A Proposta



3. A Proposta


- Cris! O que está fazendo aqui?
- Quem é ele?- perguntou o rapaz de uma forma cortante, apontando para o amigo de Sirius.
- Sou Remo Lupin.- o homem lhe estendeu a mão, porem Cristian ignorou, mostrando falta de educação.
- Ele...ele...ele foi um colega de escola da minha mãe e se ofereceu para me trazer até o meu apartamento, porque estava anoitecendo.- a garota ruborizou um pouco enquanto mentia.
Remo apenas concordou, embora aquilo não fosse verdade. Não poderia dizer que trabalhava para a Ordem da Fênix. Por que Cris tinha que ser tão ciumento?
- Bem, já a acompanhou. Agora, acho que não tem mais nada para fazer aqui.- falou o rapaz com arrogância.
- Cris! – censurou a namorada.
- Tudo bem, eu já estava de saída mesmo.Boa noite para vocês.- falou Remo, se virando. Era obvio que o rapaz estava desconfiado ao ver a namorada praticamente na porta de seu apartamento com um homem e isso se tornava compreensivo. Por essa causa, Lupin não quis arrumar encrenca.
- Tchau e valeu por me acompanhar- Gritou Tonks, pois o bruxo já estava a alguns metros de distancia. Enquanto isso, o namorado da bruxa apenas estreitava os olhos para o sujeito que se afastava.
- Por que você tinha que ser tão grosseiro?- Ninfadora disse enquanto entravam no hall do prédio com Cris em seu encalço.
- Bem, como quer que eu reaja? Seu chefe diz para meu tio que você ia ver um parente doente e quando vou te visitar à noite, você está com um desconhecido, sozinha, na porta do seu quarto praticamente.
- Está me ofendendo! Como...como ousa? Eu apenas o encontrei agora pouco e ele foi gentil em me acompanhar. Não é bom uma mulher andar sozinha à noite, sabia?
- Não está tão noite assim, Ninfadora.
- Não me chame de Ninfadora. Eu nem conheço ele direito.
O bruxo respirou fundo.
- Certo. Olha, me desculpa, sim? Você sabe como eu fico se algum homem se aproxima de você. Eu te amo muito.
- Eu também te amo, mas como quer que finja que nada aconteceu se você tratou mal aquele rapaz?
- Rapaz? Bem, me desculpe Ninny, mas ele tem idade de ser seu pai.
A garota deu uma risadinha tímida.
- Seja como for, vamos esquecer isso. Você foi visitar um parente? Como ele está?
- Ah, bem. Ele não é muito ligado a mim, porem minha mãe me obrigou a ir.- mais uma vez mentiu a moça enquanto abria a porta de seu apartamento.
Quando ela o fez, Cris a atacou, dando-lhe beijos em seu pescoço e passeando suas mãos por suas costas. Ele realmente a adorava e tinha muita saudade de sua namorada. Levantou sua cabeça e passou a beijar os lábio de Ninfadora, deixando-a sem fôlego.
- Cris, aqui não.- tentou dizer entre a pressão que vinha dos beijos do homem.
- Você quem faz isso comigo.
E ambos continuaram a se beijar loucamente, até....
Um ruído fez os dois pararem com o que faziam em pleno corredor de um
prédio trouxa. Uma vizinha da metamorfomaga abriu a porta de seu apartamento e saiu de dentro dele para colocar o lixo para fora. A mulher era uma senhora com óculos fundo de garrafa, usava um vestido roxo e, por cima dele, uma blusa branca de lã. Seus cabelos brancos estavam presos num coque no alto de sua cabeça. Ao ver a cena, ela pigarreou, tentando fazer com que o casal parasse com aquilo naquele lugar. Ao ouvir o som grave, Tonks se afastou do namorado e olhou sem reação para a “intrusa”.
- Ah....olá, Sra. Naphew. Que noite linda de verão, não?- a auror tentou disfarçar, enquanto Cristian tentava esconder risinhos com as mãos.
A vizinha apenas fitou os dois, colocou o lixo numa lata perto do corredor e
voltou quase que correndo para seu apartamento, como que se estivesse escondendo de algo. Suas feições demonstravam profundo nojo do que acabara de ver.
- Você viu o que fez? – Tonks murmurou ao seu acompanhante.- Acho que ela vai rezar uns trinta terços para que Deus a perdoe pelo que viu.
- Que culpa eu tenho? Sou seu namorado e tenho o direito de te beijar.
- Mas não no corredor do meu prédio.
- Ah, você comprou? – perguntou a rapaz num tom idiota.
- Que engraçadinho! Estou morrendo de dar risada com sua piada. .- a mulher falou sarcástica.- Você já passou da cota de dizer besteiras hoje, é melhor ir.- a mulher falou sarcástica.
- Vai me expulsar?
- Sim. Você foi um menino mal em todos os sentidos. Vai pensar no que fez em casa.
- Ainda está brava com o que disse sobre aquele homem?
Tonks fitou a soleira de sua porta. Apesar de gostar muito do namorado, ele
tinha que aprender a confiar nela. Não era a primeira cena de ciúme que acontecia. Tentando dispensá-lo, Ninfadora foi direto ao assunto.
- Já esqueci. É melhor você ir para casa. Tenho que acordar cedo amanhã.
- Ah, está bem. Mas mereço um beijinho de despedida.
A bruxa o encarou desconfiada, porem cedeu ao pedido. Se beijaram por alguns
Segundos, mas ouviram um murmúrio vindo do apartamento da Sra. Naphew. Quando o casal se separou, uma sombra se afastando era possível ser vista na fresta da porta da vizinha. Tudo que se fazia naquele corredor era vigiado por aquela senhora.
- É melhor você ir.- sussurrou Tonks.
- Até amanhã.
E deram um selinho, pois depois Cris rumou em direção à porta do prédio.
Tonks entrou no seu apartamento e foi tomar uma ducha quente. Enquanto ia, foi se lembrando de todos os fatos que aconteceram naquele dia. Definitivamente, a Ordem da Fênix mudaria sua vida.





