Esquisitos vs. Weasley



Cap. 2 – Esquisitos vs. Weasley

Gui sentou Eileen pesadamente em um banco da cabine, desde a metade do trem ela não se debatia mais, mas passara a exibir uma carranca de mal-humor enquanto o xingava de tantos nomes, que ele tinha certeza se sua mãe a ouvisse lavaria a boca dela com poção ácida por uma semana.
- Agora que estamos TODOS aqui, podemos começar a primeira reunião de monitoria do ano. – anunciou solenemente, sua voz expressando o quão satisfeito estava. – Eu sou Guilherme Weasley seu monitor-chefe e ...
- ...e maior babaca tediante do mundo nas horas vagas. – murmurou a garota às suas costas, alto o suficiente para alguns sonserinos mais próximos rirem.
- ...e essa é Eileen Doge minha adorável parceira de monitoria. – continuou sem se afetar, mas lançando um olhar de advertência. – Mais conhecida como sarna de pufoso, para os mais íntimos. – soltou entre dentes, com um sorriso forçado fazendo os que ouviram rir. – Acho que agora podemos passar as instruções a vocês.
A garota revirou os olhos e soltou um, Não Weasley, vamos sentar e esperar que as informações entrem por telepatia na cabeça deles .
- Quer fazer as honras e começar, Eil? – perguntou num sorriso falso.
- Claro Gui. – aceitou, meiga, levantando-se. – Eu só tenho um comunicado, e é mais um desafio, quem conseguir entender a mente perturbada, maluca e monótona do meu colega de monitoria e não bocejar nenhum vez durante o discurso monótono que ele fará, ganhará três rodadas de FireWhisk no Cabeça de Javali. – comunicou causando olhares interessados dos monitores e uma carranca de raiva no ruivo ao seu lado.
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Elle estava sentada no colo de seu namorado, observando a paisagem com tédio, enquanto o digníssimo Carl discutia fervorosamente sobre Quadribol com outros dois amigos. Três garotos, também grifinórios, porém quartanistas dormiam recostados na parede da cabine.
A porta foi aberta com um click seco e Megan colocou sua cabeça para dentro, ganhando a atenção de todos os presentes.
- Elle eu posso falar com você por um instante? – perguntou com um sorriso exageradamente grande para seu padrão, na opinião da outra garota.
Ajeitando seus cabelos castanhos nos ombros, ela caminhou até o corredor, fechando a porta atrás de si. Conversaram em sussurros por alguns instantes, o meio sorriso de Elle quase entregando o que conteúdo da conversa.
Com um aceno de cabeça, a garota mais baixa saiu andando em direção ao último vagão. A outra, por sua vez, voltou para a cabine e recostou-se na porta, os braços cruzados sobre o peito.
- Podem ir passando todas as suas bombas de bosta. – ordenou com um sorriso mal intencionado.
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A tia gordinha do carrinho de doces andava lentamente em direção ao último vagão, quando um tufo de cabelos loiro barrou seu caminho, um enorme sorriso inocente no rosto fino.
- Olá tia. – cumprimentou amável demais para uma sonserina.
- Olá querida. O que vai querer? – perguntou num sorriso bondoso, longe de duvidar das boas intenções da “adorável” garota.
- Tia, a senhora tem só esses doces que tem aqui no carrinho, quero dizer, tia, a senhora não tem nenhum estoque no trem? - questionou como quem não quer nada, olhando distraidamente para uma caixa de sapos de chocolate.
- Só tenho esses, querida. E eles já estão acabando, como você pode ver. Só tenho mais o último vagão para ir. – contou.
- E quando eles acabam a senhora vai pra aonde, tia? – questionou com falsa inocência, a unha arranhando a mesma caixa que observara segundos atrás.
- Vou para o vagão do maquinista e fico lá até voltarmos para Londres. – respondeu sem entender.
Laureen sorriu e evitou dar um pulinho de alegria por estar indo tudo nos conformes.
- Sério?! – exclamou com os olhos brilhando. – Então, tia, eu vou querer todos esses doces do carrinho.
- Todos? – admirou-se a senhora de olhos arregalados. – São mais de duzentos doces, criança. – disse com sensatez, pensando em toda a mesada da pobre garota loira indo ralo abaixo. – São mui-
- Dinheiro não é problema, tia. – cortou, socando umas 20 moedas de ouro na mão dela. – Não preciso de troco, tia. – interrompeu a tentativa de devolver as moedas douradas sobressalentes. – Mas eu vou precisar desse carrinho, a senhora me empresta, tia? – perguntou adquirindo uma feição angelical, com direito até á olhos azuis brilhando.
