Indo longe demais



Capítulo 7

Indo longe demais

-Qual o problema Tiago? – a ruiva perguntou pela segunda vez preocupada com o excesso de nervosismo do namorado.

-Eu já falei que não é nada meu amor... você não quer passar na Madame Rosmerta e tomar alguma coisa?

-Não me enrola, Tiago, eu quero saber o que tem de errado... e não me faça perguntar novamente. – Lílian disse ficando cada vez mais irritada enquanto ambos andavam pelas ruas cheias de neve e frias de Hogsmeade.

-Tudo bem... eu vou contar... mas só porque você me forçou e você é a única em quem eu posso confiar, afinal...

-È claro que sou... se não fosse, não seria sua namorada... Tiago. Mas agora me conta... – Lílian dissera puxando o namorado para dentro do bar, onde sentaram-se em uma mesa mais afastados.

-Aqui está bem melhor... – Tiago falou abraçando-se a si mesmo tentando afastar o frio que estava sentindo... – sorriu um pouco e então suspirou profundamente antes de começar a falar. – Você já deve saber que o Sirius e o Remo são muito mais do que amigos, né? Na verdade eles não são, mas queriam ser...

-Sei disso... mas qual o problema?

-Todos o que você imaginar... tentei ajudar mas acho que estou piorando as coisas, Lily...

-Em que sentido você estava ajudando? Bancando o cupido?

-Mais ou menos... na verdade quem me pediu ajuda foi o Sirius... ele queria que eu o ajudasse a conquistar o Remo, então eu bolei um plano e estou ajudando...

-Fantástico... – Lílian disse sorridente, colocando suas mãos sobre as do namorado. – Deu certo né?

-Não... o Remo descobriu a minha ajuda... não gostou muito, disse que não queria que eu interferisse na situação e... ah, Lily não me peça para contar isso... não quero gastar nosso dia falando deles... temos que aproveitar...

-Não sei por que... mas você não quer me contar algo... Tiago, mas tudo bem... eles são adultos e sabem se cuidar muito bem... – Lílian falou desconfiada e então sorriu aos mencionados que acabavam de entrar no bar.

-Pra quem você sorriu? – Tiago falou desconfiado virando-se para a porta e deparando-se com os olhos de Sirius que pareciam confusos. Tiago sorriu para os amigos, que retribuíram e depois de pegarem alguma garrafas de cerveja amanteigada, saíram por onde entraram antes.

-Pelo menos eles estão juntos hoje...

-Eu espero que sim... – o garoto virou-se novamente para a namorada, que ainda sorria. – Você não acha que devemos começar a planejar o nosso futuro?

A ruiva franziu o cenho e então perguntou curiosa:

-Como assim, planejar o futuro?

-Estou falando depois de Hogwarts, Lílian... Temos que começar a pensar na nossa vida como uma só... estou com medo... não sei o que vai ser de nós depois da nossa formatura, estou com medo principalmente pelo que vem acontecendo lá fora...

-Você não precisa ficar assim, Tiago – A ruiva falou passando uma mão carinhosamente pelo rosto do namorado. – È só uma formatura... vamos continuar juntos depois... enfrentando os pequenos e os grandes problemas, como sempre fizemos, até mesmo quando não éramos namorados...

-Eu sei disso... Lílian... o que eu estou tentando te dizer é... Você aceita casar comigo?

Lílian afastou sua mão de Tiago, piscando algumas vezes, pensamentos se movendo desorientadamente por sua mente.

-Casar? Tiago você está bem? Tem certeza que era isso que você queria me dizer?

-Era... só que eu não havia planejado isso... saiu sem que eu tivesse percebido, mas pode ter certeza de que é o que eu quero... quero que você seja minha esposa, Lílian...

-Tiago... estamos em uma véspera de Natal, faltando meio ano para a nossa formatura... você pode mudar de idéia até lá...

-Por que esse drama? Não vai aceitar o meu pedido?

-Por que não deixamos como está? – Lílian perguntou, sentindo seu corpo tremer de nervosismo e arrependimento por não ter dito logo a resposta que queria, mas estava com medo, tão ou mais que Tiago, mas não queria demonstrar aquilo na frente dele... não podia...

-Se eu fosse fazer tudo o que você me pedisse Lílian, nós não estaríamos juntos hoje! – Tiago falou a puxando para um abraço apertado. Esta sorriu entre os braços do namorado, se sentindo mais segura e completa.

-Ainda bem que você não me escuta... – a ruiva completou olhando o moreno nos olhos. – se eu disser que aceito... você não vai poder voltar atrás... eu não vou deixar, Tiago.

