mais uma aceno com a mão e um pesado livro apareceu na mesa do professor ao seu lado. – Esse livro é importante que leia. Trata-se de oclumencia. Conhecendo você do jeito que conheço, você se dará melhor na matéria lendo primeiro sobre ela. - Ele estalou os dedos e o livro sumiu. – Ele já está sobre sua cama então é só você ler.


- Mais alguma coisa professor? - Perguntou Hermione meio aturdida com as coisas.


- Pode ir. - Falou Harry de maneira calma e fria. – Mas te espero amanhã às cinco da manhã.


- Até mais professor. - Diz Hermione saindo da sala com as pastas pensando se fizera bem aceitar ser assistente dele ou pior aprender o que ele tinha a ensinar.


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O resto do dia passou rapidamente e Harry suspendeu suas aulas. Não estava com ânimo para ensinar alunos tão fracos, por isso se embrenhara na biblioteca da escola na parte mais profunda e sombria da área restrita, onde passou o resto do dia imerso naqueles livros lendo vários ao mesmo tempo com uma atenção imperturbável. Até a respiração dele parecia silenciosa de mais naquele local vazio e escuro.


- Finalmente te achei. - Falou alguém em meio à escuridão, mas o moreno nem ao menos levantou a cabeça para observar o dono da voz que veio mais para perto da fraca luz de um archote. – Consegui o que você me pediu.


- Você demorou. - Falou Harry levantando a vista para o ruivo a sua frente. – Seu irmão aceitou?


- Ele estará aqui para falar contigo. - Falou o ruivo olhando para Harry e jogando três pastas sobre a mesa do moreno. – Deu trabalho conseguir isso.


- Trabalho que será recompensado. - Falou Harry abrindo a pequena pasta e lendo rapidamente o conteúdo. Fez isso com as duas outras pastas e pegou as três fotos que tinham em cada pasta. – Resolverei isso hoje à noite.


- Mas pelo menos um desses pertence à Aliança! - Falou Carlinhos meio relutante.


- E isso deveria ser importante? - Perguntou o Potter levantando uma sobrancelha e sorrindo de forma sarcástica. – Não se preocupe Carlinhos, eu darei meu jeito.


- Ou seja, - Começou o ruivo meio nervoso. – Choverá sangue onde você por seus pés.


- Devia ter mais fé em mim. - Falou Harry se levantando o sorriso sarcástico e frio ainda em seus lábios. – Mas me conhece muito bem.


- Boa sorte. - Falou Carlinhos dando as costas e andando rapidamente pelas prateleiras de livros sem olhar para trás. A escuridão o envolveu enquanto se afastava do moreno.


- Não sou eu que preciso de sorte meu amigo. - Um arrepio subiu pela espinha de Carlinhos quando ouviu a voz de Harry ecoar na escuridão. Era como se ele estivesse ao seu lado, mas sentiu a magia dele desaparecer.


XXXXXX


Harry ainda olhou as três fotos em sua mão analisando cada uma com atenção. O relatório das pastas já estava guardado em sua mente e as pastas em seu sobretudo. Também guardou as fotos no sobretudo e fechou o livro em cima da mesa. O archote se apagou e os olhos verdes sem vida dele brilharam na escuridão antes dele simplesmente desaparecer do castelo sem fazer nenhum barulho. Quando sentiu de novo o chão de baixo de seus pés, o moreno se viu em um local diferente. Achou interessante aquilo, só quisera testar se conseguiria aparatar direto da escola, pelo jeito aquilo era fácil. Olhou em volta e se encontrou no que parecia um grande deserto de areia, o sol ainda estava à vista, mas a noite começava a cair trazendo o vento gélido das noites do deserto e mais a frente dele uma fortaleza se erguia.


- Interessante. - Falou o moreno vendo a fortaleza que era da mesma cor da areia se erguendo é ela era grandinha. Pelo que ele se lembrava, era maior que Azkaban. Segundo o relatório, aquela fortaleza era uma prisão chamada Mahake. A palavra provinha de uma língua antiga que significa, literalmente, prisão miragem. Talvez fosse pelo fato da prisão se camuflar as areias do deserto ou ao poderoso feitiço de ocultamento que o Potter havia atravessado.


Bom, não adiantava se preocupar com isso. Ele apenas observou analisando a arquitetura da fortaleza. Lembrava mais um grande quadrado com quatro torres uma em cada lado dele e janelas tão pequenas que provavelmente nem pássaros entrariam por elas. Não demorou muito e chegou aos grandes portões da frente. Não podia simplesmente aparatar ali dentro. Havia algo ali que impedia, algo a mais do que um feitiço anti-aparatação. Então esticou a mão e bateu no portão como se fosse algo extremamente comum.


- Saia daqui ou morra. - Falou alguém do lado de dentro do portão.


