Espionagens a toda hora



6. Espionagens a toda hora

A auror ficou chocada. Não, não podia ter ouvido direito. Ainda com medo de se confirmar suas suspeitas, perguntou novamente.
- Voc.....você o quê?- gaguejou.
- É ...eu entendo seu espanto. Tive um filho, ou melhor, uma filha. Fiquei pior que você quando soube o que aconteceu.- ele levantou o rosto e seus olhos estavam embargados por lágrimas.
- Como assim?
- Eu matei quando estava na lua cheia. Bem, Minha mulher havia ido viajar em cima da hora no período da lua cheia e eu nem sabia. Ela viajava muito porque trabalhava no Ministério, no Departamento Internacional em Magia. Cheguei em casa e li o bilhete que me deixou antes de ir; mas o fiz tarde demais, pois quando terminei, corri para o quarto mais próximo da casa e me tranquei a tempo da transformação, logo começou....- ele fez uma pausa e continuou - a mudança e ainda não existia poção mata-cão. Eu pensei que as quatro paredes iriam me segurar, mas fui muito idiota. Se nem a Casa dos Gritos me segurava, imagine uma porta. Não me lembro de nada, apenas fico imaginando a cena: eu me aproximando do berço e.....Asheley só tinha alguns meses....
Ele se calou e começou a chorar, abafando os sons com as mãos e a capa. Tonks
foi até ele e o abraçou meio de lado, por causa da má posição que estavam situados.
- Remo, eu sinto muito. Eu não sabia.....Sirius nunca comentou.
- Eu...eu pedi para que ele nunca tocasse no assunto e peço a você também, mesmo quando estivermos sozinhos. Quando Elaine voltou da viagem e soube, ela quase que me matou. Nunca a amei, porém ninguém merecia isso. Saí de casa no mesmo dia, porque era dela o imóvel; ganhara de presente dos pais em seu nome. Fomos namorados em Hogwarts e pensei que pudesse dominar a maldição, assim como fiz na época de estudante, mas as tentativas foram em vão. Por sorte, o Ministério não me deu voz de prisão, afinal não estava na melhor das minhas condições naquela noite.- o homem escondeu o rosto novamente nas vestes.
- Remo, me perdoa por te fazer tocar nesse assunto. Eu...eu nunca mais tornarei a falar dele. Prometo. Por favor, não chore por minha culpa. Não quis causar nenhum mal- e o abraçou a capa mágica já havia deixado seu corpo há muito.
- Não é sua culpa. Sabe, eu jurei a mim mesmo que não me envolveria com mais ninguém. Não me perdoaria se colocasse a vida de mais alguém em risco.
- Eu sei, mas é com nossos erros que aprendemos.....- mas ele colocou a mão em sua boca para cala-la e sussurrou em um de seus ouvidos “cubra-se rápido”
Correndo e tentando não fazer barulho, Tonks voltou para seu lugar perto da
maçaneta da porta e se cobriu inteiramente pela capa, igual a Remo. Passos de longe podiam ser ouvidos. Lupin, que tinha os ouvidos mais aguçados graças à sua maldição, detectou primeiro. Aos poucos, duas vozes foram aumentando de som.
- Tem certeza que é por aqui, Robert?- questionou uma voz ríspida. – Já rodamos um monte de salas e nada.
- Tem que ser essa Alec. Nessa não entramos.
- Ainda não entendi por que o Lord quer essa profecia. O que ela diz?
- Como vou saber? – retrucou o outro.
Quando entraram no corredor e, com a luz dos archotes, Tonks
reconheceu o tal “Robert” ; ele era McNair, um funcionário do Departamento de Execuções Mágicas e, segundo Harry, um Comensal da Morte. O acompanhante, com certeza, não era do Ministério, pois nunca vira mais feio, parecendo ter uns dois dentes na boca, cabelos raspados e uma cicatriz numa das bochechas. Tentou apurar mais os ouvidos e se interar ao diálogo.
- Não é para você entender, e sim obedecer. Nós devemos pegá-la e traze-la para ele.
- Quem....quem levará?- Ambos avançavam
- Os Malfoy.
- Os Malfoy?- o outro deu um berro.
- Shiii...quer que os quadros nos escutem?- sussurou um dando uma cotovelada no outro- Sim, os Malfoy. Eles viajarão no dia em que sairá o Expresso para Hogwarts. Vão se encontrar pessoalmente com o Lord.
- Por que o Lord não vem a Londres?- perguntou Alec.
- Oras, isso chamaria atenção para nós. Talvez sejam precisos mais do que um encontro e vai saber quanto tempo irá durar tudo. Se Lúcio se ausentar tanto do Ministério, Fudge poderá notar que há algo errado com um cidadão tão prestativo como ele. Infelizmente, os Malfoy passaram a ser os queridinhos do Lord, já que os Lestrange estão em Azkaban.
- E por que no dia do embarque a Hogwarts?
- Bem, tudo deve parecer que eles estão numa segunda Lua de Mel. Irão se hospedar no Paris Lux Hotel, em Paris, um hotel muito fino. Ninguém achará estranho, do jeito que o casal busca conforto. Terão várias reuniões com o Lord sobre a profecia, o Potter, a Ordem....
- Acha mesmo que a Ordem foi convocada?
- Claro, temos fontes seguras disso. Agora, chega de conversarmos, vamos entrar na Sala e achar a profecia.
Quando estavam a menos de quarenta centímetros da porta, Tonks
sentiu seu coração disparar. Qual era o plano? Não havia combinado nada com Lupin sobre o que faria; e o inimigo se aproximava.....
Num clarão cinza, o tal Alec fora empurrado metros para trás até que, com a força do empurrão, ele não teve tempo de se defender e bateu com a cabeça num archote, caindo inconsciente. McNair, cujo olhar perplexo se deteve no companheiro, ficou temporariamente sem ação. Com o feitiço mental de Lupin, Tonks já entendeu o recado e também lançou um estoporante em Robert através da capa, que caiu com os olhos abertos fitando o teto sem se moverem.
- Ótimo! Agora temos que tira-los daqui.- concluiu Lupin enquanto se aproximava do corpo inerte de Alec e Ninfadora fazia o mesmo em relação ao corpo de McNair.
- Certo, vamos usar o feitiço transportador e deixa-los na porta da cabine telefônica. Na certa, eles terão de se explicar para quem chegar de modo trouxa.
- Exato. Pronta? No 3?
- Sim.
- 1,2...3.
Ambos apontaram respectivamente para cada Comensal e que
atacaram mais cedo e estes desaparecendo, indo para onde os bruxos haviam combinado.
- Pronto.- desabafou Lupin, voltando para seu antigo canto ao lado da porta e pondo-se totalmente embaixo da capa de invisibilidade.- Acho que agora você pode descansar. Creio que não virá mais ninguém.
- Mas, Remo......
- Eu cochilei um pouco quando estive lá em cima. Durma você, se cubra com a capa e tenha bons sonhos.- disse ele em um tom quase que fraternal.
- Eu.....está bem, boa noite- a mulher não podia recusar, afinal estava morrendo de sono. Ajeitou-se no seu lugar inicial e colocou-se a dormir sentada. Não era lá muito confortável, mas precisava quase que desesperadamente de um cochilo.
- Boa noite- Remo falou e olhou no relógio, vendo que este marcava uma e quarenta da madrugada.