-O máximo que eu posso fazer é refazer o pedido, Lílian, com aliança, jantar romântico e bla bla bla, mas desistir, nunca! – Tiago brincou, um sorriso surgindo no rosto dos dois, agora, noivos.

-Amo você... – a jovem falou aproximando seus lábios do garoto que fechou aquela proximidade finalmente. Estavam noivos, ficariam juntos e era isso que importava no momento.

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Terminou de beber o resto da sua segunda garrafa de cerveja em um gole só, sendo observado pelos olhos castanhos e atônitos do lobisomem ao seu lado.

-Você não acha que está exagerando? – Remo perguntou quando Sirius abria a sua terceira garrafa, sendo que Remo nem havia terminado a metade da sua primeira garrafa de cerveja.

-Esqueceu que isso não é alcoólico? – Sirius perguntou sorrindo.

-Não esqueci... Porque ela é alcoólica sim, só não é totalmente, mas tem uma pequena porcentagem e se você continuar bebendo desse jeito vai acabar ficando bêbado sim...

-E que problema teria isso? – Sirius perguntou e então sorveu um pouco do líquido da garrafa.

-Você é insuportável quando fica bêbado... e... Para! – Remo falou arrancando a garrafa da mão do garoto e despejando o seu conteúdo fora.

-Remo! – Sirius disse tentando pegar a garrafa da mão de Remo que estava sentado ao seu lado, mas sua atitude fora frustrada pelo garoto que jogou a garrafa para frente. Sirius, que estava praticamente sobre o outro garoto, olhou a garrafa rolar pelo gramado, agora coberto de neve e pousar delicadamente em um pequeno buraco. – Por que você fez isso?

-È para o seu bem, Sirius... – Remo falou sentindo sua face esquentar por causa daquela proximidade, principalmente entre seus rostos.

-Não quero o meu bem se é para as coisas que eu gosto se afastarem de mim...

-Sirius...

-Queria que as coisas fossem diferentes... queria não fazer o que eu faço... queria recuperar o que eu perdi, sei que minhas atitudes fazem mal...

-Do que você está falando? – Remo perguntou sentindo seu coração querer sair pela boca com as coisas que estava escutando. Era impressão sua ou aquelas palavras tinha dois significados?

-Da garrafa... da minha mania de beber até mesmo sem querer... por quê? – Sirius perguntou inocentemente, não percebendo a ambigüidade de suas palavras.

-Nada... – Remo respondeu afastando-se do garoto, que o segurou pelo braço.

-Aonde você vai?

-A lugar nenhum... apenas estou dando espaço para você se encostar na arvore também... – Remo falou apontando para o espaço vago ao seu lado.

Algum tempo passou sem que nenhum dos dois garotos falasse nada. Apenas observavam o lago meio congelado, a neve a volta, as arvores com pontos brancos em suas folhas...

-Lembra quando tomávamos banho nesse lago? – Sirius perguntou, olhando para o amigo que estava de braços cruzados.

-Lembro... mas você não quer fazer isso agora, né? – Remo perguntou com um meio sorriso apontando para o lago meio congelado pelo frio. Sirius sorriu divertido e então balançou os ombros.

-Não sei até que ponto você me acha maluco, mas eu não entraria ali nesse frio... mas se você quiser... fique a vontade!

-Estou em dúvida... mas por enquanto não...

-Ah... ok!

-Mas o que você ia dizer sobre o lago? – Remo voltou ao assunto de antes olhando fixamente para o amigo.

-Sobre como nos divertíamos... éramos unidos e, principalmente, como aprontávamos. – Sirius falou pensativamente lembrando-se dos momentos que havia citado.

-Concordo com você... Digamos que isso descreve os marotos. Mas falando desse jeito até parece que não somos mais os marotos... ou simplesmente jovens...

-Jovens somos... disso eu tenho certeza, mas marotos eu não sei... acho até que o Malfoy deve estar com saudades das nossas traquinagens... – Sirius riu divertido, sendo correspondido pelo Remo, que pegou um pouco de neve na mão e jogou em Sirius, que fora pego desprevenido.

- Que!

-Não estava reclamando da falta de travessuras?

-Estava... mas... – Sirius disse apalpando a neve sob si e pegando um pouco com a mão sem que Remo percebesse, e então atirou em Remo que desviou o rosto, então levantou e saiu correndo em direção do lago.

-Espere... – Sirius disse juntando mais neve nas mãos. Remo, enquanto tentava fugir, pegava um pouco de neve nas mãos e tentava jogar no garoto que o metralhava com bolas de neve.

