A Revanche



*I believe in you
(Eu acredito em você)
I'll give up everything just to find you
(Desistirei de tudo só para reencontrar você)
I have to be with you to live to breathe
(Eu tenho de estar com você para viver, para respirar)
you're taking over me
(Você está assumindo o controle sobre mim)
Have you forgotten all I know and all we had?
(Você esqueceu tudo que eu sei e tudo que nós passamos?)
You saw me mourning my love for you and touched my hand
(Você me viu lamentando meu amor por você e tocou minha mão)
I knew you loved me then
(Eu soube então que você me amava) * Taking Over Me- Evanescence
Gina acordou de manhã, com o barulho do transito. Ela se expreguiçou sorridente, sentindo-se mais leve e feliz, como não sentia amuito tempo. Sua mão bateu em alguma coisa, ao seu lado na cama. Lá estava a razão dela se sentir tão feliz, que dormia tranqüilamente, meio sorridente. Ela o olhou ali, tão indefeso e bonitinho, e sentiu seu peito cheio de uma alegria quente. Passando a mão nos cabelos dele, beijou-o na testa, e levantou, correndo para o chuveiro. A água quente sobre seu corpo era reconfortante, e ela não resistiu, cantando alegremente.
_A noite foi boa mesmo.- uma voz enrolada falou.
Ela desligou o chuveiro, e se enroulou na toalha gigante.
_Por que diz isso?- ela riu, ele estava apenas de cueca, os cabelos desarrumados, o rosto inchado de sono, os olhos meio fechados por causa da claridade.
_Você estava cantando.- ele respondeu, começando a escovar os dentes.
_Para alegrar sua manhã!
_Você tem a voz mais desafinavelmente adorável que eu já ouvi.
_Vou considerar isso um elogio.- ela respondeu, beijando-o no rosto - Dormiu bem?- ela perguntou.
_Dormi, tirando aquelas malditas pombas que não pararam de fazer barulho.
_Eu não ouvi nada.
_Eu sei, você roncou do meu lado a noite toda.- ele riu, lavando a escova.
_Eu não ronco!- ela exclamou horrorizada, sem ter certeza.
_Vai dizer que foi o encanamento?
_Você tá de brincadeira comigo!- ela acusou, e como ele sorriu, percebeu que era brincadeira mesmo.
_Seu sem graça!
_Eu achei muito engraçada sua cara. E mesmo que você roncasse, eu acho que não me incomodaria, desde que eu fosse o primeiro a cair no sono.
_Hum. - ela se levantou indo até ele.- E tem alguma coisa em mim que te incomoda, que você mudaria?
_Eu não te faria tão cabeça dura.
_E eu não te faria tão arrogante.
_Ainda bem que não está em nossas mãos.
_É, eu também não mudaria nada em você.- ela comentou.
_Por que mudaria? Eu sou perfeito.
_Retiro o que disse, eu te faria menos convencido.- então ela pegou a varinha, tranfigurando seu nariz, para um nariz de porco, o abraçando.- E você continuaria comigo, mesmo se eu parecesse uma porquinha?
Ele então transfigurou o próprio nariz, para um nariz de porco.
_Se você é uma porca, eu sou um porco.
_Essa é a coisa mais fofa e bizarra que alguém já me disse.
_Não me diga. Eu acabei de transfigurar meu nariz.- e a beijou.
_Meu príncipe encantado.- ela suspirou, abraçando-o era tão bom sentir o corção dele, batendo no mesmo ritmo acelerado que o dela.
_Você não poderia ter encontrado algo menos parecido comigo.- ele respondeu amargo.- Eu não sou nobre, bondoso, e não me arrisco pelos outros.
_Eu não disse o príncipe encantado dos outros, eu disse o meu príncipe encantado. - ela respondeu, caminhando para o quarto, procurando uma roupa para se vestir.- Ei, Draco.
_Hum?- ele murmurou, enquanto ligava o chuveiro.
_Se lembra do seu terceiro ano? Quando estavamos indo para Hogwarts.
_Voltamos a sessão de regressão?
_Você já enjoou?
_Não.
_Eu gostei de relembrar. Aumenta minhas memórias sobre você, para quando estivermos longe.- ela lamentou, e ele não respondeu.
_Qual memória você tinha em mente?- ele gritou do chuveiro, depois de um momento de silêncio.

