Capítulo 14: Um último dia dou

Capítulo 14: Um último dia dou



***CONTINUAÇÃO DO FLASHBACK***

Ronald voltava em passos rápidos para o jardim. Procurava por ela. Como estaria? O que estaria pensando depois de... oras, depois de quase ter sido beijada! Ele passou a mão pelos cabelos, nervoso. Como ia falar com ela de novo? A partir de que assuntos começariam uma conversa civilizada, quando, se a lourinha abusada não tivesse chegado, eles poderiam estar aos beijos? O corpo dele estremeceu com esse pensamento.

Droga de garota inoportuna!

Sentiu vontade de espancar a irmã de sua cunhada naquele momento. Tudo estava tão perfeito, as coisas se encaixavam tão bem... aí vem a Gabrielle pra fazer um pedido tão besta...

Quando, em nome de Merlin, eu vou ter coragem de tentar beijar a Hermione de novo? Quando a constelação de Órion estiver alinhada com a das Plêiades? Só se for...

Ele olhou ao redor e viu seus pais sentados em uma mesa conversando animadamente com os pais de Hermione... o Sr. Granger estava com o braço esquerdo envolta da cintura de alguém que estava de pé... vestida de verde...

Merlin!!! Ela está abraçada com o pai dela... Calma, calma... é só passar e fingir que ao está vendo...

- Rony! Pode vir aqui sim? – era a voz de Molly.

Valeu mãe... Pensou ironicamente.

Ele foi até a mesa. Olhou rapidamente para a amiga, mas ela olhava fixamente para a mão do pai em sua cintura.

- Rony, meu filho, você viu a Gina? – perguntou sua mãe.

- Er... – ele pigarreou – Deve ter subido... pra se livrar das luvinhas sabe? Ela odiou aquelas luvinhas... – Hermione sorriu discretamente com a desculpa arranjada pelo amigo.

- Eu não vejo porquê – disse a Sra. Granger – Eu achei que ficaram muito bem nela...

- Por mais que a gente diga isso – respondeu Rony – Ela não acredita... e olha que já dissemos várias vezes... ela é muito teimosa.

- Como o irmão – emendou Hermione, ele estreitou o olhar de forma divertida.

- Como você – o Sr. Granger disse para a filha.

- Papai! – ela disse escandalizada, Rony sorriu.

- Como o Harry – disse Arthur – Os quatro são muito teimosos, embora o Harry seja mais fechado e esses três sejam mais brigões. Talvez por isso sejam tão amigos.

Os adultos riram da cara de indignação dos dois jovens.

- Eu vou pegar uma cerveja amanteigada – disse Hermione.

- Eu pego pra você – falou Rony.

- Não precisa, eu pego...

- Me deixa ser um pouco cavalheiro...

– Podem ir buscar a bebida juntos, - disse a Sra. Granger – acho que devem estar entediados com nossa conversa chata.

Obrigada mãe... O pensamento sarcástico de Hermione se pronunciou.

Saíram os dois em direção à mesa de bebidas. Antes que Rony pudesse pegar a bebida, ela mesma o fez. Seria um déja vu muito inconveniente...

- O que a Gabrielle queria?

- Que eu pegasse uma caixinha no quarto da Fleur.

- Ela não podia fazer isso sozinha?

Por que eu não consigo manter minha boca fechada? Gritava a consciência da morena.

- Estava em um lugar muito alto.

- Por algum acaso não ensinam um feitiço chamado “accio” e Beauxbatons?

Cala a boca sua matraca!!! Mas a boca parecia não querer obedecer á razão de Hermione.

- Talvez porque ela não conseguiria beijar um feitiço...

- Ela beijou você?! – Perguntou ela assustada.

- Ela tentou, mas eu não deixei...

- Onde ela está agora?

- Não sei, saiu chorando do quarto.

- Você é mesmo um insensível Ronald...

- O que você queria que eu fizesse? Deixasse ela me beijar, quando na verdade não era o que eu queria? – exasperou-se o ruivo.

Hermione se assustou com a resposta do ruivo. Uma alegria começou a tomar conta do corpo dela. Se ele não queria Gabrielle e havia tentado beijá-la a poucos minutos então... Estava prestes a se atirar no pescoço dele quando viu Amélie se aproximando.

- Fleur vai jogarrr o buquê agorrra! Cadêê sua irrrmã Rrrony?

- Não sei.

- Encontrrrei a Gabrriellle, mas a Ginny. Vamos Herrrmiônne – e saiu saltitante.

- Eu não vou – disse ela.

- Por que? – perguntou o ruivo.

- Isso é uma superstição boba... Além do mais, eu não quero casar agora. Nem tenho pretendente...

É o que você pensa! Mas Rony não conseguiu pronunciar seu pensamento.

************************************

- Vem comigo – Gina conduzia Harry pela mão.

- Onde você tá me levando?

- A um lugar secreto... ninguém pode saber que existe. Nem eu sei que ele existe!

- Como assim?

Gina parou em frente a uma frondosa árvore e fez um movimento com a varinha. No lugar da árvore apareceu uma construção irregular de madeira. Parecia um galpão.

- Vem – disse ela empurrando a grande porta de madeira – O papai construiu. Um dia eu o segui até aqui, ele não sabe que eu conheço este lugar. Lumus! – e o ambiente ficou iluminado.

Harry entrou atrás de Gina e viu que estavam em um lugar que parecia uma garagem trouxa. Havia ferramentas e peças de automóveis. Num canto, ele pôde enxergar a sombra de um objeto enorme...

- Um jipe?! – Exclamou ele – Mas, como...

- Exatamente – Gina sorriu – Você acha mesmo que meu pai ia ficar quieto depois de perder o Ford Aglia dele? Desde sua aventura com o Rony que ele está trabalhando nesse jipe...

Harry sorriu. A típica teimosia dos Wesley. Na verdade, ele percebia que uma das maiores características de todos naquela família era a perseverança. A vontade de levar adiante sonhos e planos. Eles não desistiam fácil do que queriam e acreditavam. Ás vezes essa característica podia ser danosa. O que dizer de Rony? O que dizer de Gina? (...) Na verdade Harry achava a teimosia de Gina encantadoramente fascinante...

- Eu costumo vir de vez em quando. É sempre bom pensar um pouco né? – ela sorriu – Vai ficar aí parado? Vem.

Harry pegou a mão dela que o encaminhou para perto do carro. Abriu a porta, e os dois entraram e sentaram nos bancos dianteiros.

- Eu o acho fascinante – começou ela – Ainda vou ter um parecido só pra mim! – ela sorriu.

Harry fitou a garota. Ela era tão linda... E havia chegado o momento. Afinal, fora para que chegasse a esta situação que ele sugerira há pouco que procurassem um lugar mais tranqüilo... Dissera o quanto a queria e desejava tê-la para sempre perto de si... Definitivamente, não havia como voltar atrás.

- E então? Gostou dele? – Gina perguntou sorrindo.

- É perfeito.

Gina olhou para o garoto. Mais uma vez percebeu uma sombra passar pelos olhos esmeralda. Aquilo a deixou um pouco preocupada. Sabia do peso que ele estava carregando, queria que ele dividisse um pouco com ela. Que conversasse... mas seus pensamentos foram interrompidos pelos beijos de Harry.

Em um momento ele estava perdido em seus pensamentos. Questionava-se se devia seguir em frente... no outro tomou sua decisão definitiva e agarrou a ruiva. As mãos dela foram para o pescoço dele, enquanto as dele acariciavam o rosto de Gina. Beijavam-se com ternura e Gina estava adorando aquilo.

De repente ele inclinou o corpo sobre o dela, fazendo com que se deitassem no banco traseiro. Ele pensou se poderia estar machucando o corpo pequenino com seu peso, mas os braços de Gina trazendo-o para mais perto fizeram-no esquecer esse pensamento.

Gina sentiu os lábios dele tocarem seu pescoço. Ela sorriu. A pele dele sobre a dela era a coisa mais certa que podia existir. Sentiu que a mão do garoto baixava a alça do vestido e seu ombro era coberto de beijos que cada vez mais deixavam de ser lentos e ternos para se tornarem fortes e intensos.

Ele tinha que se controlar. Tudo o que havia planejado dependia do seu controle. Mas estava praticamente impossível, quando o monstro em seu peito exigia que ele não se afastasse daquela pele que ele tanto amava. Ainda havia outros fatores que não estavam colaborando muito: as mãos dela, os lábios dela, o cheiro dela. Tudo aquilo estava entorpecendo seus sentidos. Então, como num flash, seu destino passou diante de seus olhos e ele suspirou afastando seu corpo de Gina.

- Não podemos... – começou ele.

- Que foi?

- É melhor pararmos...

- Eu não quero parar. – disse ela divertida – Você quer?

- A questão não é essa. – ele estava sério.

- Então qual é a questão? – ela também ficou séria.

- Ah Gina... uma coisa é a gente ter momentos agradáveis juntos. Outra completamente diferente é eu me aproveitar da irmãzinha do meu melhor amigo...

- Como é? – perguntou chocada.

- Eu só acho que as coisas estão tomando rumos...

- Não! – ela respirou fundo – Repete a última frase...

Harry suspirou.

- Outra coisa é eu me aproveitar da irmãzinha do meu melhor amigo.

- É isso o que eu sou pra você? Somente a irmãzinha do seu melhor amigo?

- Gina...

- Eu pensei que...

- Escuta aqui, minha vida está de cabeça pra baixo... caramba! Eu ainda sou um garoto de dezessete anos! Tenho certas necessidades... você é linda e sabe me provocar! Mas não é porque eu estou com hormônios em ebulição que eu vou me aproveitar de você para descarregá-los!

