Capítulo VI



— Graças a você e a sua má administração, por um triz não perdemos tudo, Rony. Seus débitos quase me arruinaram. — Alan Evans balançou a cabeça. — Godric’s Hollow precisava de urgentes reparos, e eu não estava em condições de financiá-los, por isso a vendi. Mas estará segura nas mãos de Harry, muito mais do que estaria nas suas.
O rosto de Rony perdeu a cor por completo. Hermione não sabia para onde olhar, e não tinha certeza de que seus nervos agüentariam, devastada como ficou com o notícia de que Godric’s Hollow agora pertencia a Harry. Além disso, sentia-se constrangida sentada ali, no meio de uma discussão familiar.
— Por que não me disse isso antes? Não acha que eu tinha o direito de saber? — Rony pressionou o avô, furioso.
— Não, não acho. Perdeu todo e qualquer direito sobre a propriedade quando me deixou sozinho com suas dívidas. Mas não se preocupe, netinho. Harry pagou uma boa soma por ela, e estou com meus cofres repletos outra vez.
Enquanto Rony se recobrava, Hermione levantou-se.
— Creio que ficarão mais confortáveis tendo essa conversa em particular.
— Sente-se e fique quietinha — disse Alan, impaciente. — Há muito mais para ser discutido, e diz respeito a você!
— A mim? Mas... como? — Hermione tornou a sentar-se.
— Alguém pode me dizer o que está havendo? O que Mione tem a ver com Godric’s Hollow? — Rony estava confuso e zangado.
— Tem a memória curta, Rony... — Harry encarou-o.
— Ela é a mãe de seu filho, lembra? — Alan observou o espanto do neto mais novo. — Que belo presente de Natal, hein?
Hermione horrorizou-se com a súbita revelação.
— A mãe do meu o quê? — repetiu Rony, atônito.
— Mione não foi em frente com aquele aborto. Ela teve um menino — informou Harry, lacônico.
— Mas essa criança não é... — Rony começou a falar, porém desistiu ao recordar que assumira a paternidade do bebê. Lançou um olhar incrédulo a Hermione. — Mas o que é isso? Alguma espécie de convenção das bruxas? Então foi por esse motivo que me convidaram para vir passar o Natal?
— Enquanto eu viver, você sempre será bem-vindo, filho. Mas achei ser meu dever informá-lo do perigo que corre de ser deserdado em favor do menino.
— Deserdado?!
Harry parecia tenso. Sob o olhar pasmo de Hermione, ele fitou com perplexidade o avô. Tornou-se óbvio para ela que a revelação também o surpreendera.
Sem uma única palavra, Hermione afastou a cadeira, levantou-se e deixou a sala, trêmula.
Acertara ao suspeitar da mudança em Alan. Ultrajado com a atitude do neto, ele reunira todos os interessados para fazer aquelas revelações. Em resumo, usava Theo como uma arma para punir Rony.
Mas Hermione não permitiria que ele fizesse isso. Na verdade, deveria voltar e dizer de uma vez por todas que Harry era o pai de Theo e que nunca tivera nada mais íntimo com Rony. Mas, sem dúvida, naquele momento, Rony devia estar fazendo aquilo por ela. Não acreditava que fosse ficar calado diante da ameaça de ser deserdado.
Hermione alcançara a ala norte, e mal reconheceu o lugar. O piso de mosaicos fora restaurando com perfeição, e agora jorrava água da boca do leão de bronze da pequena fonte, e a opulenta folhagem em torno dela acentuava-se com a nova iluminação. Hermione deixou escapar uma risadinha nervosa.
Para onde estivera olhando desde que chegara? A reforma dos móveis e estofados, as molduras dos quadros, os diversos criados, o cardápio tão bem elaborado do jantar... Tantas mudanças, e todas elas falando de uma riqueza muito maior daquela que Alan jamais possuiu.
— Mione...
Ela voltou-se e deu com Harry. Respirou aliviada ao ver sua calma. Ele ainda não sabia que era pai de Theo.
Harry aproximou-se, e Hermione aguardou que falasse.
— Eu não sabia que Alan havia convidado Rony. Foi uma surpresa. Não fazia idéia de seus planos, senão não a colocaria numa situação como essa.
— Meu pai agora trabalha para você... Droga, Harry, devia ter me avisado!
Ele deu de ombros.
— Não avisei porque não era relevante.
— Não?!
