Onde os fracos não tem vez



Capitulo 1 - Onde os fracos não tem vez




A lua cheia que em seu alto esplendor se associava com as milhões de estrelas que inundavam a noite Grã-Bretanha não era um prenúncio dos tempos perigosos que se passavam, aliás, naquele tempo era difícil visualizar o céu, tamanha era névoa que encobria tudo.
As ruas de Londres que até pouco tempo atrás se recheavam de pessoas em busca de vitrines em promoção ou um pub popular para degustar uma bebida, agora estavam as moscas pelo toque de recolher instalado pelo governo. As mortes sem explicações atingiram um limite catastrófico, o Primeiro Ministro trouxa tomou a decisão que considerou mais adequada, embora esta tenha sido um tanto contestada pelos jornais que descreviam a medida como ineficaz, as mortes continuavam a ocorrer como uma epidemia e sem qualquer tipo de explicação.
Na avenida principal de Londres, duas pessoas pareciam insistir em contrariar o toque instaurado pelo governo, caminhavam com a soberba de serem os donos da rua. Usavam capas escuras e não pareciam temer qualquer problema que aparecesse a frente e tampouco caminhavam a passos largos. O tempo era farto.
– E o garoto? - perguntou o homem que ia na liderança, uma frieza em cada palavra.
– Continua na casa, milorde. Não saiu um minuto sequer segundo os Carrow.
Lord Voldemort parou por um segundo e se virou para seu seguidor.
– Interessante. E você continua com a mesma opinião, suponho?
O dono dos cabelos sebosos parecia escolher melhor as palavras e procurou encarar os olhos do Lord das Trevas a sua frente.
– Creio que sim, milorde. Não há razão para que minha opinião mude.
O Lord voltou a caminhar como se desse o assunto por encerrado, seu leal vassalo o seguia sem questionar. Na realidade Snape já sabia para onde estavam indo, ele era um dos poucos a quem o Lord das Trevas confidenciava os planos, uma característica que gerava inveja de muitos comensais. Estavam ali apenas aguardando o primeiro sinal. Algo ruim iria acontecer.
Em menos de cinco minutos um estalo duplo ecoou pela rua. Belatriz Lestrange se juntava aos dois e trazia consigo uma companhia. Exceto pela cara de deboche, Snape não demonstrou qualquer sinal da chegada de sua colega. Lord Voldemort, contudo, se voltou para ela.
– E então? Vejo que você teve sucesso em sua empreitada.
Belatriz se ajoelhou em frente ao seu mestre e beijou suas vestes.
– Ele está por lá, meu amo. Apenas alguns aurores fazem o serviço de guarda. Poderia ter dado conta do recado sozinha. Trouxe o que o senhor me pediu milorde, a maldição foi bem colocada, tem feito o que eu pedi.
Lord Voldemort sorriu com frieza as palavras de Belatriz.
– Minha cara Bela, você sabe que não é uma questão de capacidade. Eu sei que você pode. Mas por que não juntos? Assim todos nós podemos nos divertir as custas das nossas vítimas e causar mais uma dose de medo nos nossos inimigos. E devo lhe dar os parabéns, nosso novo brinquedo ficou com uma cara ótima. Logo teremos dezenas como nossos fantoches.
– Ei! Vocês! O que fazem na rua...
Com um aceno da varinha, Lord Voldemort lançou a maldição da morte sobre o pobre guarda trouxa que tencionou em abordá-los. Uma sirene tocou em uma região longíqua da cidade, tornando cada vez mais audível.
– Então, é chegado a hora da diversão. Vamos lervar a casa da nossa vítima de hoje aquilo que sabemos fazer melhor. O terror! - disse Tom Riddle.
Ao som de quatro estalos quase simultâneos Lord Voldemort e seus seguidores desapareceram.