- Abra. - Ordenou Harry, mas não ouve nada. Foi bater mais uma vez no portão, mas algo estranho aconteceu. O portão tremeu levemente e o moreno rapidamente fez um feitiço escudo ao seu redor enquanto milhares de estacas de puro aço saiam dos portões. As que bateram em seu escudo simplesmente quebraram e se estilhaçaram. O moreno tentou se controlar um pouco, aquilo o estava deixando impaciente. Levantou rapidamente a mão esquerda e tocou no portão. Uma intensa luz vermelha sangue saiu da palma de sua mão e os olhos dele ficaram mais escuros. – Toc Toc. - Falou o moreno. Era possível sentir a frieza e o tom sarcástico que veio de sua voz. Um clarão vermelho e a fortaleza inteira pareceu tremer enquanto os portões foram literalmente explodidos para fora das dobradiças, mas o feitiço fora tão poderoso que os portões simplesmente foram consumidos por aquela energia estranha e viraram pó deixando a passagem livre para Harry.


O Potter rapidamente avançou achando interessante o lado de dentro. Logo na porta já começava algumas celas onde alguns presos começaram a gritar para tirá-los dali outros chamavam o nome de Voldemort, tolos que pensavam que o lorde negro ia salvá-los. O moreno notou que eram centenas de celas não muito grandes e havia dois presos em cada cela, não havia portas, apenas uma barreira azul elétrica. As celas eram uma em cima da outra, então, mesmo que um bruxo escapasse do sétimo andar, ele teria que literalmente pular para escapar.


- Largue a varinha e curve-se. - Ordenou alguém atraindo a atenção do moreno que viu um homem de pele morena e olhos negros, o cabelo era castanho claro. Atrás dele havia pelo menos quinze bruxos, todos vestidos com as capas vermelhas dos soldados do império da fênix.


-Leve-me a Victor Rannistein. - Falou o moreno olhando para os prováveis cavaleiros da fênix. Viu-os tremerem um pouco e vários detentos mais perto se calaram.


- Em nome da ordem da Fênix, renda-se. - Repetiu o homem fazendo Harry suspirar. –Matem-no. - Ordenou o homem. Dezenas de feitiços voaram em direção de Harry que não fez nada, os feitiços simplesmente pararam a centímetros do corpo dele. Feitiços de diversas cores, maldições negras. O único que passara por ele, basicamente ao lado direito de seu corpo, fora um Avada, o resto foi tudo parado.


- Fracos. - Falou Harry e todos os feitiços retornaram para os atacantes os acertando alguns voaram para trás com a  força do ataque, outros conseguiram desviar, mas pelo menos a metade caiu morta. – Você. - Falou Harry esticando o braço direito e o homem que parecia ser o líder veio literalmente arrastado até ele. O moreno pegou o homem pelo pescoço e o levantou como se não pesasse. – Onde está Victor Rannistein?


- Quem é você? - Perguntou o homem com espanto em seus olhos.


- Queime. - Falou Harry e o corpo do cavaleiro simplesmente entrou em combustão. O moreno o jogou para longe deixando o homem se debater desesperado tentando apagar as chamas, os gritos dele ecoaram pelo lugar. – Que tal você? - Se perguntou o moreno olhando para um homem de cabelos cor de cobre e olhos castanhos que literalmente veio arrastado até ele só que, dessa vez, uma força invisível o suspendeu no ar. – Pretende responder minha pergunta?


-Vai se foder, comensal maldito. - Falou o homem. Um brilho assassino passou pelos olhos de Harry que começou a andar em direção ao restante dos sobreviventes enquanto o homem de cabelos acobreados era literalmente despedaçado por uma força invisível. Os gritos dele se juntaram com os do homem que estava ainda queimando, quando as vozes de ambos se silenciaram, dava para ouvir o vento da noite soprar do lado de fora. – Mais alguém?


- Subterrâneo, setor 15 B, cela única. - Falou um dos homens. Harry rapidamente entrou na mente dele pegando toda informação que precisava e sorriu, continuou a andar na direção deles, mas passou por eles como se não se importa-se. – Você é Hades não é?


- Alguns me chamam assim. - Falou Harry ainda andando.


- Então por que está fazendo isso? - Perguntou o cavaleiro. Não compreendia. O caçador Hades, ou Atlas, era conhecido como uma lenda entre a aliança, alguém que lutava por eles.


- Vingança...


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Harry desceu por uma espécie de elevador sem parar nos outros andares, ele sentia a magia do local, também sentia que muitos pensavam em fazer uma emboscada para ele na saída. Achava aquilo tolice, Tudo que eles tinham de fazer era ficar fora de seu caminho e sobreviveriam para mais um dia, mas seres humanos não fazem o mais lógico. Finalmente o elevador parou. Olhou para o visor estava marcando 15B. As portas se abriram e tudo que ele viu além delas foi escuridão. Não se importou com isso, passou pelas portas de forma despreocupada e passou a andar pelo túnel escuro. Não parecia demonstrar dificuldade de enxergar o caminho tanto que desviou uma vez ou outra de dois esqueletos no chão. A caminhada fora curta. Logo ele se viu numa parte maior, como uma grande gruta subterrânea, uma luz azulada vinha de archotes que estavam naquela parte. No meio da gruta fria e úmida tinha algo, correntes desprendiam de todos os lados das paredes e iam em direção daquele algo.


