Pensamentos proibidos...



Gina acordou, mas não quis levantar ou sequer abrir os olhos. Será que foi apenas mais um sonho? Levemente, colocou a mão sobre sua cabeça, sem abrir os olhos, e percebeu que havia uma fina faixa umida na sua testa. Então era verdade...

Ela levantou devagar-estava encostada na cama de um leito. Havia mais duas camas, uma de cada lado da sua. Ambas estavam vazias.

-Gininha, você está bem?
Gina reparou que Tony estava ao seu lado, sentado em uma cadeira de espaldar alto. De repente, tudo veio a tona.

-Tony, Cade ele? Onde ele está? Onde eu estou? Você viu a mesma coisa que...
-Sim, eu vi sim, Gina. - Tony disse cabisbaixo.- Encosta ai vai.-Tony empurrou a Auror novamente para a cama, porque a ruiva já estava sentada. -Você acabou de ter um desmaio profundo.
-Tá. CADE ELE?
-Calma, Gina. Já, deu, ok? - Disse Tony, começando a se irritar. Na -verdade, ele parecia até mesmo um tanto chateado... - Eu já dei o aviso para o Sr. Mungus para que eles venham busca-lo. Mas eu não disse que era o Potter.
-PORQUE?
-Bom, primeiro que ninguem iria acreditar, segundo, nem eu mesmo acredito que seja ele. Ele está morto, e até onde eu saiba, os mortos não ressucitam, muito mais ficam internados em hospitais por 7 anos...
-Ele não morreu, ainda não caiu a ficha? Tava todo mundo errado, EU estava errada. É ele, eu o conheço como a palma da minha mão.
-De qualquer forma, eu prefiro não arriscar. Imagina o escandalo, você e eu chegando no hospital e pedindo: por favor, gostaria de ver o paciente Harry Potter, aquele que estava morto!
-Eu... digo... Por Merlin... O que importa? Eu to pouco me fudendo pra o que os outros pensam. Ah, vamos sair daqui! - Gina se levantou em um pulo, e foi logo saindo do leito, em direção a saida do hospital, com Tony em seu encalço.
-Pera ai, Gi, onde você vai?
-Ora, vou ver a Mione!
-NÃO! Gina, pelo amor de Merlin, ela deve estar dormindo uma hora dessa. Sem contar que ela está na casa dos pais, eles são trouxas, não entenderiam nada, e olha só as horas, são 10 da noite.
-Não importa. - Gina disse olhando para Tony. - Ela com certeza vai me escutar!

E dizendo isso, Gina aparatou, deixando um Tony na porta do hospital de boca aberta.

-É, as coisas vão mudar!

*-*-*-*-*-*

Please save me this time I cannot run (Por favor me salve, agora eu não posso correr)
And I'll see you when this is done (Você verá que quando isto estiver feito)
And now I have come to realize (Agora eu tenho que vir a contretizar)
That you are the one who's left behind (Que você é a única que restou)
Brink 182 – not now

*-*-*-*-*-*
Gina aparatou em frente a uma casa bem parecida com a da familia do filme Stuart Little (É assim que se escreve?). Era um sobradinho de dois andares entre os maiores prédios de Londres. Mas não deixava de ter seus luxos, como amplas sacadas bem feitas e decoradas com canteirinhos cheios de crisantenos e violetas, e uma bonita faxada sem qualquer imperfeição. Era ali que morava um casal de senhores, os pais de Hermione, e onde a jovem bruxa estava hospedada, até o dia de retornar ao sua querida Hogwarts.

Gina permanecia olhando para a sacada central (eram tres em cima e duas em baixo, as ultimas ficavam uma de cada lado da porta), onde ela sabia que se localizava o quarto de sua melhor amiga, ate que se lembrou que estava começando a ventar frio e de que já eram mais de 10 da noite. Decidiu tocar o interfone de uma vez.

Quando apertou um botaozinho azul, foi como se uma campanhia desparasse. Gina quase teve um infarto, ela não estava acostumada com as coisas malucas que os trouxas viviam inventando.

