Comensais da Morte



Laura acordou com a mãe batendo na porta.
-Já vou! Espera, mãe...Mal cheguei e já começou...-Se ela fosse normal, estaria de mau humor, mas não...Desceu as escadas com um sorriso estampado no rosto. A mãe, que estava servindo café ao padrasto, falou:
-Hoje é sábado. Você não vai ao teatro?-Falou com indiferença.
-Vou...Bom dia, Carlo...-Cumprimentou o padrasto.
-Bom dia, Lau...-Ele respondeu. Tomou seu café com calma e depois, se arrumou para ir ao teatro. No meio do caminho, encontrou com Eryck e Meg:
-E aí? Como é que vocês estão?-Perguntou.
-Bem.-Respondeu Meg.
-E você?-Eryck.
-Ótima.-Tinha um largo sorriso.
-Lau, a gente precisa conversar. A Meg descobriu algumas coisas...
-Sobre...?-Quis saber.
-Vem.-Ele pegou-a pela mão e puxou-a até o teatro, juntamente com Meg. Lá, encontraram Vic, Juliet e Simon. Como ainda faltava 1 hora pro teatro começar, eles subiram as escadas e foram para o camarim Violeta Silveira. Desde pequena, Laura ia lá pra se sentir bem. Ninguém sabia, mas lá era seu cantinho. O zelador a conhecia tão bem, que nem perguntava aonde ela ia quando subia a escadaria do teatro. Estavam sentados no chão, quando Eryck começou:
-Os Lestrange fugiram mesmo!
-O que?-Ao mesmo tempo em que Vic exclamou, os outros também se manifestaram. Mas Juliet acalmou os ânimos...:
-Esperem...Mas, se é verdade, porque o Profeta Diário não noticiou?
-Eu explico tudo...-Meg começou.-...Meu pai trabalha no Ministério...bem...eles só vão noticiar a fuga depois do Ano Novo...
-Mas isso é um absurdo!-Laura não se conteve.
-...Eles não querem alarde. Fudge já disse que vai negar até o final do ano. Ele disse também que o Vocês Sabem Quem está morto e não há como os mortos voltarem.
-Será mesmo?-Disse Simon com um ar sombrio e debochado.
-Nem numa situação como essa você muda. Cresce, garoto!-Juliet já tinha raiva daquele jeito irritante do colega.
-Bem...Erm...Papai também me disse...que...os Comensais estão se unindo novamente.- Todos arregalaram os olhos.- Depois daquela confusão na Copa Mundial de Quadribol
erm...bem...-Ela fechou os olhos e concluiu.- Eles estão em Hogwarts.-Não houve mais espaço para nada. Os outros se olharam como que já sabendo.
-Eu sei.-Laura disse.
-Você sabia e não disse nada?-Eryck não podia acreditar.
-Bem, mais ou menos...Numa noite, antes da primeira tarefa eu desci até a Sala Comunal da Grifinória para beber água. Então, eu escutei Sirius Black falando:
“-Não sei, Harry. Mas quem fez isso não é seu amigo. Hogwarts não é mais a mesma.
-Do que está falando, Sirius?
-O mal está aqui dentro. Igor Karkaroff foi um Comensal da Morte e ninguém, ninguém deixa de ser um Comensal. Bartô Crouch, o coração de pedra, mandou o próprio filho para Azkaban...Hogwarts não é mais segura...”
-Depois disso, eu não ouvi mais nada, fui embora. Mas tem muito mais do que a gente pensa...-Terminou a frase como que incentivando os colegas a pensarem no que ela se referia.
-Os alunos da Sonserina...-Uma luz havia se ascendido na cabeça de Vic.
-Bingo!-Laura confirmou.-Mas não são todos...
-Malfoy,Crabbe,Goyle, Nott...- Juliet começou a enumera-los.
-McMillan...Flint...-Meg acrescentou.
-Parkinson e Bulstrode.-Simon também se manifestou.
-Dentre outros...-Laura disse.- Esses são os mais conhecidos. Mas a questão é...-Ela não demorou muito para concluir o pensamento.-...Ah, Merlin...Claro! Um deles foi quem pôs o nome do Harry no cálice, mas ele não se arriscaria...Mas o Sr. Crouch descobriu. Por isso ele foi morto. E o pior, foi morto dentro de Hogwarts. Alguém lembra com quem foi a última pessoa que ele falou?
-O Harry.-Vic falou.
-Então é isso. A gente tem que falar com o Harry. Pode ser que a terceira tarefa seja o que mais tememos...-Uma batida na porta interrompeu seus pensamentos. Era Daiane que veio avisar que o curso já ia começar. Os dias foram passando, não conseguiu falar com Snape. Também não falou mais sobre aquele assunto com os colegas. Eles avisaram Harry. Ela passou o Natal e o Ano Novo trancada no quarto. Somente escutando Laura Pausini ou tocando seu piano. Às vezes, ia ao teatro apenas para pensar, ficar só, chorar. Ela não sabia porque chorava, mas sabia por quem chorava. Apenas não entendia. Talvez, fosse um pressentimento. Na noite de 2 de janeiro, ela o chamou pelo caderno e ele respondeu:
“Oi”
“Oi”
“Como é que foi no concurso?”
“Rs...Não ganhei...Snif...”
“Ah...quer dizer que minha bola de cristal falhou?”
“Pois é...Rs”
“Snif...snif...”
“Vai ficar sem o beijo...Rs”
“Que beijo?”
“Aquele que eu prometi. Lembra?”
“Não me lembro de nada”
“Rs...Como foram suas festas?”
“Ah, passei o Natal e o Ano Novo escutando música trancada no quarto...Rs”
“Nossa! Que animador...Rs”
“Eu sei...”
“Preparada pra voltar ao batente amanhã?”
“Não vejo a hora de chegar em Hogwarts...”
“Credo! Nunca vi nenhum Grifinório com tanta vontade de estudar assim...”
“Rs...”
“A não ser...que não seja pelo estudo...”
“Pode ir parando, Senhor Simpático Snape...”
“Rsrsrs...Você não muda...”
“Não mesmo...”
“Rsrs...”
“Rsrsrs...”
“Eu estou com saudade de você...”-Laura não acreditou no que leu. Seus olhos se encheram d’água.
“Eu também. Mas agora eu tenho que ir dormir. Amanhã eu tenho que acordar cedo pra ir pra estação.”
“Tudo bem então. Quando chegar, a gente se vê.”
“Ok.”
“Então. Até amanhã, lindinha.”
“Até amanhã...Baci...”
Fechou o caderno e o beijou. Amanhã. Finalmente amanhã o veria novamente. Ah, como sentia falta de ouvir sua voz. De sentir seu abraço. De se abrir sem medo. De ter um amigo. Sim, um amigo. Por mais que ela o amasse, sabia no fundo de sua alma que não passaria disso. Mas ainda assim, o esperaria o tempo que fosse. Mas parece que dali pra frente, o tempo não seria seu aliado...

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