Sete anos



NOTA DA AUTORA

Essa é a primeira fic que começo a postar sem ter a história inteiramente concluída (nem que esteja concluída pelo menos na minha cabeça). Mas como eu estava louca pra colocar resolvi correr o risco. Estão tenham paciência comigo... E vamos à história!


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Gina olha para o horizonte, já é noite e algumas estrelas brilham intensamente no céu fazendo companhia à lua cheia. Ela emite um suspiro e não consegue evitar que uma lágrima teimosa lhe escape dos olhos, olha para o lago onde um casal de cisnes está nadando. Um deles levanta vôo.

Ele também partiu... Sete anos e não há um só dia em que não esteja em meu pensamento...

Absorta em suas lembranças ela não percebe que uma figura ruiva a observa.

Molly Weasley observa sua filha ao longe. Seu coração está apertado. Minha ruivinha está sofrendo. Ela gostaria de colocá-la no colo e consolá-la até que a dor passasse da mesma forma que fazia quando ela era apenas uma menininha que chegava em casa com os joelhos ralados após uma travessura com os irmãos.

Mas ela sabe que não pode. Sua filha agora é uma mulher. Uma linda e forte mulher. Pensa.

Nisso uma garotinha ruiva de uns seis ou sete anos chega até ela. – Camille... Você já devia estar dormindo... – A senhora Weasley fala.

Camille – Eu sei vovó, mas estou sem sono. Além disso, a mamãe ainda não foi dar boa noite pra gente.

A garotinha olha na direção onde Gina está e faz menção de ir até ela. Sua avó a segura pelo braço delicadamente – Não, meu bem. Deixe a sua mãe sozinha um pouco. Onde está seu irmão?

A garotinha aponta um menino de revoltos cabelos negros que está sentado no jardim.

Molly olha para seu neto mais velho. Pega a mão de Camille e ambas caminham até ele. Se ao menos ele não fosse tão parecido com o pai... Talvez fosse mais fácil.

Molly – Andrew... Já passou a muito da hora de estar na cama.

O garoto permanece em silêncio olhando na direção de Gina.

Molly – Andy...

Andrew – A mamãe... Ela está triste, não está?

Molly olha para o garotinho. Ele não é de muita conversa. Mas é incrível como percebe as coisas. Pensa.

Molly – É... Acho que está.

Camille – Se a gente fosse falar com ela... Será que não passava?

Molly – Não sei meu bem... Acho que ela que ficar sozinha um pouquinho. Vamos fazer o seguinte. Vocês dois vão pra cama e daqui a pouco a mamãe vai dar um beijo de boa noite.

Andrew (desconfiado) – Tem certeza?

Molly sorri – Ela nunca esqueceu não é?

Andrew faz que sim com a cabeça. Pega na mão da irmã e os dois saem

Molly observa os netos gêmeos se afastarem de mãos dadas. Embora sejam diferentes fisicamente e no temperamento é incrível como se entendem. Não me surpreenderia se eles conseguissem ler os pensamentos um do outro Pensa

Camille seria a cópia exata de Gina se não fossem os olhos verdes do pai. É expansiva e carinhosa. Adora demonstrar afeto. Já Andy... Molly admite que o garoto é um completo mistério. Raramente expressa o que sente. A senhora Weasley não conheceu Harry Potter aos seis anos, mas tem certeza que ele deveria ser muito parecido com o garotinho.

O Senhor Weasley chega e a abraça. Eles olham pra Gina e se encaram numa compreensão muda que apenas anos de convivência traz.

Arthur – Hoje faz sete anos

Molly – Eu sei... (olha para o marido com lágrimas nos olhos). Arthur, eu não consigo mais ver a minha garotinha sofrendo desta forma por tanto tempo.

Arthur – Desde que ele desapareceu... Ela nunca mais foi a mesma. Acho que se os gêmeos não existissem, ela não suportaria.

Molly – Se ao menos ela aceitasse que ele pode estar...

Arthur – Não deixe que ela te pegue falando isso. Você lembra que ela ficou histérica quando nós cogitamos a hipótese de fazer um enterro simbólico. Ela nunca vai perder a esperança.