- Descarregar hormônios? – Gina demonstrava decepção na voz – Eu não acredito... eu não consigo acreditar no que estou ouvindo. Harry, eu pensei que...

- Eu nunca prometi nada a você Gina.

Os olhos da ruiva se abriram, estavam queimando. Mas ela não ia chorar. Não na frente dele.

- Tem razão. Você nunca falou a palavra amor.

- Por favor, não me queira mal...

- Se o fato de a irmãzinha do seu melhor amigo ficar lhe provocando é mais um problema na sua vida tão bagunçada, pode ficar tranqüilo. Você não precisará mais se preocupar com isso.

E saiu deixando um garoto de olhos verdes arrasado, mas convicto de que não havia mas chance de tentar repensar suas ações. Tudo já estava encaminhado, a primeira parte do plano estava completa. Agora tinha que voltar e dar continuidade ao seu plano. Mais do que antes, ele tinha que “aproveitar a festa” e sabia exatamente quem procurar.

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Hermione tinha assistido, entediada, o ritual do buquê. Tá, não tão entediada assim. O fato de Rony estar ao seu lado, gargalhando de todas aquelas mulheres histéricas dava um apelo engraçado à situação. Principalmente quando a felizarda havia sido Tonks, o que deixou Lupin muito corado. Hermione não conseguiu segurar algumas risadas.

Então ela percebeu um ponto avermelhado caminhando apressadamente em direção à casa. Olhou para a direção de onde Gina vinha e percebeu Harry caminhando de ombros caídos, embora tentasse colocar um sorriso nos lábios. Deu dois passos na direção de Gina, mas sentiu a mão de Rony segurar seu braço.

- Aonde vai?

Sorte. Ele não tinha percebido a irmã praticamente correndo. Era melhor assim.

- Banheiro. Volto já. – disse rapidamente e indo para dentro da casa.

Seguiu diretamente para o quarto da ruiva e bateu na porta.

- Gina... Posso entrar? – mas ela não precisou fazer movimento algum, a porta se abriu imediatamente mostrando uma Gina de olhos vermelhos.

- Ele é ridículo!

- O que aconteceu?

- A gente tava super bem, ele tava todo carinhoso... – a ruiva fungou – aí as coisas começaram a esquentar e de repente...

- Gina, você não acha que ele tá certo? – interrompeu Hermione – É um passo muito sério pra se tomar assim, num arroubo de emoção.

- O fato de ele querer esperar não me deixaria chateada! Mas ele disse que não queria se aproveitar da irmãzinha do melhor amigo! Isso me deixou possessa!

- Ah meu Deus! Gina...

- Quer saber? Eu não vou ficar aqui morrendo por ele! Se ele quer continuar com essa história idiota, que se dane! Eu vou voltar para a festa do meu irmão.

Ela retocou a maquiagem e deixou o quarto como se nada houvesse acontecido. Hermione mais uma vez admirou-se com a fibra daquela garota.

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A festa já estava acabando. Fleur e Gui partiram para uma “mini lua-de-mel”. Os dois passariam um dia em um local totalmente desconhecido da maioria das pessoas. Somente a alta cúpula da Ordem conhecia o destino deles.

Harry e Rony subiram arrasados. O dia tinha sido bem cansativo e tudo o que eles precisavam era de um banho e cama! Hermione e Gina ficaram mais juntas no fim da festa. Rony achou estranho o fato de Harry ter se isolado, mas não conseguiu ficar muito com o amigo. Este havia escolhido a companhia de Gabrielle e Amélie. Logicamente, Rony não se aproximou deles, não depois do que havia acontecido mais cedo. Por isso ficou conversando com Hermione, a irmã e os gêmeos. Percebeu que Gina demonstrava uma alegria excessiva, o que às vezes parecia forçado.

Quando os dois já estavam deitados, prontos para dizerem “boa noite” o quarto foi invadido por Fred e George e depois por Carlinhos.

- O que vocês estão fazendo aqui?

- Calma irmãozinho – começou George.

- Só queremos conversar um pouquinho – completou Fred, sentando-se na cama de Harry.

- Como a gente fazia quando era criança – pronunciou-se Carlinhos sentando no chão encostado na cama de Rony.

- É, eu lembro – disse Rony.

- Ei a festa foi legal né? – falou Fred – Deu um trabalho enorme, mas foi legal!

- Eu acho – respondeu George – mas agora a gente fica aqui e o desgraçado do Gui tá “curtindo uma viagem”.

- Eles merecem – Carlinhos estirou as pernas – merecem um diazinho de tranqüilidade.

- Talvez eles merecessem um pouco mais que só um dia – sugestionou Rony.

- Tranqüilidade?! – escandalizou-se George – Pois se eu tivesse uma descendente de veela como esposa eu ia querer tudo, menos tranqüilidade!

- Podia até começar tranqüilo... – disse Fred – mas depois, eu acho que ia querer agitar as coisas.

- Do que vocês estão falando? – perguntou Rony com a expressão confusa.

- Ah, meu Deus! Como fomos esquecer de uma coisa dessas Fred?

- Sinceramente não sei George... Como esquecemos que o nosso irmãozinho é um garoto puro e imaculado! – e os dois começaram a rir.

- Vamos, não deixem o Rony envergonhado! – disse Carlinhos.

- Exatamente, deixem claro o que vocês estão falando! – irritou-se o ruivo mais novo.

- Acho melhor darmos umas dicas ao nosso irmãozinho...

- Vai ver que a Hermione prefere homens mais experientes. Vocês viram ela com o Krum né?

Rony não se segurou e pulou em cima dos gêmeos, que desataram a rir. Carlinhos teve que intervir e segurá-lo.

- Rony – começou o mais velho – A gente soube que você teve uma namoradinha... Vocês nunca...?

- Nunca o quê?

Os três levantaram as sobrancelhas de modo significativo, então os dois mais novos compreenderam.

- Não – disse Rony corando.

- Nem você Harry?

O garoto que até agora estava “esquecido num canto” balançou a cabeça negativamente.

- Caramba! O que vocês faziam em Hogwarts? – escandalizou-se Fred.
- Tentávamos escapar das armadilhas de Voldemort. – Disse Harry.

- Bom – disse Carlinhos tentando quebrar o silêncio que se instalou – Talvez seja bom dar umas dicas pra eles... Nunca se sabe né?

- Eu não acredito! Vocês querem sair daqui? – disse Rony.

- Que é isso maninho! A gente vem aqui, querendo ajudá-lo com toda nossa vasta experiência e você esnobando... – disse Fred.

- Isso é um absurdo! – completou George.

- Se você quiserem, podemos mesmo ir embora – brincou Carlinhos.

- Talvez a gente devesse conversar sobre isso mesmo – disse Rony depois de pensar um pouco. – Mas eu ainda não sei o que a Hermione tem a ver com isso – tentou desconversar.

- Talvez porque a Hermione seja uma garota? – disseram os dois ao mesmo tempo. – Rony fez menção de partir para cima deles de novo, e Carlinhos novamente interveio.

- Calem a boca vocês dois – disse Carlinhos apontando para os gêmeos antes que eles pudessem dizer alguma coisa. – Bom rapazes, eu queria dar um conselho antes de qualquer coisa. Só façam isso, quando tiverem certeza, fazer só por brincadeira pode até ser bom, mas a primeira vez é “mágica”. Vocês lembrarão dela para sempre.

- E nem pense em usar essas dicas com nossa irmãzinha Potter! – disse George.

- Quanto a isso, podem ficar tranqüilos, eu nem quero ouvir essas dicas – disse Harry virando para o lado, mas ia ficar atento às palavras dos rapazes. Elas poderiam ser bem úteis.

- Lição número um – disse Carlinhos – Nunca vá com muita sede ao pote.

- Como assim?

- Ora Ronald, só demonstre que quer algo mais, quando ela o fizer primeiro.

- Um gemido, um aperto, um abraço mais... Intenso – disse Fred.

- Tudo isso são sinais de que ela está a fim. – completou George.

- Pode até tocá-la, mas faça isso lentamente, com ternura. – falou Carlinhos.

- Se perceber qualquer movimento barrando os seus, pare! – dramatizou George.

- Lição número dois. Beije! Elas adoram ser beijadas. – afirmou o mais velho.

- Nos lábios – começou George.

- Nos pés – disse Fred.

- No pescoço...

- No joelho...

- Nos seios...

- Nas coxas...

- Na barriga...

- Acho que ele já entendeu – cortou Carlinhos – Lição número três. Acaricie seus cabelos e olhe no fundo dos olhos dela.

- Fale em tom de voz baixo – falou George.

- Isso, se precisar falar! Mas se for necessário, faça isso bem perto do ouvido dela. – completou Fred.

- Gemidos e suspiros também fazem sucesso – afirmou George.

- Acima de tudo! – disse Carlinhos – O bem estar dela vem sempre antes do seu.

- Por bem-estar, entenda-se prazer meu caro irmão. – falou Fred inclinando-se para Rony.

O mais novo dos Wesleys ouvia atentamente cada palavra que seus irmãos pronunciavam, pois sabiam que um dia seriam bem úteis. Ficou feliz de ter aquela conversa com seus irmãos mais velhos. Pelo menos não a teria com seu pai. Seria bem mais constrangedor. Harry, embora fingisse desinteresse, também estava bem atento àquela conversa que adentrou a madrugada.

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O dia seguinte chegou rápido, porém preguiçoso. Todos acordaram tarde e tomaram café devagar. Mas sabiam que ainda havia muita coisa a ser arrumada. A festa de ontem havia deixado tudo uma bagunça.

Rony, Hermione e Gina ficaram encarregados de retirar e guardar todos os enfeites que haviam caído no chão logo após a magia ter sido retirada do jardim. Na verdade, eles já tinham feito todo o serviço. Gina estava sentada observando Hermione fugir de Rony que tinha um punhado de pólen de fadas pronto para jogar nela.

