Capítulo 5



Capítulo 5


Jogou-se para trás, encostando suas costas doloridas na cadeira. Tirou os óculos e os pôs sobre a mesa, de maneira que pudesse passar suas mãos sobre os olhos cansativos. Estava trabalhando demais e precisava de férias - bem longas -, as quais pudesse aproveitar em uma ilha deserta com sua esposa e mais ninguém.

É, talvez sonhar não fosse um pecado tão grande, muito pelo contrário. Talvez fosse até uma benção e uma maneira de perceber que ainda continuava lúcido, mesmo com tanto trabalho e preocupação.

Quando aceitou o convite da esposa para tornar-se o diretor daquela empresa, pensou que seria bom e tranqüilo, afinal cuidar da beleza feminina não era assim tão complicado... Ou era o que ele – e só ele – imaginava. Já devia estar acostumado com os acessos de loucura que se instalava na empresa quando um novo produto era lançado. E daquela vez não estava sendo diferente, na verdade estavam ainda mais intensos os ataques da mulherada - a começar por Gina, sua esposa.

Voltou a sentar-se em sua poltrona, voltando sua atenção outra vez aos papéis sobre a mesa. Já passavam das seis horas da tarde e ele não tinha idéia do que poderia fazer com aqueles relatórios. E pensar que a melhor alternativa que a seu alcance era a lata do lixo logo ao lado.

Precisava urgentemente de um novo Diretor de Negócios, pois sabia que não daria conta de administrar aquela parte da empresa. Só esperava que seu pai achasse alguém a altura de seu genro Rony. O ruivo, mesmo sendo um pouco estabanado e teimoso, sabia trabalhar e gerenciar aquela empresa como ninguém.

Harry colocou seus óculos e voltou a ler o montante de folhas em suas mãos, mas não por muito tempo, pois logo foi interrompido com a chegada de nada mais e nada medos que seu pai e um acompanhante.

- Não tem porta em casa? – o moreno prontamente perguntou.

- Acho que não preciso dessas formalidades com você, meu filho. Não quando avistei a secretária do lado de fora do seu escritório e percebi que não correria risco algum entrando sem bater! – Sirius disse maliciosamente. Adorava perturbar seu já crescido menino com aquelas indiretas.

- Eu proíbo que fale isso novamente! Cho e eu somos apenas amigos e colegas de trabalho!

- Tudo bem, deixemos as mentiras de lado e vamos ao que interessa... - Harry rolou os olhos e então mostrou as cadeiras à sua frente pra os dois intrusos, ou melhor, para o intruso e sua vítima.

- Acho que você já conhece o Remo, né?

- Claro... como eu ia me esquecer de um “tio” que, juntamente com você, adorava me assustar contando histórias de lobisomem?

Remo deixou um sorriso escapar por seus lábios ao lembrar daqueles tempos. Mas o que poderia fazer se na casa de seu amigo só havia aquele tipo de história? Alguma coisa teria que fazer parar aquele menino, ou então ficariam surdos com os berros que o mesmo emitia com tanto vigor.

- Pois então, meu filho, como eu disse que faria, aqui está a pessoa perfeita para ser seu Diretor de Negócios. – Sirius finalizou com um sorriso triunfante nos lábios, ainda mais quando Harry franziu o cenho em descrença. Se um deles já era demais, imagina dois?

- Pai, você sabe que estamos uma empresa, não? E sabe também que aqui não é o colegial e muito menos a faculdade em que vocês estudaram, correto?

- Harry, não é como se fossemos aprontar com tudo e todos. Seu pai e eu crescemos! Estamos aqui para trabalhar... – Remo interveio. Não queria perder aquela oportunidade e muito menos deixar seu amigo na mão. O diretor da Lipsticks esfregou as têmporas levemente e não pode deixar de sorrir.

- Ok, ok! Por mim tudo bem! Mas vamos ter que falar com Gina sobre isso. Talvez ela queira fazer um teste, uma entrevista, enfim... Afinal ela é que manda aqui.

- E em casa também, não é? – Sirius deixou escapar, mas conteve-se ao observar o olhar irado do filho.

- Obrigado, Harry. – Remos falou, antes que tudo fosse perdido.

- Eu é que agradeço, Remo. – Harry levantou-se e então cumprimentou o homem, que repetiu o gesto.

Após algum tempo, os dois homens saíram, deixando Harry outra vez sozinho com seus pensamentos.Ele queria ver no que aquilo daria. Não que achasse que Remo fosse incompetente, mas tinha plena consciência de como seu pai sabia influenciar as pessoas. Ele próprio era testemunha disso.

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- Trouxe o que eu lhe pedi?

- Sim, senhor. – a moça respondeu um tanto quanto temerosa. Sabia como o seu chefe ficava irritado com a simples menção de abertura de uma empresa concorrente.

Toda a vez que ela era chamada para procurar os detalhes da futura concorrente sentia-se como se estivesse a ponto de colocar alguém no caminho do suicídio, pois, logo após, ela magicamente descobria que a dita empresa sumia dos mapas estatísticos e nunca mais ouvia-se falar nela.