Um calor infernal tomava conta da manhã seguinte. Os verões na Inglaterra nunca eram tão rigorosos, porem aquele parecia ter feito uma exceção. Nos escritórios trouxas, inúmeros ventiladores estavam ligados na velocidade máxima para amenizar a temperatura, contudo nos lugares bruxos muitos feitiços para arejar ambientes foram lançados e uma das salas dos aurores no Ministério da magia estava incluída num desses lugares.
Tonks dormia esparramada em sua cadeira e debruçada sobre documentos em sua mesa. Com o rosto quase que virado para baixo e os braços em volta dele, a mulher fazia leves ruídos com a boca de tão pesado que o sono era. Não conseguira descansar direito a noite, pois ficou pensando em como seria seu futuro dali em diante. Tudo em sua vida fazia sem pensar e sempre ganhava conseqüências com isso, mas era diferente agora. Se alguém descobrisse que possuía um envolvimento com uma organização ilegal praticamente, seria considerada uma traidora, sendo despedida na melhor das hipóteses. Todos aqueles anos de estudos para auror iriam para o ralo. Também pensara em como Lupin deveria estar se sentindo depois da grosseria de Cristian. O estagiário não tinha tanta culpa assim, mas destratou o bruxo. Tonks sentiu-se mal por isso, porem se desculparia com o Remo quando o visse da próxima vez.
Quando ainda cochilava a sono alto, Tânia , uma auror do Ministério e dona de olhos verdes, cabelos loiros e um corpo escultural, entrou na sala em silencio à procura de algo ou alguém. Olhou em todas as direções até que avistou Ninfadora. Fazendo uma cara de nojo ao vê-la, a mulher se aproximou, colocou a varinha perto de um de seus ouvidos e murmurou de uma forma perigosa:
- Strondus.
Imediatamente, saiu da varinha um som muito semelhante ao um apito daquelas chaminés de trens trouxas. A metamorfomaga despertou num salto, jogando seu corpo de uma vez para o encosto da cadeira em que estava sentada. Com o impacto de suas costas, o assento ganhou impulso e caiu para trás, levando Tonks consigo. A moça colidiu com o chão com um forte baque e quase que bateu com a cabeça numa das paredes. A outra auror apenas observava com um pequeno sorriso no canto dos lábios. Depois de alguns segundos tentando se recompor, Ninfadora pôde ver quem lhe provocara aquele acidente.
- Senhorita Cauldwell, por que fez isso?
- O escritório não é lugar para cochilos, novata.- a loira a fitava com desprezo.
- Eu não sou mais novata. Estou aqui há quase um ano, sabia?
- Não importa. Você faz coisas tão absurdas que parece uma menina inexperiente. Você não está pronta para ser auror.
- Caso não saiba, eu sou uma auror.- Tonks disse com um sorriso de orgulho estampado em seus lábios.
- Acha que só ter o diploma é o suficiente?
Tonks suspirou. Desde a primeira vez em que ela colocara os pés no Ministério, mesmo que como estagiária, Tânia Cauldwell sempre lhe atormentou, colocou-lhe obstáculos para que sua carreira de auror não tivesse êxito. “Mas por que?”perguntava-se Ninfadora na época . “Por que se nunca fiz nada contra ela? ” Certa vez, a mulher perguntou qual era o motivo de sua aversão a ela, mas Tânia logo desconversava. Dali em diante, a loira sempre tentava lhe prejudicar e, se não fosse Shackebolt, a metamorfomaga estaria na rua há tempos.
- Acho que não foi por isso que você veio aqui. O que quer? Não deveria estar na ala dos veteranos? – perguntou Tonks ao mesmo tempo satirizando a “colega”de trabalho.
- Pois é, mas tenho um recado para você. O Ministro quer falar imediatamente com você.
- O Ministro? E por que não mandou um memorando? Por que tinha que vir a Miss Oxigenada?
Cauldwell a olhou profundamente com uma cara de amargura. Qual era o seu novo apelido? Miss...o quê?
- Você está brincando com fogo e vai se queimar alguma hora, novata.
- É mesmo? Eu sempre gostei de fogo. Tenho certeza de que me darei muito bem nessa situação.- Tonks deu um sorriso desafiador, o que não agradou nem um pouco Tânia.
- É melhor ir ver o que o Sr. Fudge quer. Nos vemos, Ninfadora.- e a mulher saiu da sala andando levemente, como se fosse uma modelo na passarela.