- Os Malfoy irão se encontrar com o Você- Sabe- Quem? Não acredito, apenas Fugde não quer ver que você Alvo, está certo.- comentou Minerva na reunião do dia seguinte para que todos apreendessem o acontecido.
- Ele não quer perder a fama. Quer se sentir superior a qualquer bruxo.- respondeu Dumbledore olhando por cima dos óculos para a professora. – o que mais descobriram?
- Apenas isso senhor, eles partem no dia primeiro. Deve parecer que é uma segunda Lua de Mel- comentou Tonks. Ela poderia jurar que viu com o rabo dos olhos Snape fazer uma careta ao ouvir aquela informação.
- O fato é que não devemos deixar tudo acontecer sem a Ordem se envolver. Precisamos de alguém que viaje à França e os espione com a máxima cautela- sugeriu Artur.
- Tem razão Weasley, quem se voluntaria? - perguntou Moody, com seu olho mágico correndo todos os integrantes.
Ninguém tomou partido, mas segundos depois Sirius levantou a mão.
- Ah, Sirius por favor. Você sabe muito bem que não pode deixar o Largo. Obrigado, mas se te virem...- Alvo disse, fitando o maroto.
- Não é uma missão secreta? – questionou o padrinho de Harry aborrecido e de braços cruzados .
- Não. Precisaremos de alguém que se mostre fisicamente para todos e não que se esconda. Seja quem for, deve-se hospedar no Paris Lux Hotel também e prestar atenção em tudo o que Lucio faz.- contou Rowffield. – na verdade, não podemos chamar atenção.
- O que você tem em mente?- perguntou Gui.
- Acho melhor mandarmos um casal, porque... pensem....chamaria menos atenção do que alguém ir sozinho nesse lugar. Não é um local para encontros de negócios e sim de lazer. Além do mais, um pode ajudar o outro se precisar.
- Ótima idéia, mas quem de nós faz casal? Apenas Molly e Artur.- questionou um outro bruxo da Ordem que até então não falara nada. Seu nome era Manfried.
- Bem, eu e Molly não podemos ir a um lugar desses. Lá deve ser tudo caríssimo e, mesmo que nos emprestem dinheiro, há bruxos em Paris que são do Departamento Internacional de Magia e me reconheceriam. É muito arriscado Alvo. Sem falar nos próprios Malfoy- o ruivo se voltou para Dumbledore.
Todos ficaram em silêncio, pensativos. O que fariam agora? Não havia outro
casal na Ordem e mesmo assim, todos tinham seus empregos, famílias e a situação financeira muitas vezes não ajudaria naquela empreitada.
- Bem, por que a Tonks e o Lupin não vão novamente? Eu acho que fizeram um ótimo trabalho para defender a Sala de Profecias e se esconderem. Além do mais, se ela usar a metamorfomagia ninguém a reconhecerá e não teríamos problemas com estoque de poção Polissuco e tudo, já que não sabemos direito quanto tempo devem ficar. – Gui tomou a palavra. Embora no passado já se apaixonara pela auror durante seus últimos anos em Hogwarts, gostaria de vê-la feliz e sabia que Ninfadora gostaria de estar naquela missão mais do que ninguém. A moça abriu um sorriso ao perceber que seu amigo lhe apoiava no grupo e queria que ela evoluísse.
Aluado, pulou da cadeira com aquilo. Não pretendia se aproximar de
Tonks de novo tão cedo. Quando a via, nem tudo saía tão bem assim.
- Uhm, é uma boa idéia! Lucio nem te reconheceria Tonks caso se encontre com ele. E Remo, bem...- Minerva explicou contente com a sugestão de Weasley.- não trabalha no Ministério. Faz anos que não se vêem desde da Primeira Guerra entre a Ordem e os Comensais. E se vocês dois fingirem ser casados para o resto da sociedade dali usando nomes falsos, nem perceberão. Serão apenas mais um casal apaixonado naquele lugar.
- Além do mais, se fosse um casal diferente, chamariam menos atenção.- argumentou Sirius, que gostou muito daquela situação. Não haveria melhor oportunidade para que Lupin esquecesse o passado e recomeçasse uma nova vida.
- Sim, me parece ser bom isso. Remo não tem problema com emprego e garanto que Tonks pode conseguir uns dias de folga do Ministério.- Alvo se voltou para Kim Shackelebolt, que começou a falar.
- Posso dar um jeito nisso. Te darei quantos dias precisar de férias- ele se voltou para a colega de trabalho, que lhe deu um sorriso.
- Mas estamos combinando tudo sem perguntarmos aos dois mais envolvidos nisso. Concordam em viajarem juntos para espionar os Malfoy? Dumbledore perguntou, fitando cada vez um.
- Claro, demorou. Eu topo!- Ninfadora já concordara desde o principio.
- E você, Remo?
O lobisomem não respondeu olhava pensativo para a mesa, pois não tinha
certeza se aceitaria a missão. A duvida não era quanto a sua capacidade de obter êxito, e sim se não seria reconhecido. Haveria alguns funcionários do Ministério. Será que passaria despercebido, depois do escândalo daquele ano em que lecionava em Hogwarts? Porém, toda a Ordem contava com ele e Tonks já havia concordado.Depois de segundos assim e quando todos pensaram que ele negaria, ele aceitou.
- Tudo bem. Mas, e quanto ao dinheiro? Esse Hotel não é qualquer um. Os Malfoy têm recursos. Como poderíamos nos passar por ricos?
- Isso não é o problema, Aluado. – Sirius se virou para o amigo. Se pudesse fazer aquela missão ser um sucesso em todos os sentidos, ajudaria cem por cento em tudo. –Usem o quanto for necessário da fortuna Black,
- Então está combinado. Vocês partem assim que deixarem as crianças na plataforma.- Anunciou o diretor da escola.





