Destinos Cruzados



Faziam mais de 3 anos que havia terminado seus estudos em Hogwarts. Agora estudava em Paris estava perto de completar sua residência e poderia praticar medicina mágica. Era chefe de residência em seu setor e em breve voltaria par Londres para visitar os pais e quem sabe morar por lá.
A situação mundial era grave. Estavam no auge da era negra. O medo batia nas portas e não se podia confiar em ninguém.
O hospital estava cheio de casos de bruxos atacados por maldições imperdoáveis.
Naquela manhã ela despreocupada passava pela emergência quando nem dos leitos reconheceu Sirius.
_ O quê Sirius Black está fazendo aqui? – falou em francês fluente.
_ Você o conhece? Chegou ontem de madrugada e nós só sabemos que é agente do ministério...
_ Qual o diagnóstico?
_ Não sei como ainda está vivo... Foi uma dose alta demais de Cruciato!
_ Meu Deus! Ele sempre foi louco mas olhe a onde foi se meter... Posso ficar responsável por ele?
_ Claro!
Lisa dispensou a enfermeira e por dias ele nem sequer acordou. Permaneceu pacientemente ao seu lado.
O rapaz havia se transformado em homem naqueles três anos. Seu corpo mudara, estava ainda mais forte, usava barba mal feita e um pouco do seu jeito irresponsável parecia haver desaparecido. A rebeldia em compensação, transpirava pelos seus poros como nunca.
_ Sirius, você acordou? – ela notou que ele abrira os olhos.
_ Lisa? A onde estou? – ele falou ainda tonto sentindo-se muito dolorido.
_ No hospital, em Paris...
_ E o que você está fazendo aqui? Ai! Essa doeu! – Lisa correu para ajuda-lo a sentar.
_ Eu trabalho aqui... – ajeitou o travesseiro dele.
_ Deve estar terminando seus estudos... Ai! Dessa vez me pegaram de jeito!
_ O que é que você está fazendo para se machucar tanto?
_ Caçando...
_ Você virou Hunter, seu maluco! – ela pouco sabia sobre o trabalho do ministério mas conhecia bem os Hunters, investigadores incansáveis que caçavam o mal até pelo cheiro.
_ Foi... É divertido!
_ É perigoso, isso sim...
_ Quem liga?
_ Não se faça de cão selvagem que não anda em bando... Eu bem sei que você nunca está sozinho...
_ Aí é que você se engana. Já faz algum tempo que eu aprendi a não confiar em ninguém...
_ Pois devia deixar de agir como a criança que você não é mais...
_ Quem é você para dizer como eu devo ou não agir?
_ Quer saber, Sirius? Vou pedir outra pessoa para que fique com você... Pensei que o tempo fosse mexer com você, mas vi que continua o mesmo...
Ela começou a anotar algumas observações na ficha de Sirius para poder sair o mais rápido possível.
_ Você acha que é fácil para mim? Eu estava numa batalha, de repente acordo, dou de cara com você...
_ É, mas você já está seguro, e eu não acho mesmo muito ético da minha parte fazer de você meu paciente, se...
_ Posso terminar?
_ Hum...
_ Não é fácil te rever... Deve ser coisa do Destino, ou qualquer coisa parecida da aula de adivinhações que eu nunca prestava muita atenção...
_ Você não prestava atenção a aula nenhuma...
Os dois riram.
_ Eu continuo apaixonado por você... Para quê fugir disso? Nada mudou nesses 3 anos. Senti uma dor mais forte no peito agora quando ouvi sua voz do que durante a batalha que me trouxe para cá... Mesmo sabendo que talvez você nunca esqueça Tiago...
Ela se surpreendeu com as palavras dele.
_ Tiago foi paixão de adolescente!
_ Nunca o perdoei por aquilo...
_ Que besteira, Almofadinhas!
_ Ninguém mais me chama assim...
_ Eu chamo e acho que você deve perdoar seu amigo. Falar com ele. Uma amizade como a de vocês não deve se acabar com uma briga por causa de um namorico que nem existiu de verdade...
_ Pode Ter sido um namorico para você... Para mim foi a única chance que eu tive de amar alguém de verdade...
_ Sirius... – ela ficou sem jeito.
_ Eu vou falar com Tiago... Tenho andado muito sozinho, sinto falta dele... E hoje, que o tempo passou, eu acho que você não gostava de mim... Não ia dar certo! Se não fosse Tiago, era outro, não é mesmo?
_ Sirius...
_ Tudo bem, Pequenina! Eu já sou grandinho... – ele sorriu triste – Já está na hora de levar um fora... Eu levei alguns nessa minha vida, não vai ser o primeiro, posso garantir...
_ Sirius...
_ Eu quero ouvir da sua boca, Pequenina! Por mais que vá doer... Eu preciso disso para poder tentar tirar você do meu coração e quem sabe um dia até voltarmos a ser amigos como antes...
_ Por que você acha que eu sou tão especial assim? – ela já não segurava as lágrimas – Olha para mim? Você pode Ter a mulher que você quiser... Eu não tenho nada demais...
