A Verdade É Revelada

A Verdade É Revelada



7.A Verdade é Revelada


Tonks estava sentada no sofá da sala de estar na Casa dos Black. Em seu colo, estava repousada a cabeça de Thomas. A garota passava a mão pelos cabelos brilhantes do namorado que sorria para ela. Mas sua cabeça estava longe, muito longe dali. O que Lupin dissera dias antes, estava lhe incomodando e muito. Amava muito Thomas e o comentário, mesmo sendo de Lupin, havia lha afetado. Não podia, não queria pensar que aquilo fosse verdade. Thomas não era e nunca seria um Comensal. Ele era doce, gentil, cavalheiro...não se enquadrava no perfil de um Comensal. Por outro lado, como o dito: o mal tem muitas faces. Mas...


- Querido?!- chamou Tonks com voz doce.


- Sim, meu amor- respondeu Thomas no mesmo tom.


- Remo disse uma coisa ontem para mim...eu sei que não pode ser verdade, afinal...bem, eu queria ouvir de você...- Tonks falava em tom quase nervoso, se atrapalhando um pouco.


- O quê ele disse, querida?- Thomas dizia num tom suave e doce.


- Ele falou que você era um espião, Thomas. Um espião mandado pelo Lord das Trevas para espionar a Ordem.


Thomas levantou do colo de Tonks, a olhou no fundo dos olhos e percebeu a preocupação que ela carregava.


- Isso é a mais pura mentira que já contaram para você, meu amor...- ele falava no mesmo tom romântico, o que foi acalmando Tonks- Intrigas da oposição- Thomas passou a mão pelos cabelos de Tonks, num gesto calmante- Não esquente sua cabeça com isso...melhor, esqueça tudo isso!


O rapaz abraça a namorada.


- Remo está com ciúmes, meu amor- diz ele- Ele desceria ao nível mais baixo para tentar nos separar. Mas nada nos separa, sabe por quê?


Tonks olha para ele.


- Por quê?- pergunta ela.


- Porque nosso amor é mais forte do que qualquer coisa nesse mundo!- responde ele, docemente. A garota sorri e Thomas lhe dá um beijo.



***


...e mais uma vez, a lua cheia veio e se foi...


Lupin estava exausto. Havia acordado de um pesadelo. Mais um, entre tantos que tivera em sua vida. Deitado em sua cama, respirava ofegante. Fechou os olhos e respirou fundo. Ao lado da cama, na mesinha de cabeceira, a Sra. Weasley havia, gentilmente, deixado uma xícara de chá de camomila e alguns biscoitinhos como sempre fazia após a lua cheia. Ele sentou-se e serviu-se do chá e alguns biscoitos também.


Repousou novamente a xícara no pires, trocou de roupa e aparatou para a Caverna do Lobo, onde teria mais uma reunião com os lobisomens, naquela noite.


Ao chegar ao local, ninguém o notaria como de costume. Entraria e sentaria no mesmo canto onde sentava em todas as reuniões. Ao passar por eles, os mesmos paravam de conversar e mudavam de lugar. Muitos olhavam torto para ele e quando Lupin retribuía o olhar, os mesmos cochichavam para o mais próximo que estivesse ali, com olhares maldosos para Remo. Ao passar por um sujeito de aspecto bravo, este disse:


- Traidor!


Lupin logo entendera tudo: Thomas já havia contado que ele era um espião. Aos poucos, foram se aproximando de Lupin, que rapidamente deu meia volta e saiu correndo dali. Alguns até perseguiram ele. Porém, fora mais rápido e conseguira aparatar de volta para a Ordem antes que alguém pudesse tê-lo pego.


Mal havia chegado e correu para o escritório, onde estaria a Prof. McGonagall. Ele abriu a porta repentinamente, um pouco nervoso e aflito.


- Santo Deus- disse ela, levantando-se e indo até ele- O que houve, Remo?


- Professora, eles já sabem!- dizia ele- Thomas já os avisou. Eles sabem que eu sou um espião. Hoje mesmo eles olharam embravecidos para mim. Quando eu passava, me olhavam torto e até tentaram me bater. Por isso eu voltei para a Ordem.


Minerva olhou de cima, abaixo o homem na sua frente. Calma, respondeu:


- Agora que você foi descoberto, Lupin, não há mais nada que possamos fazer. Estou afastando aos poucos Thomas da Ordem e provavelmente ele já descobriu que a Ordem sabe que ele é um espião também. É melhor você ir para o seu quarto agora, precisa descansar. E evite que Thomas cruze seu caminho, está bem? Sabe-se lá os planos dele, não é?


