Um ataquq inesperado



23 de julho, Londres, Inglaterra. Em uma pequena casa próxima a uma floresta Maryon e Ryan estavam sentados à uma pequena mesa. Maryon segurava uma criança. Era uma menina de cabelos castanho-escuros que dormia tranqüila.
- Ryan – disse Maryon com um tom de medo na voz – você tem certeza disso?
- Acredite Maryon, não queria ter que fazer isso. Mas, é o certo.
Maryon olhou para a menina que estava em seus braços e sorriu:
- Ela dorme tão tranqüila...
- Tomara que um dia ela descubra toda a verdade.
- Ela irá descobrir – ela pensou por um instante – Arthur virá?
- Virá sim. Ele já deve estar chegando. Não se preocupe Maryon, ela ficará bem. – disse Ryan colocando a mão sobre o ombro dela. Alguém bateu na porta dos fundos, Maryon se assustou com a batida e Ryan se aproximou da porta – Deve ser o Arthur.
- Ryan – disse Maryon com temor – temos mesmo de fazer isso?
- Acredite, é a ultima coisa que queria fazer, mas não podemos correr o rico de... bem... você sabe. É melhor que ela esteja segura.
- Tem razão. É melhor que ela esteja segura.
Ryan se voltou novamente para abrir a porta, abriu-a devagar. E para sua surpresa não era o amigo Arthur que estava lá. A sua frente havia um vulto com uma capa que ia até o chão e um capuz que escondia seu rosto.
- Você! Foi mais rápido do que imaginava. – disse Ryan surpreso e com raiva
- Continua a me subestimar não é? – disse o vulto em uma voz rouca e penetrante
Maryon que ainda segurava a criança no colo disfarçadamente se levantou da cadeira. Ryan recuou até chegar perto de Maryon. Maryon segurou com mais força a pequena menina que ainda dormia tranqüila em seus braços. O vulto avançou ameaçadoramente em direção a Maryon. Ryan se pôs na frente de Maryon.
- Você não vai encostar um dedo nelas! – disse Ryan com veemência
- Sempre foi patético! Saia da minha frente! – o vulto esticou a mão ossuda na direção de Ryan que na mesma hora ficou sem ar. O vulto jogou a mão na direção da parede e Ryan voou contra a parede, bateu a cabeça e caiu inconsciente.
- Depois eu termino com você – disse o vulto que agora havia se virado para Maryon. Maryon correu desesperada pelo corredor. – Corra, Maryon, corra – disse o vulto enquanto andava calmamente atrás dela. – não vai correr por muito tempo.
Maryon entrou correndo no quarto do fundo do corredor trancou a porta e pôs a menina em cima da cama.
- Não se preocupe,minha querida, está segura aqui. Nenhum mal vai lhe acontecer – Maryon dizia isso mas sabia que não era verdade.
De repente a porta explodiu e voou longe. Maryon ficou assustada agora não tinha para onde fugir. Mas quando o vulto encapuzado avançou em direção a cama, soube exatamente o que fazer. Correu e se pôs na frente do vulto.
- Você não vai tocar na minha filha! – disse furiosa
- Depois de tanto tempo vai me enfrentar Maryon? – disse o vulto
- Se for preciso, eu vou sim! Já te venci muitas vezes uma a mais não vai fazer diferença.
- Não perca seu tempo. Diga-me onde está.
- Sabe muito bem que jamais vou lhe dizer! – disse Maryon furiosamente
O vulto lançou um olhar a criança em cima da cama
- Está com ela, não está? Você o colocou junto com o bebê!
- NÃO! DEIXE –A EM PAZ! NÃO ENCOSTE NELA! – disse Maryon furiosa

