Capítulo III



Capítulo III


“Confissões”

*¨*¨*

“Meu Merlin! Juro que se eu não tivesse mudado, a minha ‘eu’ anterior iria achar isso uma besteira. Afinal, até eu acho! Escrever em um pergaminho?! E ainda como se fosse um diário?! Alguém me diga por que eu ainda ouço Marlene McKinnon e suas idéias malucas, por favor!

Tudo bem. Eu devia – aliás, devo – estar um pouco sem juízo para realmente estar fazendo isto. Eu respeito as pessoas que escrevem seus sentimentos em pergaminhos, ou algo do gênero, mas, sei lá! Não é uma coisa de gente desesperada?? Ou de gente que simplesmente não tem o que fazer, e fica conversando consigo mesmo??

Certo, agora, já que eu estou fazendo isto mesmo, eu escrevo o que estou sentindo. Posso dizer que isso não é fácil. Eu ainda tenho muita raiva do Potter (Deus! Não consigo nem escrever o primeiro nome dele!).

Mas, pense comigo: um belo dia, você e seu namorado estão na sala Precisa, em um sofá, dando uns amassos. Normal, certo? Então, de um jeito que você não sabe como, as coisas começam a esquentar. A esquentar muito! Você não consegue parar e, para dizer a verdade, nem quer. Então, quando você finamente se dá conta do que acabou de acontecer, se culpa por alguns minutos por não ter esperado mais. Mas são apenas minutos. Que lhe importam estes minutos se, logo depois, ele te jura que vocês vão ficar juntos para sempre?

E, sim, você é idiota o bastante para acreditar na lábia daquele... Canalha.

Tudo corre normalmente, depois. Lógico, vocês fazem algo a mais do que simples agarrações, mas isto acabou se tornando comum. Então, numa das rondas da monitoria, onde você já está cansada e com sono, escuta um barulho de bocas grudando e desgrudando, vindo detrás da porta de um armário. Irritada, e decidida a dar uma detenção, você abre a porta com toda a força que ainda possuí dando de cara com uma das... ‘garotas de programa’ de quinze anos da Corvinal, muito mais que agarrada ao seu namorado.

Você dá um sorriso sarcástico e sai correndo, tentando não chorar, (uma tentativa inútil, devo acrescentar). Entra na sala comunal que, ironicamente, está lotada. ‘Porque, quando você menos precisa, essa sala fica cheia de gente?’, você pensa, amaldiçoando a todos mentalmente. Decidi que vai subir, mas alguém lhe segura o braço. Oh, sim! Era exatamente o que você precisava.

Ele diz um monte de coisas, as quais você não ouve realmente, devido a dor de cabeça insuportável que está sentindo! Olha nos olhos dele e começa a gritar, querendo fugir dali o mais rápido possível. Ele parece se magoar, (apesar de você estar certíssima), e lhe diz que você foi realmente mais uma na lista, que ele nunca lhe amou e que apenas te via como um desafio a ser vencido. E ele acrescenta: ‘Você sempre teve razão sobre mim, no final!’.

É como se seu mundo caísse. Seu chão faz questão de sumir, o teto desaba sobre você com toda a força, o dia vira uma noite sem estrelas ou esperanças. Oh, é impossível não pensar nestes tipos de clichês, também! As lágrimas começam a rolar cada vez mais grossas por seu rosto e seu único desejo era nunca ter nascido!

Sua atitude? Ela foge. Assim como a cor das suas faces, por que seu sangue parece parar de correr por suas veias, já que seu coração não bate mais. Parece que tudo se transforma em câmera lenta: você percebeu que está viva, mas não está. Percebe os olhares de pena vindos em sua direção, e mais alguns de felicidade por parte das invejosas.

Você finalmente arranja forças de um lugar desconhecido, - que talvez se chame dignidade. Eu não sei definir. – e corre para seu dormitório, onde chora até que adormecer. Suas amigas tentaram te consolar, mas nenhum resultado veio disto. Acorda várias vezes durante a noite, lembrando de tudo o que vocês passaram, deixando as lágrimas virem.

E é neste ponto em que você jura vingança. Jura que nunca vai se deixar enganar por nada daquilo outra vez. Jura até que sua mente cansada te obriga a dormir. Afinal, você merece um descanso.

Depois, tudo começa. As peças pregadas, as vinganças pequenas. Mas você percebe que ainda falta algo essencial. Alguma coisa que o faça pagar, em uma única vez, o que fez a você. A pagar por todas as mágoas que te causou.

Se engana, dizendo que não precisa fazê-lo pagar por tudo. Você é melhor que isso. Mas, eventualmente, você acaba percebendo que na verdade, o ‘melhor’ não significa exatamente o que se espera que signifique. Ele quer dizer que você é pior. E, bem, você aceita. No final, acaba acontecendo uma coisa ridícula. Que atinge o auge da ridicularidade. Você gosta de pregar peças nos outros, e decidi que vai fazer isso com todos os outros, mas com uma boa causa, como juntar certas pessoas.

E para melhorar, surge o fato que vai possibilitar tudo: desde sua boa ação, até a sua vingança.

O baile de Máscaras.

Você já tem tudo planejado para a vingança. Já sabe o plano de cor e salteado, mas faz questão de lê-lo sempre que pode, apenas para confirmar. Acaba se tornando louca. Paranóica. Maluca.

Você acaba se tornando... Eu.”


*¨*¨*

N/A: Sabe, eu originalmente tinha escrito outra coisa, mas eu achei que vocês deviam saber o motivo da raiva da Lily, então... (6)

Curtinho o cap, não? Queria ter feito ele maior. Tudo bem, era isso!

Olhem o outro!

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