Varinha que nasce torta, nunca

Varinha que nasce torta, nunca



7. Varinha que nasce torta, nunca se endireita

Quando as chamas verdes se acalmaram, o casal de fato percebeu que estava em outro lugar muito diferente do Largo Grimmauld. Ali parecia um hall circular com vários sofás de dois e três lugares, janelas altas (assim como o teto, de estilo gótico) e com molduras de ouro, paredes beges e lustre redondo com um metro de diâmetro no centro do local, cheio de cristais pendurados nele e tinindo suavemente com o movimento do ar. Poucas pessoas circulavam pelo ambiente, um faxineiro, que trajava uma elegante combinação bruxa de roupas, limpava magicamente as mesinhas entre os sofás de visita, outro funcionário desembaçava os vidros do lugar, havia duas mulheres vestidas com uniforme roxo de bruxas com um “PL” pequeno bordado no peito atrás de um balcão, onde havia uma jarra de água e copos para que as moças não abandonassem a recepção quando sentissem sede. Tonks e Lupin saíram de dentro da lareira e esperaram que suas coisas aparecesse ali, pois Sirius e Molly ficaram encarregados de enviar tudo depois da partida. Avançaram de braços dados ( o que deu um certo arrepio no bruxo) até o balcão com as duas moças e uma delas (loira e baixa, porém jovem) os atendeu.
- Bienvenue à l'hôtel de Lux de Paris.
- Err, boa tarde....somos irlandeses – Remo se prontificou em anunciar logo sua nacionalidade gesticulando desengonçadamente suas mãos, afinal não entendia nada de francês.
- Desculpe senhorr. Têm reserrva? – a mulher perguntou agora em seu idioma.
- Sim, somos o Sr. e Sra. Schmidt e fizemos a reserva há algumas semanas.
- Identificação, porr favorr.
O lobisomem lhe entregou os falsos R.G.’s. A bruxa se virou e abriu
uma gaveta de uma armário de mogno atrás de si e, com a varinha, convocou a ficha dos dois, fazendo-a saltar do meio dos arquivos. Ao toma-la com as mãos, comparou tudo com os documentos.Quando terminou, ela anunciou.
- Oh, sim, senhorr Michael e Helena Schmidt, está tudo aqui. Apenas queirram assinarr essa ficha de identificacion obrigatôrria.- e ela entregou a Lupin o formulário que segurava.
Quando o bruxo terminou, alguns minutos depois, devolveu os
papéis à recepcionista.
- Obrigada, Monsieur. Tenham uma boa estadia no Parris Lux Hotel.- a francesa ergueu a varinha para o alto e soltou algumas fagulhas prateadas no ar.
- Obrigado- respondeu o casal.
- Jean, leve a bagagem do senhor Schimidt para o quarto 512.- a moça referiu-se a um ajudante.
- Com prazer, onde está a bagagem?- um homem, também de uniforme roxo se aproximou.
- Na lareira.- respondeu Lupin, alisando o queixo para dar um ar de superioridade típica de puro-sangues. Tonks teve que se segurar para não cair na gargalhada com a cena, pois aquilo não se via todo dia.
Seguiram o serviçal por várias escadas em caracóis, apreciando
cada luxo do lugar. Os empregados do serviço de quarto pareciam bem distintos enquanto entravam nos aposentos para fazerem a limpeza; os vidros todos brilhando, o tapete vermelho perfeitamente escovado no qual pisavam. Que diferença do Largo Grimmauld! Ambos faziam o possível para mostrar que tudo aquilo era normal para eles, mas estavam mais do que surpreendidos. Ao fim de uma das escadas, havia um “cruzamento” entre uma delas e o corredor de um dos andares. Tonks, infelizmente, se deixou levar por tantos encantos, já que em sua vida nunca sonhara em ir para um lugar assim. A moça ficou parada no penúltimo degrau da escada, observando um quadro mágico de bailarinas de branco que dançavam sincronizadamente, como se o chão sob elas não existisse, deslizando no ar como plumas. Não havia necessidade de música; os movimentos eram perfeitamente entendidos. Por um momento, Ninfadora se lembrou da primeira e única aula de balé que tivera na vida. Sua mãe havia insistido tanto em coloca-la numa escola de dança ( mesmo contra a vontade da filha) que na primeira aula enquanto dançava (ou tentava dançar), colocou o pé em frente ao de uma coleguinha por acidente e a fez cair, quebrando o tornozelo da menina. A auror nunca gostara de música clássica, mas algo na pintura a fez esquecer a realidade por instantes. Tonks apenas saiu de seu estado de transe quando Lúcio Malfoy e sua mulher vieram de encontro a ela, porque saíam do corredor e a metamorfomaga estava parada no meio do caminho. A colisão foi inevitável e fez com que cada um voltasse um passo.