Hermione concluiu que só mesmo alguém tão rico como Harry poderia tratar da compra de uma propriedade ancestral, com mais de mil acres de terra, incluindo uma vila inteira repleta de locatários, com tanta frieza.
— Alan agora ocupa a suíte no primeiro andar, isso porque ele acha um desafio subir a escada. Mas é mais dono daqui do que serei um dia. — Harry sorriu. — Jamais teria adquirido Godric’s Hollow se não fosse para ajudá-lo. Rony deixou-a quase na miséria. Comprei porque tive de comprar, e não era minha intenção privar meu primo daquilo que sempre acreditou que um dia seria seu.
Hermione estava tendo dificuldade em concentrar-se.
— De qualquer modo, Alan a teria vendido, Mione. A viagem até aqui foi bastante reveladora — Harry murmurou sombrio.
Foi então que Hermione notou que ele estava muito mais nervoso do que aparentava.
— Olhe pra mim, Mione.
— Não posso...
Como dizer a ele que Theo era seu filho? Harry a odiaria e viraria as costas para o menino. Talvez não... Podia ser que aceitasse a responsabilidade, mas a desprezaria por tê-lo colocado naquela posição.
— Você me ouviu, Mione? Olhe para mim! Sua idiota! Depois de tudo, não conseguiu tirar os olhos de cima dele! — Seu olhar carregado de ira a assustou.
— Não... Eu...
— Rony a seduz, a engravida, abandona-a a própria sorte, e então, não satisfeito, ainda se vangloria da própria proeza! E ainda assim, após anos, ele chega aqui e, para você, naquela sala, não existia outra pessoa a não ser Rony!
Hermione sentia-se muito mal.
— Não é verdade. Você não sabe...
— Talvez não tenha notado a reação dele quando soube do bebê. Parecia ter se esquecido do problema, e, se não tivesse se lembrado a tempo de ter se gabado de tê-la seduzido, ficou óbvio que teria negado toda a responsabilidade!
Hermione pressionou os dedos na testa latejante.
— Harry, eu tenho uma coisa para lhe dizer...
— Não creio que tenha. Pelo menos, nada que eu queira ouvir — Harry a interrompeu com rudeza. — O que queria saber, soube esta noite. Você ainda é apaixonada por Rony!
— Não é verdade!
— Não seja patética, Mione. — Harry deu-lhe as costas e afastou-se, apressado.
— Harry! — gritou ela, justo quando Rony surgiu à porta.
— Ela é toda sua! — Harry avisou ao passar pelo primo.
Sentindo-se fraca demais para continuar em pé, Hermione aproximou-se de uma das poltronas e sentou-se.
— O que foi que deu nele?! — perguntou Rony, muito irritado ao parar a poucos passos dela.
— Está furioso com as suas mentiras.
— Então, ele contou a você o que eu disse?
— Contou.
— Bem, todos nós ficamos meio tolos quando bebemos além da conta. Mas isso ainda não explica por que todos me acusam de ser o pai de seu filho. Por que não disse a verdade a eles agora, lá na sala?
Hermione escondeu o rosto entre as mãos.
— Não me sentia bem o suficiente para fazer isso.
— Que confusão, logo no primeiro dia em que chego aqui. Já devia ter falado a verdade a Harry, Mione!
— Você fez algo condenável, Rony. Não queira agora me culpar pelo que aconteceu.
— Isso é muito fácil de resolver. Diga a Harry que, no início, quando ficou grávida, julgou que o filho fosse meu, e só mais tarde é que percebeu o engano.
O Rony de sempre, pensou Hermione. Desgostosa com seu egoísmo, Hermione levantou-se.
— Aonde vai?
— Para meu quarto. Ouça Rony, eu direi a verdade a Harry quando você fizer a sua parte.
Rony pareceu incrédulo diante do desafio.
— Ele não acreditará em mim!
— Então, terá de se esforçar para que acredite, porque não passarei por promíscua só para encobrir seus erros!
— Meu Deus... o que tem a perder, Mione? Harry? Lamento, mas nunca o terá. Mas esse seu filho será seu grande trunfo! O que está esperando para arrancar tudo o que deseja dele?
Consternada com o péssimo caráter que Rony jamais demonstrara, Hermione encarou-o.