"Setembro de 1993, Trem de Hogwarts
Gina sentia as sacudidelas, enquanto o trem desacelerava,. Chovia muito, e ela não se sentia muito segura. Pessoas a toda volta saíam de suas cabines, tentando entender o que acontecia. Ela andava pelo corredor, tentando encontrar seu irmão e Harry, para descobrir o que acontecia.
Então, no corredor lotado, alguém tentava correr, empurrando as pessoas para abrir caminho. Alguém de cabelos loiros, e rosto pálido e pontudo. Malfoy. Ele passou rapidamente por ela, e para sua surpresa, Gina viu que ele estava apavorado. Enquanto olhava para trás, procurando saber para onde ele corria com tanta pressa, o trem parou completamente com um tranco. Ela pode ouvir o barulho das malas caiando do bagageiro, e os gemidos das pessoas acertadas pela bagagem. Foi o tempo de se virar de novo e ver o amigo de seu irmão, Neville, indo em direção a uma cabine, e as luzes se apagaram."

Roma, atualmente
_Que bom que guarda essa imagem de mim.- Draco respondeu, saindo do banheiro.- Honra nossa relação.
_Você tinha 13 anos, é claro que estava apavorado!- ela riu, vestindo os jeans.- Eu mesma estava apavorada.
_Pelo menos eu não desmaiei como o Potter.- ele repondeu, ainda emburrado, começando a se vestir também. Havia trazido a mala na noite anterior, parecia inútil tentar ocupar o próprio quarto. O máximo que fizera fora pôr a placa não perturbe na porta, para não desconfiarem que os dois estavam juntos, no mesmo quarto.
_Isso me lembrou de outra coisa.- ela respondeu animada.

"Setembro de 1993- Castelo de Hogwarts
Gina subia a escada para sua primeira aula de seu Segundo Ano, Transfiguração. Ela ainda estava nervosa pelo ocorrido no ano anterior, mas tudo indicava que não tinha com o que se preocupar. Já no café da manhã as garotas de seu ano a chamaram para tomar café, todas juntas. Ela conversava, rindo com elas, quando uma voz arrastada a chamou.
_Que foi, Malfoy?- se virou brava, reconhecendo o dono da voz.
_Você também viu o Potter desmaiar, não viu? Se sentiu segura, ao saber que seu herói não pode nem ver um dementador sem desmaiar?
_Pelo menos não foi o Harry que saiu corredno, pelo trem inteiro, com medo dos dementadores. Ouvi meus irmãos dizendo que você quase fez molhou a calça, não foi? - ela respondeu, as meninas soltando risadinhas.- É melhor se cuidar, Malfoy, ou vai ter que usar fraldas. Vamos embora.- e saiu com suas amigas, deixando Draco furioso, que gritava coisas, xingando-a. Ela apenas o ignorou."

Roma, atualmente
_Esqueci que você me humilhou publicamante.
_Me desculpe, Draco, naquela época eu só estava me vingando pelo que você me fez no ano anterior. Você tinha tornado minha vida um inferno.
_Acho que nos acertamos então.
_Eu jamais faria algo assim com você, de novo.- ela assegurou.
_Mas, o Potter realmente desmaiou, não foi?- ele insistiu, e ela revirou os olhos.
_Ele desmaiava, - enfatizou- porque aconteceu uma coisa especialmente horrível com ele. Quando acontece coisas horríveis com você, e dementadores se aproximam, você desmaia.
_Eu sei disso.- ele sussurrou, ele sabia porque sentia na própria pele.
_O que foi de pior, que aconteceu com você, Draco?- ela perguntou timidamente.
_O que está acontecendo agora. Estou morrendo de fome.- ele respondeu, e ela riu.
_Então vamos comer!
E com isso empurrou-o para a porta, pegando a bolsa numa comôda, ainda pensando no que poderia ter acontecido de tão terrível com ele.