Os dias passaram extremamente rápidos. Tonks contava os minutos para a sua missão dar inicio. Nem pensara direito sobre tudo aquilo (como sempre), sair com Lupin por um tempo indefinido, seu serviço no Ministério, sua família.....e o namorado. Cris não saberia daquilo nunca se dependesse dela, do contrário...seria o maior falatório, ao começar com as fofocas no emprego e a má imagem de Fudge sobre ela. Não lhe agradava enganar o estagiário sobre o que faria naqueles dias de folga que Kim lhe dera, mas não existia outra opção. Depois do frustrante Dia do Beijo, Tonks foi procurar Cris em sua casa e mentiu; contou que Andrômeda passara mal naquela noite e ela, Ninfadora, fora dispensada do Ministério para ficar na casa dos pais, pois era filha única e a mãe precisava de companhia. Naquela mesma noite de “esclarecimentos” e reconciliações, os dois saíram e, seguindo o pedido da mulher, ambos foram para uma balada trouxa. Comemoraram muuuuuuuito bem o Dia do Beijo, mesmo que atrasado N/A: Imagino a cara de vocês, leitoras que odeiam o Cris *( Gude pega ele no colo )* e “Ninny”disse que sairia alguns dias de férias, indo visitar seus avós paternos no sul da Grã Bratanha.
Enquanto isso, Sirius acertava com Lupin tudo sobre a herança Black e tudo o que era necessário. Para espanto do lobisomem, Almofadinhas estava tranqüilo, não ficava falando que invejava-o naquela missão como de costume por não poder sair do Largo, não deu nenhum conselho de como ser agradável com Ninfadora para “não perde-la”; parecia que o animago possuía uma carta sob a manga. E se conhecia Sirius (e ele conhecia), o amigo não ficaria tão quietinho não.
Então, finalmente chegou o dia do Expresso de Hogwarts levar os alunos à escola. Tonks, para não chamar a atenção de ninguém, nem dos Malfoy nem dos demais pais ali presentes, pensou em usar algo totalmente diferente. Naquela manhã, acordou bem cedo e, como já possuía a dispensa do emprego a partir daquele momento, já poderia se considerar de férias, pois em um ano trabalhando lá, nunca tirou alguns dias para descansar, afinal só estava lá há pouco tempo. Ainda em seu apartamento, Ninfadora não sabia com que aparência iria à estação. Tentou várias, mais jovem, mais velha, com cabelos lisos, crespos, curtos, ruivos, loiros, estilo punk. Aff, que indecisão! Teria que ser algo que nunca a reconheceriam. “Como todos me conhecem, provavelmente pensam que irei como uma mulher um pouco mais velha. Tenho que confundir aqueles Comensais idiotas, mas como?” pensou. Sem a mínima idéia, decidiu andar pelo apartamento para que algo lhe inspirasse e desse uma saída. Foi à sala, cozinha e até ao banheiro, porém nada. Quando voltou para o quarto, jogou-se na cama e observou o teto, quase cedendo ao impulso de não “inovar” na escolta. Tentando não pegar no sono por causa de sua preguiça, levantou-se e viu em sua cabeceira um retrato de Cris e ela abraçados e acenando. Tomara que nada lhe acontecesse naquela missão, pois não suportaria se separar do namorado. Atrás da foto, havia outra em que a auror pegou na mão. Era uma imagem de seus pais e ela criança num parque trouxa de diversões em frente ao carrossel. Embora ninguém se mexesse, era algo divertido em se olhar. Do outro lado da cama, também havia retratos, contudo eram de seus avós paternos segurando-a no colo com amor. Com um baque, Tonks decidiu: se fosse de velhinha, ninguém perceberia a presença de uma auror disfarçada. Fechando os olhos, a moça se transformou no que queria. O rosto cheio de rugas, cabelos brancos e crespos e suas roupas, com um feitiço, viraram num vestido simples de tricô amarelo canário. Olhou-se satisfeita no espelho e suspirou, contemplando o resultado de seu trabalho. “Meu Merlim, logo eles sairão do Largo. Estou atrasada!” e pensando nisso, pegou uma bolsinha, também de tricô que transfigurou para combinar com o figurino e saiu apressada.
Não tiveram nenhum problema durante o percurso; ela, Molly e Harry; um outro grupo sendo Sr. Weasley, Rony e Hermione; e Lupin, Gina , Fred e Jorge com Moody levando as bagagens, sem mencionar Sirius, que havia ido sem a autorização de Dumbledore. Segundos depois do trem deixar a plataforma, todos desaparataram e voltaram para seus afazeres.