— Mione, não existe a menor possibilidade de Harry acolher o pequeno bastardo. — Rony esboçou um sorriso irônico. — Ainda mais quando ele tem Elizabeth Kensington prestes a tornar-se a segunda Sra. Potter. Mas aposto como meu primo estaria disposto a sustentá-la e ao garoto. - Hermione empalideceu, e um fio de suor correu por entre seus seios.
— Elizabeth... Kensington?
— Harry a conhece desde menino. Elizabeth é uma mulher determinada, e, se eu fosse você, procuraria me garantir, e rápido!
Elizabeth Kensington, a filha de um grande proprietário de terras da região. Já no tempo de Hermione, uma visita constante em Godric’s Hollow. Uma jovem loira, elegante e refinada, que sempre fazia Hermione sentir-se inferior. Uma imensa mágoa abateu-a, e foi mais do que podia suportar. Então era com Elizabeth que Harry estivera na noite antes de viajar para Bruxelas...
— Diga-me uma coisa, Rony. Quando foi que você se transformou de amigo em meu pior inimigo?
— Enfim, percebeu, não foi? Naquela época, eu era apaixonado por você.
Atônita, Hermione levou a mão à boca.
— Não...
— Sim! — Rony afirmou amargo. — E você me usou para ajudar Harry!
Hermione sentiu um repentino enjôo. Era verdade. Ela estivera tão obcecada com a própria agonia, como ele a acusava de estar, e cega para aquilo que acontecia bem debaixo de seu nariz.
— Lamento muito, Rony... sinceramente.
— É uma pena. Se não tivesse engravidado dele, eu a teria convencido a se casar comigo. E que grande erro teríamos cometido! Você passou tantos anos amando-o que não creio que teria aprendido a amar outra pessoa.
— Não é mais assim.
— Não é, Mione? Tudo o que lhe restou foi orgulho. É por isso que prefere não contar a Harry quem é o pai da criança. Até eu sou solidário quanto àquilo que a aguarda. Saber que tem um filho ilegítimo para alguém com rígidos princípios de moral como Harry atingirá seu ego no ponto onde mais dói. E ele é um dos mais implacáveis rancorosos com quem eu cruzei na vida!
Rony afastou-se pelo corredor, e Hermione apoiou-se na porta, exaurida.
De repente, um braço carinhoso puxou-a de volta.
— Você devia estar na cama. Está fervendo de febre, como acontecia quando criança sempre que se resfriava.
Meio zonza Hermione focalizou o rosto preocupado de John.
— Papai?
— Oh, Mione, sabe que prefiro não misturar as coisas e que gosto de manter minha vida pessoal reservada. — John Granger a impeliu a caminhar pelo corredor. — Já se passaram mais de dois anos, querida, mas preferi não saudar minha filha e meu neto diante do patrão. Você continua sendo a minha menina, e nada poderá mudar isso.
Hermione tinha os olhos marejados.
— Pensei que ainda estivesse muito zangado comigo.
— Todos nós cometemos erros, Mione... Eu teria ajudado, se você tivesse me procurado e conversado comigo antes de sair correndo daqui.
Hermione pousou a cabeça no ombro do pai. John não era um homem que demonstrava seus sentimentos com facilidade. Talvez por isso, mais do que qualquer outra coisa, colaborara para mantê-los afastados quando, aos treze anos, Hermione voltara a viver com ele, uma adolescente magoada e cheia de ressentimento. Mas agora Hermione sentia a mudança em John, e tentou adivinhar o que causara aquela modificação àquela altura da vida dele.
— Pedirei a Emily para subir e ajudá-la — ofereceu-o ao alcançarem o quarto.
O corpo de Hermione enrijeceu ao entrar no quarto.
— Não... não precisa incomodá-la. Estou melhor. Boa noite, papai, e obrigada — completou-a, admirada com tantos cuidados vindos do pai.
Sentia-se enjoada e zonza. Caminhou abraçada a John, apoiando a mão na parede. A duras penas conseguia manter-se em pé. Quando parou, percebeu o som de passos apressados vindo naquela direção. Voltou-se para ver de quem se tratava e deu com Harry parecendo aproximar-se dela em câmera lenta. Sua cabeça girou e em seguida, ao começar a deslizar para o chão, e mãos fortes a ampararam.
— Pode deixar Granger... Eu cuido dela...
Foi Harry quem a pegou no colo, foi Harry quem ela viu por último, antes de ser tragada pela escuridão.