Cornélio Fudge não era mais Ministro da Magia, agora era apenas um assessor do então ministro Rufus Scrimgeour. Contudo, era ainda considerado um trabalho importante e uma figura respeitada no Ministério (embora grande parte da comunidade mágica não lhe desse mais crédito algum). Estava, no momento, escrevendo um enorme relatório, certificando de enxugar o rosto infantil infestado pelo suor.
Não é tão ruim assim”, pensava Fudge, “ainda tenho uma boa proteção dos aurores, um bom status e um ótimo salário. E mesmo assim que comensal da morte viria atrás de mim, agora que sou apenas um desacreditado ex-ministro da magia?”. Fudge se levantou foi até a janela ainda perdido em pensamentos longínquos. “Quem será a vítima desta noite? Nunca pensei que nossa situação piorasse só que a morte de Dumbledore...”.
Um estalo seguido de um clarão verde trouxeram Fudge de volta a realidade. O bruxo sacou a varinha rapidamente e correu até a porta, ganhando o corredor Fudge estreitou os olhos e com muito cuidado foi até as escadas. O melhor era chamar os dois aurores que faziam sua segurança. Fudge alcançou o último degrau, examinou a sua enorme sala de jantar, ricamente mobiliada, onde as chamas na lareira iluminava o cômodo. Onde estariam aqueles dois? Relataria à Scrimgeour os tipos de aurores que lhe foi colocado à disposição. Escutou passos.
– Duggan? Walton? São vocês?
Não houve resposta. Fudge apertou ainda mais a varinha.
– Walton? Onde você está? – mais uma vez ninguém respondeu.
Aquele clima não agradava nada a Fudge. Deveria fugir? A prudência dizia que era hora dele dar no pé dali. A teimosia por outro lado... Fudge imaginou o que a comunidade bruxa diria se soubessem disso... Sua moral iria ficar ainda pior.
– NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO! AHHHHHH...
– Walton?? Walton onde você está? – Fudge ficou mais alarmado se isso era possível. Seu rosto ficou quente, o suor cobria sua face, sem dúvida o grito veio da cozinha.
Cornélio Fudge jamais fugiria. Esse era seu ponto forte e também seu ponto fraco: a teimosia. Fugde considerava inadmissível fugir da sua própria casa, ele enfrentaria quem estivesse ali e pronto! Com rapidez limpou um pouco do suor que umidecia rosto, levantou ligeiramente a varinha, mas ao empurrar a porta da cozinha Fudge sentiu um calor repentino na maçaneta e foi jogado para trás.
Caído no chão e sentindo gosto de sangue na boca, Fudge tateou a mão no chão a procura da varinha. As chamas da lareira haviam se apagado.
– Tentando achar isso Fudge? – perguntou uma voz feminina, subitamente um fogo verde surgiu no borralho, iluminado a sala novamente.
O ex-ministro se pôs de pé com toda energia reserva, conhecia a dona daquela voz e não ficou nada animado em escutá-la. Uma mulher de feições duras com aparência de ter sido muito bonita e olhar fantasmagórico apontava a varinha para o seu peito com uma mão e com a outra brincava com a varinha de Fudge.
– Belatriz Lestrange! - exclamou Fudge com energia. – Onde estão os aurores? O que você fez com eles?
– É engraçado Fudge a visão que você e seu ministério têm de um auror! Vocês acham que eles são os melhores bruxos do mundo e que servem para qualquer coisa. E aposto que você julgava aqueles dois panacas que aqui estavam, ótimos aurores, certo? Eu poderia ter vencido aqueles dois sem utilizar minha varinha e com os olhos completamente fechados – falou Belatriz em tom ameaçador.
– Você os matou? Sua... – Cornélio Fudge não sabia o que dizer, queria avançar naquela mulher senão sabia que morreria, porém no momento que lhe ocorreu tal pensamento, cordas surgiram do nada e o ex-ministro foi bem amarrado.
– Acho melhor você ficar quieto ministro, - disse a comensal com certo desdém – agora respondendo a sua última pergunta: não, não fui eu que matei os seus... Ah... Aurores. Meu novo brinquedo fez isso por mim. Eu poderia tê-lo feito quando estive observando sua casa mais cedo, mas segui as ordens do Lord das Trevas, ele tem outros planos para você.
– Vocês são repugnantes, vocês são...
– Belatriz quer fazer o favor de calar o ministro, já estou cheio de escutar suas reclamações – cortou uma voz fria e autoritária que fez os cabelos da nuca de Fudge ficarem em pé.
Belatriz sorriu como nunca e ergueu a varinha de Fudge.
– Finalmente um pouco de diversão, já era hora! Vamos ver se a sua varinha serve, ministro. Crucio.
Os gritos de Fudge irromperam na sala. Sua cabeça doía, os braços torciam, estava sendo esfaqueado e pulverizado. De repente parou. Ele levantou a cabeça e tentou enxergar a sua frente, não acreditando nas pessoas que entraram na sala. Não... Não era possível.
As mesmas vestes negras e esvoaçantes dos tempos de Hogwarts, aquele olhar continuava frio e sem calor como a neve que caia no inverno. Severo Snape não demonstrou qualquer sentimento ao ver Fudge ao chão, observou o ex-ministro sem nada dizer. Mas ao lado de Snape, ele mal podia acreditar, não era possível. Ele tentou gritar mas não conseguiu. Nem mesmo Lord Voldemort era tão assustador.