- Olá. - Falou Harry se aproximando. A luz azulada revelou que ali havia um ser, um homem. Os braços estavam estendidos, presos por correntes, as pernas, o mesmo. Ele estava há alguns centímetros do chão. As roupas que ele usava lembravam um colete de metal de onde argolas de aço saiam e correntes se prendiam a elas. Uma chapa de ferro grosso e enegrecido pelo tempo tampava a boca do estranho de cabelos longos sujos e negros desgrenhados pelo tempo. Os olhos eram azuis elétricos, havia uma aura de poder e perigo naquele ser que encarava ao moreno como se tivesse vontade de matá-lo e devorá-lo. – Meu nome é Harry Potter, mas meus inimigos me chamam de Hades. - O homem apenas observava o moreno, um brilho estranho nasceu nos olhos dele. O moreno sorriu. – Me desculpe, esqueci que você não pode falar com isso na boca. - Falou o moreno tocando a mordaça de ferro que brilhou e rachou, os pedaços caíram no chão.


- Chegue mais perto, deus da morte. - Falou o homem assim que teve a boca liberada.  - Chegue mais perto para que eu prove de seu sangue.


- Não é o meu sangue que você quer. - Falou Harry olhando para o homem. – Você apenas queria viver em paz. - Começou a falar chegando perto do homem, ficando a poucos passos dele. O homem se debatia tentando alcançar o Potter. – Mas eles não deixaram. - Dizia o moreno sem se importar. – Afinal, mesmo não tendo se aliado a Voldemort, você era o inimigo, você era um ser das trevas perigoso. Então, mataram sua família. Sei que é raro sua espécie ter filhos e deve ter sido extremamente doloroso quando você os viu destruir sua filha.


- Eu vou ter matar. - Os olhos azuis elétricos ficaram mais claros, a fúria transbordava daquele ser.


- Mas não te mataram. - Falou Harry calmamente. – Não puderam. Nada que eles tentaram adiantou, você é um verdadeiro imortal. - Harry aproximou o rosto do de Victor deixando apenas uns trinta centímetros os separando. Ele encarava os olhos azuis enegrecidos pelo ódio. – Não é mesmo Príncipe da noite/ Victor Rannistein, o último descendente puro e direto de Lorde Drakul?


- Você vai morrer. - Urrou Victor tentando se debater a sede de sangue desprendeu de seu corpo.


- Jure lealdade a mim e se curve diante de minha presença e eu lhe darei o sangue daqueles que tiraram sua filha, daqueles que mataram sua amada. - Falou Harry em tom frio. – Eu lhe darei a liberdade, eu lhe apontarei o caminho e você poderá saciar sua sede de sangue com o sangue dos traidores e com o sangue daqueles que lhe tiraram tudo, que te jogaram aqui.


- Quem é você? - Perguntou Victor vendo a magia e o poder desprender de Harry. Era um poder diferente de qualquer humano, era tão forte que a caverna simplesmente começou a tremer, a parede a rachar.


- Eu sou aquele que voltou da morte para arrastar meus inimigos para um mundo de dor e medo intermináveis. - Falou Harry em tom cruel e sem emoções. – Eu sou aquele que carrega o ódio do outro mundo. - Uma pausa, os archotes passaram a exibir uma luz verde assim como a aura que saiu do corpo do moreno. – Eu sou Lorde Hades e juro que você terá a sua vingança.


- Se é assim, está feito. - Falou Victor baixando a cabeça. O tom mortal e a vontade de sangue desapareceram. As correntes que o colete de metal o prendiam no ar simplesmente congelaram do nada e estilhaçaram o fazendo cair no chão revelando vestes negra e desgastadas pelo tempo. O grande vampiro de curvou diante de Harry. – Eu, Victor Rannistein, mestre da noite, último descendente de Drakul, juro lealdade eterna a Lorde Hades. - Os archotes começaram a se apagar um a um enquanto ele falava. – Minha alma, minha existência, meu sangue e meu corpo, a partir de hoje, pertencera a ti. Seus ideais serão meus ideais, seu ódio o meu ódio, seus sonhos os meus sonhos.


- Levante-se Victor e abandone seu antigo nome. - Falou Harry vendo o homem se levantar. – Depois de hoje quando entrar em campo de batalha carregara o nome de Seth, a existência do caos e da vingança. - Harry fez uma pausa enquanto o homem fazia uma reverência. – Vamos. - Ordenou Harry dando as costas.


- Sim, Meu Lorde. - Falou o vampiro os dois desaparecem em meio à escuridão da caverna liberando uma quantidade insana de energia.


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Era ainda final de tarde na Grécia quando duas pessoas apareceram em meio a uma pequena ilha no mar egeu.  O local era bem longe do continente e o local mais próximo era Creta, mesmo assim demorava algumas horas até chegar à ilha escondida. Ela não era muito grande e feita inteiramente de rocha um dos seres pareceu incomodado com a luz, mas ainda se manteve ao lado do companheiro que caminhou pela praia da ilha até chegar à beira do mar.


- Aonde vamos, Lorde Hades? - Perguntou Victor logo atrás do Potter.


- Nessa parte não devia existir mar. - Falou Harry olhando para a água. Sentia magia vinda dela, magia poderosa. Deixou a água do mar bater em seus pés e Victor viu uma energia vermelha ser emitida pelo corpo de Harry. Tudo ao redor deles pareceu tremer, a água abaixo dos pés do Potter se tornou areia e a frente deles uma grande construção se materializou. Era como se uma parte da ilha estivesse oculta. O vampiro olhou a construção com interesse, não passava de grandes muros de pedra negra e fosca e uma única e grande torre subia do centro da construção. – Entre e abra os portões. - Ordenou o Potter.