- Err, queira me perdoar - comentou o homem ajeitando a túnica recém- amassada e medindo as palavras – Mas cuidado aonde pára.
- Ah, sim. Foi mal, cara. Quer dizer, tomarei cuidado.- Ninfadora se corrigiu.
Narcisa apenas a olhou com profundo nojo e seguiu o marido, ainda
de braços dados, escada abaixo. “Ah, Não!” a funcionária do Ministério sussurrou para si. Quase que estragara seu disfarce, falando com sua linguagem usual. Agora, mais do que outro momento, tinha a certeza de que nunca tomaria jeito em sua vida. Podia mudar de visual, de classe social e até com quem se relacionava, porém seria sempre a mesma....pelo menos foi o que pensou. Era verdade que os Malfoy nem a conheciam direito, então poderia haver uma chance de não ter sido desmascarada. Embora a dúvida nunca seria saciada.
- Helena, vamos- chamou Remo no fim do corredor.
A auror se apressou e viu que finalmente chegara em seu quarto,
pois o empregado do Hotel lhes apontava para um lugar com a porta aberta.
- Bem vindos ao Parris Lux Hotel. Sou Jean e qualquer coisa que precisarem me chamem.
- Obrigado e aqui está- Lupin entregou ao rapaz uma gorjeta e, pela cara que este fez, foi muito boa.
A “esposa” retirou a capa sobre os ombro e as luvas, jogando na cama e
no criado mudo respectivamente, enquanto observava tudo ao redor. Era um lugar muito luxuoso com três alas: o banheiro, o quarto e uma sala. No primeiro, havia uma hidro, com uma prateleira com mini’s vidrinhos de shampoo, cremes para cabelo e pele, pasta de dentes, escovinhas de dentes em caixinhas minúsculas e enxágüe bucal. Ao lado, um Box em torno de uma ducha, com uma prateleira igual praticamente, uma pia com armário embutido, algumas saídas de banho penduladas na parede,onde havia várias toalhas, um espelho cristalizado com luzes em volta estilo o de artistas na parede, um tapete de pêlo azul ficava entre o vaso sanitário com a pia. Na sala, existia dois sofás vinhos com uma mesinha entre eles, um tapete de urso no chão, um espelho que ocupava metade da parede oposta, duas janelas iguais aos do térreo, vários vasos de flores em cima das cômodas de mogno, revistas no revisteiro e três quadros encantados, mas nenhum igual ao do corredor externo. O quarto possuía portas para separar cada cômodo, dando acesso à sala e ao banheiro e era amplo, com dois guarda-roupas em cada parede, espelho no toucador, uma mesa de estudos e cadeira, mais um quadro, uma sacada com uma bela vista e uma grande cama de casal de cabeceira dourada.
Tonks olhou tudo aquilo deslumbrada e comentou.
- Meu apartamento parece uma periferia comparado a isso.
- Pelo menos você tem um apartamento. – desabafou Remo, tirando a capa de viagem e desafroxando a gravata. – Sorte que é o Sirius quem está pagando tudo, senão nunca viríamos aqui. Estive falando com Jean e ele me contou que nos domingos, os clientes do Hotel se reúnem numa longa mesa de jantar. É nossa chance de nos aproximarmos dos Malfoy e.....Tonks, você está me ouvindo?- perguntou quando viu que a moça estava concentrada com o olhar no chão.
- Eu...ahn....bem....
- O que foi? Qual é o problema? Não gostou de algo? Quer que eu peça para mudar...
- Não, não- ela interrompeu- está tudo ótimo, é que...
Tonks hesitou.
- É que o que?- Remo se sentou ao seu lado na cama. Tomando coragem,
perguntou - é Cris?
- Não, não. É que quando você e o homem da recepção estavam na minha frente, eu esbarrei nos Malfoy.
- Você o quê?
- O que você ouviu.
- Mas....te reconheceram?- ele murmurou.
- Não....bem, acho que não. Estou com a aparência diferente e nunca tivemos contato na vida, mas sabe.....tenho medo de ter estragado a missão já no início. Eu sou uma desastrada mesmo, uma burra, nunca deveria ter vindo. Todos confiaram em mim...– Ninfadora começou a choramingar.
- Não, Tonks. Não estragou nada. Tenho certeza de que Lúcio iria começar a querer te humilhar, ele não perde uma oportunidade de arrasar os não- puro- sangue.
- É, mas....
- Tonks, tudo vai ficar bem. – Remo segurou a bruxa no queixo, obrigando-a a olha-lo. Dessa vez, ambos sentiram um choquezinho com o toque.- Ninguém nos descobriu ou vai descobrir, só que temos que tomar o máximo de cautela. Passarei a te chamar de “querida”, “Amor ou “Helena” e faça o mesmo comigo, até nas conversas a sós como esta. Todo cuidado é pouco.