– Por quê? Não é possível, vocês não tem limites? Vocês não sabem o que estão fazendo! - gritou Fudge. Uma gota de suor escorreu sobre a sua bochecha.
Voldemort sorriu e soltou aquela gargalhada fria e terrível.
– Que comovente meu caro ministro, não posso deixar passar essa oportunidade, você sabe. Você se acovardou com a situação? Infelizmente ele não fala, mas trouxe aqui para me divertir um pouco. Em breve eles serão centenas. E onde está sua educação Fudge? Não vai dizer um "como vai"? Ou "quanto tempo"? Você não é homem de perder as estribeiras.
Belatriz gargalhou com as palavras de seu Lord, mas Severo Snape continuou nas sombras apenas examinando Fudge em silêncio. Lord Voldemort se sentou confortavelmente em uma poltrona próxima como se estivesse pronto a assistir a um show.
– O que vocês querem de mim? – berrou Fudge tentando amenizar o desespero. Não seria um brinquedo nas mãos deles, sabia que iria morrer, mas morreria com dignidade se pudesse. – Se querem me matar, acabem com isso logo. Estou desarmado e bem amarrado. Vamos acabem com isso! Vocês não passam de uma ralé de...
– Você vai ver quem é ralé! – Belatriz disse isso muito vermelha e deu uma batida na varinha, a corda que amarrava Fudge o apertou ainda mais e ele urrou de dor.
– Pare Bela – ordenou Voldemort – Você não vê que é isso que ele quer?
Com a ordem de seu mestre Belatriz abaixou a varinha e imediatamente a corda afrouxou um pouco, Fudge voltou a respirar, Voldemort o encarou.
– Bom ministro, vejo que você quer mesmo morrer, e você não tem outra opção tem?
A pouca cor que havia no rosto do ex-ministro desapareceu, estava muito pálido. Lord Voldemort gargalhou.
– Fico imaginando Fudge, há pouco tempo Dumbledore foi morto, hoje será você. Poderíamos é lógico enfeitiçá-lo para você trazer informações úteis para mim. Mas o terror da sua morte sobre a comunidade bruxa somado a morte de Dumbledore trará um caos, e isso sem comentar de como atingirá o ministério. Como será a capa do Profeta amanhã?
Uma gota de suor desceu pela face redonda de Fugde.
– Mas você não precisa se preocupar com seu destino Fudge, será bem diferente do nosso amigo aqui, - disse Voldemort apontando para o ser ao lado de Snape. – Temos planos aterrorizantes, posso assim dizer. Aliás, tão aterrorizante quanto.
Fugde buscou encontrar a coragem que estava perdida dentro de si.
– Por mais que eu morra e Dumbledore também já esteja morto, você ainda não matou Harry Potter. Ele sempre escapa de você e você não consegue acabar com ele. Enquanto ele estiver vivo, ele será uma ameaça para você e seus comensais e uma esperança para a comunidade bruxa.
O sorriso de Voldemort amarelou.
– Potter só sobreviveu há antigos atentados por pura sorte ou com ajuda de amigos mais talentosos do que ele – agora não era Voldemort que falava e sim Snape que saíra das sombras – Agora que Dumbledore está morto Fudge, nada nos impedirá de matá-lo, a hora do garoto chegará.
Fudge olhou para Snape. Era difícil descrever aquele homem, mas ele era sim um assassino. Belatriz também fitava Snape com um profundo olhar de ódio.
– Pontual e certo como sempre, Severo – disse Voldemort – Em breve à última proteção de Dumbledore que cerca o garoto não existirá mais e ele será morto. Você precisa ver os planos que tenho para o futuro Fudge, o orgulho da raça bruxa será reestabelicida.
Voldemort se ergueu do sofá e olhou o homem amarrado a sua frente que o encarava também e aparentemente aterrorizado demais para falar.
– Ministro sua hora está finalmente chegando, conversamos até de mais não é mesmo? Tem uma última coisa a dizer? Acho que nunca pegamos alguém da sua laia tão facilmente. Adeus Fudge mande lembranças a Dumbledore.
Fudge abriu a boca para falar algo, mas antes de conseguir dizer a primeira palavra, Voldemort levantou a varinha: Crucio. Os gritos de Fudge irrompiam pela casa, quando Voldemort baixou a varinha, Fudge ofegava de dor.
– Você sabe o que fazer Bela, ponha nosso plano em prática – ordenou Voldemort – pode se divertir a vontade, só não demore muito! – e virando-se para Snape – Vamos Severo, vamos ver se há algo valioso na casa ou alguma informação importante do ministério. Mas duvido muito que esse idiota ainda tenha acesso há algo de valor.
Os dois bruxos subiram a escada deixando Belatriz Lestrange e Fudge com seu acompanhante.
– Fudge acho que você não teve muita sorte outra vez. Se fosse Snape ele te mataria de uma vez, ele não gosta muito de brincadeiras, sempre faz o serviço rapidamente. Quanto a mim... bem, você sabe, não sou tão clemente quanto Snape, gosto de brincar com minhas vítimas. Fique a vontade, espero que você grite a vontade. Pronto?
Belatriz levantou a varinha e aquele ser sem vida avançou lentamente para Fudge. O ex-ministro tentou gritar o nome do ex-colega numa tentativa que ele voltasse a vida e interrompesse o que fosse fazer. Foi em vão. Estava atordoado demais. Os gritos em gargalhada de Belatriz ecoaram pela sala com prazer.