- Ah, esse aqui ficou ótimo. Vai chamar muita gatinha assim- comentou Sirius sentado na cama ao ver Lupin provando algumas roupas que Dédalo Diggle comprara, com o dinheiro dos Black, no Beco Diagonal. O lobisomem vestia uma elegante túnica negra com alguns detalhes em dourado na barra e nas mangas. De fato, ele nunca pensou que usaria roupas de tanto luxo em sua vida. Começando a apreciar mais a idéia da missão, começou a dar voltinhas em torno de si em frente do espelho, observando cada detalhe.
- Você sabe que não é essa a finalidade, não? Tenho que espionar Malfoy.- murmurou Lupin, concentrado enquanto ajeitava o colarinho esticando o pescoço para fora da roupa.
- Ah, é mesmo? Para quê tantos enfeites se você já encontrou a garota certa?- ele deu um sorrisinho, diferente de Remo, que parou com o que fazia e o fitou através do reflexo do amigo no espelho.
- Ainda com esse assunto? O que tenho que fazer para que tire essa loucura da cabeça?
- Ah, seja como for, não é por falta de vontade sua.
- Esse foi o último. Agora vou tira-lo, tomar um belo banho e fazer a barba. Se os Malfoy nem lembram de mim, com o rosto diferente será ainda mais difícil.- desconversou Lupin começando a se despir.- Poderia guarda isso na mala marrom, por favor?
- Quer que o ajude a tomar banho também?- perguntou Sirius ironicamente.
- Há, há, há....que engraçado- Lupin simulou uma risada sarcasticamente lhe entregando as vestes que tirou. – Não pediria isso a você nem sob a Maldição Império.
- Garanto que para minha prima você pediria.- murmurou e, por sorte, o bruxo já havia entrado no banheiro e fechado a porta.