- Tudo bem. Perdoe-me Remo....quer dizer.... Michael.
Ele apenas sorriu e a abraçou ternamente. Com o gesto, os dois se
sentiram seguros e renovados. Ao terminarem, Tonks se levantou e pegou uma de suas malas, que foram levadas até lá por meio de algum feitiço, provavelmente.
- Er, Remo.....sem querer ser indelicada, mas quero que separemos as camas. Você sabe- e fez gestos impacientes com as mãos e corando.
- Ah, claro, claro. O seu namorado...Farei isso já.
- Obrigada. Vou tomar um banho. Ai, - ela suspirou- vou ter que me acostumar com algumas mudanças.
- Mudanças?- ele ergueu uma sobrancelha.
- É, vou ter que parar de dormir de camiseta e calcinha enquanto estiver aqui, por exemplo. – e entrou no banheiro. Lupin revirou os olhos; não tinha certeza se queria que Tonks mudasse seus hábitos.
Ouviu-se então uma risada abafada e tempo estridente vinda de
algum lugar.
- Disse algo, querido?- Tonks perguntou com uma sobrancelha erguida na porta do banheiro.
- Ah...não...não- ele se engasgou, embora não soubesse se foi por causa da risada misteriosa( que, de fato, não foi feita por Lupin) ou dela ter chamado-o de “querido”. Com a negação, a mulher trancou-se no banheiro e Lupin se esticou exausto na cama, suspirando.
Não podia se queixar de nada. O Hotel aparentemente era bom,
ninguém sabia a sua verdadeira condição, caso contrário não o olharia com respeito e sim com desprezo, era certeza de que os Malfoy estavam ali e, o melhor de tudo, era a companhia de Tonks. Como era domingo, haveria um jantar com todos os hóspedes do lugar e encontrariam com Lúcio e Narcisa. Precisaria ir bem arrumado, mas não tinha a menor idéia do que usar. Nunca fora em festas típicas bruxa e de puro-sangue na vida. Ia apenas nos bailes da escola, que nem eram tão formais, mas mesmo assim, a moda mudara. Teria que perguntar à Ninfadora, ou melhor, Helena, cuja experiência era maior devido ao seu trabalho, que a obrigava a se envolver com todo o tipo de gente do mundo mágico.
- Tonks vai ter que me dar uma mão- murmurou o bruxo com os olhos praticamente cerrados e quase caindo no sono.
- Hum.....Então Tonks vai te dar uma mão? Aonde que você quer a mão dela? – uma voz terrivelmente conhecida e maliciosa quebrou o silêncio do quarto e os pensamentos de Lupin. Quando este abriu os olhos, viu um Sirius Black jogado numa poltrona balançando no ar uma das pernas para frente e para trás com a cabeça encostada na parede e um sorriso bobo no rosto.
- Sirius!- Remo se levantou num segundo e fitou incrédulo o amigo.- o que está fazendo? Como...como veio parar aqui? Você é louco? Eu devia te matar!
- Calma, Reminho!- o animago se pôs de pé.- Também vim curtir a viagem.
- Curtir a viagem?! Você é um cara – de- pau! Dumbledore foi bem claro quando disse que estava proibido de vir na missão.
- E quem disse que vim para a missão?
Lupin pestanejou.
- Aconteceu algo? A Ordem? Os Weasley?- o lobisomem já se afobou preocupado.
- Não, não, não. Calma Remo. Está muito nervoso.
- Ora, Sirius. Como ousa? Veio aqui para atrapalhar tudo! Agora já foi longe demais.
- Claro que não. Só quis sair um pouco daquele lugar.
- Já saiu essa manhã quando fomos a King Cross.
- Ah, aquilo. Não senti nenhuma brisa, nenhum ventinho de liberdade. Sabe, não achei justo você e minha prima saírem, virem para um lugar como Paris enquanto eu fico lá, ouvindo aquelas reuniões chatas, vendo a cara do Ranhoso sempre e ficar sozinho na maior parte do tempo. Molly deixou o Largo assim que vocês saíram de lá.
Lupin deu uma voltinha no quarto nervoso e finalmente se
sentou na cama novamente.
- Como chegou aqui?
- Ah, essa é uma pergunta interessante e muito fácil de responder. Bem, quando vocês usaram a Rede de Flu, eu simplesmente me transformei em cachorro e fui para a rua. – narrou de uma forma direta.
- Você o quê?
- O que você ouviu. Oras, como um pobre e vadio cachorro chamaria a atenção dos vizinhos? Não há perigo Aluado, pensei em todos os mínimos detalhes há semanas. Nunca que deixaria vocês dois sozinhos...na missão, Aluado, na missão.- Sirius enfatizou bem a idéia “profissional”, pois Lupin o fuzilou com o olhar.- O resto foi mais simples ainda. Aparatei e vim parar no Hotel, afinal já estive aqui dezenas de vezes com minha família nas férias. E isso claro, até o quinto ano de Hogwarts. Então, entrei pelos fundos, nos alojamentos dos criados e vim até o seu quarto.