Os primeiros e tímidos raios de sol que tentavam iluminar a rua dos Alfeneiros anunciavam a chegada de um novo dia. O tempo, segundo os trouxas, sofria uma inversão total de temperaturas, apesar de ser tempos do ápice do verão era o inverno que andava a solta. Era incrível que para tudo os trouxas buscavam uma explicação.

Harry Potter estava naquele momento sentado de frente para a janela, olhando para o horizonte, muito bem acordado, embora cansado. Talvez por estarem em meio a uma batalha de grandes proporções, Harry não fechava os olhos para dormir havia semanas, como tentou explicar a Moody durante seu encontro com o ex-auror há uma semana atrás, ele estava dormindo com um olho aberto na expectativa de ser atacado por um comensal ou pelo próprio Voldemort e estava praticando Oclumência toda a noite com todo seu esforço para se livrar de pensamentos nefastos. Moody por outro lado havia gostado da sua vigilância constante.
Uma coruja surgiu em meio a névoa que cobria a rua dos Alfeneiros e o coração de Harry disparou. Ele sabia que alguma coisa incomum havia acontecido na última noite. Sua cicatriz latejou a madrugada inteira, algo que não aconteceu durante o último ano. Harry só tinha certeza de uma coisa: o Lord das Trevas não andava por perto, isso ele podia sentir. Contudo, outra certeza aflorava em sua mente, alguém importante estava morto. A coruja que se aproximava estava lhe trazendo o Profeta Diário para que as suspeitas fossem confirmadas.
Harry ergueu-se da cadeira e foi até a porta, não os Dursley ainda não haviam acordado, assim como os demais trouxas, os tios não pareciam desconfiar que algo muito mais do que perturbador estava a solta. Voltou-se para sua cadeira e viu que duas corujas entravam no seu quarto, uma era sua fêmea Edwiges que vinha com um rato morto na boca e foi direto para sua gaiola, a outra era uma coruja marrom que trazia consigo um jornal.
Ao vê-la, Harry esqueceu de tudo à sua volta, pagou três sicles a coruja e abriu o jornal, o coração batendo forte. Era o Fudge.



Cornélio Fudge é assassinado.