-Pra quê? Não estou a fim de ficar coberto de neve. Por isso nem pense que eu vou ficar parado enquanto você se aproveita de mim...

-Então... tudo bem... podemos conversar enquanto você foge de mim... – Sirius disse jogando outra bola de neve, que dessa vez passara perto do garoto que para se vingar jogara outro que acertara os pés de Sirius.

-E sobre o que você quer falar? – Remo perguntou, mas logo se arrependendo, já que Sirius podia muito bem querer falar de algo que ele estava, no momento, evitando.

Sirius parou por algum tempo não acreditando que o grifinório houvesse feito aquela pergunta. Jogou a bola de neve no chão e então limpou suas mãos que estavam molhadas em algum pedaço de roupa seu que estava seco. Remo vendo aquilo estranhou, mas mesmo assim continuou com a bola de neve na mão. Nunca se sabia quando estava seguro com aquele cachorro.

-Muitas coisas... mas eu tenho uma em especial... apenas uma curiosidade... será que você consegue saciar essa minha... curiosidade? – Sirius perguntou enquanto se aproximava cada vez mais do outro garoto, até que por fim seus corpos estavam a poucos centímetros um do outro.

Sirius fitou os olhos castanhos de Remo tentando descobrir o que este estava pensando, o que este poderia estar achando daquilo tudo, mas... não conseguia distinguir... talvez estivesse vendo uma mistura de curiosidade e divertimento.

-E o que você quer que eu diga?

Não poderia ser tão direto, mas queria saber, necessitava saber o que Remo havia sentido durante aquele beijo. Tinha que se arriscar, era a sua chance... – Eu quero que você me diga... o que você achou do nosso beijo?


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Andavam de mãos dadas pelas ruas movimentavas e frias de Hogsmeade, enquanto alguns olhares curiosos e ao mesmo tempo divertidos eram lançados àquele casal que passeava pelas ruas. Pedro sorria e vez ou outra beijava a jovem que tinha seus pensamentos longe, mas não tão longe assim.

-O que você quer fazer agora? – Pedro perguntou parando em frente a uma loja de doces.

-Hm... você me disse que ia mostrar o lugar onde você ia com os marotos antes...

-Eu disse?

Roxy rolou os olhos tentando soar carinhosa com o garoto. Mas tinha que admitir, estava ficando cada vez mais complicado. Como é que aquele traste conseguia ter amigos tão legais... talvez Remo e os outros tivessem devendo a alma para aquele panaca, só podia...

A corvinal parou na frente de Pedro, o olhando com doçura e então sorriu o abraçando fortemente.

-Você não está lembrando? – disse com uma voz manhosa. – Será que eu não estou sendo boa o bastante para você?

-C-claro que está! –Pedro disse abraçando a jovem também. – Desculpe, meu amor, havia me esquecido que tinha prometido isso para você... se quiser, podemos ir agora.

Roxy sorriu no abraço do grifinório e então sem mais nem menos deu um gritinho e beijou os lábios do garoto o agradecendo por ter atendido o seu pedido.

Pedro sorriu entre o beijo e então afastou a jovem de si para expor o que havia acabado de passar em sua mente.

-Posso te fazer uma pergunta?

-Claro... mas enquanto isso vamos indo. – Roxy disse puxando o garoto pela mão pelas ruas da cidade.

-Ok... - algum tempo se passou, até que o grifinório tomou coragem para fazer o que pretendia. – Roxy, gostaria de ser minha namorada?

A loira parou desconcertada quando ouviu aquele pedido ficando de costas para Pedro que vinha logo atrás de si. Estavam indo longe demais. Mas ela não podia negar o pedido e muito menos aceitar. Ah... porque aquele pedido não era do Remo? E porque ela havia gostado de ouvir aquele pedido? Não era como se tivesse envaidecida por saber que os garotos babavam para tê-la, mas era porque ela tinha ficado feliz pelo Pedro ter feito aquele pedido, da mesma forma que ficaria se Remo a pedisse.

Balançou a cabeça em negativa tentando despistar aqueles pensamentos, ou melhor, tentando esquecer que havia pensado naquilo. Como podia, ela, Roxy Ryan, linda, loira e perfeita, namorando um pateta como aquele, não... era inadmissível!

Suspirou, tentando aliviar a tenção que havia caído sobre ela, colocou um sorriso com uma mistura de satisfação, emoção e doçura - pelo menos foi o que tentara demonstrar - nos lábios e virou-se para o garoto que esperava arduamente pela resposta ao pedido.

