Capítulo 7: Ao ar!



Olá pessoas!!! Bom sinceramente não sei o que aconteceu com o capítulo anterior, mas agora ele está inteiro e com as respostas aos comentários da semana passada. Desculpem, estou sem tempo de responder os comentários que recebi até agora, mas semana que vem eu compenso tá?

Boa leitura e comentem please!!!!

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CAPÍTULO 8: AO AR!

Rony abriu os olhos e virou seu corpo ainda com vestígios de sono para a janela. As cortinas estavam entreabertas e ele pode vislumbrar um pedaço do céu azul que reinava do lado de fora. Sorriu satisfeito ao perceber que o dia estava perfeito para o vôo. Céu claro, pouco vento (as cortinas nem se mexiam), com mais um pouco de sorte, Hermione estaria de bom humor e aceitaria as aulas de vôo que ele estava disposto a dar. Por falar, ou melhor, por pensar em Hermione... Será que ela já teria acordado? Ele levantou e se dirigiu ao banheiro deixando as roupas que vestia pelo caminho. Afinal, Dafne estava ali justamente para arrumar sua bagunça! Hermione me mataria se ouvisse isso...

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Hermione desceu as escadas calmamente. Ainda estava acordando... Parecia que o jeito preguiçoso de Ron era tão presente naquele lugar que chegava a contaminar. Encaminhou-se para a cozinha e encontrou Dafne colocando a mesa para o café.

- Bom dia Dafne! – disse e não pôde conter um bocejo em seguida.

- Bom dia senhorita Granger.

- Já disse para me chamar de Hermione. Dessa forma se sentirá mais confortável...

- Mas... Eu me sinto melhor se continuar tratando a senhorita por senhoria Granger...

- Tudo bem então – Hermione deu de ombros, já estava cansada de tentar convencê-la – e o Ron, ainda não desceu?

- Ah, senhorita... Até parece que não conhece meu senhor, preguiçoso que só ele... – Hermione sorriu. Apesar do tratamento formal, havia grande intimidade entre seu amigo e Dafne. Sempre estavam brincando um com o outro – Quer tomar seu café agora?

- Não Dafne... Eu vou esperar o Ron... Mas só durante meia hora, se ele demorar mais que isso – deu um sorriso debochado – vai perder o prazer de minha adorável companhia – Dafne lhe deu um sorriso esganiçado.

- Tem todo meu apoio, senhorita!

Hermione piscou para ela e saiu em direção à sala de vídeo. Passou ao lado das estantes com livros e se deteve um momento. Sempre soube que Rony era muito inteligente, mas negligenciava isso. Influência dos gêmeos talvez. Precisava apenas de um pouco de disciplina e gosto pela leitura. Parece que estava conseguindo este último. Olhou os títulos, havia literatura trouxa e bruxa, livros de quadribol, enciclopédias trouxas... Os Wesley e sua fascinação pelo mundo trouxa! Ela pensou: se eles fossem trouxas, será que teriam o mesmo fascínio pelo mundo bruxo? Será que era apenas o fascínio pelo desconhecido? Ela não sabia. Soltou uma risadinha pelo nariz e continuou caminhando e entrou na sala de vídeo. Passou os olhos pelas prateleiras e viu todo tipo de filme. Estavam arrumados por estilo e ordem alfabética. Coisa da Dafne, aposto! Parou em frente a uma prateleira onde se lia “Fantasia” e reparou que havia vários filmes que tratavam de magia, coisas mitológicas e “sobrenaturais”. Levantou os olhos e viu, do outro lado da sala, os Cd’s, praticamente todos eram de “rock” e “new age”. Viu uma coleção bem destacada. Devem ser os preferidos do Ron. Aproximou-se e percebeu que todos eram de uma cantora chamada Enya. Seus olhos sorriram. Ela pegou um deles, chamado “The memory of trees”, colocou-o no aparelho de som e adiantou para a música número 7.

One look at love and you may see
it weaves a web over mystery,
all ravelled threads can rend apart
for hope has a place in the lover's heart.
Hope has a place in a lover's heart.