Tonks se levantou, depois de jogar um porta-retrato importado na parede oposta, perto da porta com a intenção de acertar a auror por chamá-la com seu primeiro nome. A metamorfomaga se direcionou para a sala do chefe para saber do que se tratava. Será que ganharia um aumento de salário? Não, ela já negou com a cabeça enquanto caminhava. Ultimamente não havia feito nada de bom para o Ministério e, com certeza, não receberia nenhuma gratificação.
Quando chegou em frente da porta, ela bateu duas vezes com os nós dos dedos direitos, até que uma voz rouca disse:
- Entre.
- Com licença, senhor Fudge. O senhor gostaria de falar comigo?- perguntou a auror colocando a cara para dentro da sala, ficando assim com a porta parcialmente fechada.
- Ah, sim, sim. Er....entre e feche a porta, srta Tonks.
Ela obedeceu. Cornélio se encontrava do lado de trás da escrivaninha cheia de papeis e sentado na sua cadeira de couro de dragão, apontando uma cadeira livre a sua frente para que Ninfadora também se sentasse.
O lugar era aconchegante e luxuoso. Assim, como na sala dos aurores, também
Haviam janelas encantadas, porem estas mostravam imagens do Beco Diagonal com as inúmeras pessoas andando, saindo e entrando nas lojas e várias criaturas mágicas como elfos -domésticos acompanhando seus donos. O Ministro assinava alguns papéis com uma longa e colorida pena e a cena ficou assim por uns cinco minutos. A bruxa até se perguntou se era algum tipo de brincadeira aquilo. Quando finalmente Fudge se desocupou, ele juntou os documentos, bateu com suas bases em cima da mesa para endireita-los e os colocou num canto das prateleiras, fazendo - os levitarem para chegar ate lá. Depois, o homem se endireitou em sua cadeira e passou a fitar Tonks.
- Estou com muito trabalho ultimamente- começou ele.- Vários Ministérios estrangeiros estão duvidando da minha capacidade quando rompi com aquele velho caduco, mas tamparei a boca deles quando provar o contrário.
Tonks deu um leve risinho com os lábios ao constatar que nem tudo estava indo
bem para o Ministério britânico. Não que não gostasse do chefe, porem ele não deveria ter caído tão baixo com suas críticas a Dumbledore. Com esses pensamentos, a mulher usou oclumencia para que seu superior não descobrisse nada.
- Bem, srta Tonks vou direto ao assunto. Sei que a senhorita está conosco há um ano sempre fazendo seu trabalho corretamente e a felicito por isso.
- Obrigada senhor.
- Por nada. Mas o Ministério precisa de mais da sua parte.
- Como assim?
- A senhorita acredita no Ministério sobre esse caso da loucura de Dumbledore?
Pronto, era só isso que faltava. Depois de responder uma pergunta similar a essa, Tonks se envolveu numa organização “ilegal”. Se dissesse que não acreditava naquelas idéias loucas, agora sim estaria na rua. Usando o máximo de oclumencia que podia, mentiu.
- Claro que acredito, senhor.
- Ótimo- Cornélio abriu um largo sorriso- então poderá nos ajudar.
- Ajudar?
- Sim. Calma, irei lhe explicar. Alguns dias atrás, um funcionário aqui do Ministério, que não convém eu dizer quem é, contou que viu Dumbledore reunindo algumas pessoas em Hogwarts numa reunião em sua sala. O problema é que os acompanhantes deles não são conhecidos. O máximo que essa “pessoa” identificou foi que um deles era um lobisomem, pois já o viu envolvido num escândalo há um ano e parecia que estava relacionado com Sirius Black. Infelizmente, sabemos quem é mas não podemos provar nada contra ele.
Tonks sentiu seu estomago revirar. Um lobisomem com Sirius? Quem poderia
ser? Será que ela conhecia? Não, provavelmente, pois ele deveria tê-lo conhecido em Azkaban. Já perdendo a paciência, ela indagou:
- Senhor, afinal o que quer de mim?
Notando a impaciência da garota, o homem respondeu:
- Quero que investigue. Que descubra tudo que puder sobre essa
organização. Quem faz parte, onde é sediada, o que planejam, enfim. Garanto que esses traidores da magia terão um destino não muito bom.