-Sim, meu Lorde. - Falou Victor, seu corpo sumiu em uma nuvem de fumaça negra que foi carregada por um vento inexistente e adentrou por entre as frestas da prisão.


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Victor logo se materializou de novo. Estava em um corredor não muito largo dentro da muralha. Olhou para os dois lados e com grande velocidade foi para a direita os passos eram tão leves e silenciosos que ele parecia deslizar rapidamente pelo chão. Não encontrou nenhum guarda por um tempo até que ouviu passos. Quando virou um corredor se viu em frente à pelo menos cinco comensais que patrulhavam os corredores, cada um carregava uma espada e pareceram chocados ao ver o vampiro ali.


- Soem os alarmes. - Urrou o que parecia o líder, mas, antes mesmo de obedecerem ao seu comando, Victor já aparecera em sua frente e cravara suas presas no pescoço do comensal sorvendo em um segundo metade de seu sangue e o soltando. Todos tremeram ao ver os lábios do vampiro manchado de sangue. Um comensal saiu correndo, mas antes que outro fizesse a mesma coisa Victor esticou a mão, atravessou o peito de um comensal e sentiu o coração dele em sua mão pulsante e forte. Rapidamente o agarrou e arrancou o coração do comensal que caiu surpreso e sem vida no chão com uma grande poça de sangue se formando.


- Avada Kedevra. - Falou outro guarda o raio verde bateu em Victor que sentiu uma dor muito forte, mas que passou rapidamente. O comensal parecia aterrorizado pelo Vampiro estar de pé. – Ava... - Victor não deixou ele falar de novo. Rapidamente agarrou um de seus braços e puxou com violência o arrancando e com a mesma velocidade pegou a varinha do comensal de sua mão e literalmente enfiou na testa dele o fazendo cair para trás morto.


O comensal que fugiu não estava muito longe. Victor sentia o cheiro do medo dele, sentia o sangue dele correr rápido, seu coração bater forte e a adrenalina ser injetada em seu corpo. Em menos de dois segundos ele alcançou o comensal aparecendo em frente a ele. O comensal pensou em fugir, pensou em escapar, mas Victor o agarrou pela cabeça e com um movimento forte a esmagou de encontro a uma parede não se importando para alguns pedaços de osso que voaram em sua direção. O vampiro largou o corpo ali mesmo e passou a correr, tinha pegado informações no sangue do comensal. Logo se viu em um quarto amplo, mas vazio onde havia, na parede, uma marca azul clara em forma de mão. O vampiro limpou o sangue de seu rosto e passou o sangue naquela marca que brilhou em tom dourado, ele soube que dera certo, simplesmente desapareceu depois em uma nuvem negra.


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- Está feito, Lorde Hades. - Falou Victor aparecendo ajoelhado em frente de Harry que apenas o observou. Não fazia muito tempo que o vampiro entrara logo os portões negros começaram a se abrir.


- Muito bem meu amigo. - Disse Harry tocando no ombro do vampiro que se levantou, ele era um pouco mais alto que o Potter, mas este não ligou e ambos adentraram passando pelos portões abertos da fortaleza e olharam para os lados. Era um imenso pátio de pedra cinzenta e áspera onde havia centenas de pessoas, algumas acorrentadas a paredes, outras a pilares, um ou outro estava dentro de um círculo vermelho no chão e no ar acima dos círculos uma luz avermelhada ondulava mostrando uma barreira. Era fácil perceber quem era bruxo e quem era trouxa. Os bruxos tinham sempre um cristal na testa, um cristal de cor rósea. Eram pedras Banthy, o mesmo material de sua foice, só que aquela pedra estava com a função de sugar e lacrar a magia ao ponto de jamais se poder fazer nenhum feitiço.


- Para onde vamos meu senhor? - Perguntou Victor olhando para Harry que observou em volta em segundos conseguiu ver um vislumbre da mente de cada um dos prisioneiros ali e viu quem merecia e quem não merecia viver.


- Abra sua mente. - Ordenou Harry ao vampiro que assim o fez e logo o moreno passou todas as informações para ele. – Ofereça liberdade para essas pessoas. Aqueles que aceitarem vir para meu lado e jurarem lealdade eterna, um juramento de alma e sangue, você liberta. Os que negarem… - Harry fez uma pausa. – Não me são úteis. - Diz o Potter em tom frio.


- Retiro os cristais? - Perguntou Victor.


- Só depois do juramento. - Falou Harry começando a andar em direção a torre central enquanto o vampiro começou a andar entre os condenados maltrapilhos que estavam no pátio.


O moreno não ligou para isso, apenas continuou até a torre onde de longe ele viu uma porta de aço fundido e sentiu a magia negra que a protegia. Ao chegar perto fez um aceno com a mão e a porta foi arrancada da parede e jogada em meio ao pátio atrás dele. Não se importou ao ouvir o gemido de dor de alguém, pelo leve contato com a  mente que teve com aquele ser sabia que ele merecia morrer. Adentrou na torre e olhou em volta. Era mais ampla do que parecia do lado de fora. Seis comensais estavam ali, olhando surpresos para a porta. Antes que eles fizessem algo o moreno estalou os dedos e milhares de fios finos de cor vermelho sangue desprenderam do corpo do Potter e foram em grande velocidade para todos os lados. Os fios atravessaram com facilidade não só o corpo dos comensais, mas a rocha da torre. Com mais um movimento da mão os fios vibraram e começaram a cortar em pedaço os corpos dos comensais que gritaram.


