O mundo está de cabeça pra bai

cap 4-- o mundo está de cabeça p baixo


Acordou tarde naquele dia, percebeu que Rony já tinha acordado, ainda não sabia ao certo porque o amigo estava evitando falar com ele. Desceu para o café, encontrou Hermione ainda tomando café. Pelo visto ela também tinha ido dormir tarde.
- Dia. Disse sentando defronte ela.
- Bom dia Harry. Dormiu bem? Perguntou ela educadamente.
- Pra ser sincero, nem dormi direito. Não consegui. Disse ele encarando a amiga.
- Tudo bem, hum... o que vamos fazer hoje? Perguntou ela, mas antes mesmo do rapaz responder Gina chegou com alguns envelopes.
- As cartas de Hogwarts chegaram. Disse ela entregando um envelope para Hermione e um para Harry.
- E os resultados dos N.O.M.s? perguntou Hermione enquanto lia sua lista.
- Não sei, talvez Errol tenha se perdido por ai. Disse a garota comendo uma torrada.
- Acho que isso responde sua pergunta não? Disse Harry indicando a lista de material para Hermione.
- Bom dia garotos. Então, as cartas de Hogwarts chegaram? Podemos ir ao Beco Diagonal depois do almoço, o que acham? Perguntou a Sra. Weasley ao entrar na cozinha.
- Por mim tudo bem. Disse Harry.
- Por mim também. Disse Hermione.
- Gina vá procurar o Rony, diga que as cartas chegaram e que vamos ao Beco Diagonal depois do almoço. Disse a Sra. Weasley já saindo da cozinha.
Harry e Hermione terminaram seus cafés e depois foram dar uma volta pelo quintal.
- Então, como você se sente agora Mione... que está... hum... namorando? Perguntou Harry muito sem graça.
- Não mudou quase nada. O Vitor mora lá na Bulgária, nem sei se isso vai durar. Disse ela olhando pro céu.
- Bom... disse Harry baixinho.
- Você disse alguma coisa? Perguntou ela.
- Não, nada não.
- E você? Como anda o coração Harry?
- Anda meio apaixonado. Disse ele olhando para ela pelo canto do olho.
- Posso saber por quem? Perguntou ela sem olhar para ele. Os dois haviam se sentado na sombra de uma árvore.
- Acho melhor não. Não tenho certeza se ela gosta de mim... demorei um pouco para perceber o que sinto por ela... disse ele desta vez olhando para ela.
- Difícil... então você já esqueceu a Cho? Perguntou ela.
- É... vi que ela não era a garota certa pra mim, quero alguém mais alegre do meu lado, não chorando o tempo todo, e parece que ela já encontrou alguém para enxugar as lágrimas dela. Disse ele sorrindo.
- É, você merece coisa melhor mesmo. Disse ela sem olhar para o amigo.
- Alguma sugestão? Perguntou ele rindo.
- Sinceramente? Perguntou ela.
- Claro, sempre confiei na sua opinião. Disse ele com sinceridade.
- Acho que você deveria ficar com uma garota inteligente, esperta, alegre, que você goste de verdade e que ela também goste de você, que saiba dar valor em você e nela mesma, e que acima de tudo seja sua amiga em todas as horas.
- Então acho que já resolvi uns 80% do meu problema. Disse ele encarando a amiga.
- É? E quem é essa pessoa?
- Está bem na minha frente. Disse ele chegando mais perto dela.
- Eu? Porque eu? Disse ela tentando desviar o olhar dos verdes olhos do amigo, mas sem obter sucesso.
- Primeiro você é minha amiga de todas as horas, é bonita, esperta, alegre e ainda a garota mais inteligente que já conheci em toda a minha vida...
- E... disse ela ainda encarando o amigo.
- Só falta saber se você dá valor em mim e a si mesma... ele chegou mais perto, alguns centímetros separavam os dois. – e saber se você gosta de mim de verdade.disse ele olhando sugestivamente para a boca dela. – porque eu gosto de você... e é de verdade... disse ele antes de beijar a amiga. No começo não sabia ao certo como Hermione reagiria, mas logo viu que ela estava correspondendo ao beijo.
Ela mal podia acreditar. Estava beijando Harry, seu melhor amigo, estava traindo a confiança de Vitor, seu primeiro impulso seria empurrar Harry, mas era tão bom sentir o toque dos lábios dele, quem se importava se Harry era seu amigo. E Krum? Ela nem gostava dele mesmo... e a gente não pode segurar os sentimentos, mandar no coração, ela não empurrou o amigo, continuou o beijo, esse beijo parecia diferente, tinha uma coisa “mágica”, parecia que uma energia passava por eles, tipo uma ligação. Se separaram e Hermione encontrou Harry olhando pra ela docemente e com um sorriso nos lábios. Retribuiu o sorriso.
- Sabe, isso foi bom. Disse ele sorrindo.
- Concordo. Agora acho melhor a gente ir... a Sra. Weasley deve estar procurando a gente. Disse ela muito sem graça já de pé.
- É melhor mesmo, vamos? Disse ele estendendo a mão para ela. Hermione hesitou. Mas logo mudou de idéia e pegou na mão do amigo.
- Acho que não seria uma boa idéia a gente chegar assim lá. Disse ela.
- Assim como?
- Assim. Disse ela olhando para as mãos dos dois entrelaçadas.
- Que quê tem? Perguntou ele como se aquilo fosse a coisa mais absurda do mundo.
- Harry, acho que vai ficar meio estranho... no café da manhã a gente é só amigo, depois no almoço a gente chega de mãos dadas...
- Por mim só andava assim com você a partir de agora. Disse ele olhando sugestivamente para a boca dela.
- Acho melhor a gente nem chegar juntos. Disse ela. – Porque não sei se você se lembra eu tenho um namorado. Disse ela quebrando todo o clima na opinião de Harry.
Ele imediatamente soltou a mão dela. Os dois caminharam em silêncio por um bom tempo. Cada um mergulhado em seus pensamentos. “Porque ela tinha que lembrar desse detalhe justo agora?” se perguntava Harry.
- Então como você vai fazer agora? Perguntou Harry. Eles já podiam avistar a Toca.
- Fazer o que? Perguntou ela sem entender.
- Oras, com o Vitor. Você vai ficar comigo ou com ele? perguntou Harry, a voz saindo triste.
- Ainda não sei. Preciso pensar. Preciso falar com ele. disse ela sem olhar para Harry.
- Certo, mas só me responda uma coisa. Disse ele.
- Diga.
- Mione, você... hum... você gosta de mim... não como amigo... assim como eu gosto de você. Concluiu ele com uma certa dificuldade.
- Gosto Harry. E só não fico com você agora porque tenho que me resolver com o Vitor. Disse ela.
- Mas vou poder te beijar enquanto você resolve isso?
- Não sei... talvez.... disse ela rindo.
Harry se aproximou dela e deu um beijo de leve nos lábios dela, depois saiu correndo em direção a Toca. Enquanto corria gritou.
- Só pra não dar muita na cara. Disse ele, depois mandou um beijo pra ela e entrou na casa.
Hermione colocou o dedo sobre os lábios, como se quisesse guardar aquele momento. O que ela iria fazer da vida a partir daquele momento nem Merlin, nem Deus e muito menos ela sabia. Caminhou até a casa vagarosamente, pensando em como contaria a Vitor que queria terminar o “namoro”, ela gostava de Harry, não queria machuca-lo, mas Vitor também era seu amigo. Decididamente ela pela primeira vez não sabia o que fazer. “Quem mandou ser amigo de tantos garotos, acabou confundindo seus sentimentos” disse uma vozinha. “Não confundi não.” Disse ela para si mesma.
Entrou na Toca e foi falar com Gina, talvez ela ajudasse.
Naquele dia ninguém foi ao Beco Diagonal...
Rony não podia acreditar no que seus olhos viam, depois de sair para dar uma volta encontrou Harry e Hermione conversando debaixo de uma árvore. Já ia falar com eles, quando viu uma cena que partiu seu coração em pedaços, Harry e Hermione seus melhores amigos estavam se beijando, não podia acreditar, sentiu uma dor no peito. Respirou fundo, os olhos cheios de água. Eles não podiam fazer isso com ele. Ele gostava de Hermione, não o Harry. E porque ela tinha que gostar dele? Era sempre ele, sempre ele era o herói, ele sempre se dava bem no final. Estava cansado de tudo aquilo, dessa vez ele não ia ter tudo de mão beijada, ele também estava nessa e faria de tudo para ter Hermione. Tudo. Virou-se e seguiu para a Toca, entrou como se nada tivesse acontecido. Mas algo tinha acontecido, ele tinha mudado, sentia algo muito parecido com ódio pelos seus melhores amigos. Mas se ele os odiava eles não podiam ser seus amigos... pensava ele. De repente Harry entrou na cozinha, vinha sorrindo. Uma vontade enorme de socar a cara do amigo apoderou-se dele. Mas não, ele não iria se sujar. Iria deixar a parte suja para outra pessoa. um plano já se formava em sua cabeça...


