Lição 1: Virando amigo do ama

Lição 1: Virando amigo do ama






Capítulo 2 - Lição1: Virando amigo do amado


-Silêncio classe! – McGonagall gritou pela terceira vez para os alunos do sétimo ano que pareciam não escutar. Não sabia mais o que fazer, até que uma idéia lhe surgiu.
Andou até sua mesa, sentando-se atrás dela e olhou para os alunos, alguns calaram-se, porém outros continuaram com os sussurros, mas que aos poucos foram terminando também, exceto, e isso a professora sabia que iria acontecer, dois alunos ainda continuavam a sussurrar...
-Preciso que você escreva sobre ele, algumas frases apenas, características que mais chamam a sua atenção...
-Isso é fácil, Tiago, posso te dizer agora!
-Acho que não... - o garoto dissera endireitando-se em sua cadeira quando a professora aproximou-se, parando em frente à classe deles.
-Senhores... Creio que minha aula não está tão interessante assim...
-Impressão sua, Professora... Sua aula está ótima. – Sirius respondeu com um sorriso singelo, porém não convenceu a professora, que apontou sua varinha para o quadro, onde surgiram algumas palavras que fizeram a turma toda exclamar um “ah...” e um “Não!” consecutivos.
-Mas... Três rolos de pergaminhos sobre algo que ném vimos ainda! – Tiago disse sem perceber que McGonagall estava ouvindo.
-Se você estivesse prestando atenção na minha aula, Potter, saberia que eu acabei de explicar o significado desses feitiços e suas causas em cada transformação. Portanto... Acho melhor você e todos os que estiveram conversando não me encherem com perguntas desnécessárias... Aliás... Eu quero esse dever para depois de amanhã, e aquele que não entregar terá nota zero!
-Mas... É pouco tempo! – Remo dissera finalmente olhando seus pergaminhos com algumas anotações. – Temos muitos outros deveres...
-Sem desculpas, Sr. Lupim. Sei que poderão descansar no Natal, mas agora nada de molesa! – a professora dissera e então, quando tocou o sinal, saiu da sala deixando os alunos boquiabertos.
-O que eu vou fazer agora?! – Sirius perguntou mais para si do que para os amigos do seu lado, porém fora a vez de Remo responder.
-Quem sabe você estuda mais e brinca menos...
-E quem sabe você não pode me ajudar... Aluado!
-Não! Não tenho culpa de vocês estarem conversando a aula toda... Aliás, qual era o assunto maravilhoso?! – Remo perguntou colocando a mochila sobre os ombros e cruzando os braços na frente do corpo.
-Não é da sua conta...
-Claro que é... Afinal ele é da Grifnória, Sirius... e acima de tudo nosso grande amigo, não podemos esconder essa maravilha, não é mesmo? – Tiago se intrometeu com um grande sorriso e então ignorando os protestos do moreno continuou -... Ele precisa saber que você está tendo aulas de Quadribol extras...
-Quê? Sirius... Aulas extras... Quadribol?! – Remo perguntou não acreditando muito naquela invenção. – Mas com quem? Não vejo ninguém que possa o ensinar devidamente.
-Assim você me ofende Aluado! – Tiago argumentou com fingida magoa.
-Oh, Desculpe... Mas a questão não é essa... Vocês bem que podiam ter conversado sobre isso outra hora!
-Concordo com o Remo! – era a Lílian que havia acabado de se juntar à turma. Não parecia muito satisfeita também. – Três pergaminhos! – disse arrastando Tiago para longe, deixando Remo e Sirius se fuzilando com o olhar.
-Ok, peço trégua!
-Ah... Esquece! – Remo dissera andando ao lado do garoto que pela primeira vez sentia-se nérvoso por estar sozinho com... Ele.
-O que você vai fazer agora?! – Sirius perguntou querendo quebrar o gelo entre eles.