Quando a última cabeça foi picotada os fios desapareceram e Harry observou com interesse o sangue e a massa de comensais. Sorriu com isso. Tivera de se segurar de mais naquela escola para não matar os filhotes de comensais que já tinham a marca, e matar aqueles vermes servos de Voldemort fora da escola era, no mínimo, satisfatório. Olhou em volta e viu uma escada em espiral subir a torre, não era esse o seu interesse. Olhou para o chão logo atrás da pilha de pedaços de comensais e viu uma porta. Foi até ela sem se importar em pisar no sangue e abriu a porta que revelou uma grande e extensa escadaria que descia para a escuridão.


O Potter não entendia a fascinação por esconderem coisas em lugares subterrâneos que os humanos tinham, inclusive achava isso muito clichê. Desceu a escadaria a passos rápidos e silenciosos adentrando na escuridão que parecia lhe abraçar. Depois de quase 10 minutos, uma luz azulada começou a iluminar o local e ao chegar ao fundo do lugar ele viu que ali embaixo havia uma abertura para o fundo do mar. Não devia ser tão fundo, pois os raios de sol ainda iluminavam a água ali. Viu que dentro da água, mais ou menos a dois metros, havia o que lembrava uma bolha perfeitamente esférica. O moreno pulou na água, seu corpo não se molhara e ele nem se mexia, o corpo simplesmente ia em direção daquela bolha estranha. Chegando rapidamente nela não hesitou em adentrar no local e sentiu que ali também havia água, mas sentia que a magia naquela água era diferente, por isso respirou fundo. Sim, a água ali era diferente, permitia aos seres respirarem normalmente. Olhou e ao centro da bolha havia uma mulher de olhos prateados que o encarava.


- Olá. - Falou Harry notando que a mulher era muito bela. A pele morena como se vivesse em um pais tropical, os cabelos eram longos e brancos como a neve e tinha orelhas levemente pontudas. Notou também que ela tinha poucas vestes, somente uma espécie de sutiã que cubria os seios fartos e algo que cobria a parte de baixo, mas só até metade da coxa. Lembrava uma saia leve. Dava para ver a cintura fina e as pernas grossas e belas dela. Ele sempre ouvira falar que elfos reais eram esguios, mas ela não era uma elfa real mesmo.


- Humano. - Falou a mulher a voz era macia carregada de um leve tom malicioso e sarcástico. – Veio tentar o que seu precioso lorde jamais conseguiu de mim?


- Meu nome é Harry Potter. - Falou o moreno não ligando para o que ela falava. – Vim lhe libertar.


- E qual o preço para isso, jovem Potter? - Ela perguntou sorrindo com um leve sarcasmo.


- Jure lealdade eterna a mim. - Falou Harry em tom forte, vendo ela sorrir com sarcasmo.


- E por que me curvaria a ti, se nem mesmo a Voldemort eu o fiz? - Perguntou a mulher a malicia e o perigo pareciam ser exalados com sua respiração.


- Por que posso te libertar dessa prisão. - Falou Harry em tom calmo. – E por que eu posso lhe levar mais uma vez para o campo de batalha onde poderá encontrar aquele que lhe traiu.


- Humano que promete mais do que pode conseguir. - Havia uma leve e cruel diversão na voz da mulher.


- Não me subestime Drow. - Falou Harry em fúria. A água ao redor dele começou a borbulhar e a temperatura aumentar uma onda de poder e magia saiu dele fazendo a Drow sentir o quanto aquele humano era diferente. Havia algo mais escondido dentro dele, um poder maior e uma existência que não parecia pertencer a esse mundo, algo que lhe atraiu. – Venha para o meu lado e todos aqueles que lhe traíram e aprisionaram estarão em suas mãos. Você terá sua vingança. Poderá se deliciar no mar de sangue de seus inimigos à vontade, fazê-los implorar por piedade.


- Como te chamam fora dessa prisão? - Perguntou a Drow olhando para o Potter. – Qual o nome que outros humanos deram a ti?


- Hades. - Responde Harry vendo que o sorriso sedutor e um tanto debochado da Drow aumentou.


- Nome interessante para um humano. - Ela falou em seguida baixou a cabeça e uma aura prateada desprendeu de seu corpo. – Eu, Larin, princesa dos Drow, os elfos das sombras, juro lealdade a Harry Potter, a Lorde Hades. Minha lealdade será eterna. Meu corpo, minha mente, minha alma, meu sangue e minha existência servirão a ti até ao fim da existência.


- Então vamos, Larin. - Falou Harry se aproximando da Drow. Era como o corpo dele se movesse sozinho naquela água estranha. – Vamos à busca de nossos inimigos. - Falou Harry a tocando. A bolha estourou em chamas que logo se apagaram com a água do mar que adentrou, mas os dois não mais estavam ali.


