Cartas e dores



cap 5-- Cartas e dores


Depois de muito pensar resolveu escrever uma carta a Vitor Krum. Ele não sabia ao certo se aquilo era o certo a se fazer. Pensou em como contar, se devia contar, vários pergaminhos depois escreveu a seguinte carta.

Olá Vitor

Sou um fã seu, escrevo para tentar lhe animar após ficar sabendo do fim do seu namoro com Hermione Granger. E depois que vi ela com Harry Potter, conclui que ele está sempre tentando lhe atrapalhar, cuidado com ele...

Um fã.

Depois de ler a carta algumas vezes, pensou muito sobre ela e sobre as conseqüências que ela poderia trazer. Quando já ia procurar Errol para enviar a carta, Harry entrou no quarto. Colocou a carta dentro de um livro e tentou fazer uma cara de inocente.
- Harry, como vai? Você não parecia muito feliz no jantar. Disse ele após colocar o livro dentro do armário.
- Problemas. Disse ele se jogando na cama.
- Oras, sou seu amigo, pode me contar. Sentiu nojo do amigo a sua frente, pensava consigo mesmo quando os dois iriam contar a ele sobre o beijo.
- Acho melhor não, você não ia entender. Disse ele se virando na cama.
- Talvez eu possa te ajudar. Disse ele tentando jogar verde para colher maduro.
- Melhor não, você não ia gostar. E o problema é meu, eu tenho que resolver. Disse ele saindo do quarto.
- Onde vai?
- Sei lá, dar uma volta. Disse ele já fechando a porta atrás de si.
- Cuidado. Disse Rony.
Harry caminhou algumas horas e depois voltou a Toca, entrou silenciosamente no quarto e deitou, não conseguiu dormir. Seu coração não deixou...


Pegou a carta, estava trêmula, o que Vitor queria? Parecia até que ele sabia de alguma coisa.

Querida Hermione.

Estou com saudades. Espero que esteja se divertindo, talvez eu vá te ver no seu primeiro fim de semana em Hogsmeade, me avise... lhe escrevi só para lhe dar um oi e saber como você está.

Beijos de quem gosta muito de você.

Vitor

Pronto. Era só o que faltava. Agora mesmo estava confusa, tinha que falar logo com Vitor... ou com Harry. Não sabia o que fazer, podia pedir ajuda a algum de seus amigos, Harry estava envolvido, Rony não podia nem sonhar que ela e Harry tinham se beijado. Resolveu que era melhor ir dormir (ou tentar) antes que Gina chegasse e começasse a perguntar sobre a carta. Não que ela não queria ou não gostava de Gina, só não estava disposta. Caminhou até a janela, viu um vulto andando pelo jardim, quando ele olhou para o céu ela viu o reflexo da lua na lente dos óculos dele. Era Harry. Ficou observando-o por um tempo, depois foi deitar, demorou a dormir, não parava de pensar em que devia fazer, qual era a atitude certa.


Tinha dormido mal naquela noite, todo o seu corpo doía, sentiu sua cabeça rodar, olhou para o lado tentou focalizar a Sra. Weasley, Rony e Gina, colocou os óculos, viu os olhando-o com cara de espanto.
- Está muito quente mesmo, acho que está com febre. Disse a Sra. Weasley tirando a mão da testa do rapaz.
- Não, eu estou bem. Disse Harry tentando levantar, mas logo sentiu como se seu corpo pesasse umas 10 vezes mais, caiu de novo na cama.
- Acho melhor você ficar deitado rapazinho. Disse a Sra. Weasley arrumando as cobertas sobre ele. – Gina venha comigo. Disse ela saindo do quarto. – Rony, fique aqui com ele.
- Não, vou falar com a Mione, contar a ela. disse ele com pressa.
- Eu vou ficar bem. Disse Harry sonolento.
Os três Weasley saíram do quarto, Gina seguiu a mãe. Rony foi até o quarto de Hermione, bateu na porta. Ouviu um “Pode entrar” abriu a porta vagarosamente.
- Mione? Perguntou.
- Sim. Disse ela saindo do banheiro.
Estava linda pensou Rony, sentiu o cheiro dela, de quem acabava de tomar banho.
- Que foi Rony. Disse ela ficando impaciente.
- Ah, só vim dizer que o Harry parece não estar bem. Parece doente. Disse ele um pouco depressa. – Mas não se preocupe, parece ser só uma gripe. Disse ele ao ver a cara de espanto da amiga.
- Coitado, mais isso agora. Disse ela. – O Harry precisa da gente agora Rony, mais que nunca, ele está muito abalado com a morte do padrinho.
Precisa mesmo da gente, mas precisava de você beija-lo? Pensou Rony com um pouco de raiva da amiga.
- Ele ainda está meio assim a respeito da guerra, a respeito de Voldemort, parece meio confuso. Ele precisa da gente. Precisa dos amigos dele. Disse ela antes de abraça-lo.
Naquele momento Rony esqueceu os ressentimentos e ciúmes que sentia por Harry, não podia abandonar o amigo quando ele mais precisava dele. Não por causa de uma simples paixão adolescente. Sentiu que estava sendo precipitado e até egoísta. Não tinha certeza se gostava de Hermione, e assim como ele percebeu Hermione, Harry também podia ter notado-a, soltou-se da amiga e disse a ela para ir ver o amigo.

