O Clube dos Seis - Parte 1




Capítulo 7 – O Clube dos Seis






– Onde será que está Bellatrix? – disse Rodolpho a Harry, despreocupadamente.


– Tenho certeza de que está bem – disse Harry, que desejava que estivesse enfiada num buraco bem fundo – ela sabe se cuidar.


– Olha, Potter – disse Rodolpho com um brilho perigoso no olhar – Não quero saber de você dando voltas por aí com a Bella. Eu sei que ela está um pouco inclinada a gostar da sua companhia porque ela é simplesmente fascinada pela África. E por nada mais. Ela é a minha garota! E que esteja avisado: se você continuar dando em cima dela ...


– Eu?! – gritou Harry assustado. Não teria coragem de dar em cima daquela gazela com olheiras nem mesmo se estivesse bêbado. – Você está LOUCO?


– POTTER! Além de louco sou monitor! E eu vejo o modo como você anda por aí se exibindo pra ela, causando confusão com Grifinórios. Soube que machucou um deles seriamente outro dia. – e então os olhos do garoto brilharam. – Ah! Machucou mesmo! Não foi?


– Não. – disse Harry. – Estava apenas me esquivando de um frango quando aquele – e hesitou. Era seu pai – babaca, trombou na escada comigo!


– E por acaso algum professor ficou sabendo desse, como devo chamar... ACIDENTE?


– Não que eu saiba. – disse Harry com inocencia.


– Então venha comigo, Potter. Vamos fazer uma visita ao professor Bubbles! Me acompanhe.


Harry então soube que sua batata ia assar. E como ia! Seguiu Rodolpho como sua única opção. Subiram algumas escadas e logo estavam na sala que um dia Harry havia (ou haveria) aprendido um pouco sobre oclumencia.




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Aula de Defesa Contra as Artes das Trevas – Professora Fanny Neekita. Nome estranho, modos estranhos, tiques estranhos, métodos estranhos e aparência estranha. Rony já estava quase se habituando àquela mulher. Ela não era tão chata quando Gilderoy. Não tinha nem um terço da severidade de Umbridge e tampouco era tão estranha quando Alastor Moody.


– Abram seus livros na página trezentos e quarenta e cinco – disse ela. E sacudiu a cabeça por meio segundo: era um de seus tiques. – Hoje vamos estudar um pouco mais sobre lobisomens – e tentou lamber sua orelha com a língua – aquelas criaturas estranhíssimas!




“Se ela tivesse um espelho”, pensou Rony. Abriu o livro e começou a ler o capítulo em questão. Já havia lido antes, no terceiro ano.



– Onde será que o Pontas e o Almofadinhas foram parar, Aluado? – cochichou Pedro para Lupin.


–Não sei, Rabicho. Mas boa coisa não é! Agora vamos ler.


As aulas de DCAT eram bem mais calmas agora. Não só por causa da professora (que não era tão ruim), mas também por causa de Hermione, que parara de levantar a mão para responder tudo, numa tentativa de discrição. A professora deu um gritinho agudo (tique) e alguns alunos que pareciam cochilar se levantaram.




– Bem... – começou ela parecendo embaraçada. – LOBISOMENS! – todos se assustaram com o grito (tique). – Criaturas da mais alta periculosidade. Carnívoros, ferozes. Por mais que algumas pessoas – e deu um soco na própria axila quando disse isso – os classifiquem como “meio-humanos”, na verdade são animais. Pois quando transformados não possuem nenhuma característica humana, aquelas coisas. – e balançou a perna, mas ninguém pôde ver.




Rony sentiu então um frio percorrer a sua espinha. A professora Fanny acabara de chamara Lobisomens de “COISAS”. Ele espiou Hermione pelo canto do olho e percebeu que ela fechara os punhos com força sobre a mesa. Mau sinal. Enquanto isso, ao seu lado, Lupin parecia coçar a cabeça meio sem graça. A mulher continuou:




– Como alguns de vocês, que recebem o Profeta Diário, devem saber, existe um projeto de lei do Ministério que prevê que, qualquer um afetado pela mordida de um lobisomem deve ser enjaulado e usado para futuros testes à escolha da instituição de destino.




Rony estava quase desmaiando. Sabia o quê iria acontecer em seguida. E sabia que iria sobrar pra ele também. E foi então que Hermione levantou a mão.







__ __ __



Rony entrou na enorme sala de detenção com as orelhas vermelhas de raiva. Sentia muita vontade de agarrar Hermione pelos cabelos e fazê-la arrastar seu nariz no chão. Mas se conteve. Lupin entrou timidamente na sala, fingindo não ouvir os resmungos de Hermione, que vinha logo atrás.





Aquela velha “tiquelenta”! Que falta de respeito! Falta de inteligência! Raciocínio! Lógica! Cérebro! Beleza!