- Não acredito!!!!!! Gritou Gina assim que Hermione contou do beijo. – E como foi?
- Foi bom. Disse ela com os olhos brilhando. – Agora não sei o que fazer.
- Se você tivesse beijado ele a uns três anos atrás juro que te matava. Riu Gina ao se lembrar da paixonite que teve por Harry a alguns anos. - Mas não gosto mais dele, e isso parece que já está mais que claro.
- Sei disso, acha que te trairia? Disse ela com um sorriso. – Não sei como vou contar ao Vitor. Ele não vai gostar nada disso.
- Claro que não, ele te ama. Her- mio-ni-ni. Riu Gina.
- Pára. Você sabe que não gosto quando falam mal dele. Defendeu Hermione. – Ele é meu amigo, não quero magoa-lo.
- Mas se você não magoa-lo, vai magoar o Harry. Disse ela encarando a amiga. – Nessa parte não posso te ajudar Mione, você tem que decidir sozinha. Disse Gina já saindo do quarto.
Hermione ficou ali sozinha, com seus pensamentos. Não sabia o que fazer desceu para o jantar e deu de cara com um par de olhos verdes que a encarava com um carinho e brilho enormes.
E para piorar, à noite depois de inventar uma desculpa e subir mais cedo para o quarto para não ter que ficar sozinha com Harry encontrou uma coruja sobre sua cama com uma carta. Era uma carta de Vitor.

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