- Diga o que disser Sirius, ter ido à Estação poderia ter te desmascarado.- comentou Molly de costas para o animago, que estava sentado numa cadeira observando a ruiva mexer o jantar no fogão.
- Faz quatorze anos que não posso andar livremente na rua. Quero sair um pouco, não agüento mais ficar aqui. –desabafou ele mirando os dedos cruzados sobre a mesa de jantar e murmurou- não agüento mais ficar aqui.
- Mas mal faz dois meses que a Ordem foi recrutada e você já está assim? – perguntou Molly, indo se sentar ao lado do amigo.- Como você ficará nos próximos tempos.
- Não será fácil. Daria tudo para estar na pele do Remo por uma noite nesta missão. Apenas para sair um pouco.
- É um trabalho da Ordem, Sirius e não um passeio. Por falar nisso, não acha que o Snape está estranho? – ela abaixou a voz para que ninguém os escutasse.
- Bem, estranho ele sempre foi.- ele fez um movimento distraído com os ombros.
- Não, você não entendeu. De uns dias para cá está muito sério, não conversa com Dumbledore direito.
- Aquele traidor sempre vai apresentar duas caras. Ninguém acredita em mim, mas o Ranhoso é um Comensal mais do que integrante da Ordem.
- Você não vai mudar de idéia, não é? Dumbledore acha....
- Ele está errado – Sirius o interrompeu – e vocês verão, quando menos esperar ele vai dar um bote. É um sonserino, uma cobra venenosa da pior espécie.
- Tive a impressão de ter ficado incomodado com a viagem dos Malfoy.
- Aposto que era ele quem queria prestar contas ao Voldemort e ter suas regalias.
- Ah, você não muda mesmo, não? Mas enfim, temos um assunto para discutir com você.
- Diga, Molly – o maroto abriu um sorriso pela conversa ter tomado outro rumo. Enquanto nenhuma pessoa acreditasse nele, falar sobre o Ranhoso não lhe daria o menor prazer.
- Ontem quando ia para o meu quarto, ouvi você conversando com os Gêmeos.
- Foi.
- Não quero que pense que sou uma indiscreta, mas era sobre o quê?
- Ah, bem...isso é pessoal.
- Sei que não tenho nenhum direito em me meter na sua vida, mas lhe aviso uma coisa: se está patrocinando eles a fazer aquelas porcarias Sirius, eu vou...
- Calma Molly, não é nada disso. Só estávamos conversando.
- Ouvi muitas risadas no corredor...
- Eram algumas piadas, nada para se preocupar.
- Você é suspeito em dizer isso em parceria com aquelas pestes. Eles são tão jovens....
Mas Sirius a interrompeu, soltando um longo assobio e ficando de pé e sorrindo, como se visse a mulher mais linda do mundo passar na sua frente. Na verdade, queria aborrecer Lupin, que entrara na cozinha com outro visual. Não usava seu tradicional terno puído e com remendos, vestia uma capa negra novinha e escovada, camisa também escura, sapatos sociais da mesma cor e envernizados, havia um relógio de ouro em seu pulso esquerdo e uma gravata dourada no pescoço. Remo fez um elegante cavanhaque com sua barba e seus cabelos, antes grisalhos por causa das preocupações e envelhecimento precoce, agora eram castanhos e estavam perfeitamente penteados, graças a algum feitiço. Quem o visse, nunca imaginaria que ele era um bruxo amaldiçoado, ao contrário, pensariam que é o maior milionário de Londres.
- Uau! Ei Remo, pensei que fosse fazer uma espionagem e não ir à um concurso de beleza- e Sirius riu da própria piada.
- Vai brincando Almofadinhas. Você sabe que tenho que parecer rico para freqüentar aquele Hotel.
- Ah, acho que não é só isso não. Tonks vai gostar muito de te ver assim.
O animago recebeu um chute na canela da Sra. Weasley, que
percebera que Remo fez cara de poucos amigos.
- Acho que está ótimo. Ninguém te reconhecerá.
- Tomara Molly, porque teremos que seguir os Malfoy aonde quer que vão.
- E quando Tonks chega? – a mulher perguntou.
- Hum......a qualquer momento creio eu- comentou Remo consultando o relógio e indo se sentar perto de Sirius e Molly.
- Por acaso ouvi meu nome?- perguntou uma voz familiar e feminina vinda da porta da cozinha.
Todos voltaram seus olhos para aquela pessoa recém-chegada. O