- Nem pense nisso Ronald! – disse ela sorrindo e usando uma mesa para mantê-lo afastado.

- Por que não? Isso aqui brilha Mione, vai ficar lindo! – disse ele dando a volta na mesa para alcançá-la.

Gina ria da situação dos dois. Pareciam duas crianças. Estava até sendo divertido observá-los. Isso enquanto Rony não corria atrás dela também. Olhou para o lado e viu Gabrielle ao longe. Esta não tirava os olhos dos amigos que continuavam brincando. Gina pensou o quanto ela era ridícula em imaginar que podia superar Hermione. Nem uma descendente de veela enjoada superaria sua amiga. Imaginou onde estaria a estúpida da Amélie.

- Ei vocês dois! – Gritou Moody da porta da casa, Rony e Hermione pararam de correr – Alguém viu o Harry?

- Ele acordou antes de mim – respondeu Rony – Não sei onde ele tá... Mas ele some todo dia mesmo.

Droga! Tinham que falar nele? Tudo estava bem, ela estava até conseguindo rir dos dois crianções. Agora aquelas lágrimas estúpidas iam teimar em rolar novamente. Gina se levantou e caminhou apressadamente para seu esconderijo secreto. Não queria chorar na frente de ninguém.

Assim que saiu da vista das pessoas, ela começou a correr em direção à nova garagem do seu pai. Achava aquele, o lugar mais seguro, pois seu pai jamais trabalharia em seu novo automóvel com a guerra iminente.

Parou em frente à frondosa árvore e girou sua varinha. No mesmo instante a construção irregular apareceu e ela lembrou da noite anterior, quando estivera ali com Harry. Não conseguiu mais controlar as lágrimas. Empurrou a porta de madeira e percebeu que o lugar estava um pouco iluminado.

Será que tem alguma telha quebrada?

Logo após ela ouviu risinhos femininos. Entrou e caminhou em direção ao jipe. Então ela viu.

Suas pernas fraquejaram de tal maneira que ela teve que se apoiar na coluna central da garagem com uma das mãos. A outra tapava a boca, abafando um grito. Os olhos ficaram vidrados, com lágrimas descendo como em cascatas. A respiração ficou irregular...

Diante dos olhos de Gina estava a imagem de Harry Potter, nu, sentado no banco traseiro do jipe, beijando o pescoço de Amélie que estava sentada de frente para ele em seu colo, também sem roupa. Eles não haviam percebido a presença dela.

Não, não, não... Ele não pode...

Era como se um punhal traspassasse o coração de Gina. Com a pouca energia que havia em seu corpo, ela caminhou lentamente pra trás e quando chegou perto da porta correu para fora deixando escapar um soluço.

- O quê foi isssso? – disse Amélie em voz dengosa.

- Acho que alguém nos viu. – respondeu o garoto – Acho melhor voltarmos.

- Mass se nos virrrram, entom que mal há ficarrrmos mais?

- Se vieram aqui é porque devem estar nos procurando.

- Quando podemos ficarrr sozinhos de novo?

- Eu te procuro tá? – disse Harry enquanto colocava a calça. – Eu vou primeiro depois você vai certo? Lembre-se, isso fica entre nós.

- Cerrto. Mas vai sairrr sem me darrr um beiji?

Harry voltou e deu um selinho rápido na francesa. Depois disparou em direção ao lago. Sabia que Gina tinha ido para lá. Pensou no quanto a idéia de ter elos mentais com os membros da Ordem foi fantástica, foi só dar uma sugestão telepática e Moody havia feito a intervenção na hora certa.

Na noite anterior, quando havia sido deixado por Gina, Harry aproveitou para jogar seu charme para cima de Amélie. Tinha certeza que funcionaria. A conversa dos irmãos Wesley também havia sido no momento exato, mas isto fora pura sorte. Só não havia seguido o primeiro conselho de Gui: sua primeira vez não tinha sido especial, não havia sido com alguém especial, tinha sido apenas parte de um plano. Mas tudo dera certo no final. O destino tinha conspirado para o plano de Harry dar certo. Só faltava mais um passo e a segurança de Gina estaria garantida.

Encontrou-a exatamente onde imaginou. Ela sentada de frente para o lago, abraçando as pernas. Suas costas tremiam. Harry sentiu uma dor no peito. Pensou em se aproximar devagar, mas ela ouviu seus passos e se levantou abruptamente se virando para ele. As lágrimas corriam pelo rosto dela e Harry odiou-se e teve que se segurar para não se prostrar diante da dor que sentia em seu peito.

- O que você quer aqui? – disse ela enxugando as lágrimas furiosamente.

- Gina...

- Sai daqui – havia frieza na voz dela.

- Gina, por favor...

- Eu mandei sair.

- Gina, me ouve...

- Eu não quero ouvir você! Eu não quero olhar pra você! Eu não quero nada que venha de você! Sai!

- Não era pra você ter visto nada...

Ela começou a gargalhar freneticamente.

- Ah, não era pra eu ter visto?!

Ele deu alguns passos em direção a ela que recuava cada vez mais.

- Não se aproxime mais! – disse ela apontado a varinha na direção do moreno.

- Accio varinha - ele pronunciou tão rápido que ela não teve tempo de reagir e sua varinha foi parar nas mãos dele.

Harry continuou andando em direção dela, lentamente.

- Gina...

- Não se aproxime de mim! Não encoste em mim! Eu tenho nojo de você!

That I would be good
Even if I did nothing
That I would be good
Even if I got the thumbs down


Ele parou.

Ela respirava ofegante.

Os olhos verdes marejaram. Harry baixou os olhos, ela não podia ver sua fraqueza.

- O que você foi fazer lá? Não era pra você ter ido lá... Eu não queria magoar você...

- Desculpa se estraguei sua brincadeirinha... Conseguiu descarregar todos os seus hormônios? Afinal qual é o parentesco dela com o Rony mesmo? Nenhum! – Gina pronunciou estas palavras com desdém na voz. Harry tinha certeza que aquilo doía mais que um cruciatus.

- Tô vendo que não dá pra conversar com você agora...

- Nem agora nem nunca Potter.

Ele fechou os olhos e deixou a varinha de Gina escorregar e cair no chão. Virou-se lentamente a fim de procurar um lugar onde pudesse ficar sozinho.

That I would be good
If I got and stayed sick
That I would be good
Even if I gained 10 pounds


Gina ficou quieta um pouco. Precisava se acalmar. Se ficasse ali alguém poderia ver. Então secou as lágrimas e caminhou para a casa. Quando estava prestes a entrar pela porta da frente, ela tinha certeza que não havia ninguém lá, viu que Hermione corria em sua direção.

- Oi Gi... onde é que você tava? – então a morena percebeu os olhos vermelhos da amiga – Gina aconteceu alguma coisa?

O maxilar inferior da ruiva começou a tremer. Ela não estava mais conseguindo segurar o choro. Olhou para Hermione e viu que, atrás dela, Rony se aproximava.

- Eu vou subir – foi tudo o que conseguiu dizer antes que as lágrimas rolassem novamente e ela corresse para o quarto.

- O que aconteceu com a Gina? – Hermione teve um sobressalto com a pergunta de Rony e olhou para ele assustada – Ela não está bem né?

- Eu acho que não.

- Foi o Harry?

- Eu não sei... vou subir e tentar falar com ela... Ron, não vem tá? Eu vou tentar falar com ela e é melhor que eu vá sozinha.

- Mas...

- Depois eu te conto... mas agora, é melhor eu ir sozinha. – e subiu para o quarto da amiga.

That I would be fine
Even if I went bankrupt
That I would be good
If I lost my hair and my youth


Gina entrou no quarto e fechou a porta. Sentia-se rasgando por dentro. Só conseguia pensar em uma coisa: Por quê?

Por que ele tinha feito aquilo?

Por que naquele lugar?

Por que magoá-la desta forma?

Por que enganá-la com esperanças vãs?

Por que essa dor não passa?

Era como se um dementador estivesse ao seu lado... Sentia apenas dor e uma tristeza profunda.

Andava de um lado para o outro, as lágrimas escorrendo. As mãos na boca tentando abafar os soluços, mas era praticamente impossível. Pensou se não seria melhor alguém apagar sua memória... Talvez assim pudesse ser feliz de novo.

- Gina, abre a porta por favor...

Era a voz de Hermione. Precisava de alguém para desabafar um pouco, quem sabe a dor também não diminuía. Abriu a porta e se atirou nos braços da amiga. Hermione entrou e trancou a porta.

That I would be great
If I was no longer queen
That I would be grand
If I was not all knowing


- O que aconteceu Gina? Me fala, pelo amor de Deus... – disse Hermione aflita.

- Ai... ai... tá doendo Mione... dói muito...

- Alguém te machucou? Você tá ferida? – Gina afirmou com a cabeça – Foi algum comensal? O Draco te machucou?

- Foi... Foi... – disse ela soluçando – Ha-Harry.

- O Harry? O que foi que ele fez?

- Ele... Ele... Tava com a Amélie...

- Mas o quê? Onde?

- Ele tava... Eles estavam num lugar... Eu levei o Harry lá ontem, ele sabia que eu gostava daquele lugar – ela fungou – Ele tava... Ai meu Deus... – Gina afundou o rosto no ombro da morena e chorou, depois levantou o rosto, engoliu a saliva – Ele tava transando. Com ela...

- O que? – Hermione ficou escandalizada – Como ele pôde fazer isso?

- Eu não sei. Ai... Ai... – disse entre lágrimas com a mão no peito – tá doendo tanto... Mione... Como se meu coração tivesse sendo esmagado...

- Ô minha amiga... – Hermione a abraçou e ficaram assim por alguns instantes.