A bruxa sentiu, desta vez, um choque elétrico em seu corpo. Definitivamente,
estava entre a cruz e a espada, pois ou trairia a Ordem ou o Ministério. Não podia acabar com sua carreira de auror, mas também, não podia destruir algo, que ela tinha certeza, estar certa com suas idéias sobre Voldemort.
- Senhor, eu não sei de nada.
- Sei disso, senhorita. Quero que a partir de agora comece a investigar tudo de suspeito que aquele velho faça.
- Bem, eu....vou ....tentar......tenho muito trabalho aqui- tentou argumentar a moça.
- Não se preocupe, há outros aurores que podem lhe apoiar aqui. O que eu quero mesmo é descobrir o que estão aprontando nas minhas costas.- Fudge alisou o queixo pensativo enquanto olhava para o teto.
- Bem, farei o máximo- mentiu Ninfadora, que se direcionou para a porta quando foi interrompida.
- Tenho certeza senhorita, se conseguir lhe darei uma excelente promoção de dar inveja a qualquer auror.
Ainda virada para a porta, Tonks empalideceu. Uma promoção para ela,
que estava ali há um ano? Seria demais. Todos os aurores ficariam com inveja? Bem, não era isso exatamente que queria, mas só deixar uma auror em especial assim já facilitava bastante. A Miss oxigenada morreria de ódio ao saber disso tudo.
- Até mais senhor.- e ela saiu da sala.
Enquanto voltava para seu locar de trabalho, a bruxa andava pelos
corredores distraidamente, até que trombou em uma pessoa muito querida.
- Tonks, o que está fazendo aqui?
- Keiko, como vai?- respondeu a amiga.
Keiko era uma boa amiga de Tonks há anos, desde que se conheceram em Hogwarts. A moça possuía olhos castanhos, cabelos negros e lisos até os ombros e estatura média. Usava uma roupa vinho, sendo uma calça colada e camisa com dois “M”dourados perto da gola, indicando Ministério da Magia. Ambas estudaram na mesma época na escola, a diferença é que Keiko fez curso para trabalhar na setor de Acidentes e Catástrofes mágicas. A moça era inconfundível por causa de seu rímel nos olhos que lhe davam um ar sensual, afinal era descendente direta de japoneses.
- Bem, faz tempo que não nos vemos!
- Verdade.
- Hey, nós temos que almoçar uma hora, ultimamente você tem esquecido das amigas para ficar com o Cristian, né?
- Bem, eu.....
- Tonks o que eu você tem? Está tão distante e preocupada.
- Ah, você sabe, estou com muito trabalho.
- Muito trabalho? Quer enganar quem? Tirando as- a moça baixou a voz e falou no ouvido da amiga para que ninguém ouvisse- críticas de Fudge sobre Dumbledore, não há mais nada para fazer. Tudo está tão calmo.
- Bem, sempre foi assim. Agora, o que você está fazendo no segundo andar enquanto deveria estar no terceiro?
- Tenho uns relatórios para entregar para Fudge. Ele quer saber tudo o que está acontecendo com Dumbledore- a morena abaixou a voz mais uma vez e percebeu que Tonks olhava o chão.- O que você tem?
- Anh? Nada não.
- Quem você pensa que engana? Te conheço há tempos. Vai conta logo, senão uso um Crucio em você.- ameaçou a japonesa num tom de brincadeira.
- Nada, Key. É que....a Tânia continua no meu pé.- mentiu. Na verdade, ela não quis contar sobre seu convite para espionar o diretor de Hogwarts.
- Sei- a japonesa revirou os olhos. Desde quando Tonks aceitava desaforos, ainda mais de uma idiota como a Tânia. Mas não querendo passar por desconfiada, ela concordou.- Um dia vou pegar essa Miss Oxigenada e lhe darei uma surra do modo trouxa. É uma tonta aquelazinha. Se acha só porque tem mais experiência na parte de auror e todos aqui do Ministério ficam pagando maior sapo para ela.
- Não quero que você brigue por minha causa. Pode deixar que se um dia alguém tiver que chamá-la para esclarecer certos assuntos, serei eu.
- Isso ai, Tonks. Bem, tenho que ir. Logo meu chefe vai me matar se eu não aparecer com esses relatórios.- e a moça mostrou várias pastas nas mãos para a amiga.
- Vai lá então. Prometo que um dia a gente sai para almoçar.
E Keiko continuou seu caminho. Tonks ainda permanecia com aquela
horrível dúvida, porem continuou pensando sobre o que fazer até o fim da tarde.