– Gostaria de lembrá-la, senhorita Granger, que estou logo aqui atrás – disse a Professora Fanny. – Só não te levo para o Filch porque você me disse coisas muito piores naquela sala.


– E...? Se quiser me dar mais um dia de detenção... – disse ela em tom desdenhoso.




E aí Rony sentiu um músculo da sua mão se mexer. Se tivesse um pouco menos de autocontrole teria enfiado o pergaminho que tinha na mão na boca de Hermione.




– Não. – respondeu a professora e deu um tapinha rápido na cabeça de Rony (era um tique e o garoto fechou os punhos com ódio) – Não vou te dar mais detenção, porque essa é sua primeira. Não peça mais do que uma antes de conhecer. Vocês vão passar 6 horas aqui. Espero que se divirtam. – ela então indicou duas fileiras de carteiras para eles. Nas quais, para o absoluto espanto de todos, estava Harry (com uma cara de pouquíssimos amigos), Thiago e Sirius (que tiveram um ataque histérico de riso quando viram Lupin adentrar na sala.




– Oi, Monitor! – gritou Thiago do fundo da sala. – Espionando o vestiário das meninas, creio eu? – brincou.




– Calado, Potter! – disse professora Fanny. – Não você, Harry! O outro Potter! Tiago! O que. Ah! Não sei. – e tentou lamber a ponta do nariz. – Sentem-se aqui os três e esperem até o Zelador Filch entrar com as instruções da detenção.




– Com os porretes e serrotes, você quis dizer! – respondeu Sirius do fundo da sala no ouvido de Tiago.


–Eu ouvi isso, senhor Black! – disse com um olhar de reprovação e se dirigiu para a saída.


– Nossa! Que audição essa mulher tem! – pensou Rony. E teve medo que ela pudesse ler seus pensamentos também.


–E ah! – disse ela se virando e chutando uma lata de lixo (tique) – Senhorita Granger, Lupin e Weasley! Quero que me façam uma redação sobre o projeto de lei contra lobisomens em mil palavras, sim?


– Só preciso de duas – disse Hermione baixinho. – “Projeto idiota”.


– Eu ainda estou ouvindo! – disse a professora sorrindo. – Dois metros de pergaminho para cada um.


– Obrigado! – gritou Rony para Hermione.


– De nada! – respondeu a professora distraída. E saiu (não sem antes ter um de seus tiques e bater com a mão na própria testa).


Filch entrou na sala segurando um pergaminho.


– Potter, Tiago. – disse.


– Aqui! – respondeu Tiago.
– Black, Sirius.


– Presente. – respondeu Sirius.


Filch então levantou um olho por cima da página e olhou para os dois com um olhar estranhamente mortal.


– Granger, Hermione.


– Presente, Zelador.


– Potter, Harry.


– Aqui.


Filch ergueu o olho para Harry também. Sua semelhança com Tiago não parecia agradar o homem.


– Weasley, Ronald.


– Eu mesmo.


– Lupin, Remo.


– Presente. – disse parecendo embaraçado.


– Então estão todos aqui, não? – começou Filch. – Se eu pudesses, vocês bem devem saber, usufruiria dos antigos métodos de punição. Mas infelizmente...


– Escaldar alunos não é mais permitido nessa escola. – disseram Tiago e Sirius em coro.


Filch sorriu sarcasticamente.


– Depois de cento e setenta e duas detenções a gente se acostuma, não é, fedelhos? Bem. É praxe da escola mandar que os alunos da detenção de sábado escrevam uma redação de, pelo menos, mil e quinhentas palavras, se desculpando pelo o que fizeram. E é isso que vão fazer hoje. Sem conversas, sem saírem do lugar e SEM IDÉIAS ESTÚPIDAS – disse olhando para Sirius. – Volto de meia em meia hora. Boa tarde. – e se retirou da sala.


– Caro senhor Filch – começou Sirius, lendo o que estava escrevendo – sinto muitíssimo por lembrá-lo de que sua mãe é uma macaca velha.


–E manca. – corrigiu Tiago.


–Sim! E manca! – disse Sirius escrevendo.


– Lamentamos muito também – disse Tiago – por você ser um aborto. E lamentamos por lembrá-lo disso a cada novo dia que nasce, desde o dia em que descobrimos a sua infelicidade.


Harry se segurou para não explodir em risos. Guardou tudo em seu estômago e ignorou o máximo que pôde. Mas os garotos continuaram.


– Lamentamos também – disse Sirius, escrevendo freneticamente – por você parecer tão abobado e idiota quando esse garoto cabeçudo que está sentado à minha direita – disse se referindo à Harry. Que fechou a cara. Sirius esperou a risada de Tiago, que não veio. Esquecera-se de que os dois eram idênticos. – Foi mal, cara! – disse Sirius. – Esqueci mesmo!


– Vamos apenas escrever, sim, Almofadinhas? – disse Tiago sério.


