Lily em Londres



Cap. 1

Inglaterra, 1988

Lily Evans se sentou no assento traseiro do automóvel; Severus e Glória , sua rechonchuda filha de 13 anos, na frente. Como sempre Glória estava comendo.
Lily colocou suas delgadas pernas aos lados da mala da garota, para ficar mais confortável. Havia seis maletas grandes e caras pertencentes a Glória , e como não cabiam no bagageiro do carro alugado, iam empilhadas na parte traseira junto a Lily.
- Papi! – se queixou Glória como uma criança doente, de quatro anos – ela está encostando nas malas tão bonitas que você me comprou.
Lily apertou os punhos, cravando as unhas na palma da mão. Ela. Nunca a chamava pelo nome. Só por ELA.
Severus a olhou por cima do ombro; só se via o cabelo negro.
- Na verdade acredito que poderia ser mais cuidadosa.
- Não encostei em nada. Estou bastante incomoda sentada aqui. Não tem muito espaço.
Severus suspirou cansadamente.
- Lily, tem que se queixar por tudo?? Que nem sequer pode desfrutar das nossas férias??
Ela conteve a raiva, e logo passou a mão pelo ventre. Estava doendo outra vez o estomago. Nem sequer se atreveu a pedir para Severus que parasse o carro, para que pudesse beber alguma coisa e poder tomar um Librax. Levantou a vista e viu Glória com um sorriso debochado através do espelho para se maquiar. Desviou o olhar e tratou de se concentrar na beleza dos campos ingleses.
Havia campos verdes, antigas cercar de pedra, vacas e mais vacas, pequenas casas pitorescas, magníficas mansões e... e Glória , pensou. Glória em todos os lados.
Severus continuou dizendo:
- É só uma criança e sua mãe a abandonou. Tem um pouco de consideração. Na verdade, é uma criança doce.
Uma criança doce. Aos treze anos, Glória levava mais maquiagem que ela aos vinte e seis. E passava horas no banheiro do hotel se maquiando. A garota se sentou no assento da frente do carro. (“ É só uma menina e é sua primeira viajem a Inglaterra.”) Imaginava-se que Lily deveria ler os mapas e dizer as instruções, mais ele que quase não podia ver com a cabeça de Glória , parecia não se importar muito.
Tratou de novamente se concentrar na paisagem. Severus afirmava que ela estava com ciúmes de Glória , que não desejava dividi-lo com ninguém, mais que se ela se acalmasse , seriam um trio muito feliz. (“uma segunda família para uma criança que já perdeu muito.”)
Lily havia tratado de se dar bem com Glória . Durante o ano que estava vivendo com Severus, tinha a levado para fazer compras, e gastado mais dinheiro, do seu reduzido salário de professora, do primário, que se permitia gastar com sigo mesma. Noite trás Noite havia ficado com ela na casa de seu pai, enquanto ele ia a festas e jantares. (“Ë hora de se conhecerem.”)
Em algumas ocasiões, Lily pensou que a coisa estava funcionando, já que Glória e ela eram cordiais e inclusive amistosas uma com a outra, quando estavam sozinhas. Mas no momento em que aparecia Severus, se convertia em uma garota chorona e mentirosa. Se sentava no colo de seu pai, com seu um metro e cinqüenta e sete, sessenta e três quilos, lamentando-se de que era desconsiderada e excluída. No começo Lily negou estas acusações e lembrou que amava as crianças, razão pela qual havia escolhido ensinar, e não pelo dinheiro. Mas Severus sempre acreditava em Glória . Dizia que era uma criança inocente e incapaz de cometer as falsidades de que Lily a acusava. E afirmava que não podia compreender como uma pessoas adulta como ela era capaz de brigar uma garota pequena.
Durante esses sermões de Severus, Lily sentia culpa e fúria. Tinha uma classe de crianças que a adoravam, mais Glória parecia odiá-la. Era ela a ciumenta?? Estava permitindo inconscientemente que esta garota soubera que não desejava dividir Severus com sua própria filha?? E cada vez que lhe viam esses pensamentos, prometia esforçar-se mais para agradar Glória , o que significava sair e comprar um presente caro.