Os aurores nunca tiveram pouco trabalho como naquela época do Ministério. Tudo na mais perfeita paz. Sem nada físico para fazer, nenhuma missão. Parecia que todos os seguidores de artes negras haviam sido eliminados da face da Terra. A Ordem da Fênix por outro lado, sabia que tal tranqüilidade era por causa de algum plano de Voldemort. Não era possível o Lord ficar sem arquitetar nenhum plano envolvendo o mundo mágico. Enquanto a Ordem tentava descobrir o que podia, alguns funcionários do ministério foram subordinados para que dessem entrevistas criticando Dumbledore e apoiando Fudge.
Tonks, por enquanto, não o fez, mas a oferta de aumentar de salário era tentadora. Isso tamparia a boca de todos, começando com Tânia. Muitos dali pensavam que uma mulher de cabelos roxos não serve para ser auror e que leva o trabalho na brincadeira; todos sabem que essa profissão exige muito de quem a exerce. Se pudesse ter uma opinião de alguém mais experiente que pudesse lhe dar conselhos...
Seus pais estavam trabalhando naquele momento e chegariam horas depois em casa; sua prima favorita era praticamente uma menina trouxa que ainda cursava o ensino médio; Cris , alem de ser o sobrinho de Fudge, era mais novo que ela; se Keiko soubesse, com certeza alguém do Ministiero também. Apesar de ambas serem amigas há anos, Keiko sempre dava com a língua nos dentes e delatava tudo, não por maldade, mas sim por adorar uma fofoca. Se Tânia soubesse, seu emprego e carreira estariam arruinados.
Foi então que surgiu uma idéia. Por que não conversar com alguém da própria Ordem da Fênix? Ela sorriu ao pensar nisso. Claro, porem, quem seria? Dumbldore certamente não seria, pois senão a auror estaria fora do grupo mais rápido do que imaginara. Snape, nem pensar. Kim trabalhava junto com ela, sentiria-se traído se resolvesse aceitar a proposta de Cornélio. Lupin, bem, ele também não era de confiança, afinal ocultava algo dela. Não que não tivesse esse direito, mas depois da grosseria de Cris, tudo piorava. Restava então.....
- Sirius ! – a moça se animou e sem pensar, pegou o pó de flu de uma caixinha que ficava ao lado da lareira. Com a mão fechada segurando milhares de grãos, ela pegou sua varinha com a mão livre e pensou “incêndio”, apontando-a para a lareira. Em seguida, jogou o conteúdo da mão esquerda no fogo, que ficou esmeralda. Entrou e disse o endereço de onde queria ir.
Chegou na mesma sala escura e suja que da outra vez e, aparentemente, ninguém estava lá, obrigando-a a rumar para a cozinha. O cômodo estava limpo, diferente do resto da casa. A louça lavada, o chão lustrando. O que não estava bem era o reboque do teto caindo, de tão mal-cuidada que a casa permanecia, embora isso nem fosse importante. Vendo aquele lugar tão tranqüilo, Ninfadora decidiu fazer um chá. Pegando novamente a varinha, ela ia conjurar uma quantidade da bebida, mas notou algo. Precisaria de uma xícara para tomar o líquido.
- Você é uma burra mesmo! Minha “adorada” tia-avó me mataria só com seus berros por não colocar o chá num recipiente.
Com essa idéia fixa, Tonks resolveu vasculhar os armários para encontrar uma xícara. Quando foi abrir o primeiro, a portinha se desprendeu das dobradiças e caiu no chão, fazendo um ruído abafado ao tocar o piso. Com a varinha, a auror murmurou um “reparo” e o objeto voltou a sua posição inicial. No interior do armário, havia somente pratos de um metal, provavelmente prata. Continuando a procurar, ela abriu outra portinha. Esta não caiu, mas estava com uma espécie de gordura transparente e melequenta que grudou em sua mão e parecia gel de cabelo. Ao ver o que lhe aconteceu, a moça tentou se limpar na calça, contudo foi em vão. Aquilo não soltava de jeito nenhum. “Que legal! Esse povo não quer que as xícaras sejam encontradas, não é possível!” Mas ao pensar isso, Tonks viu no fundo da prateleira feita de alguma arvore encantada, as xícaras com as bocas viradas para baixo em seus respectivos pires. Mesmo de alguns centímetros longe, era possível identificar uma rica porcelana ali e, com tanta curiosidade, Ninfadora não hesitou em pegar com as mãos escorregadias um exemplo dessa raridade, fazendo com que o objeto caísse e se quebrasse. Um baque maior que o de quando a portinha caiu no chão.
- É hoje o dia!- disse a menina sarcasticamente para si enquanto se agachava para ver melhor o estrago.