- Como você sabia o número?- Remo levantou a cabeça para fitar melhor o animago, que possuía uma leve expressão de tranqüilidade.
- Paguei ao Mundungo para que descobrisse. Agora como exatamente, não sei. Ele tem milhares de artifícios para usar quando quer algo ilegal. O problema é que esse cara é um explorador. Nunca faça negócios com ele, Aluado. Tive que pagar dez galeões pela informação.
- E como chegaram primeiro antes de nós? – o homem ignorou o comentário sobre o colega.
- Como dizia, conheço o Hotel há décadas, sabe, sempre o explorava nas minhas estadias e já conhecia o bastante. Assim, cheguei antes de vocês. Usei o Alorromora e tudo feito. Fácil, né?
- O que não ficará fácil é a sua vida quando descobrirem que está aqui!
- O que acha que farão comigo? Me tirar da Ordem? Duvido. Me deixar trancado no Largo e me privar das missões? Já estão fazendo isso, Aluado. Nunca respeitei regras e não vou começar agora.- fez uma pausa e umedeceu os lábios- Você não entende. Não sou como você, não posso aparecer em qualquer lugar sem causar encrenca.
- Então quer trocar de vida comigo? Não sabe o que passo nas luas cheias, não sabe o que passo quando...
- Prefiro ser um lobisomem do que ser feito prisioneiro mesmo estando em liberdade. Isso é meio antagônico, não?- ele murmurou as últimas palavras a ambos permaneceram em silêncio até que Remo tomasse partido.
- Me perdoe, eu esqueci o seu lado.
- É, esqueceu mesmo.
- Mesmo assim é perigoso. Se te pegarem.....
- Se me pegarem, pelo menos terei aproveitado alguma coisa e você também, ou vai me dizer que a Tonks...
- Já disse mil vezes que não estou aqui para gracinhas, Almofadinhas.
- Você não, mas eu sim.- Sirius abriu um sorriso e caminhou até a sacada, olhando a bela imagem da Torre Eifel, que estava bem diante de si.
- Eu sabia. Estranhei desde o começo que estava muito quietinho. Sem fazer aquelas brincadeirinhas pervertidas sobre eu e a Tonks. Tinha certeza que não ia ficar com o traseiro no lugar certo. Ai, como fui idiota!
- Bem, em primeiro lugar, o meu traseiro é problema meu.
- Acredite, não tenho o menor interesse nele. – comentou Lupin revirando os olhos e com um certo desprezo em suas feições.
- Em segundo lugar, eu NUNCA ia perder essa chance. Aluado, você e a minha prima têm que se acertar nessa viagem.
- Do que está falando?
- Vocês têm que ficar junto, deixar o passado para trás.
De súbito, Remo se levantou e apontou a varinha para Sirius
praticamente já fora do apartamento, o que fez o maroto ter que se apoiar na grade da sacada para não cair prédio abaixo, e murmurou com uma voz quase rouca.
- Nunca mais me lembre desse assunto, entendeu?
- Ah, tá tudo bem. Admito que exagerei um pouquinho. Só que não pode deixar Tonks. Ela gosta de você, tenho certeza.
- Como sabe?
- Ora, de todos da Ordem ela é quem mais te dá atenção, tem mais amizade, apesar de eu ser primo. Remo, vamos, aproveitem essa missão juntos.
Ao ouvir isso, o lobisomem não pôde deixar de sentir um pouco de
excitação dentro de si, mas, mais uma vez, deixou que a razão o dominasse.
- Ela tem namorado. Se Cris...
- Pro inferno o Cris!- Sirius o interrompeu fechando a cara N/A: Aposto que vocês gostaram dessa agora heim, meninas - Você tem todas as chances do mundo de conquista-la. Vamos Aluado, deixe de lado essa timidez. Se faz de inocente, mas sei que de inocente não tem nada. Você é uma fera.....er.....em todos os sentidos. Se é que me entendeu.
E Sirius lhe deu uma piscadela, porem o outro apenas o fitava
aborrecido.
- Ah, vamos Remo. Cara, ela dorme de calcinha! Vai me dizer que não sentiria subir o seu...
- Sirius!
- Hormônio, Aluado. Subir o seu hormônio. Que mente poluída! Como se eu quisesse dizer outra coisa.
- Nunca pensaria isso de você, Almofadinhas- ironizou o homem.- Não existe nada entre Tonks e eu e nunca existirá.