Corpo mutilado do ex-Ministro foi encontrado nos restos da Fonte dos Irmãos Mágicos, esta também destruída na noite de ontem. Marca Negra é invocada no coração do Ministério da Magia.



Cornélio Fudge, ex-ministro da Magia e atualmente servindo como assessor do ministro Rufus Scrimgeour foi encontrado morto nos restos da Fonte dos Irmãos Mágicos. O alarme foi dado pelo segurança noturno do ministério que ouviu um estrondo a noite, seguida pela presença da Marca Negra.

Os restos do corpo do ex-ministro foi reconhecido por colegas de trabalho. Aparentemente, Cornélio Fudge foi assassinado nas dependências de sua mansão no subúrbio de Londres, a qual foi incendiada, segundo especialistas, por um Fogo Maldito de padrão poderoso. É bem provável que o próprio Lord das Trevas esteja envolvido no bárbaro assassinato. Em meio aos restos da casa senhorial de Fudge, foram encontrados os corpos dos aurores Alexander Duggan e Philip Walton, responsáveis pela segurança noturna do ex-ministro.
O ministério soltou uma nota lamentando a morte de Fudge e afirmando que o culpado será pego e punido. Resta saber se a comunidade mágica levará o aviso a sério, enquanto as palavras "Magia é Poder" brilhavam no pedestral do Ministério.
Vale a pena lembrar que há pouco mais de um mês o ex-diretor da escola de Hogwarts, Alvo Dumbledore foi assassinado nas próprias dependências do castelo...



O garoto jogou o jornal no chão e voltou aos seus pensamentos. Mais um que se fora.

Realmente não sentia muita simpatia por Fudge, se o quinto ano dele em Hogwarts fora um inferno foi por toda contribuição do então Ministro da Magia. Mas jamais desejou a morte do ex-ministro, ou de qualquer outra pessoa, exceto talvez de Voldemort e seus comensais. Harry se lembrou que Fudge o tratara muito bem no terceiro e no seu quarto ano em Hogwarts e inclusive o salvara de uma provável expulsão quando transformou tia Guida em um balão. Uma tristeza inflou em seu peito, mais um perdera a vida pela causa do Lord das Trevas e dos seus ideais.
Olhando a rua, Harry visualizou o homem trazendo leite e entregando na casa da frente. Era chegada a hora de começar a agir, ele não podia ficar ali aguardando sentado que Voldemort viesse ao seu encontro ou tudo acabaria para ele também.
Harry abriu sua mão contando. Amélia Bones, Emilina Vance, Cedrico Diggory, Cornélio Fudge, seu padrinho Sirius Black, Alvo Dumbledore... Todos foram mortos por Voldemort e seus seguidores em um curto espaço de tempo, e o pior é que Harry sabia que haveria mais mortes. Ele tinha o dever de certificar que não seria as pessoas que ele amava. Harry não queria perder o pouco que tinha.
Faltavam poucos dias para ele completar 17 anos. Contudo, ele teria de começar a agir agora, ou outros corriam o risco de perder suas vidas pela sua falta de plano e ação. Dumbledore esperava isso dele.
Apesar de Harry sentir que nunca estaria preparado para o desafio a sua frente, uma hora ou outra, ele teria que enfrentar o seu destino. Assim como era dito na profecia. Ele olhou para as paredes do seu quarto e percebeu que seu lugar não era mais ali. Sua história dentro dos Alfeneiros número 4 havia chegado ao fim.
Seu estômago roncou alto. Ele agiria sim, mas antes tomaria um café da manhã e comunicaria aos tios que era chegado a hora de partir.




Quando Harry entrou na cozinha os Dursley já se encontravam à mesa. Estavam todos muito concentrados na televisão que pelo visto anunciava a morte que ele vira noticiada no Profeta Diário.