_ Ah! Lisa essa resposta é bem simples... Por que o ar que respiramos é especial? Porque sem ele a gente não vive... – ele se continha a duras penas para não chorar também – Eu não vivo sem você... Eu apenas, sobrevivo... O amor demorou para me pegar... Mas também, quando pegou... – ele sorriu - O amor me fez isso que eu sou hoje, esses trapos com cara de mau... Mero sobrevivente...
_ Por que eu, Sirius? – ela estava muito comovida – Você tem quem você quiser aos seus pés...
_ Por que você eu conheço e tenho vontade de conhecer... Porque você esteve comigo quando eu precisei e eu nem tive que pedir... Porque com você eu posso ficar em silêncio apenas sendo eu mesmo... Porque você é tão bonita e nem sabe disso... Porque é com você que eu quero ficar velhinho sem saber a onde guardei a varinha... Você tem tempo sobrando? Posso passar horas a fio citando os motivos pelos quais eu te amo... Muito embora você não vá acreditar em nenhum... Eu sei que a minha fama me condenou... Você duvida que te ame... Acha que eu digo isso para todas...
_ Eu ia te amar mesmo que você continuasse o galinha de antes...
_ O quê? – ele se assustou.
_ Isso mesmo que você ouviu, Sirius! Eu te amo! Gosto tanto de você que chega a doer... – ela virou de costas para ele não agüentava o jeito que ele olhava – Sonho com você noite após noite desde daquele beijo no dia em que brigamos por causa do Snape...
_ Mas...
_ Sem mas... Quando você entrou no meu coração? Como foi? Eu não sei... Só sei que você estava lá há muito tempo... Escondido debaixo de uma paixaozinha adolescente que eu sentia por Pontas... Nem eu mesma sabia que te amava... Aí você veio me dizer isso... Veio me pedindo para assumir uma posição que nem nos meus sonhos eu me julgava capaz de ocupar... E escreveu cartas, me deu um beijo, me levou no céu...
_ Lisa, eu jamais ia imaginar...
_ É, eu sei... Eu devia Ter dito... Mas tinha o Tiago, a paixão pelo Tiago que só existia na minha cabeça... – ela limpou uma lágrima – Naquela noite, na ala hospitalar, eu tive certeza e assumi para mim mesma que eu te amava e muito... Sirius, Quando eu beijei Tiago naquele lugar, eu não senti nada... Eu só via você! Tanto, tanto, que acho que você apareceu lá! E tudo acabou, não é mesmo? Lisa parecia uma criança de castigo no canto do quarto de Sirius com o rosto voltado para a parede.
_ Destino! – Ele riu – Eu não gostava de Adivinhação, sabia? Devia Ter aproveitado melhor essa cadeira... Eu não vinha para essa missão... Não ia entrar naquela casa sozinho, mas algo me empurrava para lá... Se eu não tivesse ido, não iria Ter enfrentado aqueles três comensais e não estaria aqui... Estaria em Praga, como agente duplo... Mas você está no meu destino! E eu estou no seu... Você acha que tudo entre nós acabou? Pois eu acho que agora é que vai começar... E precisou aquilo tudo acontecer para que a gente descobrisse o que é amar de verdade. Tivemos de passar esses anos sozinhos nesse mundo enorme, sentindo falta de um pedaço... Sobrevivendo por aí... Mas eu sei que você me ama agora... E eu sempre te amei...
_ Da onde você tira palavras tão adoráveis?
_ Mas eu sou adorável! Só você é que não percebe isso... – ela limpava o rosto enquanto fazia uma falsa cara de indignada. Ele continuava cachorro – Que tal você vir me dar um abraço?
Lisa o abraçou. O corpo dela estava completamente entregue nos braços dele. Com carinho ele a beijou. Finalmente um beijo para saciar todos os sentimentos de tantos anos de dúvida.
_ Ai! Devagar aí que está tudo doendo...
_ Tadinho!
_ Você vai cuidar de mim?
_ Não é muito ético, mas... É claro que eu vou!
_ Vai Ter beijinho para passar a dor?
_ Vou beijar o corpo inteiro, então?
_ Não é uma má idéia!


_ Estou feliz e triste ao mesmo tempo...
_ Por que? – Sirius, bem melhor, a agarrou e começou a enche-la de beijos no pescoço.
_ Isso faz cócegas... Pára, Sirius! – ela ria – Eu vou Ter que te dar alta.
_ E isso é motivo para ficar triste?
_ Você vai embora, seu bobo!
_ E você não vem comigo?
_ Largar residência e tudo mais?
_ É! – Sirius achava aquilo a coisa mais normal do mundo.
_ Eu vou deixar para trás tudo que eu construí... Não posso! Não devo!
_ Vamos, Pequenina! Vem comigo, meu amor! Vem viver um pouco...
Horas mais tarde lá estava ela, na garupa da moto de Sirius, agarrada a ele como quem se agarra a um sonho conquistado, deixando tudo para trás, com ele, por ele.

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