Demorou um pouco até que alguem atendesse, e um barulho abafado saiu de dentro do aparelho.

´´Quem é?`` - Disse uma voz feminina meio preocupada.

Gina não sabia como deveria agir, se deveria apertar o botão e falar ou somente encostar a boca no interfone. Se decidiu pela ultima alternativa.

-Sra. Granger, me desculpa pertuba-la a essa hora da noite... e a Gina Weasley! Amiga da Hermione...
´´Ah, sim. Espere só um instante...``- Disse a voz que vinha da campainha. Gina conseguiu ouvir a sra. Granger descer as escadas e acender as luzes da sala.

Gina não sabia como estava, porque a mãe de Hermione a olhou do cantinho da porta com os olhos bem arregalhados. Depois de olhar Gina de cima a baixo, e reconhecendo a melhor amiga de sua filha, abriu a porta completamente, com um imenso sorriso, apesar da cara de sono que não conseguia esconder.

-Oh, Gina, entre querida! O que houve...? - perguntou a sra. Granger, com a sua voz doce, que ela somente usava com Gina, colocando a ruiva para dentro de casa.
-É que eu estou precisando muito conversar com a Mione, tem que ser agora! Eu nem sei com que cara eu estou vindo pertuba-los aqui a essa hora da noite...
-Não, não tem problema algum! - Disse a sra. Granger – A questão é saber se ela está acordada...
-Quem é, mãe? - Disse uma voz vinda da ponta da escada.

Hermione usava o seu famoso roupão escoces com pantufas, dessa vez de garras de fera (Gina começara a suspeitar que a amiga deveria ter uma coleção de pantufas.), agora contracenando com o colar cervical, que a deixava parecendo aquelas modelos com livros na cabeça, parecendo que iria começar o curso.

-GINA? O que você está fazendo aqui a essa hora da noite? Ora, francamente...- Disse a professora, em mais um de seus ataques Hermionescos.
-Bom, vou deixar vocês conversarem. Filha, ofereça alguma coisa para a Gina, ela esta pálida como a morte...
-Não, eu to ótima! Eu tenho uma coisa muito séria pra falar com você, e não dá pra ser depois! - disse Gina para Hermione.

A Sra. Grager subiu as escadas, desejando boa noite as jovens. Hermione sentou-se no sofa com dificuldade, apesar de dizer que já estava prontinha pra outra, e não sei o que mais... a mesma enrolação de sempre.

-Então, qual é o assunto que não pode nem esperar doze horas para ser descutido, em?
-Bom, ainda bem que você está sentada, né?

*-*-*-*-*


-... Não, não é possivel. Deve ser tudo um grande engano, Gina! Não é logico, entende?- Disse uma Hermione esparramada no sofa, da cor de um pergaminho, com cara de quem descobriu que o natal tinha mudado de motivo. - Você viu ele morrer, o Rony me contou que também viu ele sendo atingido pela maldição...
-Eu tenho certeza, Mione. É ele!
-Como você sabe? Você saiu de lá correndo...
-Eu não sei, só sei que de alguma forma ele conseguiu sobreviver, de novo!- Disse Gina, quase num sussurro. -Eita carinha dificiu de morrer, não é?
-Gina, seu humor negro me incomoda, sabia? Mas se você acha que eu vou cair nessa brincadeirinha de mal gosto... - Disse Mione, se levantando com dificuldade. - Olha, vai dormir, Gina. Depois você vai no St. Mungus amanhã e vê se é ele mesmo, ok? Amanhã tambem vamos buscar o Rony, e se prepara, porque a imprensa vai tá toda lá!
-Você não acredita em mim, não é? - Disse Gina, se levantando também.
-Gina, eu apenas estou pedindo para que você tenha cautela, e verifique os fatos primeiro.
-Mas você ainda não me respondeu, você acredita?

Hermione deveria estar achando as suas pantufas muito feias, porque estava séria, olhando para elas.