- Não é possível que você ainda não consiga ficar cinco minutos sem fazer nenhum estrago, Multicores.- uma voz masculina e fria invadiu o ambiente, tirando Tonks dos seus pensamentos. Quando ela olhou para a porta, viu seu ex-professor de poções, Severo Snape com um sorriso amarelo estampado na boca.
- O que está fazendo aqui? – ela se levantou numa rapidez incrível e franzindo o cenho.
- O mesmo que você, ou melhor, o mesmo que você deveria estar fazendo.
- Francamente, até quando você continuará com essas indiretas?
- Tonks, eu nunca concordei com várias coisas que o professor Dumbledore fez ou faz e uma delas é te nomear membro da Ordem da Fênix. A senhorita deveria ser mais cuidadosa, prestar seus serviços à comunidade bruxa e não ficar perdendo seu tempo quebrando louça.
- Não estou atrapalhando ninguém sabia? E o dia que estiver, o Professor Dumbledore me comunicará.
- É claro que não atrapalha ninguém. Qual foi seu serviço até agora com a Ordem? Hum?
Tonks mordeu levemente o lábio inferior. Por que Snape sempre pegaria em seu pé? Por que tinha que ser tão rabugento?
- Para sua informação, acabei de chegar.
- Eu sei, mas eu, por exemplo, tenho que me meter no meio dos Comensais da Morte e espiona-los, sabia? Sim, eu estou arriscando minha pele desde que o Lord retornou e lhe pergunto, o que você fez de útil pela Ordem?
- Com certeza, no Ministério há coisas mais importantes para se descobrir do que no ciclo de Comensais, porque você não nos contou nada de importante até agora. – uma segunda voz masculina ecoou na cozinha. Sirius entrava nela e empurrou com as mãos Snape para o lado para passar- Fique sabendo, Ranhoso, que não deixarei que fale essas ofensas para minha prima. Se o fizer, se entenderá comigo.- o animago tirou sua varinha de dentro da roupa e a apontou para o chão.
- Ora, acho que ela não precisa de proteção nenhuma, mas é claro. Você, Black, nunca atacou sozinho, sempre precisou do Potter para ficar na retaguarda. Não arrisca se não tiver certeza de que se sairá bem da situação.
- Está me chamado de covarde?- perguntou Sirius começando a ficar vermelho.
- Eu já lhe disse isso muitas vezes, Black, e sei que direi ainda mais, porque essa é a verdade. Você e sua prima- ele indicou com a cabeça Tonks- não fizeram nada pela Ordem desde quando ela entrou, enquanto eu fui o primeiro a espionar o Lord.
- Ah, e isso foi muito sacrifício para você. Ficar perto do seu adorado chefinho e antigos amiguinhos de noites sangrentas não é nenhum peso para você- Sirius fez breves gesticulações com as mãos ao dizer o que pensava sobre Severo.
Tudo indicava que ambos começariam a duelar ali mesmo. Era indistinguível quem mostrava maior ódio nas feições do rosto. Almofadinhas apertou o cabo da varinha com mais força ainda enquanto Snape mordia os próprios dentes tentando tirar a raiva de si. Ao ver a cena, Tonks interveio.
- É melhor você dois pararem. Não é para tanto.
- É, você tem razão, Multicores. Ao contrario de alguns, eu tenho mais o que fazer tanto para minha vida profissional como para a Ordem.
- Por que Multicores?- Black perguntou enquanto Snape saía para a sala. Ele se virou e sorriu, respondendo para Tonks
- É o seu apelido. Os comensais acham os aurores ridículos e você pior ainda.
Sirius fez menção de pular em cima do Seboso, porem Tonks o segurou pelo antebraço, impedindo-o de faze-lo. Severo apenas sorriu.
- Um dia você consegue, Black. Continue tentando.- e saiu satisfeito.
Quando percebeu que não havia mais perigo de os dois brigarem aos tapas, Tonks o largou. Sirius colocou alguns fios de seus longos cabelos para trás das orelhas e voltou-se para a prima.
- Vai se acostumando, você verá essa cena muitas vezes aqui.
- Ele sempre provoca também.
- Não me importa. Esse cara está do lado da Trevas. Ele é um ótimo oclumente e engana Dumbledore direitinho.
- Mas, será que ele não mudou?
O animago negou com a cabeça enquanto fitava o chão.
- Onde está Remo?
- Bem, ele não vai poder ficar com a gente esta noite.
- Por que?
- Hum, ele tem uns.....problemas.
- Snape também acha ele um vagal?
- Não, mas você viu o que ele pensa de mim e você. Acha que só porque “espiona”- Sirius fez os sinal de aspas com as mãos no ar- é o Maximo que alguém pode fazer pelo grupo, porem ele não pode criticar Remo em nada.
Houve um longo silencio. Tonks sentou-se num das cadeiras da mesa e fitou as próprias mãos tristes.
- O que foi? –o parente perguntou.