–... o empresário Fudge tinha 69 anos e era viúvo, não foi divulgada as causas da sua morte.
Harry se sentou e começou a servir um pouco de bacon e ovos mechidos, ainda não era hora de testar a paciência dos tios, melhor esperar eles conversarem.
– Que tempos são esses? – questionou tio Valter – Todos os dias o que vemos são apenas mortes e mais mortes sem qualquer tipo de explicação! Do que a polícia e a justiça desse país estão brincando? Por que não nos informam nada?
– Os Polkiness que moravam no final da rua se mudaram para a Espanha – informou tia Petúnia – eles também estavam incomodados com essas mortes e os Henry estão procurando uma casa na França.
– Vamos olhar uma também Petúnia, querida, é só nos livrarmos desse problema, – tio Valter mirou Harry, enquanto Duda apenas olhava do pai para o primo, o comportamento de Duda mudara muito em um ano e Harry se perguntava o que poderia ter acontecido – que iremos olhar uma casa na Espanha ou mesmo na América. Guida até comentou que Cleveland é um ótimo lugar, que ela mesma está pensando em se mudar para lá.
Harry sentiu o olhar dos tios e do primo Duda sobre ele. Então era isso? Ele era o problema? Queriam se livrar dele para poderem ir para o exterior! Muito bem, agora era a hora do contra-ataque.
– Tio Valter, - começou Harry, Tia Petúnia e Duda continuavam a mirar o garoto – eu creio que o senhor vai se livrar desse problema logo. Minha hora de partir dessa casa chegou e devo fazer isso amanhã ou no máximo depois de amanhã.
Os olhos de tio Valter se estreitaram e ele ficou muito vermelho, mas foi tia Petúnia que se recuperou primeiro.
– Você vai embora então? E com ordens de quem? Mesmo para o seu mundo moleque você ainda é menor de idade. Você vai ficar aqui entendeu? Até completar seus 17 anos! Essa são as ordens!
Ordens? Se perguntou Harry mentalmente.
– Ordens de quem, tia Petúnia?
– Mamãe – disse Duda, que na opinião de Harry, gostaria de vê-lo o mais longe dali o mais rápido possível – a gente não sabe o que está acontecendo, vamos escutá-lo. Seria ótimo. As vezes Harry pode nos dizer porque tudo está tão diferente.
Harry que estava pensando em rogar uma praga para eles, mirou o primo desconfiado. Ele ouvira aquilo direito?
– Garoto – começou tio Valter, estava muito vermelho – você está decidido a ir embora? Pois bem, mas você não irá sair daqui assim. Você chegou aqui e não tinha nada! Durante toda sua vida, Petúnia e eu, gastamos uma fortuna para sustentar você e agora você vai embora assim?Queremos ser pagos por cada centavo pelo prejuízo que você nos deu...
A raiva de Harry crescia, ele já esperava por uma coisa mesquinha daquelas, enfiou a mão no bolso por segurança. Ainda tinha uma carta na manga, não queria recorrer a magia.
–... e não pense que não sabemos que você tem dinheiro, no ano passado aquele velho idiota falou que você...
– CALE A BOCA! – Harry explodiu, levantou da mesa e puxou a varinha.
Duda ao ver o primo empunhando a varinha, acabou por perder sua compostura, soltou um berro e segurando as nádegas saiu da cozinha o mais rápido que pode. Harry não se importou.
– Lave a sua língua suína antes de falar do professor Dumbledore – disse apontando a varinha para o tio.
– Abaixe essa varinha Harry – ordenou tia Petúnia.
– Não! – Harry estava muito nervoso, mas tentava se controlar, algumas fagulhas saíram da varinha e tio Valter caiu da cadeira causando um estrondo que balançou a cozinha inteira – Agora vocês vão mês escutar e não me interrompam.
Tia Petúnia que ajudava o marido a se levantar com uma força tremenda para alguém tão magra abrira a boca para contestar, porém com o aviso do sobrinho permaneceu calada.
– Vocês viram aquele homem no noticiário em que anunciaram a sua morte? Ele não era empresário! Era o Cornélio Fudge ex-ministro da magia que foi assassinado ontem por Voldemort e seus seguidores, o professor Dumbledore que veio me buscar aqui no verão passado também foi morto por um seguidor de Voldemort. Todas essas mortes de que vocês têm notícia na TV estão ligadas a guerra que acontece nesse momento no mundo bruxo e que Dumbledore avisou a vocês no ano passado.
Harry respirou fundo. Tia Petúnia e tio Valter olharam para ele atordoados. O garoto respirou fundo novamente e continuou.
– Já era para eu estar morto há tempos, não foi uma e nem duas vezes em que eu vi a morte de perto. Estão tentando me matar desde quando eu tinha um ano e só não apareceram por aqui ainda porque eles não podem me tocar ou me fazer mal nessa casa enquanto o feitiço de Dumbledore persistir, ou seja, até quando eu completar 17 anos, a maioridade bruxa. Vocês não precisam ter qualquer sombra de dúvida que se eu continuar aqui por um dia a mais, o assassino dos meus pais baterá nessa porta. É por isso que eu vou embora – Harry mirou os tios – para me salvar e salvar vocês também.
Com mais um suspiro, Harry se voltou para sua tia Petúnia.
– E quanto as suas ordens, tia Petúnia, eu vou antes que seja tarde demais. Afinal, quem deve ter passado essas instruções para você não está mais aqui para cobrá-las. As coisas mudaram.
Como os tios não falaram nada, Harry entendeu que aquela conversa estava encerrada, abriu a porta da cozinha e faria o que teria de ser feito. A vida dele nunca tinha sido fácil, se fosse, ele não seria Harry Potter, seria sim alguém comum. Era chegada a hora de partir, era o momento de rastrear os objetos que continham pedaços da alma de Voldemort e destruí-las. Todas elas. No final ele destruiria o Lord das Trevas. Seria difícil, mas ele ia conseguir. Não deixaria ninguém mais se interpor entre Voldemort e ele. E Harry iria vencer, mesmo que precisasse abdicar da sua própria vida para isso.
Harry já havia escolhido o seu lado naquela guerra. Antes mesmo de nascer. Ele teria de dar tudo que tinha e o que não tinha. Harry Potter tinha certeza, naquela guerra os fracos não teriam vez.