- Me deixa um pouco sozinha, eu não quero ver ninguém...

- Tem certeza? Eu não quero te deixar assim....

- Por favor... – e se jogou na cama afundando o rosto no travesseiro para abafar os soluços.

Hermione girou sua varinha e pronunciou um feitiço para abafar o som. Era melhor que ninguém ouvisse o choro de Gina, ao menos por enquanto.

That I would be loved
Even when I numb myself
That I would be good
Even when I am overwhelmed


Hermione saiu do quarto de Gina e encontrou Rony, com uma expressão de incredulidade no rosto, sentado no chão do corredor ao lado da porta do seu quarto. Eles se olharam e ela caminhou até ele. Hermione tinha certeza que a expressão dela era idêntica à do ruivo.

- Você ouviu? – encarou o amigo seriamente, ele lhe mostrou um par de orelhas extensíveis nas mãos – Então você sabe o que o Harry fez?

Ele balançou a cabeça afirmativamente, seu rosto adquirindo feições duras.

- Você sabe? O que pensa em fazer?

- Não sei... Eu não acredito que ele fez isso, eu não consigo acreditar... que raiva!

- Mas fez Ron... Essa história passou dos limites. Ele não podia ter agido dessa forma!

- Oi! – os dois amigos ouviram a voz de Harry que subia a escada.

A visão de Hermione ficou turva. Sua expressão era de fúria. Antes que Harry pudesse pensar em dizer algo, sentiu o contato da palma da mão da amiga em seu rosto. Ele virou a cabeça – que havia ido para a direção contrária, tamanha a força da tapa – e encarou os amigos.

- Alguém pode me explicar o porquê disso? – perguntou se fazendo de desentendido.

Hermione olhou para ele incrédula. Abriu a boca para dizer algo, mas sentiu que era melhor fechá-la ou corria o risco de vomitar ali mesmo. Lançou um olhar de desprezo para o moreno e disparou pelo corredor.

- Dá pra me explicar...?

That I would be loved
Even when I was fuming
That I would be good
Even if I was clinging


Rony que até agora apenas assistia às reações de ambos, levantou-se o agarrou pela gola e o arrastou para dentro do quarto. Fechou a porta com violência e deu um soco no amigo.

- Você é um idiota!!! Eu pensei que tinha feito besteira com a Lilá, mas você conseguiu superar qualquer idéia estúpida que eu viesse a ter um dia!

Harry passou a mão no lábio inchado. Estava sangrando, e doendo muito.

- Eu não preciso ficar aqui ouvido isso... – Harry se levantou e caminhou para a porta.

- Ah, precisa sim! – Rony o puxou pelo braço e mais uma vez o jogou na cama com violência – E você vai me ouvir... Cansei de ser bonzinho com você. De compreender todas as suas atitudes depressivas...

Harry baixou os olhos. Não conseguia fitar o amigo. A expressão de dor e decepção no rosto dele. Era a mesma expressão que reconheceu em Hermione. Não se importava com a dor em seu lábio cortado, mas com seu peito que sangrava por dentro. Nunca, em todos os momentos de sua vida, quis tanto deixar as lágrimas virem, mas não podia. Tinha que ser forte. Trincava os dentes e tentava fazer cara de raiva... O que não era difícil, estava odiando a si mesmo.

- Como pode... Como você pôde... – Rony andava de um lado para o outro como uma fera enjaulada – Você... Você... Cara! Eu não acredito no que você fez! – o ruivo se sentou na cama e passou a mão nos cabelos.

- Eu não tive culpa do que aconteceu. Não era pra Gina ter visto nada...

- Não era?! – Rony sorriu ironicamente – Você transa com a Amélie em um local onde ela costuma ir e não era pra ela ter visto?

- Eu precisava fazer aquilo... Precisava afastá-la de mim... Você não me entende!

- Não, eu não te entendo! – exasperou-se Ron – Eu não entendo o que você pretende com tudo isso!

- Eu preciso protegê-la... ela é uma rosa e precisa de proteção! Perto de mim ela não teria isso...

- Não faz sentido pra mim... Você está acabando consigo mesmo!

- A Gina se desiludiu comigo... Isso é suficiente!

- Ouça bem... Fique longe dela! Eu sei que você vai se arrepender... Eu tenho certeza disso! Mas você não vai mais machucá-la entendeu?! – Rony apontava o dedo indicador ameaçadoramente para Harry.

- ANDA... ME BATA! – Harry se levantou – É ISSO O QUE VOCÊ QUER FAZER NÃO É? TRAGA SEUS IRMÃOS E ARREBENTE MINHA CARA! EU MEREÇO, EU PARTI O CORAÇÃO DE SUA IRMÃZINHA! VAMOS, FAÇA LOGO!!!

That I would be good
Even if I lost sanity
That I would be good
Whether with or without you


Harry respirava pesadamente. A expressão de Rony se transformou em segundos. O que antes era uma máscara de ira e decepção tornou-se serena e desolada.

- Eu tenho pena de você cara... – a voz agora estava suave – Você sempre acha que devia estar sozinho. Quer afastar todo mundo... Mas deixa eu te dizer uma coisa cara, você não precisa estar sozinho e não vai estar sozinho nunca, porque existem pessoas que se preocupam com você não só porque você é o escolhido, mas porque amam você. Nós amamos você cara, e queremos estar ao seu lado... E vamos estar ao seu lado por mais que não queria, portanto pare de tentar nos faze odiá-lo, porque nunca vai conseguir isso! – Harry sentou na cama e afundou o rosto entre as mãos – Ela vai te perdoar... Eu sei disso. – Rony podia ver a respiração irregular do amigo – Mas você a perdeu... Embora ela sempre vá ficar ao seu lado, você a perdeu.

Rony simplesmente se virou e saiu, deixando o moreno arrasado por suas palavras. Harry ainda ficou um tempo parado, tentava segurar suas lágrimas. Mas ele não conseguia mais. Levantou-se e correu para fora da casa.

********************************************

Hermione estava sentada num canto da sala com a mão esquerda apoiando a cabeça. Ainda não acreditava no que estava acontecendo com seus melhores amigos... Maldita guerra! Maldito Voldemort! Tinha certeza que se o encontrasse nesse exato momento ela mesma o mataria tamanha era a raiva que sentia. Não podia culpar totalmente o Harry, e sabia disso. Embora o garoto tivesse sido um estúpido completo.

Ouviu passos rápidos na escada e levantou os olhos. Viu Harry saindo como um foguete pela porta, a cabeça baixa, os ombros caídos. Levantou-se e o seguiu até a margem do lago. Manteve certa distância dele... Tinha medo do que ele poderia fazer.

Viu quando ele se deixou cair pesadamente sentado no chão e encolheu as pernas para junto do tronco, abraçando-as e baixando a cabeça sobre os braços. Deu dois passos em direção a ele, então percebeu que suas costas tremiam.

Merlin, ele está chorando...

Uma tristeza imensa se apoderou dela. Caminhou mais dois passos, então sentiu que era melhor deixá-lo sozinho. Girou nos calcanhares e preparou-se para sair sem fazer barulho.

- Hermione? – ela ouviu a voz embargada de Harry chamando-a.

A morena virou devagar o rosto na direção dele e viu que ele ainda estava sentado, mas agora os olhos rasos d’água a fitavam. A face encharcada de lágrimas pesadas que teimavam em rolar.

- Mione, ela já me odeia? Eu consegui fazer a Gina me odiar né?

A garota não controlou mais os seus pés e caminhou apressadamente para o amigo envolvendo-o em um abraço. Ele não conseguia mais conter os soluços. Hermione nada disse, apenas permitiu que ele chorasse. Sentou ao lado dele e fez com que deitasse a cabeça em seu colo. Harry não questionou, entregou-se a dor que sentia e ao conforto recebido da garota que desde os seus onze anos se mostrava como uma irmã, sempre pronta a consolá-lo.

********************************

Rony estava parado em frente à porta do quarto da irmã. Tinha a cabeça encostada na madeira e a mão no trinco. Será que deveria bater? Não. Com certeza ela não abriria. Ele não tinha idéia do que fazer ou dizer a ela, mas sabia que não podia ficar parado somente observando a situação à distância. Precisava mostrar a ela que estava ali. Xingou mentalmente o amigo mais uma vez. Tinha certeza que se fosse da vontade de Harry que ninguém soubesse dele e da Amélie, ele não teria problemas em manter segredo. Mas não, o idiota utilizou a ferramenta mais baixa para se afastar de Gina.

Quase inconscientemente, ele murmurou o feitiço que abre as portas e girou o trinco. Aos poucos foi vislumbrando o que havia dentro do quarto. A escrivaninha, o guarda-roupas, a cama em que Hermione dormia e finalmente a cama ao lado, onde Gina estava deitada em posição fetal, com um lençol tapando a boca, o corpo todo tremendo devido aos soluços.

Rony deu um passo para dentro do quarto e fechou a porta com um click. Ao ouvir o barulho, Gina se virou para ele, então Rony pôde enxergar o tamanho do estrago que Harry fizera. O rosto delicado estava molhado de lágrimas, os olhos alegres agora estavam inchados, o nariz pequenino estava vermelho e a respiração entrecortada pelos soluços. O ruivo jamais pensou ver tamanha dor na expressão de sua irmãzinha. Ele definitivamente estava odiando Harry Potter.

- O quê... o... que você tá fazendo aqui? – perguntou ela.

- Vim ver como você está.

- Pronto, já viu! Agora sai! Pode contar pro seu amiguinho que me viu arrasada...

- Gina...

- Eu não quero falar com ninguém! Quero ficar sozinha, será que você não entende?!

- Minha querida...

- SAI!!!!!