— Mione não vai gostar que chamem o médico, senhor — dizia John Granger quando Hermione voltou a si. — Ela detesta causar confusão, e na certa estará bem após uma boa noite de sono.
— Na certa?! — Harry o interrompeu muito preocupado. — Mione pode estar com pneumonia!
— Não creio senhor, ela sempre teve essas febres altas. Não se preocupe, Emily passara a noite aqui.
No profundo silêncio que se seguiu, Hermione focalizou Harry.
— Estou preocupado com ela.
— Muita gentileza sua, Sr. Potter, mas fique tranqüilo. Mione ficará bem.
Não, não precisava preocupar-se, pensou Hermione. Se Rony não mentira, Harry já tinha Elizabeth Kensington, uma mulher mais adequada a sua posição. Hermione fechou os olhos, e tudo tornou a escurecer.

A cabeça de Hermione havia parado de doer. Sentiu-se bem melhor, mas estava sedenta. A claridade do dia infiltrava-se no quarto através da abertura da cortina, delineando a silhueta do homem parado perto da janela. Harry, como sempre impecável, vestindo um fabuloso terno acinzentado, camisa clara e gravata escura. Aproximou-se da cama quando Hermione ameaçou sentar-se.
O coração de Hermione batia tão forte que quase a impedia de respirar. Agora ela sabia, não podia negar. Ainda o amava. Rony a fizera enxergar aquela realidade.
— Cheguei aqui às primeiras horas da manhã e encontrei sua madrasta dormindo na cadeira. Mandei-a de volta a seus aposentos.
Hermione lembrava-se vagamente de ter visto Emily durante a noite oferecendo-lhe algo refrescante para beber, e em seguida retornando às sombras. As duas não se sentiam nada confortáveis uma com a outra, o que não era nenhuma surpresa, após o que havia acontecido. Hermione sabia que era preciso acabar com aquela animosidade, antes que seu pai notasse que havia algo errado.
— Estou retornando a Londres para ficar um ou dois dias, Mione. Irei amanhã pela manhã. Luna, a namorada de Rony está para chegar...
“Diga logo que Theo é seu filho! Acabe logo com esse tormento!”, a sensatez a aconselhava. “Ou então, revele a verdade a Alan e deixe que ele faça o que bem desejar com ela. E vá embora, enquanto Harry estiver ausente. Seu pai lhe emprestará algum dinheiro.”
— Sendo assim, sugiro que retorne a Londres comigo — completou Harry.
— Não! — Hermione pousou o olhar torturado nele, rejeitando a sugestão.
Harry deu uma risadinha.
— Não seria para partilhar da minha cama, nem de meu teto. Julguei ter sido bastante claro na noite passada, mas, pelo jeito, não fui. Sou o responsável por sua vinda, e não creio que seja boa idéia ficar.
Uma mágoa insuportável abateu-a.
— Então, me põe de lado, como se eu fosse algo descartável?
— Está sendo resguardada, salva de uma situação que me parece seriamente constrangedora. Você, Theo, Rony e a namorada dele partilhando à mesma mesa? E não conte com Alan. Ele parece estar indiferente a qualquer outra coisa além de seu desejo de dar uma lição em meu primo. De coração, no entanto, duvido que tenha a intenção de prejudicá-lo, ainda que inclua o nome de Theo em seu testamento.
Na certa, Harry acreditava que Hermione ficaria rondando a família como um espectro, se houvesse alguma perspectiva de lucro.
Hermione suspirou. A verdade jamais seria revelada. E como poderia ser o contrário? Emily levaria seu segredo para o túmulo, e, pelo bem de John, Hermione nada diria também.
Voltou-se para Harry, muito pálida.
— Acredita que o dinheiro significa muito para mim, não é?
Harry a sondou com os olhos brilhando.
— Creio que você é perigosa, e, como minha amante, seria ainda mais, e bem capaz de colocar meus familiares uns contra os outros.
— Não há a menor chance disso acontecer!
Harry fitou-a com as sobrancelhas erguidas.
— Não? Mas isso agora deixou de ter importância. Recuso-me a ficar do lado de fora vendo você com Rony.
Naquele exato momento o som e um telefone ecoaram no silêncio opressor. Harry tirou o aparelho celular do bolso e caminhou em direção à porta.
— Vejo você mais tarde.
— Harry! — chamou Hermione, frustrada, mas ele já se fora.
Pulou do leito e rumou para o banheiro. Assim que se vestisse, desceria e enfrentaria Harry, terminando de vez com todo aquele suspense.