queixo de Lupin praticamente caiu ao ver Tonks – se é que ainda a mulher era Tonks. A auror também havia feito suas modificações. Seu rosto, ainda em formato de coração, passou a ser mais oval, com bochechas rosadas, sobrancelhas negras e definidas, lhe dando um ar maturidade, os lábios possuíam um pouco de batom rosa e os olhos azuis possuíam sombra fraca e um pouco mais escura que a cor de sua pele, que também tomou uma aparência um pouquinho mais velha do que já foi. Definitivamente, maquiagem mudava Ninfadora. Seus cabelos – que outrora eram roxo, rosa, amarelo, enfim- se tornaram lisos e sedosos, brilhantes a mínima luz e ficavam presos num alto e elegante rabo- de- cavalo, deixando alguns fios caírem perto dos olhos e lhe dando um certo charme. Trajava um vestido longo de musselina azul claro que parte da barra se arrastava no chão. A roupa era de alcinha, embora o decote fosse comportado (para a infelicidade de um certo maroto) e aberto nas costas tendo vários “X”traçados por fitas da mesma cor, embora o detalhe estivesse coberto pela capa azul-marinho. A mulher também usava luvas brancas e, para completar, uma sandália prata. Molly, Remo e Sirius continuavam atônitos pela transformação, afinal a metamorfomaga nunca se produzia assim para trabalhar ou ir a uma reunião da Ordem. Lupin até poderia jurar de que Cris nunca a vira daquele jeito.
- E aí? Como eu estou? Passo por uma mulher casada e respeitável?- Perguntou a auror dando uma voltinha de modelo.
- Ah, Ninfadora querida, você está linda!- Molly se levantou para contempla-la melhor e mais de perto.
- Bem, eu.....acho que exagerei um pouco no disfarce.
- Não, a mudança lhe caiu muito bem. Parece que envelheceu um pouco- Molly alisava os cabelos de Tonks.
- Tive essa intenção, assim todos pensarão que eu e Remo somos contemporâneos, ah, sem ofensa Remo.- a moça se retratou pelo comentário. Entretanto, o lobisomem não respondeu nada, apenas continuou a comtempla-la impressionado.
- Nenhuma bruxa chegará aos seus pés, Tonks- Sirius a observou sorrindo, orgulhoso em ver a filha de sua prima favorita tão bonita e fazendo par com seu melhor amigo.
- Ninfadora, você tem alguma pergunta antes de viajarem? Aproveitem senão depois será difícil entrar em contato com Dumbledore.
- Ah, Molly. Não me chame de Ninfadora. Eu sou Tonks!- retrucou a bruxa mal-humorada.
- Por falar em nomes, não se esqueçam de usar identidades falsas. Alvo deixou aqui para levarem- contou Sirius, tirando algo do bolso. Eram dois cartões azuis e os entregou um para cada um. – São R.G.s bruxos falsos para apresentarem no Hotel.
Cada um pegou o seu respectivamente e os leram. O de Remo
Marcava: Sir Michael Jonnathan Schmidt, gerente do Banco Irlandês de Gringottes, nascido em 14/07/ 1961; enquanto o de Tonks dizia: Lady Helena Jennifer Hoppers Schmidt, nascida em 02/08/1964.
- Ah, que preconceito. No das mulheres nem colocam a profissão.- Tonks fez um leve biquinho sedutor.
- É que muitas bruxas de puro sangue não trabalham, querida. Seus maridos acham vergonhoso se isso acontecesse. São bem tradicionais.- explicou a Sra. Weasley, vendo também seu documento.
- Artur não é assim, é Molly?
- Não, eu prefiro ficar em casa mesmo, embora nesses tempos seja perigoso ficar sozinha.
- Ninguém fará nada enquanto estiver aqui, Molly.- falou Sirius – Não se esqueçam. São o Sr. e Sra. Schmidt e atendem pelos nomes Michael e Helena.
- Obrigado, mas sabemos ler, Almofadinhas. Pegou suas malas?- Remo se voltou para Tonks enquanto guardava o documento, vendo-a fazer o mesmo.
- Estão na sala. E as suas?
- No meu quarto. Vou pegá-las.
- Você é tão Aluado como sempre, né Aluado? Vive no mundo da Lua. Temos elfo para isso.
- Não sei se é uma boa idéia, Almofadinhas. Ele não gosta muito de obedecer.
- Obedecerá, sim- e o animago foi até a porta da cozinha e começou a berrar- OH, SUA CRIATURA IMUNDA E IMBECIL, PRECISAMOS DOS SEUS SERVIÇOS.
- Para quem está gritando Sirius?- indagou Tonks.
- Você verá.
Quase um minuto depois uma coisinha veio para junto deles