Gina se levantou e começou a empurrar o irmão. Ele tentava segurar os braços dela, mas ela estava transtornada demais. Tentava contê-la, mas estava difícil. Hermione não estava ali desta vez.

- Você sabia não é? Claro que sabia! É o melhor amigo dele! Devem ser dois hipócritas! Conseguiu seduzir a mais nova?

Ela lançava as acusações enquanto empurrava e batia no irmão. Este conseguiu segurar os braços dela e envolvê-la em um abraço forte, mas gentil.

- Não... eu não sabia de nada, eu não tinha idéia do quão estúpido o Harry poderia ser.

Gina agarrou-se ao irmão e chorou encostada em seu peito.

- Ai, Ron... por que desse jeito?

- Eu não sei... eu não sei...

Ele tomou a irmã nos braços e caminhou para a cama onde a colocou e sentou-se mantendo-a bem junto ao seu corpo.

- Eu queria tanto que a dor passasse...

- O que você quer que eu faça? – perguntou a ela.

- Nada. Só fica aqui comigo... Me abraça Ron...

- Eu estou aqui e não vou sair do seu lado... Eu sempre estarei com você viu?

- Obrigada Ron...

- Não há de quê minha rosa...

Algumas horas depois, Hermione entrou no quarto para avisar a Gina que sua mãe estava chamando para o almoço, mas que ela poderia dar uma desculpa se preferisse. Encontrou Gina dormindo, exausta de tanto chorar e Rony acariciando lentamente os cabelos vermelhos.

********************************

O resto do dia se passou tranquilamente. Quer dizer, para os adultos, tudo estava aparentemente normal. De estranho mesmo, só o fato de Gina estar indisposta devido a algo que havia comido na festa.

Nos dias que se seguiram, Rony e Hermione faziam companhia a ruiva, tentando animá-la de alguma maneira. Os dois amigos não conseguiram ficar com raiva de Harry por muito tempo. Apesar de não concordarem com a atitude dele. Este havia se recolhido ao seu isolamento. Precisava pensar. Precisava se acostumar à idéia de tudo estava mudado agora. Em uma semana seu treinamento terminaria e poderiam ir atrás das horcruxes.

Sabia que tinham que estudar muito. Aproveitar esses últimos dias para ler o máximo possível. Mas agora isso parecia difícil, já que seus amigos passavam a maior parte do tempo com Gina. Amélie tentou procurá-lo, mas ele se esquivava.

Fleur ficou sabendo do que acontecera. Imprensou Hermione e Rony na parede e eles falaram, mas pediram segredo absoluto. O mais novo membro da família Wesley puxou a prima para um canto e deixou bem claro o quanto ela havia sido burra por ter se deixado usar daquela maneira. As intenções de Harry eram mais que óbvias: ele queria proteger Gina e para isso tinha que se afastar dela, para isso, usou Amélie. Esta compreendeu o recado, e partiu para França sentindo-se a mulher mais traída do planeta. Harry não se importou com isso. Estava insensível. Somente a busca aos horcruxes importava era pra isso que ele vivia.

**********************************

Cinco dias antes da partida do trio uma reunião foi convocada. Snape não pôde comparecer. Precisava vigiar de perto os passos de Voldemort.

Nesta reunião, Harry, Rony e Hermione repassaram os planos e comunicaram suas desconfianças sobre o que seriam as demais horcruxes. Primeiro eles iriam a Godric’s Hollow e depois seguiriam com a missão.

Nesse momento a cozinha foi invadida por Draco seguido de uma Narcisa aparentemente apavorada tentando segurá-lo. Todas as varinhas do recinto se voltaram para os dois.

- O que vocês estão fazendo aqui? – interrogou Olho Tonto.

- Eu... – começou Draco.

- Não! – disse Narcisa.

- Me deixe falar mãe! – disse Draco – Eu quero fazer alguma coisa!

- Quer fazer alguma coisa Malfoy? Fique quieto – alfinetou Harry.

- Eu quero lutar!

- Você não pode meu filho! – Narcisa estava chorando.

- Eu não quero ficar aqui, feito um covarde, escondido debaixo de suas saias!

- Sua mãe tem razão Draco – falou calmamente Lupin – Poderia arruinar o disfarce de Snape.

- Eu não quero ficar escondido! Eu sei que posso ajudar... Tenho tantos motivos para estar nessa batalha quanto vocês...

- Você tem é que ficar protegido!

- Mãe, é por você que eu quero lutar! Será que você não percebe isso? Eu não conseguiria viver com a idéia de ter me acovardado. – e fitou os outros – Eu não vou ficar escondido!

Um silêncio se instalou na sala. Todos olhavam surpresos para o garoto decidido que segurava a mão de sua mãe enquanto esta chorava amparada por Molly.

- Então, você quer entrar para a Ordem da Fênix? – perguntou Arthur.

- Exatamente...

- Você sabe que não poderá lutar, não enquanto Snape ainda estiver ao lado de Tom Ridlle. – disse Lupin, Draco afirmou com a cabeça – mas você pode ficar conosco na parte de estratégias e pesquisas.

- Isso mesmo – Olho Tonto interveio e Narcisa suspirou – Você era um bom aluno em Hogwarts... Muito bom em poções. Pode nos ajudar com algum respaldo logístico.

- Hermione pode ajudá-lo nisso – Rony falou abruptamente.

A morena lhe lançou um olhar mortífero. Ia abrir a boca para responder, mas foi interrompida por Carlinhos.

- Hermione...

- Essa idéia não está nem perto de ser cogitada! – anunciou ela.

- Hermione – retornou Carlinhos – Seus pais já sabem que você vai partir?

A garota tornou-se escarlate.

- Não – disse ela com a voz falha.

- Não?! – disseram Harry e Rony ao mesmo tempo.

- É – ela limpou a garganta – não deu tempo...

- Pelo amor de Deus Hermione! – exclamou a Harry.

- Eu sei que já devia ter contado! Mas se eles não aceitaram bem a idéia de receber proteção e ter que se esconder, imagina se eu contar que vou pra linha de frente!

- E como você acha que vai conosco? – disse Rony – Fugida?

- Não Ronald, eu não vou fugida...

- Parem agora vocês dois! – disse Arthur – Hermione vá chamar os seus pais agora.

A garota suspirou. Rony se admirou com a fragilidade que ela passava nesse momento.

- Sou melhor eu ir – e Molly saiu, voltando minutos depois com os pais da morena.

A conversa com os Granger foi rápida e concisa. Hermione comunicou o que faria e que nada seria capaz de fazê-la mudar de opinião. Os pais da moça tentaram contestar, mas ela estava irredutível. O que restou do comunicado, foi uma Sra. Granger sendo consolada pela filha e seu marido pensativo no jardim da Toca.

Rony observava o pai de Hermione ao longe. Ele não parecia feliz. Ninguém estava feliz. Num ímpeto dirigiu-se para o local onde o homem estava e sentou-se ao lado dele em um banco de madeira.

- Olá Ronald. – disse o Sr. Granger.

- Olá... – ele respirou – O senhor deve estar nos odiando né? Na verdade, deve estar odiando o mundo bruxo... Eu não posso culpá-lo, até eu tenho odiado o mundo bruxo ultimamente. Mas eu queria que o senhor compreendesse que...

- Vocês têm que fazer isso. – completou o homem – Eu sei disso. A Hermione deixou bem claro o que tinha de fazer e por que. Mas não esperem que eu aceite o fato de minha única filha ir para uma guerra e fique feliz com isso.

- Eu sei que não podemos exigir isso. Ninguém anda muito feliz ultimamente. – os dois deram um sorriso triste – Sabe, eu tentei manter a Hermione longe do perigo... Tentei convencê-la a ficar e nos dar cobertura teórica, mas ela não...

- Ela não aceitaria isso nem em mil anos.

- Não, ela é teimosa demais.

- Francamente Ronald! – o Sr. Granger imitou o tom mandão da filha – Se você acha que vai sozinho com o Harry nessa busca está muito enganado! E não tente me proteger, eu não preciso disso!

- Exatamente assim – disse Rony sorrindo, o outro sorriu também – O senhor fez igualzinho a ela.

- Eu conheço a minha princesa... É igual a mãe dela.

- Parece com a minha também... – Rony suspirou – Sr. Granger... Eu prometo que sua filha voltará sã e salva para vocês. Eu vou protegê-la, mesmo que ela não queira... mesmo que seja pelas sombras... eu estou treinando muito, somente pra ajudar o Harry e proteger a Mione...

- Você gosta muito da minha filha não é Ronald?

- Eu morreria por ela Sr. Granger... – disse ele sentindo o rosto esquentar.

- Eu fico mais seguro sabendo que alguém como você está ao lado da minha querida. Por isso Ronald... viva. Viva por minha filha, ela não suportaria se algo de ruim lhe acontecesse.

Ron sorriu para o pai de Hermione e este retribuiu o gesto. Juntos voltaram para dentro da casa e tentaram fazer uma noite mais animada.

*************************

Na tarde seguinte, Harry pegou sua capa de invisibilidade e ficou quietinho encostado na parede do quarto de Rony. Queria ter saído da casa, mas todos estavam lá embaixo e provavelmente lhe fariam perguntas. Ele queria ficar longe disso. Mas parece que o destino estava conspirando contra ele. Quando pensou que teriam momentos de paz e solidão viu a porta do quarto se abrindo e três pessoas entrando.

- Fala logo Gina – Rony perguntou à irmã – O que você tem de tão importante pra nos dizer?

Ela parecia menos abatida, embora ainda houvesse tristeza em seu olhar. Já se podiam ver pequenos sorrisos em seus lábios. Ela já falava algumas brincadeiras de vez em quando... Harry percebeu que ela estava tentando sobreviver, assim como ele.

- Quero dizer que não vou ficar parada vendo o tempo passar enquanto vocês estão nessa caçada maldita!