- Pense como quiser. Mas te prometo uma coisa: se depender de mim, estarei sempre espiando vocês e farei de tudo para que fiquem juntos.
- Ah Sirius, você não aprende. – o lobisomem bufou, deitando-se na cama.
- Ao contrário, já aprendi demais e...
- Michael, está tudo bem? – uma voz vinda de dentro do banheiro foi ouvida pelos marotos. Com horror, Remo concluiu que o chuveiro havia sido desligado. Num pulo, levantou-se e foi até o amigo.
- Rápido Sirius, ela já vai sair. Você tem que ir embora, senão ela pensará que eu e você.....ah....você sabe.....graças à sua brincadeirinha de outro dia.
- Certo, certo. Não sabia que a opinião dela era tão importante.- Sirius sorriu.
- Mas é, agora....tchau!- falou Remo ríspido.
- Ok, mas lembre-se: se depender de mim, temos um novo casal na Ordem.
- Adeus!- o lobisomem quase que gritou e Sirius se transformou num animal, indo em seguida se esconder atrás do sofá da sala todo animado como se acabasse de receber um osso.
- Amor, você estava falando com quem?- a porta do banheiro se abriu, porem ninguém saiu dele além de vapor.
- N-ninguém. Estava apenas pensando em voz alta. Já terminou? Tenho que tomar banho também.
- Estou saindo.
- Ah, antes que me esqueça. Você poderia me dar alguma dica do quê ves...ves....vestir- o bruxo deixou sua voz morrer, enquanto via Ninfadora sair do banheiro com uma toalha enrolada no corpo e outra no cabelo: ambas rosa com rendinhas brancas em suas extremidades.
- Ah, nem me fale. Prometo que não vou ficar andando assim pelo quarto. É que a cabeçuda aqui esqueceu de levar a roupa para dentro e a varinha e como não gosto muito de usar aqueles roupões de banho. Aquilo é muito formal para mim. Ah Michael, você não separou as camas?!
- Bem...eu esqueci.-desculpou-se.
Até poderia soar irônico para quem ouvisse a mulher pedir para o
marido separar a cama de casal deles, mas Lupin nem pensou nisso ( ao contrário de um certo animago perto dali) e piscou ainda impressionado, pois havia anos que não via uma mulher naquele jeito. A jovem estava agora sem maquiagem, os braços segurando a toalha maior no peito para que não escorregasse, andava descalça pelo lugar. Por debaixo de todas aquelas roupas de auror, Remo nunca pensaria que as pernas dela pudessem ser tão sedosas ....pelo menos, era o que aparentavam. Enquanto a moça se agachava e abria uma de suas malas, um assobio abafado, vindo da sala ( mais necessariamente atrás do sofá) soou no local. Tonks ergueu a cabeça para tentar captar a direção do som.
- De onde veio esse ruído?
- Que ruído?
- Esse. Você não ouviu?- a moça se levantou, quase que fazendo menção de ir à sala verificar.
- Não.- mentiu o maroto. Ele foi até ela e a convenceu a ficar ali, empurrando-a novamente para o quarto.- Pode ser os outros hóspedes.
- Estranho, tive a impressão ter ouvido....ah, esquece. Vamos nos atrasar. Posso ver as roupas que trouxe? Assim eu seleciono algo bem fashion para você.
- Bem o quê?- como Lupin não vivia com os trouxas nem tinha contato com eles, portanto não conhecia certas palavras do cotidiano de Tonks.
- Ah... bem legal quis dizer.
- É melhor tomar cuidado com seu vocabulário- advertiu.
- Ok eu já sei disso. As roupas sociais estão tudo na mala cinza. Pode mexer nela.
- Ótimo, agora se apresse.- mandou a metamorfomaga enquanto retirava algo azul escuro da prórpia mala.
- Fique na sua, heim!- falou alto o lobisomem.
- Ficarei sim.- Embora sem imaginar do que se tratava, Ninfadora respondeu depositando as vestes em cima da cama.
- Não é com você.
- Então com quem?
- Er....esquece.- Se dependesse dele, Tonks nunca saberia da importuna visita do amigo e, lembrando-se disso, o maroto a previniu.- Ah, Helena, acho melhor fechar a porta da sala enquanto você se troca. Sabe, está com correnteza e não queremos ninguém passando mal, né?
- É. Obrigada Michael. Melhor fechar a porta mesmo- e assim ela o fez, para infelicidade de Sirius, que espiava tudo por uma fresta minúscula que conjurara no sofá.





- Ah, eu adoro Paris. Aqui tem de tudo! Não sei nem por onde começar. Acho que primeiro quero ver o desfile de vestidos que acontecerá amanhã a tarde aqui no Hotel, depois talvez comprar alguns sapatos. No Beco Diagonal não há uma loja descente que trabalhe com material à nossa altura. Olhe, parece que fizeram algum shopping ali naquela rua. Não existia da outra vez que viemos, querido.- comentou uma voz delicada e
soberba enquanto estudava a cidade, vítima do pôr do sol, porque o céu possuía ainda um leve toque roxo no ar por causa das mudanças de cores das luzes.- Se Draco estivesse aqui....
