Último capítulo

Harry e Rony voltaram para o salão comunal da Grifinória. Harry divertira-se muito ao ver Draco inquieto e suado no café da manhã.
Quando Harry e Rony voltaram para a sala comunal, Hermione ainda conversava com Gina, que tinha um belo sorriso estampando seu rosto.
-Vem Harry. Vamos falar com elas - Falou Rony, já indo em direção às meninas. Meio sem jeito, Harry foi.
-Oi meninos! - Falou Hermione, dando um beijo rápido em Rony - E aí? Como estava o café?
-Estava ótimo, obrigado. - Falou Harry - E o de vocês?
-Ótimos também, aqueles biscoitos estavam deliciosos. - Falou Gina – Sei lá, parece que aqueles biscoitos eram remédios, pois a minha tontura passou.
-Olha só, eu e o Rony estávamos pensando em... Tipo, lancharmos algum dia nos jardins, eu, Rony, Harry e você. Afinal, está fazendo bastante sol...
-Eu e o Rony? Mione, eu não estava pensando... – Falou Rony, mas Hermione já pisara de leve no pé de Rony, que parou instantaneamente de falar.
-Ah, claro. Seria ótimo. Eu poderia levar o Draco?
Hermione olhou para Harry e Rony, buscando alguma resposta, ou melhor, como dizê-la.
-Hum... Gina, é que estávamos pensando apenas nós, entende?
-Ah... Mas eu não acho uma boa idéia. Sabe... O que ele vai pensar? – Falou Gina.
-Ah, Gina! Você está com os seus amigos, não é? – Falou Hermione, tentando convencê-la – Você vive com ele, é só uma tardezinha...
Gina olhou para Hermione, depois para Rony. Quando os seus olhos encontraram os de Harry, ela mostrou-se um pouco tímida, e tomou a decisão.
-Ok, então. Eu vou.
-Ótimo! Quando? Amanhã?
-Hermione, amanhã tem aula.
-Depois da aula, no final da tarde. O que vocês acham?
Todos assentiram.
-Ah, tenho que ir. Draco deve estar me procurando.
-Gina, você não vai tomar mais nada, não é?
-Acho que não... Por que essa pergunta, Hermione?
-Hum... É que sua tontura pode voltar...
-Ah, tudo bem, eu não tomo. Tchau! – Falou Gina, e saiu do salão comunal da Grifinória.
-Ótimo! Amanhã teremos aula de poções, vai dar para... – Hermione parou repentinamente de falar.
-Para o quê? Hermione, o que você está pensando? – Falou Harry.
-Nada, nada...
Hermione recusara-se falar sobre o assunto da aula de poções o resto do dia.