- Do que você está falando Gina? – perguntou Hermione.

- Se você acha que vamos deixar você ir com a gente...

- Ei, ei, ei... – interrompeu a ruiva – Eu sei que sou menor de idade e blá, blá, blá... Então, eu fiz isso – e mostrou três espelhos em forma de círculo para os dois.

- O que é isso? – perguntou Rony.

- Comunicação! – disse pomposamente Gina.

- São espelhos encantados? – falou Hermione.

- Exatamente. Venho trabalhando neles há algum tempo. Sabe, eu sei que vocês vão precisar de muitos livros nessa viagem. Sei também que não vão poder levar todos... Que vão carregar muito peso... Vocês não acham melhor carregar uma bagagem mais leve e me deixar com os livros? Eu posso estudar e caso vocês tenham alguma dúvida, se comunicam comigo e fica tudo certo!

- Talvez seja muito arriscado... – ponderou Hermione – Se alguém pega esses espelhos.

- Nada vai acontecer, porque eles têm uma senha.

- Que é? – disse Rony.

- Mulher Gorda!

- Mulher Gorda?

- Mulher Gorda.

- Vocês querem parar com isso? – riu Hermione. – Mas porque você escolheu essa senha Gina?

- Ah, acho que pra fazer uma homenagem a Hogwarts... E porque ela é tão óbvia que chega a ser absurda!

Harry sorriu por debaixo da capa. Tinha muito orgulho daquela garota. Ela entregou um para cada um dos amigos e ficou com outro.

- Eu tinha feito um pro Harry... – ele prendeu a respiração, a voz dela era cheia de tristeza – Mas diante da atual situação, acho melhor isso ser um segredo nosso. Ouviram?

- Você tem razão – confirmou Rony – Ele poderia ser contra... E não vejo porque recusarmos sua preciosa ajuda – Gina sorriu, Harry sentiu o peso de ser excluído.

- Eu só não acredito em como você trabalhou nisso sem que ninguém soubesse – riu Hermione – você é louca mesmo!

- Ora, querida Mione, a loucura tá no sangue dos Wesley. – ela fez um ar sabichão – A mamãe não pode ser normal... O papai tem aquela obsessão maluca por objetos trouxas... Fred e George, nem se fala! Carlinhos mexe com dragões... O Ron é doidinho, doidinho... Percy merecia estar no St. Mungus... E o Gui... Ah, ele casou com a Fleuma!

- Doido ele seria se não casasse com uma mulher daquelas – interrompeu Rony.

- Não falei? – disse Gina para Hermione – É doido! Falar bem da Fleur perto da gente

- É um babaca, isso sim! – respondeu Hermione.

- Como assim? Ela é linda! Se eu tivesse uma mulher daquelas me dando bola, eu casava na hora.

- Querem saber, eu não vou ficar aqui ouvindo essas baboseiras! Com licença – Hermione se levantou e saiu.

- Que foi? – perguntou Rony inocentemente.

- Ai Rony, você é um trasgo mesmo! – Gina revirou os olhos, Harry teve que tapar a boca para não gargalhar.

- Ei alguém pode me explicar o que deu nela? Sinceramente eu não entendo as mulheres. Adoraria ter aulas sobre isso!

- Se quiser eu posso dar essas aulas – brincou Gina.

- Você?!

- Rony, deixa eu te contar um segredo – ela se aproximou do irmão, que parecia bastante interessado no que ela tinha para dizer, e sussurrou – Eu sou uma garota!

- Há, há, há... Você é muito engraçadinha!

- E então, vai querer ou não? – disse ela marota.

- Fechado! Eu quero – animou-se Ron.

- Tem certeza?

- Absoluta!

- Certo, então. Quando você voltar... Porque eu tenho certeza que vocês vão voltar!


*************************

No dia anterior à partida, os três ficaram o dia inteiro trancados no quarto lendo e estudando. Já estava bem tarde. Rony se espreguiçou e disse:

- Estou com fome...

- Nossa! Que surpresa! – disse Hermione em tom sarcástico.

- Escuta aqui Hermione... – começou o ruivo.

- Parem já! – Harry interveio – Por favor, não comecem a brigar agora... Acho que podemos descer e comer alguma coisa. Além do mais, está frio e podemos estudar perto da lareira da sala...

- Como em Hogwarts... – suspirou a castanha.

- Então vamos, ainda deve ter daquela torta que a mamãe fez.

Hermione revirou os olhos. Cada um pegou dois livros e desceram para a cozinha. Fizeram um lanche rápido e foram se sentar na frente da lareira da sala, onde ficaram um bom tempo devorando as palavras à sua frente. Todos na casa já tinham se recolhido aos seus quartos, menos o trio. Tinham que estudar o máximo possível, já que no dia seguinte partiriam em busca das horcruxes. Hermione escrevia furiosamente em um longo pergaminho. Harry e Rony liam de forma compenetrada sobre alguns feitiços de defesa. Eles nunca tinham lido tanto! Rony brincava dizendo que eles estavam virando as versões masculinas de Hermione. O interessante é que eles estavam gostando. Era um assunto que realmente chamava a atenção deles: sobrevivência.

- Estou caindo de sono – disse Harry após um bocejo – Acho melhor subirmos.

- Eu quero terminar estas anotações – disse Hermione sem levantar a cabeça.

- E eu quero terminar este capítulo – falou Rony – Só faltam três páginas.

- Tudo bem... Mas não demorem muito – Harry já ia subindo as escadas – Amanhã teremos um dia cheio.

Hermione sabia que o amigo tinha razão. Eles realmente precisavam estar descansados para a longa jornada. Por isso tinha que terminar logo suas anotações e ir dormir. Pôs o ponto final no pergaminho e guardou suas coisas. Olhou para o lado e viu Rony deitado no sofá segurando o livro, já fechado, sobre o peito.

- Rony?

- Sim.

- Está dormindo?

- O que você acha?

- Você é um grosso mesmo!

- Heim? – ele se voltou para a amiga – Você faz uma pergunta dessas e eu sou o grosso?

- Já terminou de ler o capítulo Senhor-Insensível?

- Já.

Hermione bufou, não ia discutir com ele. Pegou os livros, penas e pergaminhos e caminhou para a escada. Parou no primeiro degrau quando percebeu que Rony nem se mexia.

- Vai ficar aí?

- Vou.

- Temos que dormir Ronald!

- Eu não quero dormir agora.

Ela revirou os olhos e caminhou para perto dele. Colocou os livros no chão e as mãos na cintura.

- Mas tem que ir! Ou acha que amanhã sairemos depois do almoço? Não sei se você lembra, mas o Harry quer sair bem cedo.

- Eu vou estar de pé no horário combinado... Agora vai dormir, vai.

- Então fique sabendo que eu não vou acordá-lo. Se o Harry quiser ir sem você, nós iremos! – e se virou para deixar a sala.

- Mione... – ela se voltou e percebeu que ele estava sentado – Todo mundo reclama porque eu acordo tarde, mas ninguém nunca me perguntou o porquê.

- E é para eu perguntar? – disse ela sarcástica. Ele apenas levantou as sobrancelhas, ela suspirou e fingiu interesse – Por quê? – ele sorriu.

- Porque eu sempre gostei de caminhar pela casa à noite, quando não tinha ninguém para me perturbar. O silêncio da noite é bom pra pensar, sabe? Eu levei este costume para Hogwarts. Passei longas madrugadas no Salão Comunal sabia?

- Você passava as madrugadas acordado?

- Nem todas... Tá, como em Hogwarts a gente tinha realmente que acordar cedo, eu fui perdendo o costume. Mas ainda assim, havia noites em que eu não conseguia pregar o olho e ficava em frente à lareira.

- E ficava sozinho?

- Aqui em casa sim. Em Hogwarts... Durante 5 anos, eu fiquei. Mas no sexto ano, havia algumas noites em que a Lilá me fazia companhia... – Hermione virou o rosto, tentando esconder a expressão de nojo.

- É uma pena que ela não esteja aqui. Você vai ter que passar a noite sozinho, então – e fez menção de sair do local.

- Eu já te disse o quanto gosto desta casa? – cortou ele. Hermione voltou-se e franziu as sobrancelhas, confusa – Pois eu te digo que amo este lugar. E amanhã a gente vai sair daqui e eu quero ficar olhando cada canto desta casa... Quero guardar cada detalhe na memória. Afinal, não sei quando voltarei. Ou se voltarei...

- Não diga estas besteiras! – exasperou-se a morena.

- Não são besteiras. São possibilidades, elas existem Hermione. Por mais que ninguém queira aceitar, elas são reais. Eu não sei se voltarei a esta casa que eu tanto gosto. – Hermione tentou falar alguma coisa, mas ele não deixou – A gente sabe que é o Harry quem tem que acabar com toda essa guerra. E eu vou garantir que isto aconteça, nem que pra isso teu tenha que pular na frente de um avada kedavra pra protegê-lo...

- Isso não vai ser preciso! – Hermione sentou em frente a ele e o abraçou – Você não vai precisar dar sua vida por ninguém! Ninguém vai, está ouvindo? Eu o quero vivo! Nada de sacrifícios entendeu?

Rony afastou-se para olhá-la nos olhos. Acariciou o rosto delicado com a ponta dos dedos.

- Eu já tenho cada traço seu decorado em minha mente...

- Cale a boca Ronald! Não continue com esse mau agouro! É melhor irmos dormir.

- Tem razão. Tudo vai dar certo. Somos nós né? – ele sorriu – É melhor você ir dormir, está um pouco nervosa. Amanhã estará mais calma.

- Eu não estou nervosa!

- Tudo bem, é normal estar apreensiva?

- Eu não estou apreensiva!

- Tá certo. Amanhã essa angústia vai diminuir...

