Capítulo 1



Lily se encontrava na beira do lago negro. Seu lugar preferido para pensar na vida, refletir e relaxar. Ela transfigurara um banco de madeira em baixo de uma árvore de cerejeira próxima. Sentir a brisa batendo no seu rosto pálido e em seus cabelos ruivos fazia fechar os olhos e se concentrar.


Foi com os olhos fechados que eu peguei ela de surpresa:


- Lily?! Está na hora de acordar!


Lily abriu os olhos e pude ver a linda cor verde-esmeralda que eles tinham.


- Como você sabia que eu estava aqui? – perguntou assustada, se afastando um pouco de mim. – Não sabia que conhecia esse lugar.


- Segredos ruiva. – respondi andando em direção ao castelo – podemos ir logo? Estava te esperando para nos arrumarmos para a festa do Slughorn e agora já estamos atrasadas!


- Por Merlin! – disse ela olhando no relógio – Espero que ele não fique reclamando no nosso ouvido! – completou me seguindo.


Chegamos no dormitório e corremos para ficarmos prontas. Normalmente não eu e Lily não usamos feitiços para nos arrumar. Dessa vez não tivemos outra alternativa a não ser balançar a varinha!


Lily usava um belo vestido verde, que ia até a altura dos joelhos, com um decote coração, com tecido fluído. Ela parecia flutuar com ele. E para completar colocou o conjunto de brincos e colar que sua mãe lhe dera de aniversário de 16 anos a alguns meses atrás. Já eu usava um vestido azul cobalto de alcinha, mais colado ao corpo.


- Está usando esse vestido para alguém em especial? - perguntou Lily rindo.


Eu apenas ignorei o comentário de Lily com um sorriso torto. Estávamos quase correndo pelos enormes corredores do castelo quando finalmente chegamos no salão onde estava acontecendo a festa. Slughorn veio rapidamente nos cumprimentar como anfitrião.


- Srta Evans, Srta Kappel, pensei que não viriam mais! – disse ele com ar de ironia.


- Claro que não faríamos uma desfeita dessas com o senhor! – disse Lily e eu apenas assenti.


- Entrem, entrem - disse saindo da frente da porta – aproveitem! - completou voltando a circular.


Quando entramos percebemos a extrema elegância em todos os detalhes. Pessoas dançando graciosamente, garçons – ou devo dizer alunos? – com bandejas cheias de comida percorrendo o salão e oferecendo aos convidados. Todas essas distrações e meu olhar logo foi encontrar Sirius Black. Ele foi convidado por James para a festa de hoje, já que o Black desertor nunca faria parte do clube Slughorn, obviamente.


Minha mente e meu coração travavam uma batalha, apesar de sempre ter sido claro para mim qual dos dois deveria ganhar. Por mais que minha mente estivesse tranquila e aceitasse a situação, sempre que eu o via meu coração resolvia protestar pelo o que o destino já havia decidido. Eu e Sirius nunca poderíamos ficar juntos. Seríamos melhores amigos, porém, nunca poderíamos nos envolver romanticamente. Eu sabia que esse destino era, e sempre foi maior que todo o amor que eu poderia sentir no mundo. Esse destino marcaria a vida de milhares de bruxos e bruxas e até trouxas por todo o mundo. Eu havia recebido uma missão, uma missão árdua e de extrema importância. O próprio Dumbledore havia me dado essa missão, a qual só poderia ser executada pela minha pessoa. E eu não faria nada que pudesse coloca-la em risco. Nem mesmo se a minha felicidade estivesse em jogo. Principalmente porque a felicidade das pessoas que eu aprendi a amar com todo o meu coração, também estaria.


Tentei evitar Sirius ao máximo, mas nessa noite isso estava se mostrando uma tarefa impossível de ser executada. Ele parecia tão mais interessante, tão misterioso. Me foquei em James e Lily, que fazia cara de nojo toda vez que ele chegava perto. Os insultos haviam diminuído bastante no período de um ano que eu estou com eles.


Dumbledore havia me chamado em seu escritório na semana anterior para me parabenizar pelo trabalho, e claro para saber onde a missão se encontrava. Para ser sincera, não entendi o motivo dos parabéns, afinal, eu não havia feito nada demais. Nada do que uma amiga normal não faria, afinal, abrir os olhos de Lily para a pessoa que James poderia ser por baixo daquela imagem de pegador e prepotente que ela tinha, e ainda tem um pouco, foi fácil. Tenho medo é do que pode vir a seguir, para essa missão ser tão importante assim. Afinal, por vezes parecia muita responsabilidade para uma menina de 16 anos, a dimensão que a missão tinha só foi me falado por alto. Manter seu círculo de amizade unido e ajudar James com Lily não parece ser tão difícil como deveria, então seguindo essa linha de raciocino eu tenho certeza que Dumbledore não me contou tudo o que aconteceria, nem tudo o que eu deveria saber. Mas sei que no momento certo, as verdades serão reveladas a mim.


 E como o destino que me levara para esse salão nessa exata noite, era o mesmo que gostava de brincar comigo de vez em quando, eu me apaixonei por parte da minha missão. Afinal, juntar Lily Evans e James Potter não poderia ser missão mais engraçada, tão cheia de amizade e amor. Meu dever não estava nem na metade, mas como dizem por aí ‘ a jornada é mais gostosa do que a linha de chegada’.


Aqui em Hogwarts eu ganhei uma família. Lily, Alice, James, Sirius, Remus e Peter me acolheram com o coração aberto, cada um do seu jeitinho.


Isso me faz lembrar de como cheguei até aqui.

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N/A: Alguns anos depois, aqui estou eu. Comecei tudo de novo, como escrevi por aqui. Não sei se está boa, e se estiver com algum erro, me desculpem. Por favor, comentem para eu saber se gostaram ou não. Devo continuar escrevendo aos poucos, vamos ver como anda.. O sentimento de nostalgia que aparece quando começo a escrever ou ler alguma outra fic é bom demais!

Beijos, e até mais!

Bruna Kappel. 

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