-Pedro... meu amor... sabia que você me pegou de surpresa? – Roxy perguntou andando até o garoto, passando uma mão pelo seu rosto. – Tão de surpresa que eu, infelizmente, vou ter que pedir para pensar um pouquinho... esse é um grande passo que iremos dar... não podemos entrar em uma relação desse tipo não sabendo realmente o que sentimos, embora eu já saiba que adoro você muito. – ao dizer isso ela sorriu e depositou diversos beijinhos nos lábios do jovem, que sorriu com o gesto e abraçou a loira, aproximando mais seus corpos.

-Eu vou esperar o tempo que for preciso... minha gatinha. – Pedro disse ganhando tons vermelhos no rosto. Já que iam ser namorados, ele devia expor tudo o que estava sentindo. E para começar nada melhor do que dar adjetivos a sua namorada.

-Agora você me leva até aquele lugar? – Roxy pediu com um beiço.

-Claro... – ao dizer isso Pedro guiou uma Roxy sorridente pelas ruas da cidade, rumo ao esconderijo, não- tão- secreto, dos marotos.


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-Aquele não é... Pedro? – a ruiva perguntou curiosa. Olhava pela janela distraidamente enquanto Tiago buscava alguma coisa para lancharem. Quando este voltara, Lílian perguntara finalmente.

-Mas o que ele faria agarrado aquela... espera aí, mas aquela é a Ryan...

-Ryan?

-Sim, essa garota, da Corvinal, vive dando em cima do Remo, pra desprazer do Sirius. Ele odeia essa garota.

-Se ela gosta do Remo, por que ela está com o Pedro?

-Boa pergunta querida... mas... eu tenho para mim que coisa boa não é... já que ela já aprontou para cima do Pedro antes... – Tiago disse pensativamente, lembrando do dia que ela ficara com Pedro apenas para descobrir mais coisas sobre as aulas particulares do Sirius.

-Ela já aprontou antes? E por que eu sempre sou a última a saber?

-Porque... isso... não é da nossa conta... é entre ela e o Pedro... ele deve gostar muito dela para tê-la perdoado.

-Ou deve ser um grande panaca por não saber que ela deve estar enganando ele de novo.

-Lily? Chamando seu amigo de panaca?

-Ele é nosso amigo, mas não deixa de ser um panaca. – Lílian disse seriamente. Tiago tinha quase certeza que aquilo só podia ser resultado do seu extinto protetor de amiga. Já que ela costumava xingar e dar conselhos daquela maneira há alguém que ela gostava, e isso não seria diferente com Pedro, já que era colega e amigo deles.

-Tudo bem querida... mas agora vamos deixar eles para lá? Vamos almoçar que eu estou morrendo de fome. – o moreno falou enquanto se preparava para comer o seu lanche. Lílian, porém, continuava com seus pensamentos na tal de Roxy Ryan. Se ela ousasse a fazer mal a algum amigo seu, iria se ver com ela. Ou aquela ruiva não se chamava Lílian Evans.


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-E então? Não vai responder a minha pergunta? – Sirius perguntou vendo que o amigo parecia ter recebido uma pancada. Não devia ter ido direto ao ponto, não daquela maneira.

-M-mas... – Pedro olhou Sirius por um momento, não acreditando que ele havia feito aquilo. Tudo bem que já estava preparado para futuros ataques, mas não daquele tipo, por Merlim, o que ele ia responder? “Apenas a verdade” Isso diga a verdade, diga que foi o melhor beijo da sua vida, que foi o beijo mais puro e verdadeiro que já deu, porque a pessoa que estava beijando era aquela que ele realmente ama. Nunca! Não podia dizer aquilo, mas também não podia dizer mentiras, não para o Sirius. Não queria facilitar, mas também não destruir o que Sirius estava tentando construir, tudo bem que era em superfície torta, mas já era alguma coisa.

Deu um passo para trás tentando se afastar um pouco do moreno a sua frente. Caso dissesse alguma coisa indevida teria chance, ao menos, de fugir.

Sirius olhou a reação de Remo com um divertimento no olhar, afinal, havia conseguido o efeito desejado, ou seja, havia intimidado Remo Lupim e com apenas uma simples pergunta. Adoraria saber a resposta para a mesma, mas sabia, tinha certeza, de que o que sairia por aqueles lábios, não seriam a simples e pura verdade. O jeito era esperar e ver qual a desculpa que Remo diria.

Quando Remo estava disposto a abrir a boca e dizer qualquer coisa uma voz, irritante para Sirius, mas reconfortante para Remo chegou ao ouvido deles como se fosse uma corneta.

