Capítulo 4



Sábado. Finalmente chegou o tão esperado sábado. Tudo isso porque havia a ida a Hogsmead, que iria acontecer as onze da manhã.


Acordei mais cedo do que o normal, me vesti, o dia estava lindo. Fiquei no salão comunal vazio por alguns, ou muitos, minutos. Observando, pela janela a neve caindo devagar sobre o verde da grama lá de fora. Claro, tive que me acostumar ao frio daqui. Não há comparações com o Brasil. Aqui o sol fraco aquele seu corpo bem vagarosamente no inverno. Aquela sensação tão gostosa de sentir o leve calor enquanto meus pés quase congelam.


- Vai ficar ai o dia todo? – perguntou Lily descendo as escadas do dormitório feminino.


- Está fazendo o que acordada essa hora?


- A biblioteca me espera. Essa última aula de feitiços me deixou extremamente desconfortável, você sabe. – respondeu andando até a porta do salão comunal.


- Te vejo em Hogsmead mais tarde pelo menos?


- Claro! – ela sorriu – Dedos de Mel que me aguarde!


Com isso a porta foi fechada. Decidi então que iria descer. Afinal, apreciar tudo isso de uma janela não faz jus a beleza do que se passava ali.


Os corredores de Hogwarts estavam quase vazios. Apenas alguns casais aproveitando o pouco movimento. Me dirigi para meu local preferido em todo o terreno da escola. O lago negro.


O banco embaixo do carvalho, continuava ali. Havia transfigurado ele no ano passado, cansada de sentar no chão. O sol da manhã batia na agua do lado negro e refletia uma pureza indescritível. Olhei pro céu e alguns flocos de neve ainda caiam insistentemente. Foi ai que vi, uma coruja branca voava em minha direção.


Ela parou ao meu lado, e retirei o pequeno pergaminho que estava amarrado em sua pata. Assim que o fiz, ela ficou um tempo ao meu lado enquanto eu a acariciava, até que decidiu voar novamente, não parei para prestar atenção para aonde ela estava indo, eu queria mesmo era saber o que estava escrito naquele pergaminho.


Eu o abri, vagarosamente:


“Srta. Kappel, pensei sobre sua proposta em relação a organizar um baile de inverno antes da ida dos estudantes às suas casas para o natal. A Srta. tem minha permissão para tal. Escolha algumas pessoas para lhe ajudar, formar uma comissão de organização. Se me permitir, sugiro que James Potter e seus amigos, juntamente com suas amigas e Lily Evans formaram uma equipe bem eclética que pensará em todos os estudantes na organização.  O que precisar fale comigo ou com Minerva.


Albus Dumbledore”


YAY! YAY! YAY! YAY! YAY! YAY!


As vantagens de ter um relacionamento, er, incomum com o diretor estão se mostrando ótimas!


Levantei do banco sorridente, afinal, o que mais eu poderia pedir? Melhores amigas, melhores amigos, ser bruxa, privilégios...


Se bem que as vezes eu esqueço o real motivo de estar aqui. Dumbledore já me disse para viver minha vida aqui, que tudo vai se ajeitar. Bem, é isso que eu tenho tentado fazer ultimamente, apesar de ainda, por vezes, voltar a esse pensamento.


Enquanto andava pelos corredores em direção ao salão comunal percebi que o castelo ainda parentava estar vazio, apesar de já ser quase dez horas da manhã. Mesmo para uma manhã de sábado parecia estranho. Mas eu agradeci por isso, já que naquele momento estava sentindo uma necessidade breve de solidão. Parei de andar ao ouvir um barulho, um estranho sussurro. Me escondi atrás de uma longa cortina em uma das janelas próximas aonde eu estava.


- Almofadinhas, ande mais devagar! – uma voz conhecida sussurrou com ar de irritação.


- Shiu! Falem baixo vocês dois!


- Pontas, não dá! – disse uma voz mais grave, aparecendo do nada, e tirando o que parecia ser um pano invisível de cima dos outros três garotos que se mantiveram encolhidos até entenderem o que acontecera. – Não damos mais aí embaixo. Não nós 4!


A pessoa que ficou em pé primeiro era Sirius. Remus, James e Peter demoraram a ficar eretos novamente. Ao se sentirem aparentemente desprotegidos foram direto em direção a uma estátua de um cavalheiro com armadura que estava na parede a cerca de 2 metros deles, e eles simplesmente sumiram. Sumiram em frente aos meus olhos. Um a um, desapareceram.


A primeira coisa que pensei foi: ELES TÊM QUE ME ENSINAR ISSO!


Sai do meu esconderijo ainda meio boba com o que tinha acontecido na frente dos meus olhos. Fui em direção a estatua tentar descobrir algo. Por Merlin! Como eles conseguem?


Olhei a estátua de perto meticulosamente. Nada de suspeito estava aparente. Foi ai que me cansei. Apoiei minha mão na parece atrás da estátua para dar uma última olhada. A parede embaixo da minha mão afastou-se para dentro da parede e depois para o lado. O que seria isso? Um túnel muito escuro apareceu. Peguei minha varinha e lummus, entrei no túnel. Logo que entrei a parede se fechou atrás de mim. Merlin, não gosto de lugares apertados.


Segui o corredor escuro e úmido por algum tempo, até que cheguei a uma porta de madeira. Que mais parecia ter sido feita por uma criança. Várias ripas de madeiras foram sobrepostas e frestas bem grande não haviam sido cobertas. Pedaços irregulares e tortos formavam aquela porta.