Molly – Eu sei... Mas tenho medo que ela se afunde na depressão. E depois, se o Harry não está morto. Onde ele está? Ele não abandonaria a Gina assim... Eu sei que não!

Arthur a abraça – É verdade... (olha pra ela) porque você não vai ver se as crianças deitaram? Eu vou falar com a Gina.

Ele observa a esposa afastar-se. Vira e começa a andar em direção a filha. Quando é que vou ter a minha garotinha feliz em casa novamente?

Arthur nunca pensou que um dia ele pudesse odiar Harry Potter. Mas ele odiou... Ele o odiou quando Harry desapareceu na batalha contra Voldemort deixando Gina inconsolável e odiou mais ainda quando descobriu que ele havia engravidado a sua menininha deixando-a sozinha com dezesseis anos e um casal de gêmeos. Ele o odiou secretamente, pois sabia que era um ódio sem sentido, irracional. Harry não tinha culpa de haver desaparecido, mas mesmo assim ele o odiou cada vez que via Gina verter uma lágrima.

Arthur se aproxima da filha. Passa a mão nos seus cabelos. – Assustei você?

Gina – Não... Já estava estranhando que ninguém tivesse vindo me procurar ainda.

Arthur nota que a filha tem lágrimas nos olhos – Hoje faz sete anos...

Gina abraça o pai – Como se fizesse diferença... Não tem um dia em que eu não pense nele.

Arthur beija os cabelos de Gina – Me corta o coração ver você sofrer assim. Se eu pudesse fazer alguma coisa.

Gina – Não pode... Ninguém pode.

Arthur abraça a filha carinhosamente enquanto ela soluça no seu ombro. Em sua mente lembranças de sete anos atrás...

XXXXX

As cenas a seguir são lembranças de Arthur.

Faz três meses que Gina voltou para o colégio e Harry, Rony e Hermione partiram para tentar encontrar o lorde das trevas. Molly anda absolutamente histérica de preocupação e Arthur, embora tente manter as aparências, também está preocupado com a falta de notícias.

O casal está jantando silenciosamente. Há muito tempo que os jantares ruidosos se foram. Desde a partida dos garotos

Nisso, ouvem um barulho no quintal. Molly levanta-se apreensiva.

Arthur – Não... Deixe que eu vou. (Ele pega a sua varinha e sai).

Ele anda silenciosamente pelo quintal olhando para todos os lados. Os ataques estão cada vez mais freqüentes. Todo cuidado é pouco.

Ao longe Arthur nota duas silhuetas. Apesar da escuridão ele consegue distinguir os cabelos ruivos de uma e os cabelos castanhos da outra.

Arthur (gritando) – MOLLY! (Corre em direção aos dois)

Ele encontra Rony. Há um corte profundo em seu braço, além de várias escoriações e hematomas menores, mas mesmo assim ele carrega Hermione desacordada. – Acabou... (Ele consegue dizer antes de desmaiar).

NO ST MUNGUS.

Rony está sendo medicado. Além do corte ele possui várias escoriações e está muito fraco. Hermione foi torturada durante horas pela maldição cruciatus e precisa de cuidados maiores.

O Senhor e a Senhora Weasley estão com ele

Rony (olha para os pais) – Foi horrível...

Molly – Eu sei meu bem... Não vamos falar disso agora. Você precisa descansar.

Rony – O Harry...

Molly e Arthur entreolham-se – O que aconteceu? (perguntam quase ao mesmo tempo).

Rony – Não sei dizer... Ele e Voldemort estavam se enfrentando. Eu estava ferido. Tentava salvar Hermione (Rony agora chora) quando fui ver. Voldemort estava morto e não havia sinal de Harry. (Coloca a mão no bolso). Apenas isso.

Mostra aos pais os óculos e a varinha de Harry.

Arthur – Ele está...

Rony – Não sei! Não sei de mais nada... Eu... Eu o procurei por toda a parte por horas, mas Hermione precisava de cuidados e eu também havia perdido muito sangue...

Molly – Não fale mais nada querido.

Arthur – Vou convocar o ministério. Se ele estiver vivo nós o acharemos.

O Sr. Weasley parte com alguns aurores para o local onde foi realizada a batalha. Vasculham tudo por mais de uma semana. Ninguém acha nada.