Hermione entrou no quarto, olhou para Harry, assim que ele viu ela sorriu. Retribuiu o sorriso, sentou ao lado dele. Ficaram em silêncio por alguns minutos.
- Então, o famoso Harry Potter também fica gripado? Brincou ela.
- Parece que sim. Disse ele meio sem graça.
- Harry, sobre ontem... disse ela, mas não terminou a frase, Harry havia puxado-a e tinha os lábios grudados nos lábios dela.
Mais uma vez era como se uma mágica passou por eles.
- Desculpa. Sussurrou ele após o beijo.
- Tudo bem, queria mesmo falar sobre isso com você. Disse ela sentindo o rosto corar.
- Mione quando a gente se beijou você sentiu uma coisa estranha? Perguntou ele impedindo a amiga de continuar. – não sei se é estranho, mas não parece ser normal...
- Sei do que você está falando, tipo uma mágica.... disse ela.
- Isso.
- Mas Harry, temos que conversar coisas mais sérias...
Antes de Hermione terminar a frase, a Sra. Weasley entrou no quarto com Gina em seu encalço.
- Trouxe essa poção Harry querido. Disse ela medindo a temperatura do rapaz novamente. – vamos, tome tudo. Disse ela entregando um copo com um pouco da poção para ele.
Respirou fundo e tomou o liquido contido no copo.
- Muito bem, agora é só descansar um pouco. Disse ela já saindo do quarto. – Vamos garotas, acho melhor ele ficar sozinho para dormir um pouco. Gina e Hermione levantaram e já iam sair do quarto.
- Espera. A Mione pode ficar? Queria que ela ficasse aqui comigo. Disse ele.
- Pode sim. Disse a Sra. Weasley já saindo do quarto. Gina sorriu para Hermione que retribuiu o sorriso um pouco sem graça. Gina saiu do quarto.
- Você acha que ela sabe? Perguntou Harry ao notar a expressão de Hermione.
- Eu contei a ela. disse sem graça sentando numa poltrona ao lado da cama do amigo.
Ficou admirando-a, cada traço, cada expressão, cada cor que podia ver no bonito rosto dela. O cabelo castanho amarrado em uma trança, alguns fios caiam sobre seus olhos, os olhos castanhos, algumas sardas sobre seu nariz...
- Você é bonita. Disse ele sem motivo algum.
- Obrigado. Disse sem graça. – Sabe Harry, sei que a gente tem que conversar sobre aquele beijo, mas não acho que essa seja uma hora muito boa. Disse ela sentindo o rosto quente.
- Porque não seria uma hora boa?
- Porque você está doente. Precisa descansar.
- Não, quero falar com você agora. Precisamos resolver isso Mione, quero ficar com você. Disse ele com toda sinceridade, não sabia ao certo de onde tinha tirado tanta coragem nos últimos dias.
- Primeiro preciso falar com Vitor. Já te falei isso Harry. disse ela com um pouco de pena dele e um pouco de ódio de si mesma, estava sacrificando ficar com Harry por causa de uma indecisão.
- Pensei que você gostasse de mim.
- Eu gosto... ou achava que gosto, mas estou indecisa Harry. Preciso de tempo. Você tem que me entender. Disse ela com uma certa urgência na voz.
- Por favor Mione, não me peça para abrir mão de meu amor por você. Não conseguiria. Disse ele triste.
- Não estou te pedindo isso, só estou pedindo para você ser paciente.
- Por favor me diga que isso é um sonho ruim. É um pesadelo. Você não pode estar me pedindo um tempo em algo que sequer começou.
- Por favor Harry, se você gosta de mim, tenha paciência. Disse já de pé.
- Seja sincera consigo mesma Mione, siga seu coração. Disse ele olhando ela caminhar até a porta.
- Vou ser, juro que vou ser, só preciso pensar. Disse ela já saindo do quarto.
- Só não quero te perder. Disse ele com toda a sinceridade, ela virou-se para ele, os olhares se encontraram. – acho que não agüentaria. Disse triste.
- Acho melhor eu ir. disse ela saindo do quarto e deixando Harry sozinho com seus pensamentos e angustias.
Tentou dormir mas não conseguiu. Sentia-se pior do que antes. Tudo em seu corpo doía. Principalmente o coração.

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