Depois de tomar café em uma pequena padaria perto do hotel, os dois decidiram caminhar um pouco pela cidade. Roma era muito bonita, havia construções históricas, praças, e Igrejas por toda parte. "Assim como pombos e turistas", resmungava Draco. Havia luz, flores e pessoas alegres, o que tornava o ambiente muito acolhedor. Estavam passando por uma rua especialmente bonita, com casinhas antigas e muitas flores, quando pela vitrine Gina viu uma livraria. Era pequena, e pintada de verde, logo na esquina, do outro lado da rua. Animada, pegou Draco pela mão, puxando-o para atravessarem a rua, tomando cuidado para não serem atropelados.
_Posso saber o que estamos fazendo?- Draco perguntou.
_Quero comprar um livro.- ela respondeu.
Eles entrarm na loja, e um sino tocou em algum lugar do fundo. Era uma livraria trouxa, mesmo assim havia uma sensação de magia nos velhos livros empoeirados, nas diversas prateleiras. Haviam outras três pessoas no lugar, folheando livros distraídas, mal levantando a cabeça para olha-los. Seus olhos passavam de Draco, para os cabelos ruivos de Gina, e de volta para a leitura.
_O que você quer comprar exatamente?- Draco sussurou.
_Um livro Inglês- Italiano, ou Italiano-Inglês, tanto faz. Para eu aprender um pouco da língua, e não me sentir mais tão perdida.
_Se quiser, eu posso te ensinar também.- ele respondeu, e ela sorriu, beijando-o na bochecha, achando-o adorável.
_Seria ótimo! Eu não conseguiria sozinha, só com um livro. Obrigada.
_Isso significa que ainda teremos que procurar um livro de línguas nessa livraria poerenta?
_É.- ela sorriu, e seguiu sozinha por um corredor.
A livraria era maior e mais velha do que ela imaginara, seu nariz coçava e ela sá se sentia perdida, em meio 'a tantas estantes, em uma língua que ela não entendia. Mas, era um lugar agradável, como toda Roma o era. Parecia incrível haver tantos livros, tantas idéias, a maioria ela jamais leria, ouviria falar ou veria novamente. Nesse momento sentiu alguém forçando um livro em sua mão, e ouviu a voz de Draco dizendo "Leia". Ela se virou surpresa, apenas a tempo de ver o cabelo dourado dele, sumindo atrás de uma estante. Intrigada, Gina viu que segurava um velho volume de capa vermelha, com um marcador. Abriu o livro, e viu que se tratava de um estudo de poemas, em inglês.
'Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo,
Mal de te amar nesse lugar de imperfeição,
Onde tudo nos quebra e emudece,
Onde tudo nos mente e nos separa.' Shopia de Mello Breyner
_Acho que encontrei seu livro inglês-Italiano, Italiano-Inglês. - a voz de Draco a acordou.
_Onde você achou isso?- ela perguntou comovida, apontando para o livro de poemas.
_Por aí.- ele deu de ombros.- Vamos? Esse lugar já está me dando alergia.
Gina então comprou o livro para aprender italiano, mas também levou o livro de poesias. Eles saíram, e continuaram a caminhar, Gina segurando a mão de Draco, que não protestou.
_Quando estavamos lá dentro, lembrei de outra memória.- ele falou.
_Veja só! E qual foi?