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Já fazia 15 minutos que a reunião havia começado e era a 1054ª vez que Eileen bocejava e olhava com cara de sono para Gui. Ele monologava para alguns muito desinteressados monitores que já haviam bocejado inumeráveis vezes também. Carlinhos, aparentemente o mais folgado de todos, dormia com a cabeça ameaçando cair sobre o ombro da nova monitora Lufa-Lufa, a garota, por sua vez, quase dançava balé ali, tentando fazer isso acontecer. Revirando os olhos para a cena deprimente, a monitora-chefe amaldiçoou seus amigos até suas últimas gerações. Será que era muito difícil perceber o quanto ela odiava aquelas reuniões?
A porta da cabine foi aberta com um clique e deslizou para o lado silenciosamente, aparentando ter aberto sozinha. E, como uma serpente preguiçosa, Ryan esgueirou-se para dentro do compartimento, escorando na parede, fazendo parecer puro acaso ele estar ali.
- Vocês poderão aplicar detenções, mas desde que os infratores tenham feito algo de muito grave, o caso deve ser reportado a um professor ou a... McComark? – assustou-se o ruivo que como o resto da sala, só tinha percebido a presença dele agora. – O que você está fazendo aqui? – perguntou de braços cruzados, encarando o sonserino brincar com suas baquetas, tocando animadamente uma bateria imaginária.
- Esquisito. - murmurou a monitora sextanista da Corvinal para a garota ao seu lado.
- Eu? – espantou-se falsamente, parando de girar suas baquetas e percebendo ser o centro das atenções. – Ah sim, McComark, sou eu mesmo. Bem, sabe, Weasley, existe um bom motivo para eu estar aqui. – começou arrastando a voz, e voltando a girar uma das baquetas entre os dedos, numa espécie de tique nervoso.
- E eu estou ansiosamente esperando por esse ele... – disse Gui com autoridade.
- Sabe, eu estava passeando por aí, aterrorizando criancinhas, perpetuando o mau, como bom sonserino que sou, e vi algo que poderia, sei lá, interessar os monitores-chefes. – informou com displicência.
- E isso seria? – perguntou sem interesse, sabendo que Ryan só estava ali para livrar Eileen da reunião.
- Ah.. nada que você possa dizer “Noooossa, Ryan, como isso é importante.” – contou, arrastando as palavras para irritar o ruivo, e conseguindo com sucesso. – Maas, é sempre bom saber o que acontece no trem durante a viagem, certo?!
- O que você viu, então, McComark?! – perguntou, já ganhando um tom avermelhado nas orelhas.
- Você sabe, o de sempre... novatos perdedores... patricinhas histéricas... alguém soltando 100 bombas de bosta no último vagão.... coisas desse t-
- Por Merlin, 100 bombas de bosta? – exasperou-se o Weasley.
- Eu posso ir ver isso. – prontificou-se Eileen tentando não sorrir e indo de encontro ao amigo.
- Você. Fica. – ordenou Gui, puxando-a de volta pelo braço. – Eu.Vou.
- Mas.. – tentou a garota, mas parou ao ver a face tranqüila de seu amigo, como se lhe dissesse “Relaxa, tenho tudo sobre controle.”. Assentiu com um pequeno sorriso e sentou-se novamente.
- Se isso for mentira, McComark, eu farei você limpar todos os troféus daquela escola por dois meses. – Gui ameaçou enquanto passava pelo sonserino, indo para o corredor.
- Eu já limpei todos eles em UM só mês, babaca. – murmurou em resposta, parecendo indignado.
Gui, por sua vez, já muito distante dali, não escutou os resmungos e muito menos viu o gesto mal educado que Ryan fez com as mãos para as suas costas, causando até algumas risadinhas no vagão.
- Que seja, que seja. – silenciou Eileen, olhando para todos os rostos dos monitores, desesperados por fugir dali. – Ryan, você.. – começou, olhando para o amigo, mas nem precisou completar a sentença.
Entendendo o que ela queria, num gesto de mão rápido, ele tirou uma varinha de dentro do bolso de seu jeans e a jogou certeira, indo cair diretamente nas mãos da dona.