Whispering world, a sigh of sighs,
The ebb and the flow of the ocean tides.
One breath, one word may end or may start
a hope in a place of the lover's heart.
Hope has a place in a lover's heart.


- Bom dia, flor do dia! – Hermione sentiu-se abraçada pelas costas e beijada no rosto.

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Rony descia os degraus de dois em dois. Estava morrendo de fome, mas não ia dizer isso. Não estava a fim de receber mais um daqueles olhares de sua amiga. Mas o que ele podia fazer? Era grande, seu metabolismo era rápido. A prova disso era seu corpo esbelto. Precisava repor energia, oras!

- Bom dia Dafne! – disse entrando na cozinha e puxando uma cadeira.

- Bom dia senhor Wesley! – a elfo respondeu com um sorriso largo.

- A Hermione já tomou café?

- Não, ainda não.

- Ué? Ela ainda não desceu? Será que ainda está dormindo?

- Ora senhor Wesley, por quem toma a senhorita Granger? Ela não é como o senhor! – ele ergueu as sobrancelhas – Não me olhe desse jeito! Nós sabemos o quanto ela é organizada e gosta de acordar cedo. Só não comeu ainda porque estava esperando pelo senhor.

- Sério? – ela balançou a cabeça afirmativamente – e onde ela está?

- Na sala de vídeo... Mas disse que só esperava meia hora.

- Certo – disse ele se levantando e indo para o outro cômodo.

Ele caminhou e pôde ouvir uma música tocando baixinho. Entrou na sala em passos largos e abraçou a amiga que estava de costas.

One look at love and you may see
it weaves a web over mystery,
all ravelled threads can rend apart
for hope has a place in the lover's heart.
Hope has a place in a lover's heart.

Whispering world, a sigh of sighs,
The ebb and the flow of the ocean tides.
One breath, one word may end or may start
a hope in a place of the lover's heart.
Hope has a place in a lover's heart.


- Bom dia, flor do dia! – Rony falou enquanto abraçava Hermione e lhe dava um beijo estalado no rosto.

- Bom dia – respondeu a garota rindo – mas essa de “flor do dia” é muito antiga!

- Que seja! – ele deu de ombros – mas é legal de dizer... – reparou no Cd na mão da amiga – Ela é perfeita né?

Look to love you may dream,
and if it should leave then give it wings.
But if such a love is meant to be;
Hope is home, and the heart is free


- É, também acho... Incrível como ela faz sucesso no mundo trouxa!

- Ora estrelinha, um talento como o dela não podia ficar restrito aos ouvidos bruxos. Tinha que alcançar o mundo inteiro!

- Que poético!

- É que estou sendo sincero. São palavras vindas do fundo do meu coração – ele fez um gesto teatral baixando a cabeça e colocando as mãos sobre o peito.

Under the heavens we journey far,
on roads of life we're the wanderers,
So let love rise, so let love depart,
Let hope have a place in the lover's heart.
Hope has a place in a lover's heart.

Look to love and you may dream,
and if it should leave then give it wings.
But if such a love is meant to be;
Hope is home, and the heart is free.
Hope is home, and the heart is free


- Tá certo “foguinho” – disse ela desligando o som – você tá muito parecido com os gêmeos sabia?

- Tô é?

- Está sim. Agora vamos – ela puxava o garoto para a cozinha – Estou morrendo de fome.

- Francamente Hermione! – disse ele revirando os olhos.

- Há, há, há... Sem graça! – falou a garota enquanto sentava-se à mesa.

- O dia tá bonito né? – disse ele servindo-se de bacon.

- É, eu achei... Ron me passa o leite, por favor. – ele o fez – Então, o que vamos fazer hoje?

- Uma coisa doce, maravilhosa, deliciosa...

- Tem a ver com chocolate?

- Não Hermione! Nós vamos voar.

- Ficou doido?!

- Er... Não.

- Bebeu?!

- Não.

- Bateu a cabeça, então!

- Não!

- Ótimo, então vai entender que eu não quero aprender a voar. Eu não gosto de voar! Eu odeio voar!

- Mione meu bem, não acha que é hora de superar esse medo de altura?