Ela nunca ficava sabendo o que acontecia, mas achava estranho, tanto que pressentia que a Weasley’s Box estava indo pelo mesmo caminho.

- Ótimo... – o loiro sorriu de forma maligna, enquanto passava os olhos pela lista de características dos donos e os candidatos inscritos à sócio. E, ainda sem retirá-los da folha, falou à secretária. – Como sempre, isso fica apenas entre nós... Caroline.

Draco Malfoy levantou-se ainda com os papéis à mão e andou em direção à morena de olhos verdes, parando logo à sua frente.

- E você sabe o que acontece com que trai minha confiança, não? – um brilho no olhar foi visto por Caroline, enquanto ela tentava se afastar das garras do loiro.

- Sim senhor.

- Resposta certa! – Draco deu um meio sorriso e então mostrou a ficha de uma das candidatas à atual secretária. – Pena que algumas pessoas dão respostas erradas...

Caroline pode visualizar o nome “Hermione Granger” na ficha de inscrição, quase ao mesmo tempo em que lembrou-se daqueles olhos castanhos aguados alertando-lhe sobre os venenos que encontraria em seu dia-a-dia naquela empresa.

- Coitada da Granger. Ainda a procura de emprego. Sabe quem ela é Caroline?

- Não, senhor. – mentiu e, por um momento, ela pensou ter se dado mal.

- Ótimo. Sorte sua não conhecer pessoas sem confiança como essa. Agora pode se retirar. – o loiro finalizou, indicando a porta com a mão onde a aliança dourada brilhava.

Caroline assentiu e saiu, tendo plena consciência de que seu chefe a observava. Draco, por sua vez, sentou-se outra vez de frente para sua mesa e espreguiçou-se tranqüilamente enquanto verificava a ficha dos candidatos aspirando à ridícula vaga de sócio.

Quem iria querer compartilhar os frutos e famas de uma empresa? Só um Weasley pobretão mesmo.

Apesar da Granger ser uma inútil e medrosa, Draco sabia que a jovem era demais para o caminhãozinho do Weasley e que continha informações quentes também. Ele não deixaria aquilo tão fácil. Não mesmo.

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Saboreava seu lanche com grande apetite, quando observou seu marido vindo de longe. Esperou até que ele se aproximasse e então falou:

- Está atrasado.

- Eu tive que resolver alguns problemas, Gina. – Harry defendeu-se enquanto olhava o cardápio da lancheria.

- Sei, depois do expediente? Não dava para esperar para amanhã? Harry, nós combinamos não nos matar no trabalho. Oito horas diárias, não é o suficiente?

- Pare de fazer tantas perguntas! Você sabe que não é o suficiente. – suspirou resignado. – Não quando nossos negócios estão crescendo.

Gina deu outra bocada em seu sanduíche, enquanto Harry chamava o garçom.

- Por favor, pode me trazer um desses também? – falou apontando para a esposa. Ela ainda o observava intrigada. Mas era demais para ela. Tinha que se certificar de que ele...

- Não estava como a Cho, estava?

- De novo não, Ginevra Potter! Quer que eu a demita? Que eu tire o sustento do filho dela?

- Chantagem emocional com uma grávida é golpe baixo, Harry! - o moreno sorriu de forma carinhosa.

- Eu sei que você é justa e confia em mim.

- Sei...

- Só tem a mania de me enlouquecer... – o moreno aproximou-se mais da ruiva, depositando de leve os lábios sobre os dela.

-Te amo! – Gina murmurou entre os lábios do marido.

Separaram-se quando o garçom chegou com o lanche de Harry e esse pôs-se a comer com gula.

- Mas deixamos isso de lado. O que você tinha de tão urgente?

- Hum... Sirius me apresentou, ou melhor, me re-apresentou o Remo. Acho que lhe falei do meu tio-postiço.

- Sim... O do livro de lobisomens?

- Pois então, meu pai afirma que ele seria um ótimo Diretor de negócios.

- Para substituir meu irmão? Não sei Harry... – Gina olhou um pouco assustada. Estava tão acostumada com o trabalho exemplar do irmão, que um “louco” amigo do sogro no lugar da Direção de Negócios não lhe parecia uma boa idéia.

- Tudo bem... Eu disse que você faria uma entrevista antes. Mas, ao meu ver, ele parece ser bem centrado e responsável!

- Amigo do seu pai?

- Qual o problema? Esse cara tem defeitos também, oras.

Ambos riram com divertimento. Nada melhor do que uma conversa leve para espairecer. Ainda mais quando essa conversa é com o amor da sua vida.

Conitnua....


N/A: Desculpe a demora pessoal... mas está aí o novo cap... espero que tenham gostado \o/

Ah... nesse, tive a ajuda especial da Rafuxa, minha amada e queria Beta!!!!!
Se tiver erro, culpem ela, não a mim haushaus XD

Enfim... até a próxima!







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