XXXXX


- Lorde Hades. - Falou Victor assim que Harry apareceu no meio do pátio com uma mulher bela e estranha ao seu lado o Potter olhou em volta dezenas de corpos mutilados e destroçados e logo atrás do vampiro quase cem homens e mulheres estavam curvados. – Eis aqueles que juraram lealdade eterna a ti, meu senhor.


- Ótimo. - Falou Harry olhando para todas as pessoas ali. Sentiu que havia bruxos e trouxas. – Portus. - Falou o moreno e a roupa de todos brilhou em um leve tom azulado. – Em trinta segundos vocês serão enviados a minha morada. Descansem e esperem o meu retorno. Lá encontrarão comida e abrigo.


- Vida longa à lorde Hades. - Falaram todos ao mesmo tempo um pouco depois todos desapareceram com lampejos azulados.


- Victor, meu amigo. - Falou Harry sorrindo para o vampiro. – Esta é Larin, princesa traída dos Drows e nossa companheira.


- É um prazer. - Falou Victor se curvando levemente em direção a Larin que sorriu sedutoramente em sua direção. Os olhos de ambos se encontraram por um instante.


- Sempre um prazer encontrar um irmão da noite. - Falou Larin, depois ambos olharam para Harry e, do nada, os três desapareceram deixando a morte para trás e poucos sobreviventes que tremiam aterrorizados.


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A noite estava chuvosa e os raios cortavam o céu quando três figuras simplesmente apareceram em frente a uma grande construção. As figuras pareciam ter se materializado da própria escuridão. Os três olhavam para a grande construção, era, definitivamente, o estilo trouxa ocidental e lembrava uma grande casa de pedras brancas, não havia grandes portões como dois dos seres esperavam, apenas uma porta meio normal.


- Onde estamos? - Perguntou Victor ao Potter.


- Em algum lugar de Istambul. - Falou Harry olhando com interesse. – É um local dominado pela guerrilha Maligan.


- O que procura mestre? - Perguntou Larin com o mesmo tom levemente sarcástico e malicioso que sempre parecia usar como se jogasse a todo o momento.


- Dessa vez o que eu quero é fácil. - Falou Harry pesquisando, a magia do local era fraca podia aparatar direto para onde queria. – Quero que distraiam os guardas.


- Podemos matá-los? - Perguntou Larin com animação fria em sua voz.


- Façam o que quiserem,  mas ao sentirem eu sair, saiam também e venham a mim. - Falou o moreno desaparecendo deixando o vampiro e a Drow no local olhando a instalação. Um raio cortou o céu e eles puderam ver uma inscrição no topo da instalação que dizia claramente “SANATÓRIO KRIEN”.


- Vamos brincar de quem mata mais? - Perguntou Larin olhando para o vampiro que sorriu friamente pare ela então ambos desapareceram.


XXXXXX


Harry apareceu em um corredor inteiramente branco de forma silenciosa. Olhou em volta para ver se tinha chamado a atenção de alguém, mas uma forte explosão do outro lado o fez perceber que ninguém iria para aquele lado naquele momento, ainda mais depois de começar a sentir várias presenças no prédio desaparecerem de repente e sentir a energia envolta em medo que os humanos do local exalavam. Olhou para a porta a sua frente, era uma porta de aço branco. Tocou nela e sentiu a magia de proteção. Uma pequena quantidade de magia saiu do corpo do moreno indo de encontro com a porta que fez um leve click, sinal que agora estava aberta. O moreno a abriu rapidamente e se viu em um quarto acolchoado inteiramente branco e, sentada num canto do quarto, estava uma mulher. Os cabelos loiros e longos caiam por sobre sua face. Cabelos muito longos. Ela devia estar ali há alguns anos. Olhos amarelados brilhavam por entre os cabelos, ela estava presa numa camisa de força que restringia seus movimentos e ele sentiu a magia de restrição também, sabendo que aquilo tirava parte das forças dela.


- Deseja matar Voldemort e destruir as guerrilhas? - Perguntou Harry para a mulher que o olhava com intensidade. – Deseja reerguer a antiga glória e o medo dos Hunter?


- Você é alguém interessante para um humano. - A voz da mulher saiu fria. – Sinto o cheiro de morte exalando de você. É como se estivesse preparado para matar qualquer um em seu caminho.


- Só aqueles que se porem em meu caminho. - Falou o Potter rapidamente olhando para a mulher. – Jure lealdade a mim e você poderá fazer todos pagarem por matarem seus amigos e companheiros.


- Por que você quer uma Hunter ao seu lado? - Perguntou a mulher. – Responda Bruxo.


- Por que ao contrário dos outros bruxos, - Falou Harry em tom leve e frio. – Eu não temo aos Hunter. Eu respeito a eles e as suas habilidades e eu preciso delas nessa guerra.


- E a quem mesmo eu deveria jurar lealdade? - Perguntou a mulher calmamente.


- A Harry Potter. - Respondeu o moreno um brilho de reconhecimento apareceu nos olhos da mulher, ela conhecia o sobrenome Potter.


- Ouvi rumores sobre você aqui. - Ela falou deixando um leve tom sarcástico e divertido escapar. – Os guardas e os doutores que fazem experiências aqui chamam você de Hades.