emburrado. Era (ou foi) um elfo doméstico, usando um trapo imundo como uma tanga nos quadris, muito velho, pois vários pêlos brancos saiam de suas orelhas de morcego e seus olhos cansados acinzentados não escondiam o quanto ódio sentia por estar ali. Tonks o fitou com uma certa curiosidade, embora não tenha se simpatizado com ele.
- O senhor deseja algo? – Monstro fez uma horrível reverência que fez seu nariz longo e fino tocar o chão.
- Não, te chamei para admirar essa cara ridícula que tem.- respondeu Sirius com impaciência e ironia.
- Monstro só quer agradar- contou o elfo com a cabeça baixa.
- Então devo lhe informar que está falhando drasticamente. Agora, vá ao quarto de Remo e traga suas bagagens. Será que consegue fazer isso?- perguntou.
- Posso. Monstro já traz as bagagens do lobisomem amaldiçoado. Ralé. Escoria. Se minha senhora soubesse...- murmurou.
- Rápido ou não respondo por mim!- ameaçou Sirius.
E o elfo saiu da cozinha pisando duro e resmungando.
- Bem, então já está tudo pronto. O Ministério pensa que estou de férias e Cris pensa que saí com minha família- comentou Tonks.
- Quem é Cris, Tonks? – perguntou Molly.
- Ah, é o cara mais maravilhoso do mundo e meu namorado. Você precisa conhece-lo, adoraria traze-lo aqui.
- Acho que a Ordem não iria gostar se outras pessoas viessem, Tonks- interveio Lupin com Sirius ao seu lado prestes a morrer de rir ao perceber o ciúme do amigo.
- É eu sei. Enfim, minhas malas estão na sala. Vamos juntar todas.
E assim os três foram ao outro cômodo. Quando chegaram, viram
apenas duas malas pretas num canto, próximo à lareira.
- Só duas malas, Tonks? Não sabemos quanto tempo ficaremos. – comentou Remo surpreendido. Geralmente, as mulheres são quem mais têm bagagem.
- Eu sei, mas conheço alguns truques de transfiguração que aprendi no meu curso de auror. Com o que tem dentro delas- e ela apontou para as malas- posso fazer mais de cem roupas se quiser.
- Melhor assim.- completou o lobisomem. – Perguntei porque feitiçaria não faz milagre.
- Mas ajuda- a auror murmurou.
- Onde está aquele elfo idiota? – Sirius se perguntou enquanto olhava para as escadas.
No instante em que dissera isso, um barulho alto de um estrondo
veio do fundo do corredor do andar acima e aumentava cada vez mais. Os três empunharam suas varinhas e esperaram ansiosos para descobrir o que seria aquilo, porém não houve necessidade: Monstro vinha rolando, acompanhado pelas três malas de Lupin, pelas escadas. Quando chegaram no térreo, o elfo caiu em cima de uma mala com alguns hematomas por causa das pancadas.
- Pobre Monstro. Não devia obedecer mais esse filho sujo. Monstro só leva a pior.
- Pare de reclamar e leve tudo para a porta da frente.- Sirius deu um chute na criatura.
- Coitado Sirius.- censurou a Senhora Weasley.
- Ele merece- retrucou.
- Bem, melhor irmos. Já vai anoitecer. Hum, é melhor levar as coisas para a lareira da cozinha. Mesmo não tendo ninguém na rua, é arriscado aparatarmos lá. Depois eu e Tonks tiramos a sujeira das roupas.
- Sensato como sempre, Aluado. Vamos criatura, me ajude! – Comentou Sirius, pegando duas malas nas mãos, poupando Monstro de mais problemas.
- Olha- e Tonks suspirou- acho que não esquecemos nada.
- Qualquer urgência, mandem uma coruja, mas só em urgência, tá Sirius? – reforçou Lupin.
- E eu sempre fico com a pior fama.- o amigo respondeu, abrançando-o na despedida.
- E não esqueçam de se chamarem pelos nomes falsos e cuidado aonde conversam.- orientou Molly.
- Sempre bancando a mãezona. Tudo ficará bem.- Tonks se despediu da ruiva.
- Até mais- disse Lupin.
- Tchau.- falou Ninfadora entrando na lareira junto com Remo.
- Tchau – Sirius e Molly responderam.
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N/A: Bem, como o FeB fez o favor de me dizer que não estou logada e perdi todos os meus agradecimentos escritos na listagem de capitulos.....ainda estou um pouco revoltada.
Bem, de fato, esse capitulo aconteceu mais coisa que o anterior, mas eu tive que o cortar na metade pois ficou muito longo. Não é um dos meus favoritos, mas é necessário para o rumo da historia.....