- Quer parar de usar este dicionário de sinônimos?

- Certo, certo Estrelinha... Me deixa ficar só mais um pouquinho tá?

- Tá bom... – ela sussurrou – mas não demora muito.

- Eu não vou demorar – ele sussurrou – Boa noite!

- Boa noite – ela sorriu e inclinou-se para beijar a bochecha do ruivo. Acontece que no momento em que ela estendeu os lábios, ele virou o rosto e, sem querer, trocaram um comportado selinho.

Eles se afastaram assustados e corando furiosamente. Rony sentiu as orelhas esquentarem e viu Hermione piscar duas vezes e respirar pesadamente.

Por que não?

Foi a última coisa que ele pensou antes de trazer o rosto dela para mais perto e pressionar seus lábios nos da garota. Assustou-se quando percebeu que a surpresa era tão grande que ela não correspondia. Pensou em afastar-se e pedir desculpas, mas sentiu as mãos dela em seu rosto. Ele sorriu e a beijou lentamente. Queria guardar também aquela sensação maravilhosa e tão desejada.

Merlin, ele está me beijando! E é real!

Hermione pensou quando acariciou o rosto do garoto. Sentiu as pontas da barba dele, que estavam crescendo, arranhando a pele de sua mão e pensou que não poderia existir sensação mais gostosa no mundo. Seu coração estava aos pulos. Ela sabia que não podiam ficar neste “love” durante a guerra, mas ter uma prova do que poderia sentir caso fosse namorada daquele ruivo, era mais do que suficiente.

Separaram-se preguiçosamente. Não queriam que acabasse, mas infelizmente eram humanos e precisavam de oxigênio. Hermione estava mais vermelha que um botão de rosa, e Rony estava praticamente camuflado em seus cabelos.

- Erm... – começou ele – Nunca saberemos o que pode acontecer amanhã né?

- Boa noite. – ela cortou o amigo.

Hermione se levantou apressadamente e correu para as escadas. Quando chegou ao terceiro degrau parou e pelo canto do olho pôde ver que Rony olhava para ela. Mordeu o lábio inferior, voltou seu corpo e caminhou para perto do sofá, onde o amigo esperava apreensivo. Ela também aparentava nervosismo.

- Você tem razão – ela falou de repente – O amanhã é uma interrogação mesmo...

A garota se jogou nos braços do ruivo e deixou-se beijar por ele. Num movimento rápido, Rony fez com que a moça se deitasse e ele ficou por cima dela. Beijavam-se com ardor e paixão. Os lábios que há muito tempo se desejavam agora se exploravam avidamente. As mãos dela passeavam pelos cabelos vermelhos, enquanto as dele iam do rosto até a cintura dela. Afastaram-se para poder respirar e olharam-se somente por alguns segundos, antes que Hermione novamente o trouxesse para seus lábios.

Beijaram-se por um bom tempo, sentindo o gosto e os movimentos um do outro. Os corações acelerados, as mãos suadas e nervosas, as bocas sedentas, as respirações descompassadas. De repente ouviram uma porta sendo fechada e vozes que vinham da cozinha. Separaram-se ofegantes.

- É melhor irmos nos deitar...

- É a voz do seu pai – Hermione cochichou.

- É, eu sei... Numa das minhas aventuras noturnas eu descobri que eles também são adeptos dos passeios à luz do luar – respondeu Rony também cochichando.

- Eu não vou conseguir dormir... Não enquanto meus filhos não estiverem seguros...

Então eles ouviram os soluços de Molly romperem na cozinha. Rony levantou-se imediatamente e caminhou para a porta da cozinha. Hermione o seguiu e pararam pouco antes da entrada para escutar a conversa que vinha de dentro.

- Molly querida... Tudo vai dar certo. Temos que confiar em nossos garotos...

- Eu confio neles. Mas não nos comensais...

Mais soluços são ouvidos.

- Ô meu amor...

- Eles são apenas crianças Arthur! Por que não podem ter uma vida normal? Guerra devia ser assunto para adultos!

Hermione tentou segurar o braço de Rony, mas não conseguiu impedir que o amigo entrasse na cozinha.

- Não fica assim mãe...

- Oh, meu Deus Rony – respondeu Molly enxugando os olhos – O que está fazendo acordado à uma hora destas? Já devia estar na cama... E você também mocinha – disse apontando para Hermione que apareceu na porta.

- Nós já estávamos subindo senhora Wesley – respondeu apressadamente a garota – Só estávamos arrumando os livros espalhados na sala...

- Não precisavam se preocupar com isso – disse o senhor Wesley, que não pode segurar um sorriso de canto de boca ao reparar nos cabelos desgrenhados, roupas amassadas e lábios inchados dos dois jovens.

- Mãe – começou Rony – eu sei que não vai adiantar eu pedir pra você não se preocupar, ou ficar nervosa... Porque eu também estou um pouco nervoso, afinal vou ficar mais longe de casa do que jamais estive – Molly rompeu em mais uma crise de choro – Eu só quero que você entenda o motivo de eu ter que ir junto com o Harry. Eu preciso ir e sei que o Harry precisa de mim nesta batalha. Já passamos por tanta coisa juntos... Coisas que ninguém pode imaginar... E nós vencemos! Somente nós, eu e a Mione, podemos entender essas situações estranhas pelas quais o Harry passou. Eu confio plenamente nele, sei do que ele é capaz. Sei que ele é capaz de derrotar aquele idiota do Voldemort – Hermione se assustou ao ouvir esse nome na voz do amigo, Molly e Arthur se encolheram um pouco – Eu preciso que a senhora confie nele também. Não somos mais crianças há muito tempo, mãe... Somos guerreiros. Soldados de Dumbledore.

Molly abraçou fortemente seu menino mais novo. Ele depositou um beijo na cabeça da mãe. Arthur se aproximou e envolveu os dois em outro abraço.

- Eu tenho muito orgulho de você meu filho! – disse ele.

Hermione não conseguia segurar as lágrimas. Virou-se para sair sem ser percebida, mas parou ao ouvir um pedido da Sra. Wesley.

- Promete que vai voltar pra casa...

- Eu nunca vou desistir de voltar pra casa.

Hermione lembrou das palavras de Rony na sala. Seu peito apertou. A idéia de perdê-lo era aterrorizante. Voltou para dar uma bronca nele, mas foi impedida pela voz chorosa de Molly.

- Hermione, querida... Você sempre foi a porção mais sensata do trio. Enquanto os dois sempre foram mais impulsivos, você sempre parava pra pensar... Toma conta deles, por favor. Não deixa esses teimosos fazerem nenhuma besteira. Toma conta do meu Rony...

- Pode deixar Molly, eu faço questão de cuidar do Rony... E do Harry! – emendou rapidamente, Arthur sorriu – Vamos voltar pra casa... Os três.

Arthur se aproximou da moça e a abraçou com carinho, logo após Molly levantou-se e fez o mesmo.

- Acho melhor vocês irem dormir agora... – disse a senhora.

- Sua mãe tem razão – falou o pai de Rony – direto pra cama.

Os dois coraram furiosamente, pensando se a frase “estávamos nos agarrando agora há pouco”, estava escrito nas testas deles.

Subiram calados por um tempo, mas de repente Rony resolveu voltar. Desceu correndo até a cozinha. Hermione ouviu emocionada quando ele disse.

- Pai, mãe... Eu amo vocês viu?

- Nós também te amamos muito meu querido – foi o que ela ouviu antes de limpara as lágrimas e entrar no quarto que dividia com Gina.

Encontrou a amiga sentada no parapeito da janela, olhando para fora.

- Ainda não conseguiu dormir? – iniciou uma conversa.

- O que você acha?

- Ah não... Já basta o Rony!

Gina sorriu.

- Aaaah, o Rony... – tentava mostrar desinteresse – então, foi divertido lá embaixo?

- Como assim divertido? Estávamos estudando. Eu, o Harry e o Rony.

- Mas faz tempo que o Harry subiu. Só ficaram vocês dois lá embaixo.

- Como é que você sabe que o Harry já subiu?

- Porque ele veio aqui.

- Heim? – Hermione espantou-se.

- A porta tava só encostada. Eu estava esperando você... Então deu uma “corrente de ar” – disse ela fazendo o sinal de aspas com os dedos – aí eu levantei, fechei a porta, fui pra cama e “dormi” – mais uma vez fez o sinal de aspas.

- Onde é que o Harry entra nesta história?

- Ele tava com a capa de invisibilidade...

- Então como é que você...

- Pelo cheiro. Eu conheço o Harry pelo cheiro, fazer o quê? – ela suspirou – Ele sentou na sua cama e ficou olhando pra mim. Eu fingi que dormia, então senti a mão dele no meu rosto e depois nos meus cabelos. Ah, e acho que ele pegou um broche meu na penteadeira...

- Ah, Gi...

- Mas você tá desconversando Mione... – cortou ela – eu perguntei se foi divertido lá embaixo.

- Ora Gina... Depois que o Harry subiu a gente ficou estudando.

- Certo. E um livro atacou você. – Hermione fez uma expressão confusa – Pelo amor de Deus Hermione! Você tá toda descabelada e com a roupa toda amassada... Quem fica sentadinha estudando não aparece nesse estado.

A morena corou novamente e correu para frente do espelho, confirmando as palavras da amiga.

- Ah meu Merlin! Ah meu Merlin! Ah meu Merlin! Ah meu Merlin...

- Calma Mione. Todo mundo sabia que isso ia acontecer um dia... E então, meu irmão beija bem? – Hermione arregalou os olhos para amiga – Tá eu sei que ele é meu irmão e não deveria saber destas coisas dele... Mas caramba, você é minha melhor amiga! Eu tô curiosa...