– É o que estou fazendo, Pontas! Exatamente isso! Mas me distraí porque olhei por alguns segundos para aquele Sonserino parado ali no canto. Nigeriano, você sabia? Aposto que a mãe dele anda nua e faz danças tribais em volta de fogueiras, além de lutar contra leões para sobreviver na savana africana.


– Hei! – disse Rony honestamente ofendido – Minha tia! – e então se sentiu estúpido.


– Faiscante! – disse Sirius embaraçado: não tinha como fazer piadas como Harry. Era impossível. – Como foi que vocês vieram parar aqui?


– Culpa daquela “gênia” ali! – disse apontando para Hermione (que ainda estava rindo por causa do “minha tia” de Rony)


– O QUÊ? – disse Sirius com deboche – Ela também te levou pro porão? – disse segurando o riso. Hermione então parou e ficou realmente séria. Sirius se levantou e foi até o lado de Rony e se sentou – Ela tem fogo nas veias! Muito quente, essa garota!


– Você não deveria sair de seu lugar, Black! – disse ela em tom de reprovação.


–Eu diria que é ÁCIDA! – disse Rony para Sirius. Que deu uma risadinha para a fúria de Hermione. Hermione ficou furiosa: Rony estava ajudando Sirius a rir da cara dela. Inacreditável.


– Somos primos! – lembrou Hermione para Rony mexendo os lábios. – Não faça piadas!


– Me desculpe! Desculpe-me! – disse Sirius. Saiu andando pela sala e pegou um livro de uma estante e começou a folhear. – Cabeças grandes, esses Corvinais. Não acha, Pontas? Tão preocupados em estudar que acabam se esquecendo de pentear os cabelos.


Tiago riu, mas Harry ficou muito sério. Não se segurou e partiu em defesa de Hermione.


– Não se preocupe, Hermione. – disse ele se levantando e se sentando algumas carteiras mais à frente. – Esses grifinórios relutam em começar a escrever logo porque simplesmente não se lembram como usar uma pena. Talvez se estivessem menos ocupados salvando gatos de árvores para impressionar Dumbledore aprenderiam mais sobre educação e classe.


– Ah! Não me faça rir! – disse Tiago se levantando e segurando o chapéu que não tirava da cabeça há quatro dias – Todo mundo sabe que nós somos muito mais educados do que vocês. E salvamos gatos de árvores, sim! Porque não achamos que espancar elfos domésticos seja algo divertido para se fazer nas horas livres.


– Você não parece ser tão cheio de classe quando passa perto daquela menina ruiva da sua casa. Lila... Lola... Ou algo assim.


– Lilian! – gritou Tiago corado. – É Lilian e eu mal noto ela pelos corredores.


– Mas sabe o nome dela muito bem, Lontras. – disse Harry fazendo um trocadilho com o apelido do pai. Cinco meses antes, Harry acharia a coisa mais fantástica do mundo poder falar com o pai. Mas àquela altura mal se importava. – Aposto que se aquela cabritinha chamasse, você correria de braços abertos para o encontro dela!


– Do quê você chamou ela? – disse Tiago muito nervoso.


– De Lola? – perguntou Harry com ironia. Estava a ponto de começar a rir. Rony já estava tapando o rosto com a mão e Hermione não conseguia disfarçar um risinho ás vezes.


– Veja bem! – disse Tiago enfiando o dedo bem próximo ao rosto de Harry. – Não fale mal de Lilian porque você nem a conhece! Se você falar mais alguma coisa você vai desejar correr para abraçar a sua mamãezinha africana!


–Não fale mal da minha mãe! – gritou Harry. – Não venha me falar da minha mãe só porque citei a sua maria-vassoura na nossa pequena conversa! – Harry se segurou para não rir. Estava falando da própria mãe.


Rony agarrou Harry pelo braço e o fez sentar. Lupin fez o mesmo com Sirius.
Permaneceram alguns minutos calados enquanto Sirius batia irritantemente com o lápis na carteira. Hermione já havia escrito cinqüenta centímetros e inventado mais de mil adjetivos para a professora Fanny: nenhum deles amigável. Foi então que Sirius se levantou:


– Preciso sair daqui! – disse quase rindo. – Preciso MUITO pegar uma coisa no meu armário!


– Eu topo! – gritou Tiago na mesma hora.


E Rony, mais uma vez, sabia muito bem o que ia acontecer.



CONTINUA (...)






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Nota dos autores: Agradecemos muito a todos que enviaram reviews!!! ! Esse tipo de comentário nos dá ânimo e tentar escrever sempre mais. Obrigado mesmo e continuem lendo e comentando! Se possível, por favor, indiquem a fic para seus amigos!




2- Esse capítulo é inspirado num filme dos anos oitenta, um clássico adolescente chamado O Clube dos Cinco. É um drama muito engraçado. Recomendamos o filme para quem quiser ver uma história muito bem escrita. Abraços


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