Agradecimentos...

Elizabeth: Q bom que voce gostou do ultimo capitulo e espero q tambem seja igual a esse. Eu estava hesitando em por a cena da brincadeira do Sirius e Remo, mas não resisti e coloquei.....acho que deu p/ rir um pouco. Fico imaginando a cena....A tonks sem querer magoou o Lupin com a comemoração com o Cris...fazer o que? Ela as vezes tem cabeça d vento...a confissão do fim...bem...é uma desculpa p/ Lupin negar a Tonks no futuro, como vc sabe.

Camila: Escevi a cena pensando no futuro, mas agora q vc leu esse capitulo....não é tão absurdo não neh? Mas vc tm todo motivo d ficar pasma....nem sei d onde tirei a idéia.

Miss Love Lupin: Eu tambem nao gostei de escrever essa parte tambem, mas acho q o Remo tinha q ter mais um bom motivo p/ querer distancia da Tonks e não seguir o conselho do Sirius.....espero q tenha gostado desse capitulo um pouco mais que o outro

Letícia da Silva: Já entedeu nesse capitulo? Sei q fui malvada......mas o Remo já tem tanto sofrimento acumulado..achei q o fato d matar o filho, mesmo q acidente, o deixaria mais depre ainda. Os últimos capítulos eu fiz quando entrei em férias...espero q este tão esteja bom...fiquei ligeiramente preocupada pela minha fic estar t dando efeitos colaterais...adorei seu comentário e elogios...não há como não se apaixonar pelo Sirius.

Amanda Granger: Adoro surpreender nas fics......fiz o possível p/ ter novas ideias. A cena do Sirius e o Remo devia ter sido cômica se fosse na vida real....coitados...olha o que fiz.....hj toh malvada!hauhauahau...Espero q seu queixo já tenha voltado ao lugar...é ruim p/ comer sem ele. Mas por que tanta recolva com o Cris? Coitadinho.....vou fazer uma comunidade no orkut para q o proteja d tanto odio. Mas saiba que ele ficará desaparecido nos próximos capítulos.....amei seu comentário.....longo e detalhado..

Fefa: xuxu! Aproveite que não sei quando atualizarei agora....tudo voltará a ficar corrido.....só d pensar. Mais uma contra o Cris * Gude indignada!* não desmaie Fefa! Gente....toh me sentindo culpada pelas reações....tenho 2 noticias p/ vc: já betei sua fic e vc terá uma surpresa no futuro desta fic...relaxe que não abandonarei a fic...Nossa, me senti a poderosa agora huahauauah* Toh muito mala hj!*....entao guarde seus cabelos longos e negros como os do Sirius e pare d arranca-los. Não t vi on nesse feriado....ta aproveitando??? Cuidado, heim!

Marcela Almeida: Fico muito feliz com seus elogios e tomara q eu continue a me superar....me esforço bastante p/ escrever....q bom q me dizem que meus esforços não são em vão...muito gentil d sua parte!

Obrigada do fundo do meu coração a todas...peço para q continuem comentando pois é um motivo p/ me incentivar, nem q o comentário seja “Que horror!”.
Quero saber suas opiniões...e peço tambem aos que não comentam para q o façam....vejo um monte d nomes lendo a fic....por favor, por favor, por favor...

Bom fim de carnaval a todos.
beijos

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