A Maldição



A Maldição


Uns olhos escarlates, cor de sangue, incrustados numa espécie de pálida face, correram a sala de lés a lés, demorando-se nas fadas com um sorriso sardónico e parando, por fim, sobre os Senhores do Reino.

- Bom-dia, senhores – cumprimentou, e a sua voz perfurou-os com uma força tremenda, como mil trovões. – Têm aqui uma lindíssima festa. É uma imensa pena não ter sido convidado…

- Pensámos que não quisesse vir, que não aceitasse! – explicou a rainha humildemente e o mais depressa possível. – Então preferimos não o perturbar…

O sorriso da boca sem lábios daquela asquerosa criatura fez a rainha silenciar-se e conlher-se junto ao marido.

- Foi uma ofensa grave, e não me tentem convencer com desculpas pouco credíveis. Sinto o medo que vos corre nas veias e palpita sincronizado com o vosso fraco coração. Pois bem, eu vim conceder a minha bênção ao pequeno Harry…

- Ninguém te quer aqui, desaparece! Volta para o teu castelo maléfico na tua terra amaldiçoada! – interrompeu Hermione, apontando-lhe a varinha perigosamente.

O feiticeiro soltou uma gargalhada maléfica. Definitivamente aqueles parasitas não conheciam o seu enorme poder, e era bom que não o quisessem conhecer.

Aproximou-se do berço, com o manto negro a arrastar diabolicamente pelo chão e ousadamente pegou no bebé, fazendo muitos suster a respiração, e observou-o com os seus temíveis olhos.

- Muito bonito, muito bonito… - gracejou sem nenhum sentimento, além da ironia.

- Por favor… - murmurou a rainha, Lilian Castlevan, com os olhos cheios de lágrimas, com medo pelo destino do seu bebé.

O Senhor das Trevas voltou a colocar o príncipe no berço dourado e ergueu um longo bastão negro em forma de serpente sobre ele. A serpente tinha uma pedra vermelha de imenso poder dentro das finas e mortais mandíbulas e brilhou arrepiantemente com este gesto.

- O jovem príncipe – proferiu num tom demasiadamente calmo para ser verdade. – Crescerá feliz, e será forte e audaz. Terá a coragem do dragão; será a valentia na forma humana. No entanto… – e nesse instante a sua voz alterou-se, tomando uma entonação de maldição. – No dia do seu décimo sétimo aniversário, o príncipe cortar-se-á no gume de uma espada e fatalmente… morrerá.

- Não! – gritou Lilian, deixando-se cair de joelhos no chão, perdendo toda a sua postura e todas as suas forças.

- Bruxo maldito! – rosnou o rei Castlevan, desembainhando a espada e apontando-lha ao peito. – Desaparece do meu reino! Bano-te para todo o sempre!

- Lord Voldemort não se intimida com uma simples e perecível arma mortal – riu-se o mago, ridicularizando-os. – Mas terei em atenção essas palavras. E para que não se esqueçam da minha tão amável bênção, deixarei um outro presente ao vosso filho.

Estendeu a sua mão esbranquiçada de dedos anormalmente compridos sobre a testa da criança, e, apesar da espada do rei o ter feito recuar, o mal estava feito. Na fronte do bebé brilhava uma cicatriz em forma de relâmpago, o sinal de uma poderosíssima maldição.

Todos os membros da realeza presentes estavam traumatizados, e quando muitos se voltaram para os guardas reais pedindo auxílio, viram que estes não se mexiam, pareciam estátuas perfeitas.

- Desaparece daqui! – ordenou a fada Hermione com os olhos castanhos a faiscarem de fúria, aproximando-se velozmente com a varinha em riste.

- Sim, já tratei de todos os assuntos que tinha pendentes, e, como a vossa presença me repugna, será um enorme prazer voltar para o meu lar.

Com o seu bastão negro fez um círculo no ar, sendo que, este desenhou um aro oval que se começou a transformar no vórtice negro que trouxera o mago negro para o palácio.

- Encontrar-nos-emos novamente, jovem príncipe, no dia do juízo final – disse, em forma de despedida.

O cheiro repugnante voltou a encher o grande salão, desta vez muito mais intenso, fazendo muitos dos cortesãos ficarem com falta de ar, chegando mesmo a desmaiar.

O Senhor das Trevas lançou um último olhar às fadas, aos senhores do reino e ao príncipe, e desapareceu no vórtice com uma rapidez que levou muitos a suspeitar de que pudesse ter tropeçado no manto. O portal negro extinguiu-se no momento em que o seu mestre penetrou nele, deixando atrás de si almas devastadas, uma maldição que pesava no coração e uma débil esperança que parecia ínfima.



N.A.: Espero que tenham gostado... e comentem please!

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