- Obrigada. – agradeceu num meio sorriso. – Bem, parece que essas são as senhas de vocês. – comentou olhando para a prancheta de Gui, e fazendo diversos papéis surgirem nas mãos dos monitores. – Vocês têm suas senhas, então, não abusem muito do poder e, agora, sumam da minha frente, antes que o Weasley volte. – ordenou, gesticulando exageradamente para saírem logo dali.
Parecendo um estouro de manada, os monitores correram pra fora do vagão desesperados para fugirem de outro discurso mortalmente maçante e tedioso.
- Uma salva de palmas para a monitora chefe e seu encorajador discurso de inicio de ano. – disse Ryan, sarcasticamente, batendo palmas, assim que se encontravam apenas os dois no corredor de acesso ao compartimento dos monitores.
- Cara, vocês demoraram uma vida inteira. – reclamou, estralando as costas. – Eu achei que morreria de tédio ali mesmo. E vamos andar rápido antes que o ruivo volte soltando fogo pelas ventas. – completou, começando a dar passadas bem mais rápidas.
O garoto soltou uma risada escandalosa, quase maníaca, atraindo alguns olhares de dentro das cabines e fazendo sua amiga parar e olhá-lo, com as sobrancelhas arqueadas.
- O ruivo está muito ocupado nesse momento. – comentou, em tom de explicação.
E isso não era uma mentira, muito menos exagero dele.
Caos era apelido perto do que acontecia no último vagão daquele trem. Somente numa primeira olhada você poderia ver: garotas histéricas gritando, primeranistas adquirindo colorações arroxeadas, uma fumaça de cor amarelo-bosta impregnada, muita gente se empurrando e mais gritos de garotas histéricas.
E dizer que o monitor-chefe, Guilherme Arthur Weasley, estava p*to da vida seria uma eufemismo meigo e bonitinho. Ele tentava, ao mesmo tempo, conter primeiranistas que prendiam a respiração por causa do péssimo cheiro, acalmar patricinhas histéricas que lamentavam por seus cabelos e, simultaneamente, descobrir o que havia acontecido ali.
A única coisa que entendera até então foi que num determinado momento da viagem, o carrinho de doces (devidamente lotado de bombas de bosta) adentrou o vagão, parecendo ser empurrado por uma mão invisível e 5 segundos depois as bombas explodiram, começando exalar aquele odor fétido. Sem testemunhas, sem provas, sem culpados.
- Vamos lá, façam uma fila dupla e todos conseguirão sair daqui. – pedia pela milionésima vez, tentando fazer sua voz sobressair sobre os demais gritos. – Ei você aí, pare de conter sua respiração. – berrava, apontando para um garotinho loiro. – Hutter, eu lhe prometo que isso não impregnará no seu cabelo pra sempre. – prometia a uma quartanista grifinória a beira das lágrimas.
- Eu acho que você não conseguirá contê-los, Weasley. – ele ouviu um sonserino corpulento, do time de quadribol, gritar com deboche da janela de uma cabine, o sorriso cínico levemente deformado pela bolha de ar que tinha em volta da cabeça.
Ah, e como se não bastasse, ele ainda tinha que agüentar aquilo.
Outra coisa estranha daquele “ataque” era que enquanto novatos e garotas estupidamente histéricas berravam, alguns veteranos curtiam a comodidade de seus feitiços bolhas devidamente conjurados antes das bombas estourarem, o que garantia mais de horas com ar fresco.
Contendo a vontade de gritar e xingar até a última geração do filhote de mantícora que havia causado aquilo, Gui se concentrou em achar uma pessoa em especifico no meio daquela multidão. Algo lhe dizia que ela saberia sobre os culpados.
E teve seus palpites confirmados assim que avistou uma cabeleira turquesa, tampada com algo semelhante a um aquário de cabeça pra baixo. Nimphadora Tonks ria com gosto do caos, e quase lhe saltavam lágrimas dos olhos quando observava algumas garotas lamentarem por seus cabelos.
- TONKS! – o ruivo berrou por cima da multidão, chamando a atenção da garota que começou um terrível ataque de tosse, assim que o olhou. – Tonks! – chamou novamente, puxando-a pra dentro de uma cabine vazia, e batendo-lhe nas costas para aliviar a tosse. – Quem foi? – perguntou assim que ela melhorou.