Não havia ninguém no quarto de Theo. Hermione desceu as escadas, e a primeira pessoa que encontrou foi seu pai.
— Viu Theo, papai?
— Ele saiu para um passeio a pé com Claire e o cachorro.
— E Harry?
Avisou que passaria o dia fora, trabalhando. Hermione gemeu, contrariada. Devia ter pensado na possibilidade.
— Tem o número do celular dele?
— Sim. Anote.
Hermione foi para a biblioteca fazer a ligação.
— Alô? — Harry atendeu impaciente.
Hermione podia ouvir o murmurar de vozes masculinas soando perto dele.
— Sou eu, Harry, Mione... Estive pensando e... bem, creio que precisamos conversar.

— Não é o momento mais conveniente. Do que se trata?
— É algo muito pessoal e se refere a nós dois, e não se pode discutir por telefone.
O silêncio do outro lado da linha foi terrível a seus ouvidos, até Harry manifestar-se:
— Ah, é?
— Gostaria de vê-lo a sós quando voltar. Talvez pudéssemos nos encontrar na Orangery.
— Será melhor conversarmos na minha suíte. A Orangery, na noite passada, estava muito cheia de gente.
— Quando, então?
— Dentro de uma hora. Usarei o helicóptero para voltar. Até.

Hermione subiu a escada e dirigiu-se à suíte que havia anos pertencia a Harry. Passou pela porta principal da área, que, até agora, lhe era proibida. Seu pai considerava sacrossantos os aposentos particulares dos membros da família, e fazia questão de lembrá-la de que não deveria se atrever a sequer dar uma espiada no local sem permissão.
De repente, Hermione passou por uma espaçosa sala de estar, confortável e mobiliada com elegância. De acordo com John, à esquerda ficavam os aposentos de Harry.
Bem que gostaria de dar uma espiada nela, mas tinha pavor de ser surpreendida.
Na verdade, isso era o que ela mais sentia, Hermione reconheceu. Harry era tão coerente, tão imparcial... Esperar que entendesse por que havia permitido que tal mal-entendido permanecesse sem ser esclarecido seria o equivalente a pedir-lhe que compreendesse a insensatez quando ele era tão sensato.
Não haveria aviso antecipado de sua chegada. As paredes ali eram sólidas demais para isso. Hermione ajeitava os cabelos com a mão pela décima vez quando a porta se abriu. Estremeceu.
Harry entrou trazendo algo escondido. Quando ele sorriu, tudo o que Hermione enxergou foi aquele sorriso fantástico surgindo no rosto bonito, como um ofuscante raio de sol após um dia de inverno. Aquilo a petrificou no lugar, o coração batendo acelerado.
Mas então, Harry quebrou o próprio encantamento ao colocar nas mãos delas o maior buquê de rosas vermelhas que Hermione já vira. Surpresa, ela pegou as flores e só então notou o balde de gelo que ele trazia sob o braço e que acabara de colocar sobre a mesinha. Muda de espanto, observou-o tirar duas taças de cristal da estante, fazer saltar a rolha do champanhe e despejar o líquido espumante.
— Sabe que nunca ofereci flores a uma mulher? Deve ter percebido isso pelo jeito como as entreguei a você. Meu pai costumava dizer que oferecer rosas era um gesto com significado perigoso.
A garganta de Hermione se fechou, como se uma mão gigante a apertasse.
— Jantaremos fora esta noite, Mione. Foi o melhor que pude fazer diante da inesperada notícia. Confesso que me sinto como um adolescente apaixonado tentando seduzir uma garota na casa dela. Sentir-me-ei mais relaxado em Londres...
Hermione ficou muda pelo espanto, sua concentração voltada para o bom-humor de Harry, tentando imaginar em que ponto do telefonema dera a ele a impressão errada.

----->Resolvi postar hoje porque talvez amanhã não tenha tempo. Gente dêem um desconto pro Harry, na fic ele não usa óculos. Quanto ao Rony eu acho que ele merece uma morte bem lenta e dolorosa porque eu não gosto dele. O Theo é a coisa mais fofa do mundo com o cadê o Waff dele, mas tinha que ser uma girafa cor de rosa? Bem podia ser um elefantinho colorido e ele aparece muito pouco, concordo. Continuem comentando, comentarios fazem uma pessoa feliz XDD<-----

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