Olharam para o lado descrentes do que viam. Roxy puxava um Pedro desconcertado pela mão até onde eles estavam. Se Remo não tivesse vendo aquilo com os próprios olhos, diria que um pedido mudo seu havia se realizado do nada.

-Roxy! – Remo falou sorridente andando até a loira que prontamente soltara-se de um Pedro furioso para abraçar um Remo contente.

Nunca pensou que iria se sentir bem sendo abraçado pela Corvinal, ela, pela primeira vez na vida, estava sendo sua salvação, mas não apenas aquilo... por que não? Por que não cutucar mais aquele cachorro?

Sirius olhava tudo com raiva. Não, não apenas raiva. Fúria, ódio, e todos os derivados que estava sentindo no momento. Como aquela, aquela... Argh! Que nome se daria aquela mulher? Talvez fosse melhor nem pronunciar, já que até ele, Sirius Black, se sentia envergonhado pela palavra que surgira na sua mente.

Lançou um olhar indignado ao Pedro que assistia tudo sem entender nada, já que há poucos minutos aquela garota havia lhe dito que iria pensar sobre sua proposta. Sobre ser sua namorada.

-Que bom encontrar você aqui! – Roxy falou ainda abraçada ao Remo que apenas sorriu. Roxy, porém, lançava olhares vitoriosos a um Sirius que estava prestes a explodir, ainda mais quando viu uma Roxy aproximando cada vez mais seu rosto de Remo e então beijá-lo com paixão.

Sirius ficou petrificado no lugar olhando aquela cena com desprezo, com amargura. Tudo o que ele queria era tirar aquela mulher de cima do Remo, de cima do seu Remo, mas não podia, até porque não sabia se era aquilo que Remo queria. Ao pensar daquela forma, Sirius não teve outra alternativa, a não ser fugir daquele lugar.

Quando Sirius já estava longe, Remo soltou-se bruscamente da loira que havia o beijado a força. Tudo bem que queria fazer ciúmes ao Sirius, mas não queria magoá-lo daquela forma!

-Por que isso? Por que me beijar dessa forma? O que deu em você? – Remo perguntava com angustia, como se quisesse tirar toda aquela dor de seu coração de uma vez por todas. Se ficasse quieto não iria conseguir se manter em pé, muito menos olhando pra aquela mulher.

-Eu só queria mostrar o quanto gosto de você!

-Será? Será que não era para fazer ciúmes ao Sirius?

-E se fosse? – Roxy perguntou notando que os olhos de Remo estavam brilhantes, como se a qualquer momento fossem despejar toda aquela lágrima.

-Eu não quero que você se intrometa mais. Não dessa forma.

-Por que?

-Será que você não percebeu que o meu coração é do Sirius? Que é só dele e que nem esses seus caprichos serão capazes de mudar isso? Roxy, olha para o lado, olha para mim e diz: você acha mesmo que um dia eu te amaria?

-Se ama o Sirius, porque não me amaria?

-Por que ele sim me ama, e eu sei, agora eu sei, que é verdadeiro o que ele sente, graças a você, Ryan! – Remo falou enxugando uma lágrima que deslizava morna pelo seu rosto.

Roxy permaneceu calada, observando o Remo sair pelo mesmo caminho que antes Sirius o fizera.

-Isso quer dizer que eu não amo você verdadeiramente? – Roxy perguntou antes que Remo saísse de sua vista.

Remo virou-se para encarar a loira que agora estava ajoelhada no chão. – Não sei... eu desconheço esse amor que você diz sentir por mim... se gostasse de mim, não iria enganar o meu amigo dessa forma. – Nisso ele olhou para Pedro que apenas assistia a cena, que apenas agora se dava conta de que havia sido enganado outra vez.

Remo, sem falar mais nada, sem olhar para trás, saiu pelas ruas de Hogsmeade, tentando não pensar no Sirius.

-E você! Para de me olhar desse jeito! – Roxy gritou furiosa, ainda ajoelhada no chão. – você achava mesmo que eu ia aceitar o seu pedido idiota?

-E você achava mesmo que o Remo ia amar você? – Pedro perguntou com expressão de nojo e então saiu deixando Roxy pensativa e furiosa ajoelhada na neve.

Não podia negar. Tinha ido longe demais. Tinha brincando com os sentimentos do Remo, mas o que ela podia fazer... não sabia que ele sentia tanto por Sirius, que ele amava tanto o amigo... e por que aquilo tinha que acontecer com ela? Justamente quando estava se acostumando com a idéia de ter Pedro do lado?

Continua...

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