O Ataque do Lobo




3. O Ataque do Lobo



A semana passou rápido para Tonks. De férias do trabalho, passava na casa dos Black. Havia contado para todos na casa e de tão feliz, às vezes era flagrada falando com Monstro sobre seu encontro. Sentia-se feliz finalmente. Sabia que um novo amor em sua vida mudaria tudo.
Lupin, ao contrário de Tonks, passou a última semana muito triste. Andava sem rumo pela casa, passava quase a maioria do tempo no quarto sozinho e quando encontrava com a alegre Tonks pelo corredor, ficava mais triste ainda. A garota sentia que algo ruim estava acontecendo com Lupin. Quando o encontrava se perguntava o porquê da depressão dele. Contudo, desviava seus pensamentos e continuava feliz e sonhadora pela casa.
Na sexta-feira, Tonks acordara mais feliz e ansiosa do que estava durante a semana. Trocou a roupa e desceu para o café. Na mesa estavam quase todos os Weasley reunidos, Harry e Hermione também e Lupin com a expressão mais deprimida que nos outros dias. Tonks parou à porta, abriu um largo sorriso e com muita simpatia disse bom dia.
Lupin levantou-se da mesa no exato momento em que Tonks sentou. Parou na porta e disse cabisbaixo:
- Se precisar de mim, Molly, estarei na biblioteca ou em meu quarto.
- Certo, certo, Remo - disse a Sra. Weasley num breve sorriso para Lupin.
Tonks observou Lupin até ele sumir pela porta. Será que saíra por sua causa? Seria por seu comportamento extrovertido que o incomodava? Se fosse, seria o único na casa, pois os outros achavam até bom Tonks ter voltado a ser alegre e divertida como sempre fora.
Lupin caminhou até e escada e hesitou. Poderia ir à biblioteca ocupar um pouco a mente, mas conseguiria concentrar-se, com Tonks sempre passeando por seus pensamentos? Optou por ir para seu quarto.
Tonks terminou seu café e foi para seu quarto. Abriu seu malão e descobriu que não possuía nenhuma roupa, digamos adequada para um jantar. Verificou quanto dinheiro tinha e viajou por Pó de Flu até o Beco Diagonal.
A loja “Madame Malkin – Roupas Para Todas as Ocasiões”, tinha uns vestidos muito bonitos e com preços acessíveis expostos em sua vitrine na última vez em que Tonks visitara o Beco Diagonal. Ela não queria fazer feio saindo com o elegante Thomas Félix, então escolheu um lindo vestido para a noite. Era azul-marinho, de alcinhas. Não que ela exatamente tivesse dinheiro para sair gastando por aí, mas ela achou que merecia dar um presente a si mesma.
Voltou para casa e subiu direto para seu quarto para guardar o vestido novo. Desceu para a cozinha, pois o maravilhoso cheiro de comida caseira que vinha de lá avisava que o almoço já estava pronto. Todos já estavam na mesa, exceto por Lupin. Tonks sentou-se ao lado de Hermione.
- Cadê o Lupin, Molly?- disse Tonks servindo-se de um pouco de purê de batatas.
- Está lá em cima, querida, ele disse que não estava com fome. Mas, me conta como foram suas compras no Beco?- disse a Sra. Weasley.
- Boas! Comprei um vestido lindo, Molly! Depois vocês vão lá que eu mostro. - disse Tonks apontando para Molly, Hermione e Gina.


***

Lupin entrou em seu quarto e deparou com a janela fechada. Abriu-a e se apoiou no peitoril, observando algumas crianças brincando na rua. Ao longe, via-se a movimentada Londres. Ficou observado a paisagem durante uma meia hora. Uma brisa morna batia em seu rosto. Virou de costas para a janela, mas com as mãos apoiadas no peitoril ainda, olhando para o quarto.
Seus olhos vidraram no chão, concentrou-se de maneira repentina em seus pensamentos. A lembrança de uma jovem, com os cabelos rosa- choque, vestindo uns trajes quase masculinos de uma expressão alegre, brincalhona e sonhadora invadiu seu pensamento. Era Tonks.
Deitou-se em sua cama, pôs as mãos atrás da cabeça e olhava para o teto. De repente, sentiu sono e adormeceu. Minutos depois, a Sra. Weasley, gentilmente o acorda para ir almoçar. Ele recuou dizendo que não estava com fome e que depois desceria para comer alguma coisa, o que fez a Sra. Weasley dar meia volta e sair do quarto.