- Nada, apenas estava pensando no que ele disse. Que eu não farei nada e tudo mais.
- O Snape é um idiota, Tonks. Ele quer chamar a atenção e qualquer jeito, sempre quis ser o popular e sempre caía do hipogrifo.
- Mesmo assim. Tenho medo que eu não supere minhas expectativas.
- Olha, eu conheço Dumbledore e posso lhe dizer. Ele não dá passo em falso. Se a convocou para a Ordem é porque você é valiosa. Não irá decepcionar ninguém, acredite-me.
Tonks refletiu. Definitivamente, uma nova fase iniciara em sua vida. Uma era de duvidas, guerra e mais problemas que o normal. Não podia deixar Dumbledore na mão, ainda mais agora que ele contava com ela e seus dons para usar contra os Comensais. Não, não abandonaria a Ordem. Sempre fez loucuras em sua vida e não seria aquela que a faria mudar seu jeito de ser. Vendo a cara de incerteza da prima, Sirius sugeriu:
- Por que não dorme aqui?
- O que?
- É, isso. Você ficou chateada com o que o Ranhoso disse, não foi?
- Bem, eu.....
- Então? Que tal arrumarmos alguma armadilha para ele?
- Armadilha?
- Sim. Ele merece. E não me diga que não porque de santa você não tem nada que eu sei.- Sirius lhe deu uma piscadela junto com um sorriso.
- Eu não sei.
- Se você dormisse aqui, poderíamos arquitetar um plano contra o Seboso. Ah, já sei. Seu namorado ia ficar com ciúme se não dormir em casa.- disse ele batendo uma mão na mesa.
- Não, Cris é tranqüilo.
- Não foi isso que Aluado me contou.
Tonks corou um pouco. Tinha certeza que o namorado causaria má impressão.
- Da minha vida cuido eu, Sirius. E para provar que é verdade, vou dormir aqui está noite.
- Excelente! Adoro receber visitas e conversar com pessoas novas depois de tantos anos sozinho.- ele abriu um grande sorriso.
- Mas e minhas roupas?
- Não é esse o problema. As irmãs de sua mãe vinham dormir aqui toda hora e deixavam roupas de reservas no armário. No quarto de hospedes tem armários com bastantes roupas delas. Só falta você fazer uns toques mágicos e transforma-las em bons pijamas.
- Tem roupa da minha mãe?
- Er, não. Se sua mãe não tivesse se casado com um trouxa, com certeza teria. Minha mãe excluiu todos objetos pessoais dela, agora os quartos de suas tias estão até que bem arrumados apesar do tempo. Está no terceiro andar.Se quiser eu posso ir com você....
- Ah, beleza. Eu me viro sozinha.
Ele deu um sorriso animador para a prima. A garota saiu da cozinha e rumou para as escadas principais. Quando chegou ao terceiro andar, viu várias portas de quartos abertas num longo corredor. Sirius havia lhe dito que os quartos mais “habitáveis” eram de suas tias, então era apenas escolher um. Andou alguns metros pelo corredor e não encontrou nenhum quarto “bonito”. Até que, numa das portas abertas, uma visão de um quarto bem organizado chegou à Tonks. Com cuidado, ela entrou no lugar e observou tudo. A cama estava arrumada, a janela apenas com os vidros e cortinas, embora corroídas por traças, não cobriam a paisagem sem muita definição, as paredes começavam a descascar, uma porta fechada, que provavelmente seria o banheiro. Mesmo não sendo o quarto de seus sonhos, ela fechou a porta e a trancou com a chave, que estava na fechadura enferrujada, mas de um estilo colonial.
Aquele quarto não parecia ter sido de nenhuma mulher, porem não havia pó em seus moveis. Ela andou até o guarda-roupa e o abriu. Para sua surpresa, encontrou ternos, calças, camisas, capas, porem tudo estava desbotado e com remendo. Definitivamente, alguém estava usando aquele quarto recentemente, talvez um membro da Ordem.
Não querendo arranjar confusão com ninguém por ter entrado em seu quarto, Tonks se virou para ir embora, mas uma cena a congelou. Ela estava diante de uma criatura cheia de pêlos escuros e bípede. Orelhas pontudas, garras afiadas, olhos vermelhos e uma criatura maior que ela mesma. Foi então que reconheceu o que aquilo era.
- Um lobisomem.- murmurou. Ela olhou para a janela e viu uma enorme lua cheia nascendo do lado de fora.
Correndo em direção à porta, Tonks tentou abri-la com a chave e com “Alorromora”, mas parecia que no momento em que girara a chave, um feitiço foi selado e o quarto ficou impenetrável.
- Sirius!- gritou a moça, que suava frio. Porem, o que ela não sabia era que naquele quarto fora colocado um feitiço isolante também, deixando com as paredes abafassem o som nele produzindo.
Enquanto isso, a criatura noturna avançava cada vez mais para a auror....