-Sinceramente, não. Me perdoe, Gina, mas eu aceitei o fato de que o dia 31 de outubro de 1998 foi o ultimo dia que eu vi meu melhor amigo. Boa noite.

Gina não desejou boa noite, apenas saiu porta afora, com muito odio de Hermione. Como ela não poderia acreditar? E porque só ela acreditava?

A ruiva aparatou direto na porta de seu apartamento, e foi dormir, sonhando, dessa vez com camisas de força e um hospicio, que talvez ela mesma se internaria.

*-*-*-*-*

Gina sairia do trabalho na hora do almoço, seu chefe a deixando sair ou não, e iria investigar algumas coisinhas que estavam lhe encomodado. Encomodando é uma palavra que não chega nem perto do que Gina sentia em relação ao assunto do hospital e de todas aquelas coisas estranhas que estavam acontecendo. Aquilo estava tirando o seu sono, literalmente. A diferença é que, pela primeira vez em muito tempo, e nos poucos momentos em que cochilou, ela não sonhou com aquele corredor macabro que a pertubava a tanto tempo. Mas isso não era problema, pelo contrario, só fazia com que a sua ideia de que era Harry o tempo todo lhe chamando ficar mais forte, mais certa.

Agora, ela só precisava saber como ele conseguiu sobreviver de novo!

11:30 da manha:

O apito que tocava no quartel dos Aurores anunciando a hora do almoço tocou, fazendo o lugar virar um amontoado de gente conversando, rindo ou reclamando, todos marchando para a tão esperada marmitinha ou o almoço em familia, o que era o caso de poucos, pois a maioria preferia ficar no ministerio, nas redondesas, onde havia um barsinho onde serviam p.f. e o dono era bruxo. Tony, Neville e Gina sempre ficavam junto com os outros, mas dessa vez foi diferente.
-Não, gente, eu vou passar algum tempo na biblioteca do Ministerio, e depois eu vou dar uma passada no hospital.
-Mas você não vai pegar o resto do dia, Gi? - Perguntou Neville
-Não.
-Porque?
-É que eu preciso checar umas coisinhas... - Gina olhou para Tony, que retribuiu o olhar de cara fechada. - E hoje o Rony sai do hospital, e eu tenho que preparar o meu espirito para as entrevistas.
-Ah, sim. Eu acho que tambem vou lá. - Disse Neville. - Mas de qualquer forma, eu vou na biblioteca com você, assim eu te ajudo a pesquisar, né? Mas só na hora do almoço, porque o chefe quer me ver depois do rango, entende? E você, Morgan, não vem? - Perguntou o Auror para Tony, que parou um instante, pensando. Ele olhou bem para os olhos de Gina, então disse:
-Vou sim.
-Isso é bom, porque 3 cabeças pensam melhor do que uma.- Disse por fim Gina.

O tres seguiram junto com os outros Aurores que conversavam e riam alto para o elevador, mas em vez de decerem no terreo, foram para o ultimo andar, onde havia uma grande biblioteca, que só perdia em tamanho para a de Hogwarts.

-Então, Gi, o que viemos procurar? - Disse Neville, admirando o lugar silencioso e imenso.
Gina trocou um olhar rapido com Tony, o qual ela sabia que estava lá contra a vontade. Então disse:

-Eu quero saber tudo sobre portais ou qualquer coisa sobre feitiços identicos trocados simuntaniamente...


*-*-*-*-*

12:30:

Gina, Neville e Tony procuravam tudo que podiam na biblioteca, e quando achavam alguma coisa que pudesse ajudar, levavam o livro para cima de uma mesa de estudos que ficava perto da janela grande e limpa do local, onde se podia ver todo o movimento dos trouxas na rua, apesar de quem via por fora pensasse que o lugar estivesse abandonado, e a janela suja e quebrada.