- Foi o nome que meus inimigos me deram. - Falou Harry com calma os olhos verdes brilharam em direção a ela e a camisa de força foi destruída deixando os braços da mulher livre. Ela observou aquilo e olhou para o rapaz que não devia ter mais que vinte anos, mas ela sentia a magia nele latente e poderosa, diferente até mesmo de Voldemort a quem ela vira de relance há muito tempo atrás. Ela se ajoelhou no chão e baixou a cabeça.


- Eu, Samanta Carter, juro lealdade a Harry Potter. - Falou a mulher de cabeça baixa. –Serei fiel a ti, Lorde Hades, até o fim de toda a existência.


- Levante-se Samanta Carter. - Falou Harry olhando para a Caçadora a sua frente. – Em campo de batalha você recebera o nome de Morrigan. - A mulher se levantou. Sua beleza era notável mesmo ela parecendo um pouco debilitada. Harry notou que ela era um ou dois centímetro menor que ele e a tocou no ombro desaparecendo daquele lugar que começara a entrar em chamas. Os dois reapareceram um pouco afastados da grande construção branca que agora estava em chamas e várias explosões eram ouvidas. Gritos ecoavam pela noite, a chuva se calara e não mais caia deixando os ecos da morte soarem.


- Lorde Hades. - Falaram duas pessoas aparecendo em frente ao Potter e Samanta logo reconheceu aqueles seres. Seu instinto dizia que deveria matar o vampiro e a Drow, mas se controlou, eles eram aliados.


- E agora Lorde Hades? - Perguntou Larin.


- Já deixamos nossas mensagens para o mundo, agora não ficaremos quietos. Nos preparemos para a guerra onde o sangue correra e manchara o solo e muitos inimigos cairão. - Falou Harry dando as costas para os demais. Uma luz verde saiu de seu corpo e envolveu a todos. – Vamos para a morada de nossos guerreiros, para a nossa nova morada. - Ele disse e a luz se intensificou e os três sentiram o poder dele passar por seus corpos era frio e quente ao mesmo tempo. – Vamos para Asgard.


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N/A: Depois de muito, muito, muito, muito, e mais nao sei quanto muitos… Tempo eu volto a atualizar uma de minhas fics aqui. Resolvi atualizar primeiro a Armagedon, mas como eu disse, estarei revendo minhas outras fics e vendo o que posso fazer. POR ENQUANTO QUERO BASTANTE REVIEWS, COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E ELOGIOS, SE NÃO EU DESANIMO.


N/A2: Também estou indicando a fic de um amigo, o grande Jair Jr. ele resolveu se aventurar nas fics de Harry Potter e o cara tem um bom talento então acompanhem a fic dele. Harry Potter e a Ordem dos Lords e comentem se não ele desanima. O link é http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=38299. OBRIGADO


N/A3: Em breve estarei publicando uma espécie de Remake da Descendentes Divinos. não tenho certeza se será exatamente igual a original mas só queria mesmo para concertar umas coisas e queria a opinião de vcs sobre isso inclusive sobre o casal central.........t+ e obrigado pessoal por não desistirem de mim.

AGREDECIMENTOS A E ME APOIARAM E AGRADEÇO rosana franco QUE ME MOSTROU QUE COMEÇOU A CAMPANHA DE PENTELHAR O AUTOR ISSO MOSTRA MSM QUE VCS GOSTARAM DAS FICS HAUHAUHAUAHUAHUAHA..........VLW ROSANA

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Comentários (20)

  • Irmaos Marotos

    Muito boa sua fic. Só agora vi a data da última atualização. Espero que você escreva, ou poste, caso já tenha escrito, porque essa fic é 10. O estilo do harry é muito foda e esse "mundo" que você criou é muito bom. Caso não vá postar mais, mas tenha os capítulos, poderia me passar para eu saber como a história se desenrola? Meu e-mail é [email protected] Obrigado o/

    2016-09-13
  • shadow82

    perfeito..;;pena a fic estar abandonada....

    2012-09-09
  • Thali Soares

    Simplesmente meavilhoso!!!Adorei o seu modo de escrita incluindo a suas outras fics, estou pensando em me aventurar nesse 'mundo' que é fantastico, esero me sair tão em como você e outros escritores que encontrei, principalmente porque adoo o lado dark dado ao Potter.Espero que não demore muito para atualizações, estarei esperando ansiosamente!!Que os Deuses continuem guiando sua escrita...

    2012-07-30
  • Kaos StoneHange

    Quero a continuação cara!!!!!!!!!!!!!! Urgente hahahaha 

    2012-07-10
  • Azula Kuran

    Conquistou mais um leitor!Cara que fic fodastica!Esse jeito sombrio do Harry, ficou incrivel.Agora, a Hermione: essa garota mesmo em outra dimesão, não muda. Continua com esse jeito mandão e autoritário que nos fascina. O Rony não dá para falar muito pois ele quase não apareceu. Graças a Merlin o Rony e a Hermione não ficaram juntos. Bem esperar pra ver o que acontecerá com todos esses novos aliados do Harry.Esperando pelo proximo capitulo. Já estamos em 2012!!!! E você postou esse capitulo em julho de 2011.Estaremos esperando por você! 