- Não preciso mais de você! – o vulto estendeu a mão para ela, e ela ficou sem ar, o vulto fechou o punho ouviu-se um estalo e Maryon caiu no chão morta.
O vulto caminhou em direção a cama. A criança havia acordado e ria alegremente agitando os bracinhos. O vulto olhou para a criança ela tinha um colar no pescoço uma correntinha com algo dourado.
- Enfim o achei, enfim será meu! – murmurou o vulto para ele mesmo
O vulto estendeu a mão para pegar o colar mas, assim que suas mãos tocaram o bebê ele a puxou rapidamente como se tivesse encostado em ferro quente.
- Mas, que... – ele parou subitamente e entendeu – Não pode ser. Não essa... essa... criança! Vou acabar com você!
Ele estendeu a mão na direção da criança e quando fechou o punho do nada começou a se contorcer e uma luz ofuscante tomou conta do quarto. Quando a luz cessou só estava a criança no quarto.
Lá fora Arthur chegou desesperado, percebeu que tinha chegado tarde, viu que alguém corria em direção a floresta. Mas não tinha tempo de ir ver quem era. Entrou na casa e viu Ryan desacordado no chão. Correu até ele passou o braço por trás do pescoço de Ryan erguendo sua cabeça e disse:
- Ryan, acorde Ryan, por favor acorde!
Ryan ainda estava tonto, mas abriu lentamente os olhos. Sua cabeça doía muito
- Maryon?...Haley?... – ele murmurava como se não entendesse o que acontecia os olhos lentamente entrando em foco – Arthur?!? – disse assustado quando seus olhos entraram novamente em foco e consegui ver a sua volta – O que aconteceu?
- É exatamente o que eu ia lhe perguntar
- Ele apareceu aqui Arthur.
- Você está dizendo que ...
- Exatamente – interrompeu Ryan – Só me lembro de ter me colocado na frente de Maryon e ele me jogou contra a parede e fiquei inconsciente.
- Temos que achar Maryon. Quando cheguei vi alguém correndo em direção à floresta. Suponho que tenha sido ele. Se saiu correndo alguma coisa muito séria aconteceu aqui.
Arthur ajudou Ryan a se colocar de pé e os dois foram ao corredor. Na casa havia apenas um corredor, com 5 aposentos, dois quartos, um banheiro, uma sala e a porta que dava para a cozinha. Arthur abriu a porta do quarto no final do corredor e encontrou Maryon caída no chão e o bebê em cima da cama.
- Ryan venha até aqui. Eu as encontrei – disse Arthur ao ver Maryon
Ryan correu até Arthur, abriu caminho para Ryan passar. Ryan ao olhar para Maryon, percebeu que ela estava morta. O bebê que estava em cima da cama chorou. Ryan se virou para a cama e sorriu, se sentia aliviado pelo bebê estar vivo, jamais se perdoaria se algo tivesse acontecido com ela. Ele a pegou nos braços, balançando devagar, até que ela parou de chorar.
- Que bom que ela está bem – disse Arthur contente
- O que será que aconteceu aqui Arthur?
- Eu não sei. Mas gostaria de saber.
- Eu também.
Ryan levantou um pouco a cabeça do bebê e Arthur notou algo estranho na nuca da criança.
- O que é isso? – apontou Arthur
- Isso o que?
- Essa marca – disse se aproximando devagar
- Marca? Que marca?
- Essa marca – Arthur mostrou a Ryan a marca na nuca da menina.
- Que estranho!
- É mesmo muito estranho
- Bom, seja lá o que for, não temos tempo de descobrir, Arthur leve-a até a casa dos Chambers. Não sei o que aconteceu aqui, mas tenho certeza de que ele vai voltar. Ela não vai ficar segura comigo – ele tirou uma caixinha do bolso – ele sabe que eu estou com isso e vai me perseguir até conseguir pega-lo. Mas, não conte a ninguém que estou vivo, principalmente a Haley.
- Certo mas, e quanto a você?
- Não se preocupe comigo Arthur, vou estar sempre por perto
Arthur pegou a menina e Ryan foi em direção a porta, parou se virou para Arthur e disse:
- Tem uma bicicleta aqui que vai te ajudar a chegar lá mais rápido. Não sei o que Maryon fez nela, mas funcionou. Até breve amigo.
E sumiu, Arthur olhou para a menina que estava em seus braços. Ela agora dormia tranqüila novamente.
- Agora vou te levar até a casa dos seus padrinhos – disse para a menina
Arthur se dirigiu a porta e do lado de fora havia uma bicicleta velha e cor-de-rosa que não tinha pedais. Arthur montou na bicicleta segurou o bebê com força e disse:
- Ande! – nada aconteceu – vai! – nada aconteceu – corre!? – novamente nada aconteceu. Arthur ficou bravo com a bicicleta, bateu os pés no chão e gritou – mexa-se!
Do nada a bicicleta disparou em direção ao nada. Com uma das mãos Arthur segurou o guidão da bicicleta e a guiou até a casa dos Chambers.
A casa dos Chambers ficava em um bairro tranqüilo onde quase todas as casas eram iguais. Arthur parou em frente a casa de número 12. uma mulher aparentemente magra, de rosto bonito e jovial e um homem gordo de bigode estavam na porta. Arthur se aproximou da mulher.
- Alice, eu trouxe Haley, cuide bem dela – disse Arthur colocando a menina nos braços da mulher.
Alice olhou com ternura para a menina e se virou para Arthur:
- Cuidarei dela como se fosse minha filha.
O homem gordo olhava de esguela para Alice, com jeito de quem não está gostando. Arthur fez uma reverência curta em sinal de despedida. Subiu na velha bicicleta cor-de-rosa de Maryon e sumiu.
Alice olhou para a menina que estava em seus braços sorriu, ela dormia como um anjo
- Durma tranqüila, agora está segura. Cuidarei muito bem de você – murmurou para a criança. Então eles entraram e a partir daquele momento surgia uma nova família, e começava uma grande história


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