Harry, Rony e Neville acordaram na mesma hora no dia seguinte. Tomaram o café, e já subiram as masmorras para ter aula de poções, junto com Hermione, que chamou Rony para falar a sós. Harry não achava que seria uma conversa com palavras, se é que entendem, mas desconfiou apenas pela aflição de Rony.
-O que ela queria com você? – Perguntou Harry, aos sussurros, quando a aula já havia começado.
-O plano, Harry, um plano.
-Hãã? Que plano?
-Sério, Harry, não será necessário te contar...
-Professor! – falou Draco, em um tom exasperadamente alto, erguendo sua mão – Acho que se CERTAS pessoas quiserem conversar, uma sala de aula como ESTA não seria o lugar adequado, não acha?
-Obrigado por me alertar, Sr. Mafoy. Cinco pontos a menos para a Grifinória. – Falou Slughorn.
Hermione lançou um olhar aborrecido à Harry e Rony. Ela repartia a mesa com Lilá bem atrás da mesa de Draco e Pansy. Pansy parecia feliz, e olhava para Draco toda hora, com um olhar sonhador.
Alguns minutos depois, Hermione fez um sinal para Rony e, discretamente, o que Harry não deixou de ver, entregou-lhe um frasquinho azul. Ele abriu o frasco para despejá-lo em seu caldeirão. Rapidamente, Rony afastou-se do caldeirão, ainda sentado.
De repente, uma fumaça azulada subiu do caldeirão de Rony, causando um barulho muito forte. Vários livros e pergaminhos voaram das mesas dos alunos por causa da explosão, e várias cadeiras caíram, sem contar dos gritos dos alunos.
A fumaça invadiu a sala inteira, enquanto os alunos não viam absolutamente nada, e ainda tossiam.
O Prof. Slughorn soltava feitiços para o caldeirão que continuava a irromper fumaça, enquanto ele gritava para os alunos:
-Saiam! Saiam! Deixem suas coisas aqui e saiam da sala! E o engraçadinho que fez isso vai se arrepender...
Harry olhou direto para a sua cadeira, e viu que Hermione estava, meio ás cegas, trocando a mochila dela com a de Rony. Ela assumiria a culpa dele?
Rony e Harry saíram da sala, juntando-se com os outros alunos que tossiam muito.
Não conseguiram falar com Hermione depois da aula de Poções, pois sempre havia alguém por perto. Quando finalmente acharam que conseguiriam falar a sós na aula de Feitiços, um aluno do primeiro ano da Lufa-Lufa pediu a atenção do professor, chamando assim, a atenção da turma também.
-Professor, a Prof. McGonagall está chamando a Srta. Granger para a sua sala.
Ao contrário do que Harry pensava, ela não pareceu assustada, apenas guardou suas coisas e saiu da sala.
**
-Tá, Hermione... Me explique direito que plano era aquele na aula de Poções. Por que pelo Rony eu não consigo entender nada...
-Ah, Harry! Não é óbvio? Dei aquele frasquinho para o Rony, que eu sabia que ia dar aquela explosão, pois algumas poções não combinam com outras... Ah, você já leu “Aprenda Tudo Sobre P...
-Ah, vai direto ao assunto, Mione. – Falou Rony, tentando esquentar-se na lareira da Sala Comunal.
-Tá, tá! Bom, programei aquela explosão para pegar a mochila do Malfoy.
-A MOCHILA DO MALFOY?
-Sim, sim! E olha só o que eu achei? – E ela pegou do bolso um frasquinho cor-de-rosa, quase acabando – Era o que pensávamos. Gina estava sendo controlada pela poção.
-Mas ele não vai sentir falta da mochila, não?
-Ah, mas eu já devolvi a mochila dele. Coloquei-a embaixo da cadeira dele hoje no almoço, no Salão Principal. Garanto que ele deve tê-la visto.
-E você pretende levar a culpa pela explosão?
-Ah, a Profª McGonagall não me castigou por ter feito aquele estrago, mesmo Slughorn contestando. Ela disse que como eu nunca tinha feito estrago de tal tamanho, me poupou de algum castigo.
-Mas, Mione, por que você queria tanto esse frasco? – Falou Rony.
-Oras, vai me ajudar quando formos contar à Gina.
-“Formos contar á Gina”? Mione, eu não quero me meter em confusão...
-Não vamos contar a ela agora, só quando chegar o momento certo.
-E o momento certo seria... – Harry disse – O lanche que vamos tomar amanhã?
-Talvez. – Completou Hermione. Despediu-se de Rony e subiu as escadas para o dormitório feminino.
**
O dia seguinte foi como qualquer outro. O céu amanheceu nublado. Harry, Rony e Hermione foram ás aulas e, para Harry, o dia passou lentamente, só pensava em Gina, e como ela encararia Draco de novo, sabendo da verdade.
-Então, vamos? – Falou Hermione, segurando uma cestinha na mão direita.
Os quatro seguiram até os jardins de Hogwarts. Gina e Hermione colocaram as poucas coisas que havia para comer na grama com as varinhas, enquanto Rony olhava feio para uma torta de uva.
-Mione, foi você quem fez mesmo isso? – Falou Rony, com a voz enojada.
-Não, eu peguei as coisas lá da cozinha de Hogwarts... – Hermione mal acabou sua frase, eles ouviram um raio barulhento do céu.
-Ih... Acho que não vai dar pra ficar aqui por muito tempo, não... – Falou Gina.
-Ah! – Interrompeu Hermione – Esqueci de uns biscoitos lá na sala comunal... Vai lá comigo, Rony?
-Ah, Mione... Vou ter que subir todas aquelas escadas de novo... – Resmungou ele.
- Agora, Ronald. – Falou ela, num tom de voz assustador.
- Tá bom, tá bom... – Redeu-se Rony, eles se deram as mãos e entraram no castelo. Quando os dois saíram da visão de Harry, ele compreendeu o que Hermione queria: deixar ele e Gina sozinhos.
- Bom... – Falou Gina, tentando quebrar o silêncio de Harry – Vai querer um pouco de suco de abóbora?
-Ah, claro... – Falou Harry, sem prestar realmente atenção nas palavras dela. Estava mais ocupado observando-a.
-Que foi, Harry? – Falou ela, aos risos, servindo o suco em um copo.