Abri a porta vagarosamente, com minha varinha em punho. Sabe-se lá o que poderia estar atrás da porta. Temendo que ela emitisse algum barulho foi a maior quantidade de tempo que demorei para abrir uma porta em toda a minha vida. Porém o esforço foi em vão quando faltavam apenas alguns centímetros para eu conseguir passar e ela emitiu um rangido. Barulho baixo se houvesse qualquer outro barulho no que parecia ser uma casa ao eu adentrar. Porém o eco do barulho ecoou por toda a casa. A porta era como uma entrada pela sala de uma casa. Meio caindo aos pedaços, aparentemente abandonada. Porém tinham algumas almofadas ao fundo da sala, um ou dois cobertores e algumas garrafas de cerveja amanteigada.


A falta de móveis era o que mais me chamava atenção à medida que explorava o terreno. Além, CLARO, da poeira absurda e das teias de aranha. Eu me controlava para não espirrar com toda aquela poeira. Ouvi um barulho que parecia vir do andar de cima. Parecia que estava acontecendo uma conversa amigável. Subi, demorando cada vez mais ao longo que pisava em mais um degrau, tentando evitar o máximo de barulho possível. Tentar ouvir a conversa alheia também estava sendo um dos objetivos daquela visita, porém não entendia nada que era falado. E ao chegar no último degrau um barulho, bem mais alto que a porta fizera ecoou novamente pela casa.


Eu ainda não via ninguém na minha frente. Minha cara de quem fez merda estava estampada. Segundos depois que parei de andar por causa do barulho três olhos curiosos viraram em minha direção.  Três faces conhecidas. Me perguntei onde estaria a quarta. Varinhas em punho e tensão no ar.


- Oi?! – disse totalmente sem graça por ter sido descoberta.


- O que você está fazendo aqui? – perguntou James rapidamente.


- Como você chegou aqui morena? – Sirius logo em seguida fez essa pergunta, com apenas uma sobrancelha erguida.


Não tive tempo de responder nenhuma das duas perguntas. Segundos depois uma voz veio mais de trás de onde os marotos estavam. A voz grossa, e temerosa apenas soou:


- Vá embora.


Até Peter que estava sentado no chão sem dizer nada virou seu olhar para trás. Foi de Remus que a voz veio. Ele estava muito pálido e com aparência doentia, como ele as vezes fica. Porém suas feições estavam extremamente sérias.


Eu fiquei estática, boquiaberta. Segundo depois rodei meus pés e segui descendo as escadas. Agora sem medo de ser descoberta não demorei em meus passos, e entrei no túnel rapidamente. Ainda consegui ouvir uma discussão acontecendo, mas já não queria mais saber o que falavam. Estava em um certo estado de choque. Tudo o que conseguia pensar era em como nunca havia ouvido Remus falar assim com ninguém. Muito menos comigo. Remus, o simpático e educado maroto que me levara para sua cabine do expresso de Hogwarts em meu primeiro dia.


Ainda estava em meus devaneios quando cheguei em Hogwarts. Se Remus havia falado daquela maneira comigo devia ter algum motivo. Quando ele estivesse pronto me contaria. Mas que motivo seria esse? Balancei a cabeça em sinal de esquecer o que estava na minha cabeça e fui em direção ao dormitório. Tomar um banho iria me ajudar nessa tarefa.


Me arrumei para Hogsmead, e como o frio havia começado a poucas semanas vesti um short jeans estilo boyfriend com uma meia calça – daquelas bem grossas – por baixo do short, uma blusa larga rosa-branca listrada, um casaco preto e finalmente calcei minhas botinhas caramelo. Fiz uma maquiagem básica, corretivo, blush, máscara de cílios e um batom vermelho. TCHA-RAM!  Sempre que podia usava um batom da minha cor favorita para sair. Alguns me achavam louca pela forma com que me vestia maquiava. Mas a verdade é que eu não ligava, afinal elas não vieram de 2010.


Fui direto para a biblioteca encontrar com a Lily. Procurei por todos os corredores, estantes, buracos. Ela não estava lá. Me perguntei onde mais ela estaria, porém achei melhor deixar pra lá e ir pegar a carruagem para Hogsmead antes que perdesse o horário.


Essa era uma das últimas a sair e o pessoal já devia estar em Hogsmead, esse devia ser o motivo de ela estar ainda vazia quando sentei-me. Alguns minutos depois ouvi uma voz conhecida.


- Está indo sozinha? – perguntou Sean Wyatt assim que a carruagem começou a se mover. Ele fora minha dupla em poções no ano passado e tinha se mostrado um bom amigo. Além, claro, de ser um gato! Loiro de olhos verdes, fazia parte do time de quadribol... não podia ser melhor. Ou podia?


- Todos me abandonaram hoje Sean! Acredita? – perguntei fingindo tristeza.


- Mas e você? Indo encontrar alguém?


- Já encontrei. – respondeu ele sentando mais próximo a mim e sorrindo. AI QUE SORRISO MERLIN. O QUE EU FAÇO AGORA?


- Hmmmm sim! – fingi brincando.


- Para onde vamos primeiro então? – perguntou me oferecendo sua mão para eu sair da carruagem.


- Dedos de Mel! – respondi sorrindo. Bem, quem está na chuva é para se molhar, não? rs


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 N/A:
11/11/14
Olá! Novamente peço desculpas pelos erros de digitação. Não tenho beta, com a faculade e estágios fica difícil arrumar tempo para digitar. Então, desculpa pela demora também. Sei que é chato pedir, mas gostaria de alguns comentários. Qualquer pessoa que ler, só para eu saber se está bom ou não. Porque estou atirando no escuro aqui rs. Espero sinceramente que gostem, e sintam-se à vontade para comentar, dar nota, o que quer que seja! Esse ficou um pouco maior do que os outros três que postei! O quinto eu já comecei a escrever pra quem quiser saber!

Beijos,

Bruna Kappel.

 


 


 

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