- Teria achando realmente tediante.- completou um loiro que vestia algo que parecia um terno negro.
- Ah, Lúcio. Não me diga que não gosta de Paris. Já viemos tantas vezes....
- Eu sei, por isso cansei de ver tudo isso.
A mulher bufou decididamente e voltou-se para o quarto,
sentando-se na banqueta vermelha felpuda em frente do toucador. Com raiva de ter sua opinião contrariada, a mulher pegou rapidamente a escova de cabelos ao lado e começou a alisar as longas madeixas loiras ferozmente, desde de a raiz até as pontas, como se quisesse arrancá-las. Ao perceber a atitude da mulher, o marido a censurou.
- Francamente Narcisa, pare de ser mimada e aceite a realidade.
- Realidade? Que realidade? Que você nem se importa com as minhas necessidades? Sou uma Black, sempre fui. Não posso esconder a extravagância que corre em minhas veias, a futilidade, a vaidade.
- Não peço nada disso. Só peço que seja paciente nesses tempos. Essa não é uma viagem romântica como muitos pensam. Tenho que me reunir com o Lorde das Trevas em sigilo. Esse é o objetivo de tudo isso.
- Então não devo aproveitar tudo aqui, não?
- Faça o que quiser.- comentou Lúcio friamente enquanto calçava seus sapatos pretos e lustrosos. – Só não me atrapalhe. Há anos quis ser o de maior confiança do Lorde, há anos quis partilhar de seus planos secretos, há anos quis mostrar para todos os outros indignos de magia que EU sou o melhor, o mais capacitado, o mais leal. Não posso desperdiçar essa oportunidade. Os Lestrange tiveram as honras na última vez. Agora que estão em Azkaban, é tudo o que preciso para entregar ao Lorde o que quer.
- Refere-se à profecia? – perguntou a mulher procurando algo numa das gavetas.
- Quieta Narcisa! Não deve se meter nos planos do Lorde. Se não é Comensal, não tente se passar por uma.
- Como queira, Lúcio. Mas acho que se preocupa demais. Ninguém suspeita do retorno Dele. Estamos a jardas de distância da Ordem da Fênix. Ainda pensam que o próximo golpe será Harry Potter e não algo que está tão próximo deles.- murmurou Narcisa, abrindo as caixas de jóias que trouxe de uma maneira mais concentrada do que na conversa.
- Não subestime o velho. Dumbledore já deve ter passado muitas informações sobre nós para aqueles amantes de trouxas. O Lorde crê que ele saiba o conteúdo da profecia.- Malfoy pegava com cuidado o rico colar de brilhantes e o colocava em volta do pescoço alvo e fino da mulher, que se fitava no espelho, procurando alguma imperfeição para consertar em sua aparência.
- Mas será fácil para os Comensais terem êxito. Embora McNair e Noritan tenham sofrido um estuporante bem estranho. Sim, pois eu nunca soube de proteção no exterior da Sala de Profecia. Você terá todos os méritos e o Lorde certamente honrará os Malfoy até a morte e.... Lúcio, cuidado! Esse colar é herança de minha mãe. Não há pedras iguais em todo o mundo, mesmo que tentem imitá-las.
O puro-sangue deixara a jóia escorregar pelo corpo da mulher
até o chão antes de fechar a peça corretamente. Estava absorto, com o olhar e pensamentos em outro universo totalmente diferente ao que Narcisa falava. Com o barulho das pedras tocando o chão, Lúcio voltou para a realidade, passando a ouvir as reclamações da esposa.
- Querido, o que foi? Nem ouviu o que dizia. – a loira encolheu os pés para que o marido fizesse os brilhantes levitarem e assim voltarem as suas mãos.
- Nada, tive apenas uma idéia.
- Sobre o quê?- ela perguntava distraidamente enquanto acomodava o par de brincos, também do mesmo material que o colar e com formato de gotas longas e finas de água.
- Acho que conheço aquela moça de algum lugar.- Lucio mordia os lábios, olhando para sua figura no espelho.
- Que moça?
- Aquela que esbarramos na escada.
- Ah, nota-se que aquela lá não tem a menor classe. Com certeza enriqueceu com o casamento que provavelmente fez. Viu os modos que falava? Como se fôssemos ralé.
- Já a vi em algum lugar e sua voz é familiar. Não sei onde. Você se lembra?