***

- Hermione e Gina, vocês vão fazer alguma coisa hoje à tarde?- perguntou Tonks, quando estavam ela, Gina, Hermione e a Sra. Weasley reunidas no quarto olhando as coisas novas que Tonks comprara.
- Não- disse Hermione- por quê?
- Será que vocês podiam, por favor, me ajudar a fazer algum penteado no meu cabelo? Se eu fosse tentar fazer algum feitiço para penteados, ia acabar ficando careca. Por favor!- pediu Tonks.
- Claro!- respondeu Gina com um sorriso.
- Você já tem o sapato com que vai, Tonks?- perguntou Molly. Tonks deu um tapa na testa.
- Ai não! Esqueci o maldito do sapato!- disse Tonks com a mão na testa e de olhos fechados- Lembrei! Eu tenho uma sandália preta de salto que vai cair muito bem com o vestido- disse abrindo os olhos e já sem a mão na testa- Mas tá lá na minha casa, vou ter que dar uma passadinha lá. Já volto!- e dizendo isso, levantou da cama e aparatou.
A casa estava exatamente do jeito que Tonks a deixara uma semana antes quando foi para a sede da Ordem. Andou até seu quarto, abriu a porta de um guarda-roupas antigo e tirou de lá um caixa de sapatos azulada. Conferiu se era o sapato que queria, então aparatou de volta para a Ordem.
Tonks correu para seu quarto e Hermione e Gina a esperavam cada uma ao lado de uma cadeira posta à frente da penteadeira. Hermione indicou a cadeira para Tonks sentar, ela obedeceu.
- Eu e Gina estávamos escolhendo o penteado que faríamos em você- explicava Hermione- Que tal esse?- ela indicou uma moça no livro que tinha metade dos cabelos presos em um coque um pouco abaixo do cocuruto da cabeça, e o restante do cabelos liso com as pontas pouco encaracoladas. Tonks confirmou com a cabeça- é, bem... tem preferência pela cor de seu cabelo? Porque daí você poderia muda-lo...
- Não, não... eu quero ir como a verdadeira Tonks. O meu rosto, o meu cabelo, meu jeito, sabe?- dizia Tonks olhando para as garotas pelo reflexo do espelho- Mas, antes de vocês começarem deixe-me tomar banho, ok?
Tonks se levantou da cadeira, pegou um roupão e entrou no banheiro do quarto. Aproximadamente meia hora depois, Tonks sai do banho envolta com o roupão e com um turbante de toalha nos cabelos. Caminhou até a penteadeira e sentou-se na cadeira.
Hermione tirou a tolha dos cabelos de Tonks e com um passe de sua varinha, eles se secaram imediatamente. Gina, por sua vez, murmurava feitiços e os cabelos de Tonks iam enrolando e se prendendo. Uma hora, um pouco mais, Tonks já estava com o penteado pronto. Olhou no relógio, já eram seis horas.
- Estou atrasada!- exclamou ela, levantando-se apressadamente da cadeira.
Tonks trocou de roupa, passou perfume e se maquiou. Abriu uma pequena e caixa, de veludo roxo com decorações em dourado, que estava em cima da penteadeira, e retirou de lá um colar de prata, simples, mas elegante e o botou em torno do pescoço.
Quando chegou ao local combinado, um elegante carro esportivo vermelho já a esperava. Um homem de terno preto saiu do carro, pelo lado do motorista e abriu a porta do passageiro.
- Boa noite, senhorita - disse o homem com um sorriso sedutor nos lábios.
- Olá Thomas, beleza?- disse Tonks entrando no carro, seguida depois por Thomas.
- Você está hoje ainda mais linda - disse Thomas em tom romântico. Tonks corou levemente.
- Obrigada, Thomas. Você está também muito elegante. - dizia Tonks quase sem jeito. Thomas vestia seu terno preto, os cabelos penteados para trás fixados com muito gel Tinha o mesmo olhar e sorriso sedutores que faziam o coração de Tonks bater mais forte - Onde vamos?
- É um restaurante trouxa, mas muito bom. Serve uma comida deliciosa.
O carro entrou em uma avenida muito movimentada. Depois virou e entrou em uma rua um pouco menos movimentada que a avenida. Mais adiante, o carro parou em frente à um prédio de tijolinhos à vista, com muitas janelas que permitiam ver o interior do local. Um tapete vermelho levava a uma porta de vidro.