-Puxa, olha a hora! - Disse Neville, olhando para um grande relogio em cima do portal da Biblioteca. - Temos que ir, Gina.
-Ah, puxa, muito obrigada gente, eu vou terminar isso aqui e vou embora.
-Falo. Você vem, Morgan?
-Espera só um minutinho, eu tambem to indo, mas antes eu tenho que falar uma coisinha com a Gina.
Dizendo um O.K. Misterioso, Neville, deu um beijo em Gina e saiu da Biblioteca, deixando Tony e Gina a sós.

-Gina, eu gostaria que você me esclarecece apenas uma coisa... - Disse Tony- Onde você quer chegar com isso?

Gina olhou bem no fundo dos olhos castanhos-claro de Tony. Ela tinha entendido perfeitamente a pergunta, só não entendia o por que dela naquele momento

-O que você que dizer, Tony?
-Não se faça de tola, Gina porque você pode ser de tudo, mas tola não é! O nosso trabalho acabou no momento em que achamos o bruxo que o ministerio procurava, mas você parece que está alimentando algum tipo de...
-... obseção? Você anda conversando com a Hermione, né?
-Gina, pará com isso, eu quis dizer que você está alimentando esperanças em cima de uma coisa que não eziste! Vamos encarar os fatos... - Tony se aproximou de Gina, e levantou o seu queixo até que os olhos dos dois ficassem da mesma altura – Harry Potter morreu! Acabou, eu sei que você nunca conseguiu superar esse fato, mas agora isso está começando a atingir sua vida social. Não procure desculpas para ressucitar fantasmas do passado, por que ele não vai voltar! Você está caçando argumentos para sustentar essa ilusão, Gina, mas...

-Sai daqui, Tony, e me deixa sozinha. Você já falou demais.

Gina falou baixo, num tom que nem parecia seu. Seus olhos estavam molhados de lagrimas que teimavam em sair. Tony, vendo o que provocara, largou Gina, percebendo que passou da conta. Ele sabia que Gina ficava muito magoada quando se falava sobre aquele assunto, principalmente quando se era tão... direto, como ele foi. Sabia que a mulher que estava a sua frente somente parecia ser forte, e que no fundo era sensivel e fragil.

-Gina, eu...
-Por favor, Tony. Me deixa sozinha!

Tony descidiu não discutir. Saiu calado, deixando Gina sozinha.

*-*-*-*-*
13:05:

Depois que Tony se foi, Gina apenas recolheu os livros que haviam separado e os levou para casa. Os deixou em cima da escrivaninha de seu quarto e foi tomar um banho de banheira, com direito a espuma, sais de banho e petalas de rosa. Porem, um banho que dura no maximo 20 minuto durou quase uma hora, porque quando Gina queria pensar em alguma coisa, ela ligava o som do quarto que tinha suas caixas de som dentro do banheiro e deitava-se para pensar dentro da banheira. O assunto do dia fora a conversa que tivera com Tony...

´´Harry Potter morreu! Acabou, eu sei que você nunca conseguiu superar esse fato, mas agora isso está começando a atingir sua vida social. Não procure desculpas para ressucitar fantasmas do passado, por que ele não vai voltar!``

Pensou tambem no que Hermione lhe havia dito na noite anterior...

´´Me perdoe, Gina, mas eu aceitei o fato de que o dia 31 de outubro de 1998 foi o ultimo dia que eu vi meu melhor amigo.``

-Porra! Porque ninguem acredita em mim?- Gina exclamou baixinho, enquanto mudava de musica, pois aquela já estava lhe dando sono.

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Crawling through this world(Rastejando por esse mundo)
As disease flows through my veins(Como doença que corre por minhas veias)
I look into myself, (Olho dentro de mim mesma,)
But my own heart has been changed (Mas meu coraçao foi mudado)
I can't go on like this (não posso continuar assim)
I loathe all I've become (Detesto tudo o que me tornei)

Evanescence - Away from me (Longe de mim)...

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No proximo capitulo:

Gina, vai ao encontro de Hermione para buscarem Rony no hospital. E ela vai tentar provar que sua teoria está mais do que certa.

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