-Mm... Não sei... – Remo dissera olhando atentamente um casal no fim do corredor. Não pareciam se divertir muito, pelo menos não a garota. – Quem são? Não parecem ser Tiago e Lílian...
-Acho que não... é melhor não atrapalhar né? – Sirius disse puxando o amigo pela mão para desviar do casal.
-Mas... Eu conheço... Conheço-os... – Remo disse soltando-se de Sirius, que mordeu o lábio inferior ao ver quem estava no fim do corredor.
-Pedro? Ryan? – Remo disse surpreso. – Não é que formam um belo casal? – um sorriso malicioso surgiu no rosto do lobisomem ao ver que Pedro ganhava tons vermelhos em sua face, assim como a garota em quem ele estava abraçado.
-Já brincamos com eles... Agora é melhor deixar os pombinhos as sós, né Remo? – Sirius disse ao ver as expressões no rosto de Roxy, com certeza nada agradáveis.
-Não... Tudo bem... Remo pode ficar... Seria um prazer.
-Não seria Ryan – Sirius interrompeu. – Remo e eu íamos a biblioteca fazer um trabalho de Transfiguração... Acho que não deveria nos atrapalhar...
-Ah... Eu não iria atrapalhar... Seria ótimo poder ajudar... Estou no mesmo ano lembra?! Não é Remo?! – Roxy disse aproximando-se mais do lobisomem que sentiu uma dor intensa na mão quando Sirius apertou-a, na verdade nem sabia que ele a estava segurando...
-Sirius... Está me apertando... – Remo disse olhando para a mão entrelaçadas de ambos. Sirius fizera o mesmo e então soltara-o com tristeza.
-Obrigado... E... Acho que o Sirius está certo, uma vez na vida, acho...
-Remo!
-Brincadeira... – Remo disse e então após piscar um olho para Pedro, saiu com Sirius do seu lado, que sorria vitorioso para Roxy.
-Ah... Finalmente... Pensei que Pedro nunca iria ficar com essa garota... E olha que ela é bem bonita... Não acha?
-Você acha? – Sirius perguntou nervoso olhando de canto para o garoto do seu lado que sorria.
-Eu perguntei primeiro...
-Bem... Ela não é feia... Mas não acho tão bonita assim...
-Precisa de óculos, Sirius, ela é linda! – Remo dissera sorrindo ao ver a cara de espanto do amigo. – Por que essa cara?!
-È... Nada não... Ou melhor, acabei de lembrar... Esqueci algo no dormitório... Vou buscar... – o moreno dissera correndo na direção oposta, deixando um Remo confuso e ainda mais sorridente.
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-Você saiu correndo?!
-Não assim como você está pensando... Dei uma desculpa antes...
-E qual a diferença Sirius?
Sirius franziu o cenho e então passou uma mão pelos cabelos nervosamente, olhando para os balões em forma de coração que caíam do teto. Felizmente haviam conseguido um jeito de eliminar a música que tocava e apagar o incenso meloso que queimava antes. Como Tiago dissera, haviam deixado aquela sala mais a cara deles.
-Ah... viu pra que preciso da sua ajuda? Não consegui pensar em nada legal para fazer com Remo, e olha que eu sei de muitas coisas que ele gosta... além disso eu quase tive um ataque de ciúmes por causa daquela Ryan metida...
-A Roxy? A que está com o Pedro?
-Sim... eu já te contei sobre...
-Sim, sim... mas o que aconteceu... ela insinuou alguma coisa?
-Não... fez tudo de acordo... só que eu acho que ela percebeu que eu não vou ajuda-la no plano... estou com medo que ela conte ao Pedro.
-Não faria isso... ela quer o Remo e você é o único que pode ajuda-la.
-Ok... melhor deixar isso de lado agora... pode começar Tiago!
Tiago sorriu por um momento e então da mesma fora que a professora McGonagall, ele sacudiu sua varinha fazendo algumas palavras aparecerem no quadro-negro que havia ali (pelo menos a sala havia colocado objetos de aula daquela vez).