- Quem foi o quê? – retrucou no seu melhor tom de inocência, recebendo um olhar fuzilador em resposta. – Eu não sei. – disse, encolhendo os ombros.
- Então, como você conjurou o feitiço cabeça-de-bolha antes de elas estourarem?
A garota sorriu marotamente, e comentou com displicência:
- Premonição. Você sabe o quanto eu sou boa em Adivinhação.
A saída de Tonks teria sido triunfal, se quando ela tivesse se virado gloriosamente para entrar no meio da multidão, não tivesse batido com força total no vidro da cabine.
- Suponho que você soubesse que trombaria. – comentou o ruivo com sarcasmo, oferecendo a mão para ela levantar-se.
- Algo por aí.. – resmungou dolorida, aceitando a ajuda.
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Já na metade do antepenúltimo compartimento, Ryan e Eillen podiam ouvir um certo número de vozes abafadas e gritos contidos pelas portas fechadas. Os dois trocaram arqueadas de sobrancelha, começando a andar mais rápido em direção à porta de divisão dos vagões.
Assim que a garota levantou a mão pra empurrar a maçaneta para o lado, três vozes berraram, simultaneamente, em tom dramático um enorme “NÃO”. Os dois deram um pulinho de susto, e se viraram para encontrar suas três outras amigas.
- Não precisam entrar aí, mudamos de cabine. – contou Laureen com um grande sorriso, mas podia-se notar, por seu rosto afogueado, que andara correndo.
- Mudamos? – estranhou o garoto, claramente confuso.
- Estão comigo e Carl. – falou Elle, puxando os dois pelos braços, e avançando pelo corredor.
- E posso saber por quê? – perguntou a monitora, puxando seu braço com brusquidão e encarando-os com uma expressão severa.
Elle e Laureen se entreolharam, temerosas, Ryan as olhava interessado e Megan revirou os olhos, entediada.
- Não questione. – cortou Megan, muito longe de ser amável ou educada. – Saiba, apenas, que você DEFINITIVAMENTE não quer encontrar o Gui nesse momento. – completou em tom mais neutro, causando risos nos amigos.
Passaram o resto do trajeto “escondidos” na cabine de Elle. E assim que desembarcaram pegaram a primeira carruagem com destino ao castelo.
- Estorvo da minha vida. – resmungou Megan olhando para o tresláio que acabara de deixá-los em frente à escadaria do Hall.
- Não seja tão dramática. Aposto que eles são bem bonitinhos. – censurou Elle, olhando para o ponto que ela acreditava estar o rosto do animal.
- São nada. – intrometeu-se Eillen, entrando no meio das duas para impedir a famosa discussão de todos os anos sobre a aparência dos animais invisíveis.
- Mas.. – tentou rebater, parecendo indignada.
- Mas nada, Elle. Nós os vemos, você não. Então, se dizemos que ele são feios, só lhe resta acreditar. – falou a garota no seu tom de “Eu sou muito mais inteligente que você, então, não me questione.” que costumava usar para deixar alguém se respostas.
A suas costas, Megan mostrou língua, vitoriosa, para Elle.
Revirando os olhos para aquela cena Ryan subiu as escadarias sendo seguido rapidamente por todas. Porém, a um passo de entrarem novamente no castelo, Elle freou seus passos, empurrando-os para trás com os braços.
- Pé direito.. pé direito.. – cantarolou numa espécie de mantra animado, mostrando seu sapato direito de boneca que usava com o uniforme.
Instantaneamente todos a olharam. Ryan exibiu sua melhor arqueada de sobrancelha, aquela que dizia “Você não está pensando que eu vou pagar esse mico novamente..”. Megan cruzou os braços, fechando suas expressões, mostrando claramente que não faria aquilo nem sob tortura. Laureen, a mais esperta entre eles naquele momento, olhou desesperada para Eileen, pedindo por clemência que logo lhe foi atendida, quando a monitora se aproximou de Elle.
- El, querida. – chamou suavemente, quase com uma doçura pouco característica. – Eu acho que isso não vai dar certo, sabe como é, eu e Megan vemos tresláios, Ryan tem uma coleção de pôsteres de sinistros espalhados pelo quarto e Laureen cria Agouros em casa.. Eu tenho quase absoluta certeza que entrar com o pé direito não vai ajudar em muita coisa.