- Eu não tenho medo de altura! – exaltou-se ela – Simplesmente não gosto de voar em cima de algo fino, frágil e que serve para limpar casas.

- Vamos Estrela, vai ser divertido.

- Eu não quero! Eu não vou! Pode arranjar um “plano B”, porque essa atividade... Eu me recuso!

- Eu juro que você vai estar segura...

- Eu estou muito segura no chão, obrigada. O ar é muito arriscado.

- Hermione, por Merlin! – Ron já havia perdido a paciência – Você acha que eu pediria pra você fazer alguma coisa que pudesse machucá-la? Você é brilhante em tudo o que faz, pode ser brilhante nisso também!

- Claro que eu posso!

- Então...

Hermione respirou fundo e olhou, sem graça, ao redor de si. Ela não queria ir, embora soubesse que ia ser seguro - afinal ela estaria com Ron, escolhido o melhor homem sobre uma vassoura no ano passado - não havia o que temer... Mas ela não queria ir. Entretanto não podia simplesmente recusar, ia parecer fraca. Merlin! Ele a tinha encurralado, ele a tinha desafiado! Só havia uma resposta a ser dada nessas circunstancias.

- Tudo bem, vamos voar hoje. – disse ela voltando atenção para sua xícara.

Ele sorriu. Sabia que ela ia aceitar, tinha acertado seu ponto fraco – desafios. Hermione Granger nunca recusava um desafio. Mas ele percebeu que daquela vez era diferente. Não havia tanta confiança em seu tom de voz. Ela estava receosa e ele ia fazer de tudo para aquele medo se esvair. Levantou-se, deu a volta na mesa e se ajoelhou diante da cadeira em que ela estava.

- Vai ser maravilhoso, eu prometo.

- Isso é o mínimo que você deve prometer – ela ainda olhava para o café.

- Então eu prometo que vai ser perfeito – e segurou as mãos dela – como tudo o que envolve você.

- Vamos agora de manhã? – disse ela erguendo o queixo para recompor sua dignidade.

- Não. Vamos depois do almoço. É melhor passar uma manhã tranqüila. Podemos ouvir uns Cd’s... – propôs ele com um sorriso dançando nos olhos.

- Claro...

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Ronald observou a moça sentada do outro lado da mesa. Ela não levantava os olhos e brincava com a comida no prato, mas não levava o garfo à boca. Sua expressão era tensa, mordia os lábios constantemente e seu corpo balançava rapidamente, parecia estar tremendo. Ele desceu um pouco os olhos e percebeu que, por baixo da mesa, os pés dela batiam rapidamente no chão causando o tremor.

- Você está se sentindo bem, Estrelinha?

A moça, em um sobressalto, espetou um pedaço do frango e rapidamente levou à boca. Respirou fundo tomou um gole do suco em seu copo e olhou para o amigo, tentando transparecer confiança. O que não estava surtindo efeito no amigo.

- Estou ótima Ronald.

- É que está aí, parada... Brincando com a comida.

- Ah, isso... Já estou satisfeita, é só – e foi levantando da cadeira.

- Hermione, você não comeu praticamente nada no café, e olha que estava “morrendo de fome”...

- Ficou me observando foi?

- E agora, mal tocou na comida – completou ignorando a interrupção.

- Comer pra quê? Pra botar tudo pra fora mais tarde! – exclamou já perdendo toda a pose e demonstrando abertamente a apreensão que sentia.

O ruivo sorriu.

- Certo, não quer comer agora... Não vou te forçar. Você tem certeza que não tá com fome.

- Absoluta. Eu vou subir então...

- Tá, depois da siesta nós vamos.

- É, depois da siesta – disse ela em tom debochado.

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- Meu senhor?

- Hummm...

- Será que dá para levantar um pouco? Preciso tirar o pó...

Rony abriu os olhos e encontrou os grandes olhos redondos de Dafne sobre ele. Havia deitado no sofá da sala de vídeo e cochilado ali mesmo. Mas já era hora de levantar.

- Claro querida – disse espreguiçando-se e dando um sorriso maroto para a empregada – Hermione ainda está lá em cima?

- Está sim.