Lição 1: Virando amigo do seu amado

Sirius olhou aquelas palavras incrédulo e então olhou para Tiago, que agora adquirira uma postura mais séria e estava em pé do lado do quadro negro com sua varinha ainda apontada para o quadro.
-Mas...
-Sei, sei... você já é amigo dele... mas essa é a melhor maneira de se começar uma relação.... sei disso porque estou seguindo experiências próprias. Portanto, avaliando o que você me relatou antes, acho que você deve aprofundar mais sua amizade, tentar não esfria-la. Entendeu?
-Claro... só que... por onde eu começo?
-Espere... cada coisa de uma vez... primeiro você precisa me mostrar o que eu te pedi hoje na aula... as anotações sobre o Remo.
-Ah... – Sirius mecheu nos bolsos de suas vestes e então retirou um pergaminho meio amassado e o entregou ao “professor”.
-Precisa ser mais caprichoso, Black!
Sirius franziu o cenho tentando disfarçar sua vontade de rir, mas não queria magoar o amigo que estava fazendo o possível para lhe ajudar.
-Vejamos... – Tiago abriu o pergaminho e passou seus olhos ligeiramente sobre o papel sorrindo de vez em quando e então o devolveu ao amigo novamente. – Hora de começar... – Tiago disse sorrindo para um Sirius ansioso que se remexeu na cadeira.
-Ótimo...
-Bem... eu não tenho muita teoria a respeito disso, apenas sei que é a partir da amizade que pode surgir uma grande relação. Veja meu caso por exemplo, quando Lílian e eu nos odiávamos, isto é, ela me odiava... não havia possibilidade alguma de nos relacionarmos mais profundamente, porque tínhamos pensamentos diferentes sobre o outro, depois que o mal entendido passou e nós viramos amigos, passamos a nos conhecer melhor, a ficar mais tempo juntos, compartilhar segredos, aventuras e até um dia em que percebemos estar apaixonados... o seu caso é diferente do meu, vocês são amigos há muito tempo, ou talvez, você não tenha notado que essa amizade mudou de escala antes... Sirius, quando você percebeu que estava gostando dele...?
-Mm... quando começamos a nos afastar, eu acho, e foi bem no momento que você e a Lily começaram a namorar...
-Ou seja, faz uns... seis meses?
-È... tanto que eu não recebi nenhuma carta dele no verão...
-Então, como eu disse antes, você realmente precisa esquentar essa amizade, Sirius, e uma boa maneira é convida-lo para fazer algo que vocês sempre fizeram juntos e que relembre essa amizade...
-Mas... o que? Eu não lembro de nada...
-Quanto a isso eu não posso ajudar, já faz parte do seu “tema de casa”. Mas posso te dar uma dica...
-Qual? – Sirius perguntou olhando fixamente para Tiago que se aproximava e sentava de frente para ele.
-Qual a fase lunar em que estamos?
-È... Hoje começa a lua-cheia... – o moreno respondeu pensativo, não desviando o olhar de Tiago, que agora sorria abertamente.
-Por hoje é só, Sirius, volte amanhã com o seu dever feito... Boa Sorte... – Tiago disse levantando-se da cadeira e saindo em direção a porta, sem antes pegar um balão vermelho em forma de coração, grafando as inicias do seu nome e da Lílian, do mesmo jeito que Sirius fizera antes, e então saíra deixando um Sirius pensativo.
-Lua-cheia! – balbuciou e então algo clareou em sua mente fazendo com que saísse correndo pela sala em direção ao jardim de Hogwarts...
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Novamente a tortura havia chegado, mais uma seção que parecia interminável de transformações havia chegado, e ela havia voltado a ser terrível e abominável, já que nos últimos meses suas companhias haviam evaporado e ele passava suas noites de terror completamente sozinho.
Não queria cobrá-los, mas não conseguia mais esconder o fato de estar sentindo falta, de estar se batendo mais furiosamente porque eles não estavam ali, porque ele não estava com consigo, no momento em que mais precisava.
As conseqüências disso estavam se tornando bem visíveis, já que os arranhões em seu corpo eram profundos assim como sua tristeza.
