Capítulo 3



.....

E lá se foi mais história! Theodore explicou toda a situação para meus pais, que por incrível que pareça acreditaram – ele deve ter usado algum tipo de feitiço, com certeza – mas por final perguntaram apenas algumas questões.


- E como isso aconteceria? – perguntou minha mãe.


- Eu irei usar um feitiço na Bruna para que acrescente em sua memória todas as disciplinas já cursadas em Hogwarts até o quinto ano, que será o ano que ela vai entrar. Mas depois daí é com ela, vai ter que realmente estudar para dar certo. – concluiu Theo olhando para mim.


- Iremos construir uma história consistente para sua ida à Hogwarts só agora e não aos 11 anos, como é o costume.


- Mas, nós teríamos que ficar incomunicáveis? – perguntei preocupada.


- Não. – respondeu ele e os olhinhos da minha mãe já brilharam – vocês vão poder se comunicar através de cartas e correspondências. Bruna entregará as dela para Dumbledore, e a senhora para mim, para que sejam entregues.


- Bem melhor assim. – disse minha mãe sorrindo.


Eu não viajei logo em seguida.


Tivemos que desatualizar- digamos assim- meu guarda-roupa. Com certeza teria que pelo menos tentar me acostumar a aquele estilo, sem contar com as gírias e tudo mais.


Me senti como uma espiã nesse meio tempo, estudando o inimigo, a missão.


Até que chegou a hora. Theodore confortava meus pais com palavras gentis e de inspiração, enquanto eu tomava uma poção com gosto esquisito de limo e cera de ouvido, com nome complicado, e de cor azulada. Essa seria a poção que me “teletransportaria” para o passado.


Dei um beijo nos meus pais e um abraço apertado, me despedi. Acredito não ter demorado nem 15 minutos, e eu já não estava mais ali. Eu estava dentro de King’s Cross. Muitas pessoas andavam de um lado para o outro, algumas apressadas, outra guardando o lugar na memória. Ao canto, encostado em uma parede vi um carrinho com um malão. Fiquei em dúvida se era meu, mesmo com as iniciais “B.K.” gravadas nele. Só após identificar nele o mesmo símbolo que se encontrava na foto que Theodore me mostrara foi que acreditei ser meu. A entrada para a plataforma nove três quartos se encontrava ligeiramente cheia. Várias famílias se despediam dos seus filhos, acredito que fossem nascidos trouxas, já que seus pais não poderiam entrar na plataforma. A minha frente via uma mulher, loira de olhos castanhos beijando a testa do filho, também loiro de olhos castanhos. O menino olhou para ela e sorriu, depois murmurou algo e seguiu em direção a plataforma e desapareceu. A mulher virou-se de costas, deixou finalmente cair a lágrima de teimava em não cair, e andou em direção a saída da estação.


Lembrei-me do foco que precisava ter. E assim que pensei nisso, logo reconheci o menino de quem a mãe havia se despedido. Será que estava errada? Não tinha nada a perder.


Segui em direção a parede e atravessei-a chegando a plataforma em alta velocidade. A mini versão do menino que estava na minha foto, se encontrava agora a minha frente. Percebi isso, quando ele me ofereceu sua mão para que ele levantasse uma vez que havia caído no chão devido a velocidade com que atravessei a parede.


- Obrigada, - disse aceitando sua ajuda – sou nova por aqui, meu nome é Bruna Kappel. – dei minha mão em forma de educação para ele apertar. Em vez disse ele a beijou.


- Sou Remus Lupin, - respondeu galanteador – é um prazer conhece-la. – eu sorri em retorno, envergonhada – Já que é nova aqui, permita-me que te leve passar viajar em um vagão comigo e com meus amigos.


- Muito obrigada Lupin. – respondi.


Será tão fácil assim? Pensei enquanto Remus levava meu malão para dentro do trem em direção ao seu vagão.


