Capítulo 1



Capítulo 1

Quantos metros será que tinha aquela fila? E quantas horas ele ainda teria que esperar? Por que ele teve que escolher justamente o horário do almoço para fazer tal coisa? Céus, sua cabeça viraria ao contrario se aquelas perguntas insistissem em importuná-lo por mais tempo e, principalmente, se aquela fila quilométrica não andasse.

Cruzou os braços na frente do corpo e olhou a sua volta à procura de algum rosto conhecido, porém nada, ninguém que o pudesse ajudar naquele sufoco. E põe sufoco nisso, já que estava de terno e gravata em pleno dia de verão... que dia era mesmo? 13?

Passou a mão pelos cabelos ruivos nervosamente e então deu mais um passo a frente quando o resto da fila andou milagrosamente.

Ele podia, simplesmente, vir outra hora, marcar um horário com o gerente, mas ele não tinha outra alternativa, ele precisava daquela resposta o quanto antes, até porque outras pessoas também dependiam daquilo.

-O próximo, por favor? – o ruivo ouviu a atendente chamar e viu o homem da sua frente ir à direção desta. O próximo seria ele, graças a Deus, e então ele ouviria a resposta e poderia correr para a casa e tirar aquela maldita roupa.

Segurou com mais firmeza a pasta preta em suas mãos e então esperou o atendente, que acabava de ficar livre, o chamar, porém, para sua infeliz e completa surpresa, o homem não chamou o seu nome, e muito menos fizera sinal para ele se aproximar, mas sim erguera uma linda e pequena placa branca à frente do caixa com a pequena, mas odiável frase “Diriga-se ao outro caixa”.

Aquilo não era uma tremenda falta de educação? Ele também estava em seu horário de almoço e estava trabalhando do mesmo jeito. Por que aquele F.D.P. tinha que parar justamente naquele horário?

Balançou a cabeça suavemente e, novamente, passou a mão pelos seus cabelos ruivos, que agora já estavam parecendo mais um suco de cenoura, por causa do suor que insistia em descer pelo seu rosto. Por que aquele banco tinha ar condicionado, senão o usavam?

Suspirou exasperado e então abriu um grande e abobado sorriso quando ouvira aquela maravilhosa musica tocar: “O próximo por gentileza?”

Andou até a mulher e então a cumprimentou com educação, abrindo logo em seguido sua pasta e tirando de lá alguns papeis.

-O que o senhor deseja?

-Eu estive aqui na semana passada falando sobre um empréstimo para a abertura de uma empresa, eu apenas gostaria de saber se o empréstimo foi liberado.

-Um momento, por favor... – a mulher falou e então voltou sua atenção para o computador a sua frente e começou a digitar algumas coisas. – Algum documento com foto, por favor?

-Ah sim... – o ruivo, um pouco atrapalhado, diga-se de passagem, abriu sua pasta e tirou sua carteira de couro marrom de dentro desta, retirando então sua identidade e entregando para a funcionária com a foto para baixo.

-Ronald Weasley, é isso?

-Sim.

-O senhor é solteiro?

-Sim...

-Tem algum comprovante de endereço aí? – a mulher novamente lhe perguntou. Estava começando a perder a paciência com tantas perguntas, já que eram as mesmas que ele havia respondido na semana passada. O que custava lhe entregarem os sem aquela chatice toda? Assim, ele poderia sair daquele local infernal e a linda funcionária poderia fazer seu horário de almoço satisfeita... seria tão... perfeito.

Abriu novamente sua pasta e tirou uma conta de luz do mês passado. Embora morasse sozinho, tinha que confessar que aquela conta era muito alta e ele certamente não conseguiria pagar se não tivesse um emprego bom. Ainda bem que a sua irmã, Gina, havia lhe dado aquele emprego na empresa de cosméticos dela, a Lipsticks & Glosses, pois daquela maneira ele conseguiu comprar o apartamento em que mora e economizar algum dinheiro para abrir a sua empresa. A única coisa que estava lhe preocupando era deixar sua irmã na mão, mas de uma coisa ele tinha certeza: sua irmã não precisava muito dele, não quando ela tinha o marido por perto, o Harry Potter, Diretor da empresa, seu grande amigo, que por incrível que pareça, acabou virando seu cunhado também.

-Senhor?

-Sim...

-Estou falando com o senhor...

-Oh Desculpe... eu estava apenas pensando. Mas e então?

- Eu vou passar o senhor para o Gerente Administrativo. Ele lhe explicará como ficou o seu empréstimo com mais detalhes, mas posso lhe assegurar que já está tudo encaminhado.

-Claro... muito obrigado. – Rony falou enquanto recolhia seus documentos.

-É com aquele senhor ali.

-Obrigado. – Rony repetiu e então se dirigiu até o homem que a funcionária havia lhe indicado e então parou na frente da mesa deste.