Ele levantou e subiu as escadas. O clima ainda estava bom para o vôo. Ele espiou o quarto da amiga e percebeu que ela não estava ali. “Onde será que ela está?”. Caminhou para a varanda e encontrou Hermione sentada em uma espreguiçadeira acariciando bichento que estava em seu colo. Quando ele apareceu na porta, ela automaticamente virou o pescoço em sua direção. Havia insegurança em seu olhar. Meu Merlin! Ela tem que parar com isso!

- Vamos? Já descansamos demais.

- Eu tenho escolha?

- Não – havia um riso de canto de boca em seus lábios – É melhor trocar de roupa. Voar de saia não é uma boa idéia.

- Certo então – ela pegou Bichento com todo o cuidado e colocou na cadeira onde estava sentada, parece que ele não gostou muito, pois lançou um olhar mortal para Ron.

- Ele vai pular em cima de mim!

- Vai nada. Pega as vassouras logo enquanto eu visto uma calça – e foi para o quarto.

Ronald caminhou para uma porta que ficava ao lado do seu quarto e a abriu. Lá havia vassouras de vários modelos: mais potentes, mais leves, para dias de chuva, de muito vento... Também havia caixas com balaços e goles e pomos de ouro, luvas... Ou seja, todo seu material de quadribol. Escolheu duas: uma mais potente e outra que tinha o cabo mais grosso, embora fosse mais leve. Colocou-as encostadas na parede e entrou no seu quarto. Pegou uma tiara de elástico fino para segurar os cabelos que teimavam em cair no seu rosto – tinha aprendido este truque com jogadores de futebol trouxas. Saiu do quarto no momento em que Hermione fechava a porta do seu.

- Você fica bem com isso no cabelo – disse ela apontando para a faixa preta.

- Obrigado...

- Onde estão as vassouras? – tentava passar confiança pelo tom de voz.

- Aqui – apontou para a parede.

Hermione engoliu em seco e respirou fundo. São só vassouras... e eu vou conseguir ser boa nisso... eu vou conseguir ser boa nisso... eu vou conseguir ser boa nisso...

- Hermione? – ela de repente esqueceu o mantra em sua mente – Vamos?

- Aham... Aqui é seguro? Sabe, a vizinhança...

- Não vamos voar aqui.

- Ah não! Vou ter que aparatar com você de novo! – exasperou-se ela.

- Não. Nós vamos de carro dessa vez tá bom? – ela sorriu um sorriso nervoso e fez que sim com a cabeça.

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Depois de 40 minutos em uma estrada rodeada por árvores, eles chegaram a um campo bem escondido dos olhos trouxas.

- Você pode fazer algum feitiço de camuflagem? – perguntou para a moça.

Hermione murmurou algumas palavras e estava feito.

- Certo, vamos acabar logo com isso.

- Tudo bem Mi. Pega esta vassoura. – ela o fez – Agora monta nela.

Hermione montou de um jeito desengonçado. Ele segurou o riso... Provocar a amiga era muito bom, mas não nessas condições. Ronald era implicante e não cruel.

- Assim não bebê – ele pegou a vassoura dela – Assim ó – e montou – Vem cá, agora você de novo.

Ela montou novamente e um sorriso perpassou os lábios de Ron, só que agora, era de orgulho.

- Muito bem. Agora ajeita a postura... com licença – disse ele colocando uma mão no colo dela e outra em suas costas, fazendo com que ela ficasse com a postura ereta. – Isso... Muito bem. Chega mais um pouco pra frente agora... Isso.

Ele sentou na vassoura atrás dela. Ela o olhou assustada.

- Mas...?

- Eu não vou colocar você no ar assim do nada... Primeiro vou guiar você. – Fecha os olhos um instante...

- O quê?

- Apenas fecha, tá bom?

Ela o fez. Ele deu um pequeno impulso e ficaram planando a meio metro do chão. Ele segurava na cintura dela, como forma de manter a postura.

- Abre.

Quando percebeu que não estava mais no chão, o corpo de Hermione estremeceu. Ronald segurou mais forte a cintura dela, transmitindo confiança.