Andamos até chegar em frente a uma porta. Logo Remus a abriu e pude ver, que dentro dela estavam outros três meninos. Todos estavam gritando, discutindo algo sobre quadribol. Quando eles me viram em frente a porta, logo pararam com o barulho e olharam em minha direção. Foi aí que pude perceber quem eram. Peter Pettigrew, James Potter e Sirius Black. Ganhei na loteria ou o que?!  O primeiro era gordinho, comi um pedaço de alcaçuz vermelho e apenas assistia a discussão. O segundo era magro, alto, tinha cabelos espetados e usava óculos redondos. Já o terceiro parecia com o segundo em relação ao corpo atlético, apesar desse ser bem mais musculoso – para um menino de 15 anos – e tinha cabelos incrivelmente negros que formavam um topete super charmoso.


- Marotos, essa é Bruna Kappel – começou Remus sentando-se e fazendo menção para que eu sentasse - ela é nova em aqui e vai para Hogwarts com a gente.


Eu me sentei. Totalmente desacostumada com os olhares de curiosidade.


Diversas perguntas pularam de suas línguas a partir daí. De onde eu era, quantos anos tinha, porque só estava entrando em Hogwarts agora, em que ano entraria, em que casa achava que ia entrar, qual era o meu time de quadribol favorito, se já conhecia alguém de Hogwarts foram algumas delas.


Depois do interrogatório, diversos comentários sobre a escola, suas normas, sua história, suas diversões, seus estudantes, seu time de quadribol.... Os meninos se superaram me contando tudo que se poderia saber sobre Hogwarts. Até que chegou em um assunto eu chamou minha atenção em particular.


- James é totalmente gamado na Evans. – começou Sirius – o que eu acho uma completa perda de tempo, se quer saber. – James fez uma cara feia, mas com jeito de que já estava acostumado com o discurso do amigo – Tudo o que ela faz é gritar com ele, e estudar, apenas.


- Não fale assim da minha ruivinha seu cachorro! -  verbalizou James.


- Lily é muito legal, por sinal ano passado fazia algumas matérias com ela. – disse Remus – Vamos ver como o calendário de aulas desse ano vai ficar. E Sirius – disse olhando para o mesmo – ela só grita porque não aguenta mais o James chamando ela para ir para Hogsmead todo mês.


- Ela me ama Remus! Só não consegue admitir. – defendeu-se James.


- Quero conhece-la.


- Ah, você vai Bruna, - disse Sirius- por dois motivos. – Primeiro porque na primeira semana, se não hoje mesmo, você vai ouvir os gritos dela – deu um sorriso de lado – e segundo, porque segundo James, ela ainda vai ser dele.


O assunto rapidamente se finalizou quando foi anunciado que estávamos perto de chegar.


- Ok, preciso da ajuda de vocês marotos. – disse em voz de desafio enquanto eles me olhavam com cara de dúvida -  Preciso encontrar a vice-diretora McGonnagol antes de entrar no salão principal. Quem vai me ajudar?


- Mas, porque você precisa encontrar ela? – perguntou Pedro.


- No questians asked ¹. – respondi sorrindo marotamente e dando uma piscada de olho.


- Hmmmm gostei disso – disse Sirius – eu te levo até ela. – Com uma condição – continuou ele - amanhã você me conta o porquê.


Eu aceitei, afinal, não era nada demais, a o gostinho de deixar eles curiosos era ótimo!


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Quando chegamos no castelo Sirius foi ao banheiro e depois me levou diretamente a ela, parece até que já sabia onde ela estava. Pedi para que ele nos deixasse a sós e comecei.


- Olá professora, creio que a senhora não me conheça. Mas é de extrema importância que eu fale com o diretor Dumbledore antes que a escolha das casas comece.


- Como assim mocinha, você acha que pode chegar aqui dando ordens é isso mesmo? – perguntou irritada. – Qual é a sua casa? Menos 30 pontos! Agora vá sentar-se! – concluiu.


- Professora, essa é a questão – comecei – eu não tenho casa. E por isso que eu preciso falar com o diretor, é um assunto de muitíssima importância!


Minerva olhou para mim de cima a baixo. Eu usava uma calça jeans e uma camisa de manga cumprida preta, bem básica. Meus cabelos castanhos estavam soltos e meus óculos de grau Ray-Ban emolduravam o meu rosto. Fiz minha melhor cara de cão-arrependido e não pareceu funcionar. Até que por algum motivo que não entendi ela aceitou minha desculpa e levou-me, ainda de contra gosto, ao escritório do diretor.