Lupin apenas balançou a cabeça, concordando e voltou para seu quarto. Ele estava cansado, só queria que todo aquele pesadelo acabasse de uma vez por todas, para poder viver com um pouco de paz. Apoiou-se no parapeito da janela e respirou fundo. De repente a porta do quarto se abre, num gesto muito violento, batendo com força contra a parede. Lupin se vira num repente e encontra com a imagem de Thomas parada na porta. Thomas avança aos poucos pelo quarto, em direção à Lupin, com a varinha apontada para ele. Lupin rapidamente retira a sua própria varinha das vestes e aponta para Thomas.


- Então, Lupin, você descobriu meu disfarce.- dizia Thomas em tom ameaçador- Muito bem, até que para um lobisomem você é bem espertinho. Avisou até a tolinha da Tonks que estava tão perdidamente apaixonada por mim que não lhe escutou. Pobrezinho...você deve ter ficado muito abatido quando ela não acreditou em você não é?


O sangue correu quente pelo corpo de Lupin, ao ouvir Thomas falar daquele jeito de Tonks.


- Seu farsante- disse Lupin, por entre os dentes- Vigarista de uma figa!!


- É...eu sei que sou muito bom em disfarces. Agradeço a sua capacidade de compreender isto. Bom, agora que todos já sabem quem eu realmente sou, é melhor começar a pôr o plano em prática: acabar com todos os integrantes da Ordem. E o primeiro...é você!!- Thomas movimentou a varinha- Crucio.


Um jarro de luz vermelha parte da varinha de Thomas em direção à Lupin. Porém, ele desvia e o jarro de luz acerta a xícara que estava sobre a mesinha de cabeceira, partindo-a em trilhões de pedacinhos. Nesse exato momento, Tonks aparece na porta, atrás de Thomas, com uma expressão de tremendo susto.


- O que está acontecendo aqui?- pergunta ela, meio confusa.


Lupin avança para impedi-la de dar qualquer passo, mas Thomas o atinge com um Feitiço Estuporante e ele desmaia no chão.


- REMO!- grita Tonks, quando Lupin cai no chão desacordado.


Todos que estavam na Ordem naquele momento surgem atrás de Tonks e paralisam chocados ao ver a cena que se seguia.


Tonks olha para Thomas enfurecida. Naquele momento ela percebera todo o disfarce. O que Lupin tentara lhe avisar e que Thomas dissera que era pura mentira, era tudo verdade. Se sentia uma verdadeira idiota de não ter acreditado em Lupin naquele dia, de não ter se afastado de Thomas, de ter confiado mais nele do que em Lupin. Lupin...agora desfalecido no chão. Uma lágrima escorre do rosto de Tonks e rapidamente ela retira a varinha das vestes.


- Seu...seu...cretino!- disse Tonks.


Thomas gira o corpo para Tonks.


- Muito obrigado- responde ele, sorrindo.


- Como eu...como eu pude acreditar em você!- lágrimas escorriam pelo rosto dela- Então, tudo era falso, não era? Todo o romantismo, o cavalheirismo, as juras de amor que você fez para mim, tudo...tudo não passava da mais pura mentira? Tudo foi...tudo foi irreal?


Um sorriso maquiavélico surgiu no rosto de Thomas e ele respondeu:


- Probezinha...você acreditou em tudo aquilo?- Tonks concordou com a cabeça- Tolinha...não sabe que tudo isso era parte de um plano de Voldemort para acabar com a Ordem da Fênix? E sabe o quê? Ele conseguiu! Eu consegui! Ele vai ficar tão feliz em saber que EU acabei com toda a Ordem. Eu sou seu maior servo. Como sempre fui e sempre serei! Ah, e a respeito do nosso romance, para mim, ele nunca existiu!!


-IDIOTA!- gritava Tonks enraivecida com tudo o que Thomas acabara de lhe dizer, que no fundo, estava tudo na cara desde o princípio- VOCÊ É A PIOR PESSOA QUE EU TIVE A DESPRAZER DE CONHECER UM DIA!!- Tonks apontou a varinha para Thomas- Estupefaça- um jarro de luz parte da varinha de Tonks em direção à Thomas, mas ele consegue aparatar antes que o raio o atingisse, fugindo dali.


Tonks vira o rosto em direção ao corpo desfalecido de Lupin e corre em direção à ele. Se ajoelha ao lado do corpo, segura em uma das mãos dele e verifica a pulsação.


- Remo...- murmura ela, passando a mão pelo cabelo dele- está fraco...desculpe-me por não ter acreditado em você- Tonks chorava- me perdoe...- ela olhava para o rosto pálido de Lupin e se sentia a mais idiota do mundo, ele estava assim por sua causa- Precisamos leva-lo ao St. Mungus- disse ela, enxugando suas lágrimas- Depressa!


Arthur se agachou ao lado de Tonks e aparataram para o hospital. A Prof. McGonagall e Shacklebolt fizeram o mesmo. A Sra. Weasley, permaneceu na Ordem com todas as crianças.


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