Andava vagarosamente pelo jardim já escuro olhando de vez em quando para um céu negro que escondia seu maior medo, sua maior angustia. A qualquer momento a lua brilhante apareceria e iluminaria aquela noite escura, porém aterrorizaria a sua.
Andou até o salgueiro lutador e após parar seus movimentos, entrou pela passagem que levava até seu refugio. Fizera o trajeto quase correndo, não queria se transformar na passagem, seria muito doloroso, já que o lugar era apertado.
Subiu as escadas para o andar superior e avistou a lua cheia e brilhante apontar totalmente no céu, porém não era o único a avistá-la... Sirius ao perceber que a lua finalmente havia aparecido transformou-se em sua forma animaga e começou a correr mais rapidamente até a arvore, seguindo o mesmo caminho que Remo fizera antes.
Ao chegar a casa, diminuíra seus passos e subira pelas escadas entrando vagarosamente no quarto onde deveria estar o lobisomem. Este debatia-se enfurecido, arremessando objetos, mordendo e arranhando o sofá que lá estava. Porém, ao perceber que não era o único na casa, virou-se rapidamente na direção do cachorro que acabava de entrar no quarto.
O cachorro permaneceu imóvel, enquanto o lobisomem se aproximava e avaliava o ser que se juntara a ele. Após algum tempo, onde o lobisomem cheirava e rondava o cachorro, este andara até o sofá subindo sobre este e sentando-se nele. O lobisomem o seguiu sem tirar os olhos do cachorro, ainda o avaliando, até o momento em que percebeu que já o conhecia e voltou a seus ataques de fúrias, desta vez em conjunto com o cachorro, que tentava distraí-lo de todas as formas...
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A neve caía tranquilamente no começo daquela manhã dando um visual totalmente esbranquiçado nos jardins e no castelo de Hogwarts.
E era esse visual que o garoto avistava pela janela da casa dos gritos após uma noite cansativa, porém a melhor dos últimos meses.
Suspirou e então abriu um sorriso quando avistou o cachorro deitado em cima do sofá dormindo tranquilamente.
Estava tão feliz por ver aquele cachorro, por ter tido a companhia dele durante aquela noite, que os arranhões em seu braço não faziam a menos diferença.
Andou até o sofá e ajoelhou-se na frente deste, fitando o animal adormecido. Passou uma mão sobre sua cabeça acariciando-o, até que o cachorro abriu os olhos assustado sentando no sofá e cheirando a mão que antes o acariciava.
-Bom dia, Sirius! – Remo disse ao cachorro que latiu em resposta e abanava o rabo freneticamente. – Acho melhor nós voltarmos para o castelo, quero tomar um banho antes de ir para a aula... Queria dormir também, mas já é tarde... – Remo falou virando-se de costas para o cachorro e andando novamente até a janela.
-Se você quiser descansar eu aviso a Prof. McGonagall. – Sirius disse após voltar à forma humana.
-Não, tudo bem... – Remo disse virando-se para Sirius que estava atrás de si, olhando pela janela. – Afinal de contas não estou tão cansado assim...
-Que bom... espero ter ajudado...
-Ajudou... confesso que senti falta da sua companhia... e dos outros também... era uma tortura para mim... – Remo disse sorrindo singelamente, sendo correspondido por um Sirius totalmente abobado.
-Ah... desculpe... eu... não queria ter deixado você sozinho, não sei bem o motivo...
-Não precisa se desculpar... apenas volte a me fazer companhia nas noite de lua-cheia...
Ficaram se olhando por algum tempo sem falar nada, apenas se olhando, se avaliando, ouvindo a respiração um do outro, até que Sirius resolveu acabar com aquele silêncio.
-Acho melhor voltarmos... você está cansado e precisa se agasalhar mais...
-Ah, claro! – Remo dissera e então seguira o moreno rumo ao castelo, com um único pensamento na cabeça: “Você faz tanta falta, Sirius, por que eu não consigo dizer que te amo?”.


Continua...



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