-Gina... Você falou para o Draco sobre... Aquele... Meu plano com a Pansy?
Gina parou instantaneamente de servir o suco, e olhou para ele. Eles já estavam sentindo algumas gotas de chuvas caírem.
-Não, eu não contei. Acho que não seria justo... Afinal, você estava fazendo por causa de mim... – Falou Gina, olhando para o chão. Harry então, sem falar nada, encostou sua mão na de Gina, e falou baixinho, para que só ela pudesse escutar:
-Por que você não me dá mais uma chance? – Os seus lábios estavam bem próximos, ele jurava que iria beijá-la...
De repente, Harry ouviu uma voz não muito agradável. Agora não só mais chuviscava, estava chovendo bastante.
-GINA!
Os dois olharam assustados para a esquerda, e viram um aluno com cabelos muito loiros, pálido, correr ao encontro dos dois.
-Draco! Eu... Eu... Posso explicar!
-Mas que falta de caráter... Só podia ser uma traidora de san...
Rony e Hermione apareceram logo em seguida. A chuva caia intensamente, os cabelos de Gina colavam no seu rosto. De vez em quando eles ouviam um barulho de raio.
-Falta de caráter? Falta de caráter foi o que você fez, MALFOY! – Falou Hermione, tentando apanhar alguma coisa de seu bolso.
Draco soltou uma risada que fez Harry congelar.
-Quando eu estiver maluco, eu vou ouvir o que uma sangue-ruim tem a dizer sobre mim. – Rony já ia xingar Malfoy de alguma coisa, quando Hermione finalmente mostrou um frasquinho cor-de-rosa.
Draco olhou horrorizado para o frasco.
- O que é isso? – Berrou Gina, pois a tempestade abafava as vozes deles.
-Isso, Gina, foi o que Draco despejava no seu café todas as manhãs! Isso foi o motivo de você ter brigado comigo! – Hermione entregou o frasco para Gina.
-Mas isso é... – Falou ela, lendo a etiqueta do frasco – Poção do Amor? – Até que ela realmente se deu conta do que isso significava – Você estava me dando Poção do Amor?
-Mas é claro que não! Tem o meu nome aí no frasco? – Falou Malfoy, notava-se um nervosismo na sua voz.
-Deixa de ser cínico, Malfoy! – Berrou Hermione – Olhe a data que foi comprado! Garanto que a Gina vai reconhecer que dia foi. – Gina olhou imediatamente para a data. Ela ficou ainda mais pálida. Apesar da chuva, que caia violentamente, Harry viu que Gina deixara cair uma lágrima.
-DRACO! – Berrou ela – Foi o dia em que fomos a Hogsmeade e você me levou á o Cabeça de Javali... AH! – Ela arregalara os olhos vermelhos – Não me diga que... Aquele suco tinha... Isso? – Ela indicou o frasco, e o jogou no chão, como se aquilo fosse um bicho peçonhento.
Ouviu-se um outro trovão e uma luz branca do céu.
-Por que você fez isso, Draco? - Continuava ela, olhando para o chão, não mais encharcada que os outros ali presentes pela chuva. - Eu pensei que você me amasse de verdade... Eu... Eu... - Não chegou a terminar a sua frase, ela disse - VOCÊ ME ENVENENOU, DRACO! Estou me sentindo suja... - Em seguida, deu um belo tapa no rosto de Draco, que virou para o lado, com a mão na bochecha, tentando esconder a dor que estava sentindo.
-Finalmente você abriu os olhos, Gininha... – Falou Draco, olhando fixamente para Gina – Por que eu ficaria com uma Weasley? Francamente, como você pôde ser tão burra... – Continuou ele, com um sorriso malicioso. Gina chorava, e parecia mais enraivecida que nunca. Rony empurrou-o, que caiu bruscamente no chão. Harry adiantou-se:
-O que Gina fez para você, Malfoy? Acha que pode mexer com os outros assim? – Talvez Harry não devesse estar falando isso, pois ele mexera com os sentimentos dela também, fingindo namorar Pansy.
-No começo era só por diversão... – Respondeu Malfoy, deu um risinho e continuou – Namorar a ex do Potter era perfeito para infernizá-lo, ainda mais que ela passava por “momentos difíceis”...
Harry sentiu-se culpado, os “momentos difíceis” que Draco estava falando era aquele encontro que ele teve com Cho em Hogsmeade.
-... Com o tempo, estava querendo desistir – Continuou Draco -, Potter não estava mais se importando com Gina... Mas, quando eu soube que ele estava namorando a Pansy, eu... Eu... – Draco juntou as sobrancelhas, parecia realmente aborrecido.
-Ficou com ciúmes e decidiu acabar com o fingimento. – Hermione acabou a frase de Draco.
A chuva caia muito intensamente. Mal se via cinco metros da onde eles estavam. Apesar de estar frio, Harry sentiu muito calor – estava morrendo de raiva.
-O que... O que vocês estão fazendo aqui?
Os cinco alunos se viraram para a mulher de óculos redondos.
-Profª McGonagall? – Falou Rony. Draco já se adiantava para fugir dali, Harry então o pegou pelo casaco.
**

A chuva havia se passado. No céu, havia poucas nuvens, e o sol iluminava as torres do castelo de Hogwarts. Fazia frio. Harry estava mais feliz do que nunca estivera antes.
-Gina, me perdoe pelas coisas que eu te fiz... Eu... Eu nunca vou me perdoar... – Falou Harry, em um dos corredores de Hogwarts, que no momento só havia Gina e ele.
Ela deu um sorriso sem mostrar os dentes, encostou sua mão na de Harry, e falou baixinho, para que, mesmo se houvesse alguém ali, só ele pudesse escutar:
-Eu que deveria pedir desculpas...
-Gina...?
-Tá, está perdoado. Agora você tem que me per...
Harry não esperou mais nenhum minuto. Puxou Gina para perto de si e deu-lhe um beijo de cinema. Ainda abraçados, ele disse:
-Gina, eu te amo incondicionalmente.
Gina retribuiu com um olhar totalmente apaixonado. Saíram do corredor de mãos dadas. Uma nova fase da vida dos dois ainda estava por vir.




FIM

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