-Senhor Weasley?

-Sim, Ronald Weasley.

-Sente-se, por favor. – O homem que aparentava ser muito mais velho que o ruivo e que tinha o retrato de duas garotas, certamente suas filhas, de mais ou menos 15 anos, falou e então virou-se para o armário atrás de si para procurar algumas folhas. – Aqui está. – o gerente falou depois de alguns minutos de espera, colocando uma pasta preta na frente do ruivo.

-Posso dar uma olhada?

-Claro... você precisa assinar algumas folhas para provar que está de acordo com as clausulas do contrato de pagamento e mais outras folhas acerca dos futuros juros que possam conter, caso você atrase algum pagamento relativo ao empréstimo.

-Mas isso eu faço aqui também?

-Sim... uma parte sim, ou melhor, praticamente tudo. Meu senhor, não confunda o empréstimo com a abertura da sua empresa.

-Claro... – Rony falou rispidamente e então começou a ler o contrato. Não era muito bom nessas coisas, mas sempre ouviu falar que devia ler tudo, ainda mais um contrato daqueles de empréstimo, onde poderiam ter juros exorbitantes ali no meio.

Minutos depois, Rony estava assinando as folhas do empréstimo e então entregou ao gerente, que atenciosamente guardara no lugar onde anteriormente elas estavam.

-Agora essas, senhor.

Rony pegou a outra pasta e a abriu, lendo também os itens que ali estavam, até que ele parou em uma especificamente, não acreditando no que seus olhos viam.

-Eu vou precisar de um sócio?

-Sim senhor, sua renda não é suficiente para pegar um empréstimo nesse porte. Você precisa de um sócio que complemente isso, senhor.

-Mas eu vou abrir uma empresa só minha! Não havia nada disso aqui na semana passada.

-Claro que não senhor... esses documentos foram feitos após o seu pedido de empréstimo... o que comprova que o senhor não tem uma renda suficiente para abrir tal empresa. Se o senhor me permitir, eu lhe aconselho a pegar sim um sócio, mas que a porcentagem deste não ultrapasse os 30 de sua empresa. Desta forma o senhor terá um bom capital.

-Hm... eu não queria que fosse dessa maneira... e eu nem sei que colocar como meu sócio. Pode ser algum familiar?

-Claro, menos sua esposa.

-Sou solteiro! – Rony repetiu novamente. Estava se enchendo com aquilo, ainda mais quando ele novamente olhou em seu relógio e constatou que estava mais do que atrasado.

-Então o senhor pode colocar qualquer um da família, o que eu não acho uma boa idéia.

-Mas já que a empresa é minha... – Rony começou um pouco estressado.

-Meu senhor, estou aqui apenas para ajudá-lo. Não é necessário que atenda todos os meus conselhos...

-Obrigado mesmo assim. – Rony falou e então assinou um pouco sem jeito o contrato, entregando-o logo em seguida ao gerente, que parecia não estar mais com o seu habitual bom humor. Talvez o (ou a falta de) humor do ruivo estava contagiando qualquer um naquela manhã.

-Não por isso.

Rony pegou sua pasta e então saiu da falta de ar condicionado daquele banco para o ar quente e pavoroso das ruas de Londres, que pareciam mais calma depois do horário do almoço ter acabado.

Afrouxou um pouco a gravata e começou o seu percurso para a empresa da sua irmã, que felizmente não era muito longe dali, mas pelo menos era tempo suficiente para pensar e colocar as idéias em ordem.

O que ele faria agora? Tinha todos os documentos assinados e em ordem, mas para por em funcionamento a sua empresa, ele teria que encontrar um sócio. Adoraria colocar o Harry nisso, mas sentia que o amigo não aceitaria, já que o trabalho na Lipsticks & Glosses era o suficiente para o seu cunhado; e sua irmã não o deixaria abandonar o cargo de Direção. Tirando isso, não lhe restava muita escolha dentro de sua família, já que todos os seus irmãos estavam muito bem empregados, assim como suas esposas.

Poderia colocar sua namorada, mas como o gerente do banco disse esposa não era permitida como sócio, a não ser que ele não se casasse com Lilá, o que não era tão ruim assim mas... não iria querer viver o resto da sua vida com Lilá sendo apenas sua namorada, mas mandando em si na empresa e na sua vida. Era terrível demais até para pensar...

Mas então o que ele poderia fazer? Colocar um anúncio no jornal pedindo um sócio por tempo determinado? Até que não era má idéia... mas nisso ele pensaria mais tarde...

Continua...

N/A: Saiu curtinho esse... até porque eu fiz para ser uma espécie de prólogo pessoal... e para dar uma idéia a vocês do que será essa fic... minha primeira experiência de U.A.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.