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Duas semanas antes do Natal, os alunos iriam para Hogsmeade. Poderiam fazer suas compras e se divertir antes das férias.
McGonagall não poderia ir, Dumbledore havia lhe pedido ajuda em alguns assuntos da Ordem, então pediu para Zorya ir, e se conseguisse convencer Snape seria ótimo. Quanto mais professores acompanhando aquela turma, melhor.
Na sexta-feira, após o horário das aulas, Zorya foi até a masmorra falar com Snape.
- Olá, Snape, posso entrar?
- Sim, Zorya, o que deseja?
- Vim lhe cobrar sua promessa.
- Promessa?
- Ih, vejo que você tem memória fraca.... – disse sarcasticamente.
- Fale logo, não gosto de rodeios.
- Lembra na festa? Você me prometeu explicar as características de um verdadeiro Sonserino....
- E você acreditou mesmo que eu iria lhe explicar....
- Tudo bem, eu estava brincando....na verdade vim lhe pedir um favor.
- Espero que não seja para dançar novamente....
- Não! Bem, amanhã os alunos vão a Hogsmeade e Profª. Minerva não poderá ir, está ajudando Dumbledore em assuntos da Escola. Então vim lhe perguntar se você pode nos ajudar com aquela turma.
- Sem problemas, estou precisando mesmo ir até lá para comprar alguns ingredientes que estão no fim.
- Obrigada, Snape. Até amanhã.
Snape sorriu enquanto Zorya saia da masmorra.
No outro dia, já em Hogsmeade, Zorya, após fazer suas compras, foi ao Três Vassouras. Os professores geralmente se encontravam lá para jogar um pouco de conversa fora enquanto os alunos se divertiam.
- Já fez suas compras, Snape? – perguntou enquanto se sentava a mesa ao lado dele.
- Sim, já comprei tudo que precisava.
- Muitos doces também?
- Não gosto muito de doces. Me acompanha na cerveja amanteigada?
- Ah, sim, obrigada.
- Então, Profª., me conte como veio parar aqui em Hogwarts.
- É uma longa história...
- Se quiser contar...
- Bem, você sabe que eu não sou daqui, venho do Brasil.
- Sim, isso eu sei.
- Depois que terminei meus estudos, fui trabalhar no Ministério da Magia de lá, na parte administrativa. Lá eu conheci meu marido...
- Você é casada?
- Fui, agora sou viuva.
- Não imaginava....com quem você casou?
- Você deve conhecer, Filip Campbell.
- Não acredito! Você era casada com o filho de Jorge Campbell, um bruxo da alta sociedade. E ele era...
- Sim, ele era da Sonserina, foi seu colega até!
- Eu me lembro dele, mas como pode? Um bruxo tão famoso e ninguém ficou sabendo! Não saiu no jornal, nada!
- O casamento foi “abafado”. O pai dele era contra. Sou uma sangue-ruim, você sabe.
- É, eu sei. Mas, como Filip morreu, e quando?
- Faz três anos que ele morreu...
- Nem isso saiu no jornal.
- Também foi “abafado”.
- Então, como ele morreu?
- Você não imagina? Você-sabe-quem o matou.
- Como? Ele ainda não havia ressuscitado...
- Ainda não, mas na época estava projetando sua volta, estava na antiga casa dos seus pais. Já começava a recrutar os comensais da morte. O pai de Filip era um, você sabe.
- Sim, eu sei.
- Bem, Jorge convidou Filip várias vezes, mas ele não queria. Então Jorge “armou” um encontro com o Lord das Trevas. Jorge acreditava que se Filip conversasse com você-sabe-quem, mudaria de idéia.
- E...
- Filip não aceitou de modo algum. Disse que preferia a morte do que servir a ele. – as lágrimas começavam a rolar no rosto de Zorya. – Primeiro você-sabe-quem lançou a Maldição Imperius em Filip, mas ele sabia resistir a esta maldição.
- Ele era um dos melhores alunos de DCAT.
- É, eu sei. Então, como não havia mais jeito, e como Filip sabia demais, lançou a maldição Avada nele.
- E Jorge estava junto?
- Sim, estava, mas sempre achou que era melhor ter o filho morto do que, além de casado com uma sangue-ruim, não querer servir ao Lord das Trevas – Zorya chorava.
- Ele era o único filho de Jorge?
- Sim, era. Agora Jorge está sozinho. Sua esposa já morreu faz muitos anos.
- E você ficou onde até vir para cá?
- Eu fiquei todo esse tempo morando com meus pais. Não voltei a trabalhar no Ministério. Fiquei vivendo como trouxa.
- Como agüentou?
- Eu não sei, quase enlouqueci! Estava com um certo receio de voltar, Jorge não me queria aqui e ele é discípulo de você-sabe-quem. Poderia me matar. Mas criei coragem, e resolvi escrever para Dumbledore. Filip havia me falado dele várias vezes.
- Então...
- Vim para Londres. Dumbledore me disse para ficar no Caldeirão Furado. Nós conversamos muito, eu lhe contei tudo o que aconteceu. Então, ele me falou que poderia vir dar aulas aqui, que estaria precisando de um professor da minha área. Acho que foi o destino, sei lá, mas o antigo professor estava mesmo querendo se aposentar.
- Ele estava cansado. Era um ótimo professor.
- Eu sei, ele deixou o material da aula muito bem organizado.
- E Jorge, sabe que você está aqui?
- Ele não sabe, na verdade nem sei dele. Nunca conversamos, só estivemos frente a frente uma vez. Ele me enviou só uma coruja, para me informar que Filip morreu., depois nunca mais.
- E você se sente segura aqui?
- Sim, confio em Dumbledore. Ele me disse que aqui você-sabe-quem não entra.
- É, mas às vezes ele manda representantes.
- Paciência...decidi que não vou mais me esconder dele.
- Tudo bem, mas cuide-se e avise Dumbledore se desconfiar de qualquer coisa.
- Eu sei. Bem, vamos, acho que já está na hora de voltar.
- É, já está ficando tarde.
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