- Er... O Rony beija bem sim... – Hermione falou sorrindo envergonhada – É perfeito. – ela caiu na cama – Foi rápido, impensado... Sem muitas palavras, mas foi maravilhoso!

- Claro que tinha que ser com poucas palavras! Nessas horas a gente faz outra coisa com a boca – Gina sentou em sua cama e colocou o travesseiro no colo – Então vocês se acertaram!

- Não – a morena se levantou e vestiu o pijama – Não deu tempo... Sua mãe começou a chorar...

- Vocês se beijaram na frente da mamãe?!

- Não! – disse Hermione escandalizada – É que a gente a ouviu chorando na cozinha. Seu pai estava com ela. Sua mãe está muito nervosa por causa de amanhã. Aí o Rony fez um discurso lindo pra acalmá-los... E eu acho que funcionou. Então a gente subiu.

- Só?

- Só... Acho que já foi bom demais pra quem vai pra uma guerra amanhã...

As duas se deitaram e apagaram a luz.

- Mione?

- Oi...

- Ele é lento, mas não é tão legume assim viu?

- Eu sei...

Hermione fechou os olhos, mas sabia que não conseguiria dormir.

****************************

Rony entrou no quarto na ponta dos pés. Não queria acordar o amigo. Não acendeu luz alguma. Mas logo que pegou seu pijama no guarda-roupa sentiu seus olhos cegarem diante da luz que Harry acendeu.

- Que susto cara! Pensei que estava dormindo...

- Dormir? Sem saber o que aconteceu lá embaixo? Nem a pau! – e tentou sorrir.

- Como assim o que aconteceu lá embaixo? – Rony tentou se fazer de desentendido.

- Deve ter acontecido alguma coisa pro seu cabelo estar assim, todo pra cima...

Rony sorriu maroto e se viu no espelho. Harry agora tentava conter as gargalhadas.

- Fui eu que baguncei ele com os dedos.

- Os dedos da Hermione? – Harry se desviou do travesseiro que voou em sua direção.

- Não enche Harry! – disse enquanto trocava de roupa.

- Se você ao menos disfarçasse, mas fica com esse sorriso bobo no rosto...

- Não há o que disfarçar.

- Então vocês assumiram? – tripudiou Harry.

- Vai dormir! Você não tava caindo de sono?

- Só vou te deixar em paz quando você me disser o que aconteceu.

Harry fixou o amigo. O sorriso de Rony dobrou de tamanho, depois ele olhou para baixo e deitou na cama.

- A gente... – ele limpou a garganta – nós nos beijamos. – disse como se fosse a coisa mais natural do mundo.

- Ahá! Alguma coisa me dizia que eu tinha que deixar vocês dois sozinhos essa noite! Meu sexto sentido não falha! – ele não segurou mais as gargalhadas diante de um Rony vermelho como um tomate – E então, como foi?

- Foi maravilhoso! Ela é linda, doce... Brilhante!

- Hum-hum.

- O que foi Harry?

- Nada... Então, o que vocês decidiram?

- Sabe, a gente não conversou muito...

- Ah, claro que não... Não deu tempo né? As bocas estavam ocupadas... – dessa vez ele não conseguiu desviar e um travesseiro acertou sua cabeça, ele continuou rindo da cara do ruivo.

- Ah, cala a boca Harry! É melhor não alimentar ilusões... Foi só um beijo.

- Só um?

- Não! – irritou-se – Na verdade foram vários... Na verdade a gente tava se agarrando no sofá! – Rony disse sentindo seu rosto esquentar – Satisfeito agora?

- Quem diria... Os monitores de Grifinória se agarrando no sofá... – Harry enxugava os olhos de tanto rir. Estava adorando deixar o Rony aperreado.

- Boa noite Harry! – Cortou o ruivo.

- Noite – o moreno ainda tentava parar de rir.

Rony pensou um momento antes de fechar os olhos. Devia conversar com Hermione sobre aquilo? Tentar acertar as coisas entre eles? Decidiu que não faria isso na atual conjuntura. Amores em meio a uma guerra eram muito arriscados. Principalmente quando se estava na linha de frente.

A gente ainda tem uma guerra pra vencer... Depois disso, a gente vê.

***********************

A manhã seguinte estava linda. O céu azul e o sol brilhante contrastavam com o clima nebuloso que havia na casa que antes era tão animada. O trio já estava pronto para partir e somente Carlinhos, Olho Tonto e Lupin sabiam o destino deles depois de Godric’s Hollow.

As despedidas estavam sendo rápidas, mas chorosas. O medo e angústia estavam estampados no rosto de todos os presentes naquela sala. Somente uma pessoa não viera se despedir e Harry estava sentindo uma profunda tristeza por não olhar aquele rosto delicado emoldurado em cabelos vermelhos mais uma vez. Talvez uma última vez.

Quando já estavam na porta, Harry ouviu a voz que tanto queria. Gina descia as escadas rapidamente na direção dos três.

- Eu não queria vê-los partindo, mas não consegui agüentar.

Ela se jogou nos braços do irmão. Um abraço apertado e cheio de carinho. Aqueles dias tinham aproximado os dois de uma forma bastante intensa, apesar de ainda continuarem brigando muito. Depois ela abraçou Hermione e disse aos dois que não esquecessem de se comunicar, ao que eles confirmaram o plano.

Por um momento o olhar dela cruzou com o de Harry. Mas não havia ternura nos olhos dela.

- Boa sorte Harry – a voz fria dela atingiu o coração de Harry como uma espada.

- Obrigado. – murmurou ele.

- Eu sei que vocês voltarão... Sei que você vai acabar com aquele cara-de-cobra e com cada pedacinho da alma dele. Nesse quesito, eu confio plenamente em você.

Os três saíram com o coração apertado. Mas Harry sentiu seu mundo desabar ao ouvir as palavras da ruiva. Ao menos ela acreditava que ele venceria Voldemort... Isso lhe servia de consolo.

***FIM DO FLASHBACK***

***********************

E um coro de anjos com suas trombetas cantam: Aleluia!!! ^.^
Nossa, eu não acredito que terminei esse capítulo! Estou tão realizada! Na verdade, não estou 100% satisfeita, mas eu não podia deixá-los esperando mais tempo. Afinal são 61 páginas de word (ao todo, juntando as duas partes do flashback)... acho que já posso publicar um livro kkkkkkkkkkkkkk Ah, e eu já não aguentava mais a vontade de postar!!!!

Escrever as cenas H/G foi tão intenso... acho que estou emocionalmente esgotada... e então? O que acharam? Atendeu as expectativas? Sinceramente, se eu gostasse de um cara e ele fizesse o que o Harry fez, eu nunca mais olhava na cara dele! Mas, bem que a situação aqui é drástica! Ah, a música desse capítulo é “That i would be good” da Alanis... a letra dela é perfeita para o momento, se puderem ler ouvindo a música...

Bom, tô meio sem tempo (novidade!) então vou comentar os comentários de forma bem sucinta tá?

Gabi W: Oi, você acha que eu fui muito má? Eu acho que o Harry fez uma besteira grande... Mas não se decepciona com ele não, eu garanto que ele vai compensar. Beijo!

Charlotte Ravenclaw: Que bom que você gostou da capa! Créditos à minha amiga Nary... Realmente Petúnia devia arder no mármore do inferno... já Snape, eu dou meu voto de confiança X ) Você gostaria de matar as veelas agora? ^.^

Paula Eliza Granger: Brigada pelos elogios! Nossa! Esse povo que odeia o Snape... e as veelas kkkkkkkkkk quero só ver agora! Agora o flashback acabou o próximo capítulo é “no presente”. Beijos.

Srtª Lara: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Esse Sirius! Ele me faz rir de tão divertido! Cachorrinhos fofinhos são mesmo fofos! Lara, agora eu sei o quanto dá trabalho escrever capítulos imensos... sou sua fã (rsrs), além do mais você agüenta esses marotos... Parabéns! Espero que tenha gostado da continuação. Beijos!

Índia: Bem, nesse capítulo teve vários estilos de “circo pegando fogo”, espero que tenha gostado! Ah e eu já sei: Morte às veelas!!! Kkkkkkkkkk Beijos!

Valeu a pena esperar? Tomara que sim! E então, o que acho do que o Harry fez... Até o próximo capítulo! Beijos!

Amanda Regina Magatti: Conseguiu matar toda a curiosidade? ^.^ Se você quiser eu faço parte da sua campanha tá? Beijos!

carol cardilli: Obrigada pelo carinnho! Beijos!

Raiza: Impossível? Você acha que é possível agora, depois de saber o que ele fez? Será que fui muito cruel? X) Beijos!

Priscila: Os 15 dias passaram depressa? Tomara que sim! Lindo eles juntos né? E horrível eles separados =( Lambisgóias francesas, die!!!! Kkkkkkkk Ah, Draco e Narcisa na Toca... eu precisava baixar a crista desse povo kkkkkkkkkk Beijos!!!!

Emiliana Rosa: Menina, pense que eu tô com a cabeça no mundo da lua!!! Quando eu vou responder os comentários costumo colá-los no documento de word, assim fica mais fácil... aí eu passei por cima do seu. Sorry!!!! Isso que dá fazer as coisas correndo... Mas valeu! Adoro seus comentários... é legal saber que tenho certa sintonia com minhas leitoras! Beijos!!!

Leo Potter: Obrigada! Estou indo o mais rápido que posso. Se vai ter nc? Ainda não sei... mas se tiver, com certeza vai ser uma coisa bem leve. Beijos!

Nary: Seus elogios são sempre tudo de ótimo!!! Até logo (eu espero que seja logo mesmo ^.^ mas essa minha vida aperreada...) Beijos!!!

Até a próxima!
Nox

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    OMGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG Capitulo enormeeee mas ótimo *--------------------*

    2011-10-01
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