- Calma, eu estou aqui, e estamos bem baixo. – ela olhou para o amigo por cima do ombro apertando os lábios e balançando a cabeça – Bom, agora inclina um pouco pra frente, sempre mantendo os braços esticados... Ops, a coluna também... Mantém a coluna reta. – ela obedecia cada comando que o amigo dava – Certo, muito bem. Agora vira o cabo para a esquerda, devagar... Direita... Isso! Muito bem!

Hermione sorria. Tudo estava indo muito bem até agora. Estava sendo bem fácil até...

- Agora para cima. – a voz de Rony se fez ouvir.

- Mas já? – questionou ela.

- Só um pouco... Não precisa chegar às nuvens tá?

- Mas Ron...

- Hermione, me deixa te ensinar alguma coisa pelo menos uma vez na vida! – pediu ele. Ela subiu mais meio metro – tá pronta pra acelerar um pouco?

- Acho que tô.

- Então dá um impulso pra frente, bem de leve.

- Certo. – ela impulsionou a vassoura pra frente e ela acelerou um pouco... Mas alguns segundos depois ela acelera de vez e levanta a vassoura alguns metros.

- HERMIONE!!! O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO??????

Ela não respondeu, apenas continuou guiando a vassoura. Estavam muito alto e muito rápido. Ela baixou o cabo e desceu alguns metros. Rony estava assustado e se agarrava a cintura dela. O vento batia em seus rostos dificultando a comunicação.

- COMO É QUE EU FAÇO PRA PARAR?!

- EU MOSTRO! – Rony inclinou-se sobre ela e segurou o cabo sobre as mãos de Hermione dando o comando para a vassoura que foi diminuindo a velocidade e baixando até o solo.

- FICOU DOIDA!!!! – gritou ele – O QUE PENSAVA QUE ESTAVA FAZENDO?! – mas alterou o tom de voz ao reparar a expressão assustada da morena. – Podíamos ter nos machucado...

- Eu tinha que perder o medo né? – ela estava com os olhos bem abertos e parecia meio aérea – então... Acho que foi... Meio que um tratamento de choque, sei lá.

- Funcionou?

- Acho que sim – disse com um meio sorriso.

Ele se aproximou e a abraçou bem forte.

- Desculpa se perdi a calma... Só fiquei um pouco assustado. Foi inesperado! Mas estou muito orgulhoso... Você fez tudo brilhantemente.

- Mas ainda não sei parar uma vassoura.

- Isso é o mais fácil, você vai aprender logo.

- Vamos tentar então?

- Agora!

E passaram o resto da tarde imersos nas dezenas técnicas de vôo que o ex-goleiro do Chuddle Cannons conhecia.

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Depois de um longo caminho de carro eles chegaram a casa quando já anoitecia. Ron estava feliz, sua amiga havia sido uma aprendiz brilhante. Ainda relutava em subir muitos metros sozinha, mas em uma altura média, ela conduzia a vassoura muito bem.

- Vou subir e tomar um banho para poder jantar... Tô morrendo de fome!

- Também, não comeu nada o dia inteiro – sorriu o ruivo – também vou tomar banho... E também tô morrendo de fome.

- A propósito... Voar é doce?

- Pra mim é.

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O jantar foi silencioso. Hermione realmente estava com muita fome... E Rony... Ah, isso não é novidade pra ninguém!

- Estou toda dolorida – disse ela recostando-se na cadeira.

- Também, quem manda ser sedentária. – brincou ele. Ela lhe estirou a língua.

- É sério, minhas costas estão doloridas...

- Já terminou de comer?

- Já sim.

- Vem, vou te fazer uma massagem.

- Você sabe fazer massagem?

- Hermione, meu bem, eu sou um atleta. Preciso destas técnicas.

- Tem certeza que você sabe mesmo?

- Claro que sei. Me espera no quarto que eu chego já.

Hermione subiu logo atrás de Rony e se encaminhou para o seu quarto. Uma massagem... Era disso que ela precisava. Caminhava calmamente pelo corredor, suas costas estavam quebradas e por culpa dele! Que idéia! Fazer com que ela passasse uma tarde inteira em cima de uma vassoura... e tem que ser uma massagem que realmente valha a pena, ah tem! Pouco tempo depois viu Ron entrar no quarto trazendo uma caixinha e um vidro com um líquido alaranjado nas mãos.