- Nunca vi mais desajeitada.- queixou-se fazendo uma careta- mas, sabe querido, eu também tive a mesma impressão. Aquele rosto...hummm....não sei...em formato de coração....nossa, de repente me lembrei de Andrômeda. Aquela mulher tem o rosto parecido com o da traidora.
- É...isso mesmo Narcisa. Ela se parece com sua ... com aquela mulher.- o homem tentou se retratar, porque a esposa nunca aceitara que sua irmã trocara tudo o que tinha por um trouxa.
- Mas Lúcio, isso é impossível. O que estaria fazendo aqui? Ela não recebeu nada de herança e o marido nem tem dinheiro para alugar um quarto por uma hora. Não, não, não. Estamos nos confundindo.
Lúcio finalmente prendeu o colar no pescoço da mulher, que
passou a fazer os últimos retoques na maquiagem.
- Sabe, se não me engano, a sua sobrinha trabalha no Ministério.
- Minha sobrinha não. Nem diga uma coisa dessas!
O marido apenas ignorou o comentário, mais preocupado em
revirar a memória.
- É, é ela mesmo. Lembra-se daquela vez em que jantamos na casa do Ministro? Ele nos apresentou ao sobrinho, lembra?
- Claro que sim, mas o que tem a ver?
- Ele estava com uma bruxa de cabelos quase que azulados no início, lembra? E quando saímos, ela mudou a cor para vermelho.
- Oras, talvez tenha usado alguma poção, querido.
- Não, não. Ela é uma auror; já a vi várias vezes no Quartel General dos aurores, sempre com cores diferentes de cabelos, mas com o mesmo rosto.
- Mas seus cabelos estavam normais hoje, se é que era ela.
- EU DISSE QUE ERA ELA!- Lucio perdendo a paciência com a mulher com a mulher, que fingiu não ouvir e continuou com seus cuidados com a beleza.- Talvez......ela tenha poderes que desconhecemos, algo que a faça mudar de cabelos, sei lá, ou ela pode tomar alguma poção.
- Bem, acho que na tapeçaria dos Black, há alguém com metamorfomagia. Sabe, mudar de aparência e tudo? Talvez, aquela menina, como é o nome? Pandora? Talvez ela tenha herdado esse dom e fique por aí mudando de aparência, o que acho cansativo, pois se você já tem uma beleza natural, não há nece......
- É isso!- o marido a interrompeu.- Tem que ser isso! Ela pode mudar de aspectos. Claro, o pai dela é trouxa e certamente a mãe lhe falou sobre a Ordem. Ela veio para nos espionar, Narcisa. Ela e o marido.
- Mas....quem é o marido? Quem com tanto dinheiro se casaria com ela? Certamente, nós saberíamos. Alguém para freqüentar esse Hotel deve ter muitas posses e somos amigos de tantas famílias bruxas, Lúcio.
- Eu não sei. Não sei quem é o marido dessa mulher. Ela deve ter se separado do sobrinho de Fudge e dado o golpe do baú certamente. Aproveitou o cinismo e se aliou à Ordem, só pode ser isso.
- Lúcio, agora que você falou sobre a Ordem e eu sobre família, vi uma cena engraçada a pouco na janela.
- E o que foi?
- Bem, enquanto eu estava vendo Paris, eu poderia jurar que vi alguém ameaçando com uma varinha meu primo Sirius.
- Sirius? Sirius Black? O fugitivo traidor?
- Sim, sim. Mas.....ah.....acho que fiquei muito deslumbrada com todas aquelas luzes e me confundi. Poderia ser qualquer um, porém havia muita semelhança. Me lembro bem dele, ainda mais depois de todos aqueles cartazes de procura.
- E quem o ameaçava?
- Era um bruxo elegante, mas não o conheço. Estavam algumas janelas de distância e não o vi muito bem, mas...ah......estou enlouquecendo, fico feliz que pegamos umas férias. Estou até imaginando coisas, ora essa!
- Não são férias Narcisa, já disse. – ele respirou profundamente e continuou- Bem, talvez não seja loucura sua. Se a mestiça está aqui, o que custaria vir acompanhada? A escória do seu primo teve a ousadia em ir à King Cross de manhã disfarçado, lembra? Ah, mas se tudo isso o que imaginamos for verdade, teremos uma recompensa e tanto. O Lord ficará tão grato....mas a minha vontade é pegá-los cada um e os torturar antes de mais alguém, antes que outro saiba do que sabemos.
- Não, não é conveniente. Temos que ter certeza antes de qualquer passo falso. Ele ainda está descontente com você por não tê-lo procurado nesses quatorze anos e não gostaria de nenhum erro. Seria fatal para nossa família, querido. Meu cabelo está bom?- perguntou ela dando as costas para o homem e se admirando no espelho. Lúcio apenas se aproximava e a abraçava por trás, dando-lhe beijos carinhosos nos ombros desnudos pelo cetim verde do vestido.