Conforme a amiga ia falando, a garota ia aumentando a rigidez de sua face. E quando a última palavra foi dita, ela deu de ombros, resmungando que eles não poderiam se queixar se fosse o pior ano da vida deles.
- Eu proponho que entremos todos com o pé esquerdo.. – anunciou Ryan com solenidade, querendo provocar a amiga.
Rapidamente as outras três garotas levantaram os braços, aceitando. E assim o fizeram, sendo ladeados por Elle que deu quatro pulinhos graciosos com o pé direito, sendo ovacionados por palmas de todos os estudantes que haviam tido suas passagens bloqueadas por eles.
- Posso saber o que está acontecendo aqui? – soou a voz severa e implacável da mestra de Transfiguração, tornando o hall inteiro muito silencioso.
Os cinco amigos se entreolharam e empurraram Megan na frente deles, como a oferecendo para a morte.
- Apenas contratempos, professora. – falou com um enorme sorriso no rosto, mas meio vacilante.
A mulher rapidamente abaixou seu olhar para observar a pequena figura da garota, arregalando os olhos assim que observou seu traje.
- O que EXATAMENTE é isso? – perguntou a mulher em voz alta, apontando para o tênis da garota como se ele fosse o pior dos pecados.
- All Star, professora. Recém saído nas lojas, último modelo. – contou ainda sorrindo, e fazendo pose com o tênis que ia até seus joelhos. – Gostou?
- Tanto quanto gosto do cabelo da senhorita McFust. – desdenhou sarcástica, dando uma olhada rápida em Laureen, esta, por sua vez, olhou para o teto, assoviando uma música qualquer e fingindo que nem era com ela.
Risadinhas abafadas foram ouvidas por todo o saguão.
- Agora entrem todos nesse salão e vão para suas respectivas mesas. – ordenou a mestra, apontando um dedo para as portas de madeira.
Rapidamente todos os alunos obedeceram-na. Laureen e Ryan se despediram do resto dos amigos, indo em direção da mesa á esquerda do Salão, onde ficavam os sonserinos. Eileen ficou na mesa da Corvinal, sentando-se de frente para a mesa a sua direita, a mesa grifinória, onde Megan e Elle se sentaram logo em seguida.
Em alguns minutos a seleção começou, e as duas amigas grifinórias observavam entediadas à cerimônia, até Megan sentir uma bolinha de papel aterrissar em sua testa.
- Belo trabalho lá no trem. , dizia a letra redonda e bem feita de Tonks.
- Foi caso de vida ou azaração da Eileen. , escreveu Elle em resposta, jogando o papel de volta discretamente.
- Sorte de vocês que deu tudo certo, então. Eu realmente não recomendo deixarem aquela maníaca estressada. , respondeu logo após fazer uma careta, causando risos nas amigas.
No ano anterior Tonks tinha pregado uma peça na monitora em um dia nada agradável, e o resultado, bem, foi a metamorfomaga na enfermaria trocando a cor de sua pele a cada três minutos.
Ainda rindo um pouco, Megan puxou o pergaminho pra si. Como foram suas férias de verão? - rabiscou numa letra deitada, pouco legível. E jogou o pergaminho amassado, com mais força que o normal, na testa da outra, vingando-se.
- Fiquei em casa, viajei pra França com meus pais e comprei muitas coisas interessantes sobre aurores. E, por Morgana, você não fez as aulas de caligrafia que o Snape mandou, Megg?
Jogou a bolinha de volta também com mais força que o necessário fazendo-a voar, descrevendo um meio circulo nada gracioso e aterrissar nas mãos bem treinadas do apanhador da Grifinória. Carlinhos Weasley, exibindo seu usual sorriso enorme e cativante, entregou o papel pra Megan, essa fez uma careta de desprezo ao pegá-lo e voltar sua atenção para ele.
- Desisti do Morcegão, ele não achou REALMENTE que eu ia fazer algo para deixá-lo feliz, não é?! E mesmo seu eu fizesse, seria em vão, tirei um D na prova final dele. Poções pra mim nem de longe, esse ano. E eu não acredito que você não desistiu da academia de aurores, eles são perversos lá..
Rindo um pouco, Elle puxou o pergaminho pra si e adicionou um comentário.
- Você desistiria da academia de aurores assim que conhecesse meu meio-irmão mais velho, ele ficou paranóico depois que entrou lá. Quim tem uns tiques nervosos até hoje, dizem que lá a coisa é pesada mesmo.