Seu outro sentimento era a fúria. Severus não poderia ficar do lado dela uma vez, só uma vez?? Não poderia dizer a Glória que seu conforto era mais importante que suas malditas maletas?? Ou quem sabe dizer que ela tinha um nome e não deveria ser chamada sempre de ela?? Mais até este momento Severus não havia considerado essa possibilidade.
E ela não se atreveria a enfurecer-lo. Se o provocava, não obteria dele o que tanto desejava: uma proposta de casamento.
O casamento era o que Lily mais queria na vida. Nunca havia tido ambições como suas irmãs maiores. Só desejava uma bonita casa, um esposo, e alguns filhos. Quem sabe algum dia escreveria livros para crianças, mais não desejava lutar para subir posições.
Tinha investido dezoito meses de sua vida em Severus, e ele era o candidato perfeito para marido. Alto, possuía cabelos negros a altura do queixo, simpático, elegante ao se vestir e um excelente cirurgião ortopédico. Era organizado, não perseguia as mulheres, e vinha para casa na hora marcada. Era digno de confiança, seguro, leal; e precisava dela.
Não teve muito amor quando era pequeno, e explicou para Lily que seu doce e generoso coração era o que havia buscado por toda a vida. Sua primeira esposa, da qual tinha se divorciado há quatro anos, era fria, uma mulher incapaz de amar. Desejava uma relação permanente com Lily ( que para ela significava matrimonio), mais primeiro queria saber como se relacionariam um com o outro. Depois de tudo, a primeira vez o havia ferido muito. Em outras palavras, desejava que viveriam juntos.
Por tanto, ela se mudou para sua enorme, e magnífica casa, fazendo o possível para provar que era tão carinhosa, generosa e amorosa, como sua mãe e sua primeira esposa haviam sido frias.
Com a exceção de conviver com Glória , a vida com Severus era grandiosa. Ele é um homem enérgico, e saiam para dançar, correr, passear de bicicleta. Desfrutavam muito e com frequência iam a festas.
Severus era muito melhor que qualquer um dos outro homens que ela havia saído, por tanto perdoava seus pequenos caprichos, a maioria deles se referia ao dinheiro. Quando iam comprar comida, ele sempre esquecia o talão de cheques. Na bilheteria dos cinemas, e quando ia pagar a conta dos restaurantes, quase sempre descobria que havia esquecido a carteira em casa. Se ela reclamava, ele falava sobre a nova era de mulheres liberais e sobre como a maioria estava lutando para pagar a metade dos gastos. Logo a beijava docemente e a levava para jantar em um lugar caro, e ele mesmo pagava.
Lily sabia que podia suportar os pequenos problemas, como a “pãoduragem” de seu “quase noivo”; mais o que lhe preocupava mesmo era Glória . De acordo com Severus, a mosca gorda, de mal educada e mentirosa, era a perfeição encarnada, e como ela não pensava dessa maneira, ele começou a vê-la como inimiga. Quando os três estavam juntos, pai e filha se encontravam em uma equipe, e Lily em outra.
Agora, no assento dianteiro, Glória oferecia a seu pai um doce que estava na bolsa, aberta em seu colo. Ninguém parecia pensar em oferecer um a Lily. Esta olhou pela janela e apertou os dentes. Quem sabe era a combinação de Glória e o dinheiro que a irritava tanto. Quem sabe sua irritação contra o dinheiro era o que a colocava contra a menina.
Quando conheceu Severus, conversaram durante horas sobre seus sonhos e freqüentemente falavam sobre uma viajem a Inglaterra. Quando era pequena viajava muito para la com sua família, mas havia muitos anos que não voltava. Quando ela e Severus começaram a viver juntos em setembro do ano anterior, ele lhe disse: “ Vamos a Inglaterra dentro de um ano. Porque então, la saberemos”. Não esclareceu o que “saberiam”, mas ela sabia, que ele se referia a serem ou não compatíveis, para o casamento.
Durante todo o ano, planejou a viajem. Reservas nos pequenos e mais românticos hotéis, exclusivos e custosos. Severus havia pedido: “ Não poupe gastos para esta viagem.” Havia comprado folhetos, livros de viajem, e lido e investigado ate aprender o nome da metade dos povoados ingleses. Ele desejava que fosse uma viajem educativa, então ela preparou um roteiro com varias coisas para fazer perto de cada um dos pequenos e adoráveis hotéis, o que era bastante fácil, já que a Grã Bretanha era um paraíso para os amantes da história.