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Primeiro capítulo postado, para quem tem boa memória foram feitas poucas mudanças. Espero postar outro capítulo em breve. Por favor, comentem.
Podem criticar minha decisão a vontade. Sei que nem todos vão gostar do que eu fiz.
Antes que eu esqueça, aos novos leitores, essa é uma fic completamente H², portanto quem não curte esse shipper, é melhor nem continuar lendo, vai retratar o sétimo ano do livro e levará em conta tudo ou quase tudo até o sexto livro.
Aí que está, por mais foda que possa ser, eu vou tentar reescrever o sétimo ano, sei que não é lá uma boa idéia, mas mesmo assim tentarei!!
COMENTEM POR FAVOR.
 

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Comentários (8)

  • Márcio Black

    Comecei a acompanhar hoje, muito bom!Amanha vejo o cap 2 

    2012-07-25
  • rosana franco

    Muito bom!

    2012-07-20
  • Prado Soares

    adorando...

    2012-07-20
  • gab

    Cara eu me arrepiei com esse capitulo, está ótimo, a escrita e tudo mais.

    2012-07-19
  • Pedro Fattore

    Bom, concordo com seus motivos..nao deve ter nada pior doq ver uma historia q nao vai no rumo que vc quer gostaria de saber se tem como vc postar a historia antiga, como uma fic "aposentada, pode ser? no mais, continuo aguardando mais post dessa fic

    2012-07-19
  • Isis Brito

    Eu lembrava da morte do Fudge!! \o/\o/\o/Mas não lembro do cara misterioso... Tô super-curiosa aqui para saber (ou relembrar) quem é!! =DHarry perdendo a cabeça e discutindo com os tios, para variar, ficou muito bom! Você mostrou direitinho a impaciência do Harry, característica marcante dele!!Adorando demais!!Continua!! xD 

    2012-07-18
  • Mariana Thamiris

    OMG!!! Estou impressionada com o capítulo XD Sério esta incrivelmente surpreendente, envolvente, sombrio e também misterioso, dá para sentir a tensão no ar... perfeito nos mínimos detalhes!!! Sua escrita foi super realista e transmitiu muita emoção em cada momento narrado, sem falar que o prólogo versão Alastor Moody ficou (além de super original!!!) impecável!!! *-* Estou ansiosa para descobrir como essa guerra vai se desenrolar a partir de agora!!!

    2012-07-18
  • fernanda

    Ficou com certeza muito bem escrito esse capitulo,vamo ver como o resto vai ficar..(O.o0 kk),gostaria é claro que a Hermione tivesse um papel realmente ativo na fic,e nçao só aquela coisa de ajudar o Harry em pesquisas.  

    2012-07-18
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