- É óleo – explicou ele – essência de ervas e frutas, bom pra relaxar os músculos.

- E qual o ingrediente que o deixa alaranjado? – disse ela retirando Bichento de cima da cama.

- Ora, que pergunta! É uma poção criada pelo curandeiro do Cannons, que cor você queria que tivesse? – disse ele como se estivesse repassando uma informação óbvia. Ela sorriu – tá bom, agora tira a blusa.

- Como é?!

- Mione, como você quer que eu passe óleo por cima do tecido?

- Eu não vou tirar a blusa!

- Assim fica impossível.

- Então deixa a massagem pra lá.

- Eu só vou massagear suas costas...

- Mas eu não vou tirar a blusa na sua frente! – Bichento caminhou discretamente para fora do quarto

- Hermione, você vai deitar de bruços! Eu não ver nada, tá bom? – disse ele num tom de voz compreensivo – a não ser que você mude de idéia no processo – cochichou sorrindo.

- O que você disse?

- Nada. – ela o fuzilou com o olhar – tá bom... Eu tava brincando. Então, vai ou não vai?

- Tá... – hesitou ela - mas vira enquanto eu deito na cama.

- Certo – disse ele virando de costas para a amiga.

- E fecha os olhos! – disse enquanto desabotoava a blusa e se deitava de bruços na cama. – pronto, pode virar.

Rony dirigiu-se à janela e fechou as cortinas e o quarto ficou na penumbra. Abriu a caixa que trouxera e retirou de lá velas e incensos. Depois acendeu duas velas em uma mesinha nos pés da cama e um incenso suave no criado-mudo.

- Pronto, pode ficar tranqüila agora, não dá pra ver nada – disse ele enquanto encostava a porta e caminhava para onde a morena estava. Ajoelhou-se na cama ao lado dela e exclamou – Ah não Mione! Não acredito.

- Que foi?

Ele nada respondeu, apenas puxou delicadamente a garota pelos ombros fazendo com que ela ficasse de joelhos, de costas pra ele.

- Ei! – protestou ela.

- Calma, eu já disse que não tô enxergando direito. Só consigo ver sua silhueta, mas massagear você de soutien não dá.

- Rony, não se atreva... – iniciou.

- Calma, tenta relaxar. Eu não tô vendo nada – disse ele desabotoando rapidamente o soutien, antes que ela pensasse em impedi-lo – não quero ver nada – e fez com que as alças deslizassem pelos ombros da garota – não vou ver nada – a peça escorregou pelos braços dela – agora me dá ele – Hermione o entregou ao ruivo – agora se deita devagar enquanto eu guardo isso. Prometo que não vou espiar certo?

- Eu confio em você.

- Que bom.

Ela se acomodou da maneira mais confortável, enquanto ele dobrava a peça íntima, que ainda continha o calor do corpo de Hermione, e colocava em cima da cômoda em um canto do quarto. Ele sorriu ao lembrar da reação da amiga, já esperava por isso. Foi muito fácil prever o comportamento dela. Sempre suspeitou que ela tivesse problemas com o corpo. Lembrou-se de uma vez havia ouvido, sem querer, uma conversa entre sua irmã e ela. Naquele dia descobrira que Hermione não se achava atraente. Era extremamente insegura em relação à aparência. No dia ele não entendeu muito bem. Como ela podia não se achar bonita se havia conquistado o trasgo do Vítor Krum? Todas as garotas o cobiçavam, mas foi Hermione quem estava na segunda prova do Torneio, que era a coisa mais preciosa para aquele idiota.

Naquela época, Rony achava que era frescura da amiga, que ela estava fazendo doce. Como ela pode achar que não é atraente? Mas com o tempo ele percebeu que era a mais pura verdade. Hermione Granger, uma das garotas mais bonitas e perfeitas de Hogwarts achava que nenhum garoto olharia para ela... Como estava enganada! Ronald Wesley sempre achara aquela garota linda! Tá... passou a achar quando percebeu que ela “era uma garota”. E achá-la linda o irritava profundamente, mas não podia negar. Continuava linda! Era a harmonização perfeita dos opostos: doce e azeda, delicada e forte, engraçada e chata, sutil e histérica, insana e extremamente lúcida, racional e loucamente passional... Pensou naquela silhueta iluminada pelas velas. Seu corpo estremeceu. Merlin... Pára idiota! É a Mione... Lembre-se: M-i-o-n-e...