Tonks deu um meio sorriso e preparou-se para responder o bilhete, mas algo chamou sua atenção na pequena multidão de novatos que ainda estava esperando para serem selecionados.
- Hey, é impressão minha ou aquela garota é uns 40 cm maior que os outros novatos? – perguntou em voz alta, apontando a garota que acabara de ser chamada.
- Ela é transferida e vai fazer o sétimo. McGonagall acabou de falar isso, em que mundo você vive, garota? – censurou Carl, com as feições fechadas, mostrando que não gostava muito da colega de casa. - O mundo do arco-íris?
- Eu não sei em mundo eu vivo, mas pode ter certeza que eu rezo para ele ser bem longe do mundo “Babacas Machistas”, no qual VOCÊ vive. – disse com frieza, encarando-o de feições também fechadas, mostrando que o sentimento entre eles era recíproco.
Discretamente Megan sorriu, concordando, enquanto Elle fez uma carranca de desaprovação.
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Já na mesa da Sonserina Ryan e Laureen participavam do silêncio quase funesto onde todos observavam a transferida ajeitar os óculos de aros dourados no nariz e sentar-se no banco de três pernas com o chapéu selecionador na cabeça.
- Aposto quatro galeões que ela caí na Corvinal. – murmurou a loira, sem emoção, pra Ryan com o rosto apoiado na mão e o cotovelo apoiado na mesa.
- Apostado. – retrucou da mesma maneira, com os braços cruzados sobre a mesa e o queixo sobre eles. Ele apertou os olhos, tornando-os quase verdes, esquadrinhando a garota por completo. – Ela está tremendo. – indicou levemente com a cabeça, pra depois puxar o ar fortemente pelo nariz e fazer uma careta de desagrado logo em seguida. – Sinto o cheiro de Lufa-Lufa. – completou, expressando repulsa.
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Já na Corvinal, Eileen tinha um livro, “Crime e Castigo” de Dostoiévski, sobre a mesa e parecia beber as palavras escritas nele. Pouco se importava com os calouros e a seleção de suas casas. Sentiu alguém lhe chamando e levantou suas orbes castanhas para um garoto a sua frente que indicou a mesa da Grifinória, às costas dele.
Eileen olhou diretamente para o lugar indicado e encontrou olhos castanhos furiosos, pertencentes a alguém que parecia tão vermelho quanto o uniforme da casa dos leões que vestia.
Gui Weasley apontou um dedo para a monitora-chefe e depois o passou lentamente pela própria garganta, fazendo uma careta com a língua pra fora. Ela arregalou os olhos, em falso espanto, jogando as costas da mão contra sua própria testa, fingindo um desmaio de medo.
- Eu.Sei.Que.Foi.Você. – o grifinório falou pausadamente, apenas movendo os lábios.
Eileen sorriu largamente em resposta.
- Prove. – a corvinal retrucou com remoque.
- Eu vou te matar. – crocitou, fazendo um enorme esforço para não gritar.
- Tente, mas duvido que consiga. – falou com calma, olhando de esguelha para o diretor que estava discursando nesse momento.
Parecendo atingir seu ápice, Gui mostrou-lhe um belo dedo do meio, sem o menor receio.
- (...) Guilherme Weasley e Eileen Doge, nossos monitores-chefes. – apresentou o diretor aos alunos, acenando na direção dos dois.
No instante seguinte, o ruivo sente todos os olhares do salão sobre ele e seu dedo mal-educado, ainda levantado. Sentindo-se corar espantosamente, olhou para sua colega de monitoria que pisca um olho, maldosamente, em sua direção, antes de ficar de pé e curvar-se numa respeitosa reverencia aos colegas e professores.
Gui sentiu duas nada discreta cotoveladas na altura das suas costelas e olha para os lados, finalmente abaixando o dedo, vendo Elle e Tonks acenarem para ele copiar a ação de Eileen, ao lado dessa primeira, Megan chorava de rir segurando a barriga.
Com resignação, ele se levantou.
Aquele seria um looongo ano.




N/a: Heeeeey..
Depois duzentos mil anos eu apareço por aqui..
ashuasau!
Desculpem pela super demora, ok?!
Espero que gostem do capitulo..
bjo!
Prometo não demorar taanto com o próximo cap..
Comentem!!!

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