O ministério inglês manda várias corujas alertando os ministérios de outros paises a respeito do desaparecimento de Harry Potter.

Uma semana depois...

Arthur está em sua casa. Rony já está praticamente recuperado. Hermione agora já consciente ainda convalesce no hospital

Rony – Nada ainda?

Arthur – Não... Mas muita gente está procurando. Se ele estiver vivo nós o acharemos.

Rony – Pai... A Gina. Nós temos que avisá-la. Ela não nos perdoaria.

Arthur – Eu sei. Já havia falado com sua mãe sobre isso. Amanhã vamos para Hogwarts. É melhor a gente estar presente quando ela ficar sabendo. Não acho adequado simplesmente enviar uma coruja falando uma coisa dessas.

EM HOGWARTS

Eles estão na sala da diretora. A professora McGonagall entra

McGonagall – Desculpe a demora, Senhor e senhora Weasley, vejo que atenderam prontamente a minha solicitação.

Arthur e Molly entreolham-se sem entender. A diretora percebe – Vocês não receberam a minha coruja?

Molly – Aconteceu alguma coisa com a Gina?

McGonagall – Seria melhor vocês se sentarem

Molly (exasperada) – Fale. O que aconteceu com ela? (Olha para a diretora que a está encarando) Desculpe... O que aconteceu? (Ela pergunta enquanto se senta). Ela está bem?

McGonagall – Na verdade eu não sei como dizer isso. Mas Gina... Está grávida!

XXXXX

De volta aos dias atuais.

Arthur passa a mão na cabeça da filha – Os meninos estão perguntando por você. Vamos entrar?

Gina faz que sim com a cabeça e os dois seguem abraçados para a toca.

Molly está na cozinha fazendo um chá. Ela sabe que vão precisar.

Gina – Eles já dormiram?

Molly – Duvido muito. Devem estar esperando que você vá dizer boa noite.

Gina olha para os pais e dirige-se ao quarto dos gêmeos.

Ela entra silenciosamente. Camille está deitada enquanto Andy está em pé ao lado da janela. Ela chega perto da filha. Agasalha-a e deposita um beijo em sua testa.

Camille – Pensei que você não viesse

Gina – Você sabe que eu sempre venho... Agora durma. Boa noite princesa.

A menina mal responde. As pálpebras pesadas de sono. Gina tira uma mecha de cabelo do seu rosto e caminha até o filho

Ela o abraça por trás e deposita um beijo em seus cabelos. Os mesmos cabelos do pai. Gina pensa com o coração apertado.

Gina – Sem sono?

Andy – É...

Gina – Vamos deitar que logo o sono vem.

Andy vira-se e encara Gina – Você está triste. (Olha pra baixo). É por causa do papai não é.

Gina olha para o filho evitando a custo que uma lágrima caia de seus olhos – É sim querido

Gina conduz o filho para a cama. Ajeita os cobertores e dá um beijo em sua testa.

Andy – Mãe...

Gina olha para o filho. Andy continua – O papai... Você acha que ele ia gostar da gente...

Ela abraça o garotinho – Claro querido. Ele ia amar vocês da mesma forma que eu amo. Agora durma.

Gina volta para cozinha onde sua mãe a espera. Molly coloca chá para as duas

Molly – Dormiram?

Gina faz que sim com a cabeça.

Molly senta-se e segura a mão de Gina – Querida... Eu sei que você não gosta de falar sobre isso. Sei que é difícil aceitar e, acredite, para nós também. Mas já faz sete anos. Você precisa começar a tocar a sua vida... Você raramente sai, raramente se diverte. Passa o tempo inteiro no trabalho, cuidando das crianças ou seguindo alguma pista que não dá em nada...

Gina – Eu sei... Mas é complicado. Eu preciso manter as esperanças. Não conseguiria viver se soubesse que ele está morto. (Uma lágrima cai de seus olhos).

Molly a abraça – Amanhã é outro dia... Você vai deitar agora?

Gina – Daqui a pouco eu vou. Estou sem sono

Molly – Você quer que eu fique?

Gina – Não... Vou ficar um pouco sozinha...

Molly sai e deixa Gina na sala absorta em seus pensamentos.

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