Três semanas antes de partir, Severus começou a dizer que tinha uma surpresa para ela nesta viagem, uma surpresa muito, muito especial, que a encheria de alegria. Lily trabalhou com mais afinco nos planos para a viagem. Esperava ansiosamente que fosse a tão esperada proposta de casamento. Nessas mesmas três semanas antes da partida, estava supervisionando as contas da casa de Severus, quando viu um cheque no valor de cinco mil dólares, gastos em uma joalheria. “Um anel de compromisso”, murmurou ela com lágrimas nos olhos. E por haver custado tanto, provava que, apesar de Severus ser mesquinho com as pequenas coisas, quando era algo realmente importante, era financeiramente generoso.
Durante semanas se sentiu como no céu. Preparava maravilhosas comidas para “seu futuro noivo”, e nem se quer se importava quando ele reclamava de que suas blusas estavam mal passadas. Depois do casamento, as mandaria passar fora.
Dois dias antes de partir, Severus abaixou um pouco sua bola, não o suficiente para deprimi-la... mais sim para desaponta-la. Pediu as contas da viagem, os bilhetes de avião, as reservas, tudo o que tinha. Depois somou as quantidades na calculadora e lhe apresentou o valor.
- Esta é a sua metade.
- Minha?? – perguntou estupidamente.
- Sei que é importante para vocês, mulheres, hoje em dia poder pagar seus próprios gastos. Não desejo que me acusem de ser um porco chauvinista. – lhe respondeu com um sorriso.
- Não, não, claro que não – murmurou ela – é só que não tenho dinheiro.
- É verdade?? Gastou tudo o que ganhou?? Deve aprender a se controlar. – sua voz se suavizou. – sua família tem dinheiro.
O estômago de Lily começou a doer. Seis meses antes, um medico lhe advertiu que estava provocando uma úlcera e receitou um Librax para os nervos. Ela havia falado de sua família para Severus milhões de vezes.
Sim, eles tem muito dinheiro, mais seu pai acreditava que todas suas filhas deveriam se manter sozinhas. Ela deveria sustentar-se até os trinta e cinco anos, e depois receberia a herança. Se houvesse alguma emergência, sabia que seu pai a ajudaria, mas uma viagem de lazer para a Inglaterra não era considerado emergência.
- Vamos Lily – continuou Severus em tom sarcástico. – Sempre ouço que sua família é um exemplo de amor e caridade. E não podem te ajudar agora? – Antes que pudesse responder, ele mudou de expressão, pegou sua mão e a beijou. – Docinho, trata de conseguir o dinheiro. Desejo que va comigo. Tenho uma surpresa muito especial para você.
Finalmente, não pode tolerar pedir dinheiro a seu pai, já que seria o mesmo que admitir sua derrota. Ligou para seu primo do Colorado e lhe pediu um empréstimo. Conseguiu o dinheiro, sem precisar pagar juros, e o única coisa que teve de suportar foi o seu sermão.
- Ele é cirurgião, você é uma professora mal paga, vivem juntos há um ano! E ele quer que você pague a metade de uma viagem tão cara??
Lily queria ter lhe contado sobre sua esperança de uma proposta de casamento ocorrer na viagem, mais ia ter parecido muito ultrapassado para os ouvidos do seu “moderno” priminho.
- Só me envie o dinheiro, ok??? – respondeu irritada.
Durante os poucos dias anteriores a sua partida. Lily começou a pensar que era justo pagar sua metade. Severus tinha razão: estavam na época da liberação feminina. E seu pai, ao não despejar milhões sobre sua cabeça, estava lhe ensinado a cuidar de si mesma, e Severus também. Pensou ser uma tonta por não ter imaginado que devia pagar sua parte.
Recuperou quase todo seu bom humor, e quando preparou as três malas de couro de Snape e a sua velha, outra vez, já esperava ansiosa a chegada da viagem.
No táxi, a caminho do aeroporto, Severus comportou-se de maneira especialmente amável com ela. Beijou seu pescoço até que ela o afastou, envergonhada advertindo que os taxista os observava.