- Está ótimo. Tem razão, Narcisa. Vamos estudar esse casal e descobrir realmente quem eles são antes de qualquer imprudência. Mas garanto que hoje mesmo descobriremos se a mulher é quem pensamos.
- Como fará isso?- a mulher fechou os olhos com as caricias do puro-sangue.
- Deixe comigo. É a parte mais fácil isso.

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Oiiiiii.....gente, fiquei muito tempo longe das atualizações! Durante a semana....só estudo. De sábado, provas, aulas e estudo. Meu único tempo p/ me dedicar ao lazer está no domingo. E neles é que posso escrever alguns capítulos das fics.
Ultimamente estou escrevendo minha nova fic, que é um presente p/ minha super amiga Fefa, e hoje coloquei o trailer na net. É do shipper Sirius/PO e minha 1a fic que não é sobre Remo/Tonks. No começou foi meio estranho, mas estou gostando do que ta saindo....
Se alguém tiver interesse em dar uma olhadinha.....prometi a mim mesma que atualizarei toda semana...tomara que consiga!


Ta aí o recado. P/ quem gosta do Sirius é um prato cheio. Mais Profundo é o nome.
Mas voltando à Tonks/Lupin. Há umas parte que a recepcionista fala em francês. Eu ia colocar o dialogo dela com o Jean em francês com a tradução embaixo.....mas ficaria muito chato ter que para a historia no meio para consultar um “vocabulário”. Meninas, o q acharam do Sirius em Paris???? Isso não vai prestar...
O capitulo não tem muito ação, mas acreditem, tem bastante informações.

Agradecimentos.....sei q muito comentaram mas como o f&b tava ruim na época que postei por ultimo, não recebi quase nenhum comentário....você que comentou e não agradeci pessoalmente, me perdoe. Quero agradecer a todos que leram.

Ana L. Weasley: Oi, quase sair o trailer, me avise sim. Por um acaso vc me pediu para ensinar a colocar capa na fic? Tipo, antes eu não sabia direito, mas agora eu sei. Se precisar dew ajudar, eu estou aki e t dou algumas dicas ;) Fico feliz que esteja gostando da minha fic. Obrigada pelo comentário.

Fefa Black: Menina, voce viu? Toh anunciando p/ todo mundo sua fic. Espero que vc tenha gostado dela mesmo. Obrigada por voce, mesmo de tantas vezes ter comentado, ter insistido em deixar uma rewiew. Eu não gosto do Cris, só acho que vocês pegam pesado com ele. Se for analisar friamente, ele não fez nada e gosta mesmo da Tonks. Não é como o Snape na minha outra fic, o malvadão. Huhauahauhauah...voce se lembra da noite do temporal? Aquela foi bem romântica e devo confessar que o Remo me surpreendeu..hauhauahuahau.....realmente, é melhor abafar o caso. Não sou má,; o Remo chora pq a vida dele é sofrida. Ele deve ser muito fofo chorando. Não é nessa fic que vc se junta com o Sirius não viu? Hauhauahua....ta em fic errada minha filha. Feliz niver de novo.

Letícia: Lua de Mel com a Tonks??? Eu não prometi isso não. Quem prometeu foi o Sirius. Devo confessar que fiquei com dó do Remito....magina matar um filho? Aind amais ele, que é sentimental. De fato, a F&B tava um saco no mês passado. Por favor Lele, não morra lendo minha fic não. Não quero ser responsável por nada. Já me basta uma que arranca os cabelos...logo vou me sentir culpada.

Marcela Almeida: A única que tm que agradecer aki sou eu, por vc sempre comentar, ler e dedicar carinho a cada capitulo. Muito obrigada. Nossa, vc gosta tanto da minha fic? E imaginar que eu estava pensando em parar por causa de um comentário ruim que li por aí sobre esta fic. Se vc quiser....tem outra fic minha do shipper Remo/Tonks neste site chama “de atração ao amor”. É uma historia pos esta aki e está concluída, porem não precisa ler esta para entender aquela. Sinta-se a vontade. O Remito tinha que ficar lindo com aquelas roupas, ne? Eu soh fico aqui imaginando a cena....Cara, se eu disser que voce é a 3a pessoa que me chama de safada em menos de um mês, o que voce pensaria? Não tive culpa que o professor de literatura começou a tirar a roupa no meio da sala d aula e eu comecei a agitar junto com minha colegas....o cara tem 38 anos! E eu sou uma pobre mortal. Agora, quanto ao Cris, eu tenho dó do que vocês fazem com ele. Quanto a Tonks largar ele....sem comentários!


É isso meninas.....desculpa mais uma vez se não agradeci ninguém.....não deixem de acompanhar a fic do Sirius...
Beijos e obrigada por tudo.

Gude Potter

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