N/A: Nunca.....Mais......Digo......Quando....A Fic.....Será.....Atualizada.....

Eu tento escrever capítulos pequenos e com conteúdo para coloca-los on logo, mas não consigo e quando estipulo alguma data, não consigo cumprir porque acontece algum imprevisto.

A verdade é que sempre tentarei escrever no meu tempo livre. Estejam certos.....

Gostei desse capitulo, mas levei séculos para faze-lo......
Agradecimentos:

Gente, meus agradecimentos dessa vez não serão tão bons, pois toh chegando agora em casa depois d trabalhar num domingo de eleição....ninguém merece....
Letícia da Silva: Não faça a cara de Sirius molhado, acabei d atualizar......q bom q gostou da minha outra fic.....me deixou muito feliz....de verdade...o Snape foi horrível com o casal, nessa fic aki, isso não acontecerá. E não pretendo desanimar, é claro q os comentários ajudam neh? Mande quantos vc quiser, não me importo, apenas adoro.

Jeh_Bellatrix: Espero q sua curiosidade esteja menor agora...mas imagino que queira saber o q acontecerá com a Tonks agora.

Flu e Mit: Lerei sua fic sim, mas soh o faço de fim d semana...mas fiquem tranqüilos.

Ana Paula Medeiros: Não deixarei d t avisar quando atualizar a fic.

Amanda- Granger: Olá Amanda, prazer tambem. Vc me deixa muito feliz dizendo q gosta da fic e isso me estimula a escrever mais....

Fefa: Olá....disse q ia atualizar semana passada, mas não consegui.......espero q tenha gostado......

Vanessa_ Smith: Sua curiosidade passou? Tentarei não demorar muito p/ atulaizar.

Marcela Almeida: Aqui está o novo capitulo


Gente, desculpe meus breves agradecimentos.....e muuuuuuuuuuuito obrigada a todos q leram e comentaram. Não esqueçam que quando vcs comentam eu fico hiper feliz : )

Beijos e se cuidem.

Gude Potter



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