- Então?? Ainda não adivinhou a surpresa?? – perguntou Severus.
- Ganhou na Loteria?
- Melhor que isso!
- Comprou um castelo e viveremos nele para sempre como lord e lady.
- Muito melhor que isso – contestou – Tem déia de quanto custa manter um lugar desses?? Acho que você não pode adivinhar algo tão bom como essa surpresa.
Ela o olhou com um brilho nos olhos. Já sabia até como seria seu vestido de noiva. Será que teriam os olhos verdes como os dela ou negros como os dele?? Cabelos ruivos como os dela ou pretos como os dele??
- Não tenho nem idéia de qual é a surpresa..
Severus se apoiou sobre o assento e sorriu.
- Logo saberá. – disse com um tom enigmático na voz.
No aeroporto, Lily se preocupou em despachar as malas enquanto Snape passeava pelo lugar. Ela estava contando o dinheiro para pagar a moça da companhia aérea, quando ele levantou a mão para cumprimentar uma pessoa. A principio, estava muito ocupada pra compreender o que estava acontecendo.
Então levantou a vista ao escutar um estridente grito de “PAPI!” e viu Glória cruzar correndo o terminal e atrás dela um moço que trazia seis malas novas.
Que coincidência, pensou, encontrar Glória no aeroporto. Observou como a garota abraçava seu pai pelo pescoço. Momentos depois se separaram, e Severus passou seu braço pelos rechonchudos ombros de sua preciosa filha, que levava uma jaqueta rosa, e botas de vaqueiro; mais parecia uma striper dos anos sessenta.
- Oi, Glória – disse Lily – vai a algum lugar??
Glória e seu pai começaram a rir.
- Você não contou?? – perguntou a menina.
Severus ficou sério.
- Essa é a surpresa – explicou, empurrando a garota para frente como se fosse um horrível troféu ganhado por Lily – Não é uma surpresa maravilhosa??
Lily ainda não compreendia, ou quem sabe estava demasiado horrorizada para compreender.
Ele a abraçou.
- Minhas duas meninas vem comigo! – acrescentou.
- As duas?? – murmurou Lily.
- Sim, Glória é a surpresa. Vem com a gente para Inglaterra.
Ela desejava gritar, chorar, se negar a ir.
Não fez nenhuma dessas coisas.
- Mais todas os quartos dos hotéis são para dois. – pode dizer finalmente.
- Então pediremos que coloquem outra cama, daremos um jeito. Nos gostamos, e isso é o suficiente. – tirou o braço do ombro de Lily. – Agora aos negócios. Poderia pegar a passagem de Glória, enquanto peço uma informação??
A única coisa que pode fazer foi assentir com a cabeça. Se dirigiu ao balcão da empresa aérea bastante aturdida. Teve que pagar duzentos e oitenta dólares pelas quatro malas extras da garota. No avião, Severus sentou entre elas, e Lily terminou no corredor. Durante o vôo ele lhe entregou sorrindo a passagem de Glória .
- Coloque isto na lista e gastos comuns, ok?? . E preciso de um balance detalhado do dinheiro gasto, centavo a centavo. Meu contador acha que posso deduzir toda a viagem.
- - Mas é uma viagem de lazer, não de negócios.
Severus enrugou a sobrancelha.
- Não vai me dar um sermão, por favor!! Faça o balanço e quando chegarmos em casa dividiremos os gastos entre nós.
Lily olhou para a passagem de Glória .
- Quer dizer entre três, não é?? Eu, um terço, e dois terços para você e Glória .
Ele a olhou com um expressão de horror e passou o braço al redor de Glória de maneira protetora, como se Lily tivesse tentado golpear a menina.
- Quis dizer entre dois. Glória esta aqui para que você também, possa se divertir com a presença dela. O dinheiro gasto não é nada comparado a alegria que terá com a sua companhia.
Lily deu as costas e dedicou o resto da viajem a leitura, enquanto Glória e seu pai jogaram cartas e a ignoraram. Tomou Librax duas vezes para evitar que seu estômago devorasse a si mesmo.