Thomas desceu do carro e abriu a porta do passageiro para Tonks descer. Acionou o alarme do carro e ofereceu cavalheiro, o braço para Tonks. Ela aceitou e entraram juntos no restaurante. Logo que atravessaram a entrada, uma moça elegantemente vestida permanecia em pé atrás de um pequeno balcão diante de um grande livro, perguntou:
- Tem reserva senhor?
- Sr. Félix e Srta. Tonks. Tenho sim - respondeu Thomas à moça. Ela conferiu o grande livro à sua frente.
- Certo Sr. Félix. Os senhores podem me acompanhar, por gentileza?- dizia a moça se retirando de trás do balcão e caminhando à frente de Thomas e Tonks.
O restaurante estava quase lotado. Deveria ser muito famoso no mundo dos trouxas, mas Tonks não o conhecia e ficou muito encantada com o lugar. As paredes tinham uma pintura clássica assim como os móveis: eram antigos mas não deixavam de ser elegantes. A pouca iluminação e a música tocada por um grupo de violinistas, localizados em um espaço mais ao fundo do restaurante, deixava o local mais romântico.
Tonks percebeu que só haviam casais sentados às mesas. De todas as idades, idosos, casados, namorados e, no caso de Tonks, no primeiro encontro. A moça indicou uma mesa, perto dos violinistas. Thomas, como um perfeito cavalheiro, puxou a cadeira para Tonks sentar logo depois, se assentou.
O garçom veio instantes depois, trazendo os cardápios. Tonks sorriu quando o garçom permaneceu imóvel ao lado da mesa, parecendo que tinha uma vassoura por dentro de suas vestes de tão reto que estava.
O cardápio exibia uma série de comidas, digamos chiques, das quais Tonks nunca havia sequer ouvido falar. As fotos mostravam pratos aparentemente deliciosos, e outros nem tanto assim, mas o gosto seria o mesmo?
- Vou pedir de entrada, a salada do chef- disse Thomas ao garçom- E você, querida?
- O mesmo que ele - disse ela. Um pouco confusa em relação à que prato escolheria, optou por escolher o mesmo que Thomas.
Após a entrada, o prato principal e a sobremesa. Thomas percebeu que alguns casais se dirigiam para um lugar perto dos violinistas, para dançarem.
- Quer dançar?- disse ele, oferecendo a mão para Tonks.
- Claro, por que não?- disse ela, segurando a mão de Thomas e se levantando da cadeira.
Os violinistas tocavam uma música romântica. Thomas passou seus braços pela cintura de Tonks e ela pelo pescoço e os dois começaram a dançar ao som da música. Thomas olha para Tonks com uma expressão de apaixonado e ela desvia o olhar. Não tinha certeza se poderia correspondê-lo,mas porque não tentar? Quando a música acaba, Tonks percebe que já estava muito tarde e era melhor ir para casa.
- Ah, vamos ficar mais um pouco... Está tão gostoso...- dizia Thomas implorando.
- É melhor não, Thomas. Não quero chegar tarde em casa. Vamos!- disse Tonks determinada.
Thomas pagou a conta e os dois saíram de braços dados. Thomas, como sempre, abriu a porta para Tonks entrar no carro e depois fez o mesmo.
- Sabe não precisa me deixar na esquina como você fez da última vez. Tem uma pracinha quase em frente à minha casa, pode parar lá se você quiser...
- Como a madame desejar.
Algum tempo depois, o carro fez uma curva e ia parando em frente à pracinha perto da Sede da Ordem. Thomas desceu por primeiro, abrindo a porta para Tonks descer. Thomas fechou a porta e ele e ela ficaram frente a frente.
- Obrigada, Thomas. A noite foi maravilhosa!- disse Tonks com certo brilho nos olhos.
- Não há de quê! Espero que tenhamos outra noite como essa. - e dizendo o último, Thomas beijou a mão de Tonks, que corou levemente.
- Noite linda, não?- disse Tonks, olhando admirada para o céu estrelado.
- É mesmo. Olha só a lua cheia!
