A Decisão



- Mas por que Harry? O que você está fazendo?

O jovem rapaz jogou seus cabelos negros e embaraçados para trás pouco antes de limpar seus pequenos óculos e devolve-lo para seu devido lugar.

- Não dá mais. – sua voz soava serena como de alguém que havia terminado uma longa batalha e, finalmente, encontrara a paz.

- Como assim? – indignou-se Hermione – Você chegou tão longe... e... desistir? Agora!? O-o que aconteceu com você durante essas férias? Como conseguiu mudar tanto?

Após uns poucos instantes de silêncio mórbido, a porta daquele estranho quarto abriu-se de uma só vez, rangendo e chocando-se violentamente contra a parede.

- Estou atrasado Harry? – disse ofegante o ser que havia adentrado tão inesperadamente – Posso mesmo ir com você... não é?

O vento que antes entrava tímido pela janela limitando-se apenas em balançar as cortinas, começara a gritar e correr em direção a porta.

Nas sombras de sua capa e cabelos negros, Potter sorriu com o canto de sua boca.

- Claro Rony. Claro. Você será essencial meu amigo.

- Ro-rony? – disse incrédulo – O que você está fazendo? O que significa tudo isso?

- Estamos indo ao encontro da Verdadeira Magia. – riu de forma doentia – Não é mesmo Harry?

Rony ia começar a correr para o lado de Harry quando tropeçou nas próprias malas e caiu de cara no chão.

- Ai! – reclamou e, em seguida, riu de si mesmo.

De forma desengonçada, levantou-se e, com as malas nas mãos, pôs-se a direita de Potter.
Hermione olhava para os dois perplexa. O que estava acontecendo afinal? Harry nem de longe parecia ser aquele garoto inseguro ou tímido que algum dia fora. Rony, por outro lado... bem... não havia mudado muito mas.... o que ele estava fazendo ali?

- Veja.... eu sei que está confusa. – começou em tom explicativo – Mas... você também faz parte de meus planos.

Pôs sua mão no bolso e mexeu-o procurando por alguma coisa, aparentemente pequena. Um tilintar anunciou que, o que quer que fosse, havia sido tocado. Em um movimento rápido, Potter puxou um brilhante objeto para cima de sua cabeça. A suave luz do luar tocou seu corpo prateado que, por sua vez, refletiu-a enquanto girava em torno de seu eixo.

- Essa, minha cara Hermione, é a chave para a Verdade! – exaltou-se – A chave para a Verdadeira Magia!

Rony parecia uma bomba prestes a explodir de alegria ao ver tal cena.

- A Verdade Hermione! A Verdade!
- Mas o que... – começou Hermione.

- É esta, - disse interrompendo-a – é a porta que nos levará a Ela!

Então, tirando sua varinha da cintura e, citando palavras em uma língua desconhecida para Hermione, mas, de alguma forma, entendíveis para Rony, Harry fez surgir uma estranha porta no meio do recinto.

De repente, a janela se fechou e o vento cessou. Como por um milagre a luz da lua adentrou por completo naquele quarto e, foi então, que, apertando seus olhos e, forçando a vista, Hermione viu três letras gravadas no alto da porta:

NOS

Potter deu alguns passos em direção à estranha porta e alcançou sua maçaneta. Girou-a e então a abriu. Do outro lado, luzes artificiais brilhavam por todos os lados chamando-os para o outro lado.

Rony agora pulava de felicidade. Seu rosto branco e cheio de sardas refletia seus sentimentos da forma mais sincera possível.

- Vamos! Vamos! Vamos! – gritava implorando a plenos pulmões.

- Calma, calma! Potter então estendeu sua mão para Hermione e disse: Vamos?

Sem ação, aceitou o convite.

Antes que fosse cegada pelas fortes luzes do outro lado, ela viu um sorriso puro no rosto de Harry. Um sorriso verdadeiro. O bom e gentil sorriso do garoto Harry Potter.

“O bom e velho Potter...” – ouviu sua própria voz dizer ao longe.

- Não se preocupe... – disse a ecoante voz de Harry – Vamos nos divertir muito... a partir de agora, é só alegria...

Tranqüilizada com tais palavras mesmo sem saber se eram reais ou fruto de sua imaginação, Hermione desmaiou.

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