    2012-01-30
  • PamyPotter

    Entrei na gangue para te pentelhar. Agora uma bronca básica: EU QUERO VER OS CAPÍTULOS! Caramba, suas fics são: maravilhosas, lidas e comentadas pra caramba e você meio que desiste? Some? Desintegra? Evapora? PUF? Sério isso? Mas vamos à fic: Amei, é isso que eu posso dizer. Esse jeito malvadão do Harry me conquistou, sabe? Você conseguiu deixar ele um menino que sofreu de verdade e se revoltou, mas não ficou uma coisa cansativa porque você conseguiu jogar muito bem o mistério na fic. Eu confesso que achei que o Rony e a Mione estariam namorando (ECA!), mas eu amei que isso não aconteceu, sério. Por enquanto o Rony ainda não apareceu muito então não posso falar dele nesse novo mundo, mas a Mione está quase igual: mandona, inteligente e centrada, só que agora ela meio que não dava muita bola para o que estava acontecendo, ela se contentou com a paz que foi maquiada pela aliança. Eu amei o começo da reaproximação dos dois, sério. "Falou Hermione desviando os olhos, apesar de ter gostado do peito definido do professor Potter." OMG! Delirei nessa parte, kkk. Quero ver quando vai começar a revelação para os amigos, já vi que o Harry mexeu uns pauzinhos para juntar o Gui e a Fléur (a propósito, fiquei com um pouco de pena dela e da Gabi). E quando o Harry vai começar a treinar a Mione, hein? Ela é minha personagem preferida e você sempre destaca ela nas suas fics, coisa que eu amo muito. Tenho uns palpites muitos malucos para os próximos capítulos que você DEVERÁ postar logo. Tipo um jogo de Quadribol, hein? O Harry derrotar o Draco não seria má ideia... Eu fiz minha parte: comentei, Black. E você? Por favor? Eu imploro antes de começar ameaças... POR FAVOR! PELO AMOR DA J.K., POSTA QUE SE NÃO EU CHORO! Kkkk, beijo e até o próximo capítulo que eu também vou amar, tenho certeza.

    2011-12-09
  • Punkeeslaw Potter

    o/ Cara, amo essa e todas suas fics! *-* Só nem demora muito pra postar, bichoooo! Tomara que a Nay e a Rosana continuem pegano no seu pé pra escrever! Então, vai ter mesmo remake de DD? *-* Podia virar H² também, né? ahsushusah, não sei pq, lá sempre vi a Mione meio que arrastando uma asa pro Harry, mas enfim. Hey, também queria Revenge de volta! \ooo/ Adooooro demais! *-* Nem mata a gente de tanto esperar por capítulo, certo? Então, só quero ver como esses novos agregados se entrosaram com a história. Porque eu tenho a sensação que com eles aí Harry vai criar um terceiro lado nessa guerra? Não sei porque, mas é o que me parece, quer dizer, Harry não é exatamente entusiasmado com o jeito de lidar com as coisas que a Aliança tem, e definitivamente detesta o Voldie... Acho também que esse treino todo da Mione vai ser fudidão, e espero que as coisas entre eles, agora que vão estar em maior contato diariamente, começe a fluir para um bom rumo, se tu me entende! ;D Porque tá indo beeem lentamente, mas ok, entendo, já que eles teoricamente não se conhecem e tals. Luna voltará a dar seu ar da graça? Gina existe? Ron, mesmo não gostando dele, ele aparecerá futuramente? Porque Harry já tá criando um laço de confiança com a Mione, mas o Rone tá a quilomentros disso. Aaaah, adorei muiiiiito, essa coisa de mandar a Fleur treinar com o Gui! KKKK, depois de tudo, Harry ainda é cupido, cara! *-* Muiiiito fera isso! Agita um capítulo aí pra gente? Junto com todas as outras fics? Pliiiiis. oooo///       Beijinhos e até o novo capítulo, em breve, eu espero! ;P

    2011-11-26
  • Priscylla R

    Ansiosa esperando a sua atualização, vc é um dos melhores que tem por aqui, e gostaria q vc continuasse a escrever.  To adorando essa fic, assim como as suas outras.  Mil beijos e até o proximo capitulo. 

    2011-07-23
  • Yann Riddle Black

    Incrível!Essa fic é muito boa. Cada capítulo melhor que o outro. Não vejo a hora de ler mais para saber oque vai acontecer. Ainda mais agora que Harry conseguiu esses 3 nos aliados. Vc vai falar um pouco sobre os Drows que vc citou? Num lembro de ter lido sobre eles em nenhum lugar. YannNota: 10²³! Ps.: Já tem alguma ideia de quano começará esse remake da DD?ps.2: Acho que o casal principal da DD está bom, mas se quizer mudar para o mesmo dessa fic, com certeza não terá problema nenhum. kkkkk

    2011-07-11
  • Damares Alana

    Gostei demais da sua fic, já acompanho você lá no Nyah nas fics de Naruto e agora to aqui... Como tudo que você escreve o capitulo está maravilhoso - sou suspeita pra falar disso já que amo viagens no tempo *-* -, adoro a personalidade do Harry e tudo que ele vem fazendo e com esses personagens novos as coisas parecem que vão esquentar, hehe; Vou esperar pelo próximo.. Não demore muito por favor! Beeijos ;*

    2011-07-07
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