Dente de hipogrifo. Foram as únicas palavras ditas para quebrar o silencio que mantinha-se entre nós. Ela desconfiando de meus motivos, e eu não podendo dizer nada que me comprometesse a ela. Com essas palavras abriu-se a escada para a sala do diretor. Eu nem esperei ela dizer mais nada e subi, apenas de não acreditar que ela deixaria escapar mais nenhuma palavra.


A sala era ampla, tinha dois andares. Parecia com uma velha biblioteca, porém e uma das paredes quadros conversavam entre si. Tentavam descobrir quem era eu, e o que fazia lá, o que queria falar com Dumbledore.


Um senhor alto, que me lembrou de certa forma o Theodore mais velho, estava sentado em uma cadeira atrás da mesa que ficava no final da sala, mais ao alto. Assim que me viu ele se levantou e me apontou uma cadeira a sua frente para me sentar.


Dumbledore era tranquilo, sereno, olhando para mim por cima de seus “oclinhos” meia-lua, e demonstrava felicidade ao ler a carta que Theodore pediu para entrega-lo.


-Quer dizer que senhoria foi escolhida para essa tarefa? – perguntou ele.


- Acredito que tenha sido o senhor que me escolheu para isso diretor. – o respondi.


O silencio pairava na sala. Essa falta de barulho era delicada, e ao mesmo tempo voraz. Dumbledore parecia pensar, e ao mesmo tempo sorri com o lado dos lábios.


- Bem senhorita Kappel, vamos para a escolha da sua casa? – levantou-se sorrindo e me ofereceu seu braço. Eu levantei e aceitei o apoio até o salão principal.


 Chegamos a porta do salão principal, enormes portas de madeira maciça estavam entre nós e centenas de pessoas. As portas abriram sozinhas, eu e Dumbledore entramos ainda com os braços entrelaçados. Todos os olhos do salão se encontravam em nós dois. Eu tinha que manter a pose, e não olhei para ninguém, nem mesmo para os marotos, meus recém amigos enquanto andava. A escolha das casas já estava quase acabando, apenas três pequenas crianças continuavam em pé esperando.  O que será que está passando na cabeça dos alunos, eu me perguntava. Dumbledore me deixou em pé junto com, agora, duas crianças restantes e foi tomar eu lugar na mesa. Os marotos olhavam para mim impressionados e assustados ao mesmo tempo. Ora lá, realmente devo ter deixado as pessoas se questionando o que estava acontecendo quando entrei com Dumbledore. Nem eu sabia muito bem o que acontecia naquele momento. Dumbledore chamou meu nome, e nunca havia ouvido meu nome soar tão alto. Sentei-me no pequeno banquinho, pequeno demais para o meu tamanho. Antes do chapéu seletor ser posto em minha cabeça eu ouvi.


- Alunos, essa é Bruna Kappel. Ela veio transferida de uma escola de bruxaria no Brasil, e vai passar seus últimos três anos de estudo conosco. – disse Dumbledore.


Vi muitos olhares curiosos, alguns alunos pude perceber que diziam aos seus amigos que não sabiam que existia escola de magia no Brasil. Olhei para os marotos, eles sorriam. Provavelmente na esperança de eu ser escolhida para a casa Grifinória, mesma deles. E devo admitir que dividia dessa esperança. Sorri de volta e me ajeitei novamente na cadeira. Colocaram o chapéu seletor na minha cabeça, e como era estranho de ouvir algo falar vindo de cima de você daquela forma.


- Hmmmmmmm, dúvidas nessa aqui. – começou o chapéu seletor – Muitas características da lufa-lufa....  – todo o salão parecia apreensivo. – mas também percebo que a força da sua personalidade vem da..... GRIFINÓRIA! – concluiu o chapéu. Eu agradeci aos céus por ter dado certo aquilo, enquanto toda a mesa da grifinória gritava e batia palmas.


Desci do banquinho e fui correndo em direção aos marotos, que logo me abraçaram.


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Logo Dumbledore havia me alocado no dormitório onde Lily Evans e Alice Richards dormiam. E tudo foi se encaixando.


FIM DO FLASHBACK

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N/A:
17/10/14

Demorei um pouco mais consegui postar o final do flashback. Vi que estão tendo mais visualizações na fic. Espero que estejam gostando. Deixem comentários dando sua opinião!


Beijos.
Bruna Kappel. 

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