- Ron, estou pronta – a voz dela o tirou de seus devaneios.

Ele que estava de costas pra ela, virou-se em direção à cama e percebeu aquele olhar voltado em sua direção. Sorriu e caminhou até ela.

- Então vamos começar senhorita.

Hermione acompanhou o amigo com o olhar até que ele desapareceu de seu campo de visão. Sentiu a cama afundar um pouco e logo após percebeu que Ron passava uma das pernas por cima de seu corpo. Ele vai ficar em cima de mim? Só pode ter ficado doido! Mas logo percebeu que ele estava apoiado nas próprias pernas. Arrepiou-se e encolheu os ombros quando o óleo frio caiu em suas costas.

- É gelado né? Mas fica tranqüila que logo a temperatura vai mudar.

Ela esboçou um sorriso para mostrar ao amigo que estava tudo bem. As mãos dele deslizaram por suas costas espalhando o líquido. Mãos quentes e fortes deslizando suavemente por sua pele. Ela fechou os olhos. O movimento que antes era suave agora tornava-se mais forte. As mãos de Ron pressionavam os músculos de Hermione de forma ritmada e intensa. Ele começou pelos ombros, deteve-se um bom tempo tentando soltar os músculos tensos, depois desceu as mãos para a região lombar. Fazia movimentos para as laterais, descendo para a área um pouco acima das nádegas e voltava a subir. Fez este movimento diversas vezes até sentir que a tensão ia desaparecendo do corpo da amiga. Depois mudou para movimentos circulares nas laterais da coluna. Sentia a respiração da amiga, antes descompassada e forte, agora lenta e ritmada. Finalizou com soquinhos leves que para Hermione traziam uma sensação de leveza.

- Está gostando?

- Ahã... Já acabou? – disse com voz manhosa.

- Nas costas, sim. – riu com o ruído de reprovação da garota – Agora eu vou para os pés.

Ele pegou o pé direito dela e começou a pressionar determinados pontos. A pressão variava, de forte a leve. Repetiu o processo com o pé esquerdo. Hermione estava adorando aquilo. Que sensação gostosa! Não queria que ele parasse nunca... Já estava até ficando com sono, uma moleza boa... Então percebeu que ele estava parando.

- Ah não... Vai parar agora?

- Ei, eu preciso de descanso também. – ele levantou-se e pegou um lençol com o qual cobriu o corpo da amiga, depois se sentou ao pé da cama.

Ela se virou lentamente, tomando cuidado para deixar o lençol sobre si. Apertou os braços sobre o corpo, impedindo o cobertor de cair, e se recostou sobre os travesseiros.

- Você vai fazer isso mais vezes? – perguntou com voz manhosa.

- O quê? Te deixar seminua em cima de uma cama? – ela arregalou os olhos e jogou um travesseiro no ruivo enquanto ele rolava de rir.

- Er... – tentou ela, mas desistiu e jogou outro.

- Desculpa Mi, tava brincando – ela fez carranca – É claro que você terá outras seções de massagem... Basta ser uma boa menina e se comportar direitinho...

- Eu sou uma boa menina.

Ele sorriu e se levantou. Aproximou-se dela e lhe deu um beijinho no rosto.

- Boa noite estrelinha... É hora de dormir. – ela sorriu e ele encaminhou-se para a porta.

- Er... Rony?

- Sim – disse ele virando-se novamente para ela. Ela apenas o chamou com um gesto e ele foi. Ela pediu para ele se aproximar e lhe deu um beijo estalado no rosto.

- Obrigada!

- O prazer é todo meu – e saiu. Em pouco tempo Hermione mergulhou em um sono profundo.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    NOSSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Até massagem tá rolando entre os dois quero saber porque Luna e Ron terminaram...

    2011-09-30
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