Agora, no carro, Lily não agüentava a dor no estômago. Tratou de se divertir durante nos quatro dias que estavam na Inglaterra. Tratou de não reclamar da primeira noite no belo quarto do hotel, quando Glória reclamou tanto da cama de rodas que haviam colocado lá ( depois do sermão do dono, pela inesperada chegada da criatura), que Snape lhe pediu que se deitasse com eles. Ela terminou por dormir na cama de rodas. Tão poco, se queixou quando Glória pediu três pratos em um restaurante extremamente caro, para poder “provar tudo”.
- Deixe de ser tão “pão dura”, sempre pensei que era uma pessoa generosa. – recriminou Severus, lhe entregando a conta recheada, da qual deveria pagar metade.
Manteve a boca fechada, pois sabia que em algum lugar, dentro das malas de Snape, havia um anel de compromisso no valor de cinco mil dólares. Ao pensar nele, recordou que a amava de verdade. E que tudo que fazia por Glória , fazia por amor.
Mas depois da noite anterior, os sentimentos de Lily estavam começando a mudar. Essa noite, em outro jantar de cento e cinqüenta dólares, Snape entregou a Glória uma caixa de veludo azul. Lily teve uma sensação de que caia dentro de um buraco enquanto observava como “o ser” abria a caixinha.
O olhar de Glória se incendiou quando olhou o interior.
- Mais dady, não é meu aniversário. – murmurou.
- Eu sei Muffin – respondeu Severus com suavidade. – É só pra dizer que te amo.
A menina tirou da caixa uma pulseira cheia de diamantes e esmeraldas.
Lily suspirou, pois sabia que estavam pondo seu anel de compromisso no pulso gordo de Glória .
A garota mostrou o braço para Evans com ar de triunfo.
- Vê?
- Sim, vejo. – respondeu lily com frieza.
Mais tarde, fora do quarto, Snape se mostrou furioso com ela.
- Não demonstrou muito entusiasmo pela pulseira. Glória lhe mostrou, tratando de te dar provas de sua amizade, mas você não lhe deu importância. A feriu profundamente.
- Por isso pagou cinco mil dólares?? Por uma pulseira para uma criança??
- Glória se tornara uma mulher maravilhosa e merece coisas maravilhosas. Outra coisa, o dinheiro é meu, não estamos casados e você não tem nenhum direito legal sobre ele.
Lily colocou as mãos em seus braços.
- Nos iremos nos casar??. Acontecera algum dia??
Se afastou dela.
- Não, se não começas a demonstrar um pouco de amor e generosidade. Acreditei que era diferente, mais agora vejo que é tão fria como minha mãe. Tenho que ir consolar minha filha. Provavelmente esta chorando pela forma que foi tratada. – Entrou enraivecido no quarto.
Lily se apoiou na parede.
- Uns pingentes de esmeraldas secariam suas lágrimas. – murmurou.
Por isso, agora no automóvel, se sentou com o corpo retorcido entre as malas de Glória , e sabia que não lhe fariam nenhuma proposição de matrimônio nem lhe dariam um anel. Em lugar disso, passaria a viagem de um mês atuando como a secretária- criada de Severus Snape e de sua odiosa filha. Naquele momento não sabia o que ia fazer, mais a idéia de tomar o primeiro avião de volta para casa, a tentava profundamente.
Enquanto pensava, olhou para a parte de trás da cabeça de Severus e seu coração se comoveu. Se o abandonava, se sentiria tão traído por ela, como se sentira por sua mãe e sua primeira esposa?
- Lily!! – gritou Snape – Onde está a Igreja?? Achei que ia se encarregar dos mapas de viajem. Não posso dirigir e consulta-los ao mesmo tempo.
Ela pegou, sem o mínimo de delicadeza, o mapa e procurou, com a cabeça de Glória no meio, as indicações para cada estrada.
- Aqui! Vire a direita.
Severus entrou em uma estrada que se encontravam os agradáveis e típicos campos ingleses, com arbustos de ambos os lados que quase os cobriam, e se dirigiu até o pequeno povoado de Ashburton, um lugar que parecia estar parado a cem anos atrás no tempo.
- Aqui tem uma Igreja do século treze que contem a tumba de um conde Isabelino. – Lily consultou suas anotações- Lord James Stafford Potter, mais conhecido como James Stafford e morto em 1564.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.