Tonks percebe a lua cheia e se esquece dos riscos que ela traz. O rosto de Thomas foi se aproximando lentamente do se Tonks, os olhos dos dois foram fechando e...
Tonks dá um grito. Seu rosto estava virado na direção onde deveria estar a Casa dos Black, Thomas olha para o mesmo lado também.Foi tudo muito rápido. Um lobisomem vinha na direção dos dois. Se aproximando cada vez mais de Tonks. Ela anda para trás e o lobisomem continua a seguindo. Tonks tropeça e cai no chão. O lobisomem ataca seu rosto, mas Tonks se protege com o braço. Ela grita de dor. Ele estava se preparando para dar o segundo golpe , mas alguma coisa o atinge.
-Mobilicorpus - disse Thomas pela segunda vez apontando sua varinha para o animal. Um rio de luz atinge o lobisomem e ele sai correndo na direção contrária de Thomas e Tonks.
Thomas corre para acudir Tonks. Havia um profundo corte em seu braço e estava sangrando.
- Tonks! Você está bem? Tenho que leva-la ao St. Mungus- disse Thomas ajoelhado ao lado de Tonks, apoiando sua cabeça- Calma, calma você vai ficar bem!
Thomas olha para os lados, procurando alguém parar ajuda-lo. Um grupo de pessoas, vindas de algum lugar, corria em direção deles.
- Molly... Professora... - dizia Tonks com esforço, quando o grupo se aproximou mais e ela os reconheceu - Está doendo muito. Ele...
- Poupe fôlego, querida- disse Molly com ar maternal- Levaremos você ao St. Mungus, já, já.
- Para onde ele foi meu jovem? Thomas é isso? Thomas é seu nome?- disse Minerva.
- Para lá - Thomas apontou para a direção em que o lobisomem havia fugido.
- Arthur, Quim. Vão atrás dele. Tragam-no de volta e o acalmem - ordenou Minerva e os dois homens se afastaram, correndo na direção apontada por Thomas - Quanto a nós, vamos aparatar para o St. Mungus.
Thomas ajudou Tonks a se levantar. Pouco depois estavam no hospital St. Mungus. Indicaram leva-la à sala de sutura. Um medibruxo veio examiná-la, pedindo que os demais esperassem fora da sala.
Thomas estava aflito. Andava de um lado para o outro, passando a mão pelos cabelos, o nó de sua gravata já estava frouxo. Temia que alguma coisa de muito ruim acontecesse com Tonks. “Foi só um corte e nada de mais. Ela vai ficar bem” dizia para si mesmo, tentando se acalmar. Molly sugeriu que ele se sentasse e conjurou um copa d’água para ele beber.
Minerva, porém, estava um pouco nervosa, mas tentava demonstrar o mínimo. Olhava para o aflito Thomas que bebia, demasiado rápido, sua água. O medibruxo saiu da sala de suturas e os três se viraram para ele. Logo em seguida, Tonks também havia saído da sala, com o braço inteiro e novo.
-Tonks!- exclamou Thomas correndo em direção a ela - Que bom que você está bem!
- É, estou bem sim. Só tenho que tomar essa poção para evitar alguma contaminação - mostrou um frasquinho com um líquido azul dentro.
O medibruxo voltou para a sala. Tonks voltou-se para Minerva.
- O que aconteceu, professora? Por que ele agiu assim?- perguntou.
- Depois, conversaremos sobre isso, Ninfadora - respondeu Minerva.
Então os quatro aparataram de volta para a pracinha em frente à Ordem, onde Thomas foi embora com seu carro e Minerva, Molly e Tonks voltaram para a Ordem.

N.A.: Demorou, mas eu postei o segundo capítulo e para compensar o terceiro junto. A demora foi por causa do meu computador que estragou duas vezes e teve que ir para o conserto e também por que eu não achava o disquete que eu tinha gravado a fic pra mandar pra minha Beta, ô azar! Mas agora os capítulos estão aí. Espero que tenham gostado e por favor, COMENTEM!! Ah, entes que eu me esqueça, obrigada as leitoras que postaram seu comentárioss, ADOREI! Valeu mesmo. Mas os créditos não são só meus, são também da minha Beta linda que posta e corrige todos os capítulos. Então, palmas pra ela. Bjão!

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