"Setembro de 1993, Castelo de Hogwarts
Malfoy estava em um corredor vazio do castelo, se exibindo para Pansy Parkinson. Ela não era, nem de longe, bonita, mas vinha de uma das famílias bruxas sangue-puro mais influentes e ricas. Um contato como aquele era sempre vantajoso. Além disso, ela parecia gostar especialmente de Draco, e ele adorava atenção.
_Não que eu queira contar vantagem, por causa do meu ferimento, mas foi bom ver aqueles panacas cortando minhas raízes de margarida, e descascando meu pinhão em poções.
_Foi muito engraçado mesmo. Mas, preciso ir, Draquinho. Tenho que acabar aquela redação. Tchau.
Pansy mal havia virado o corredor, ele tirou o braço do apoio, flexionando-o. O corte já não existia a dias, a única coisa que o incomodava era deixar o braço paralisado, que ficava formigando.
_Você está se aproveitando desse seu braço.- uma voz contrariada e conhecida chamou sua atenção.
Ele se virou e deu com a ruivinha Weasley ali. Sentiu-se furioso. Aquela pirralha ainda teria que pagar pelo que havia feito com ele, pela humilhação pela qual passara.
_Weasley estúpida.
_Você só está fingindo estar com dor!- ela o acusou, furiosa.
_E daí?- ele se aproximou, furioso, ela parecendo encolher.- Eu levo vantagens com isso. Até humilho seu irmão e o querido Potter. Queria que você tivesse visto eles trabalharem para mim. Isso a poria em seu lugar.- e com isso virou de costas e foi embora."

Roma-atualmente
_E onde exatamente é o meu lugar?- Gina riu.
_Do meu lado.- ele respondeu.
_Ei, Draco. Vem! -ela o pegou pela manga, puxando-o pela calçada.
_Você gosta mesmo de me puxar.
_É uma cabine de fotos.
_Uau, agora é que vou correr mais rápido.- ele ironizou, ela o ignorou.- O que tem uma cabine de fotos?
_Eu acabei de perceber que não temos nenhuma foto juntos.
_Isso é bom, não é? Não terão provas contra nós.
_Pare de ser paranóico.
Era uma cabine de fotos, bem nova e moderna. Ela procurou nos bolsos até encontrar as moedas certas, e as pôs na máquina.
_Vem.-ela o puxou de novo, e ele entrou a contra gosto. Odiava fotos.
Assim que entraram, Gina fez um biquinho, olhando a camera com doçura. Aquilo era tão divertido! Draco olhou sério, vendo-a fazer caras e bocas, ele nunca sorria, especialmente depois de dois flashs na cara. Então percebeu que ela o olhava com o canto de olho, sentiu sua boca tremer em um leve sorriso. E a próxima coisa que soube é que estavam se beijando na cabine.
Ela saiu animada, pegando uma cópia e dando outra para ele. Ela riu das fotos, duas dele sério, e ela mandando beijos, uma deles se olhando, ele levemente sorridente, a última só dava para ver eles se beijando do nariz para baixo.
_Uma para cada um.- ela exclamou feliz.- E eu tive outra lembrança.

"Outubro de 1993, Dia das Bruxas.
Gina estava acompanhada de suas amigas, que discutiam animadas, o que acontecera com o quadro da Mulher Gorda.
_Mas, você viram o que aconteceu com ela?
_Vocês acreditam mesmo no Pirraça? Quero dizer, ele não inspira muita confiança.
_O Prof. Dumbledore acredita.- Gina respondeu- Ele deve ter suas razões, então acredito nele.
_Ei, Weasley!- Malfoy gritou do espaço do Salão Principal, ocupado pelos Sonserinos.- Eu soube que o Potter não foi a Hogsmead, hoje de manhã. Agora, quem tem mais medo de passar pelos dementadores, eu ou ele?- ao ouvir isso, vários alunos da Sonserina riram, alguns até fingiram desmaiar. Gina corou de vergonha. Mafoy sorria, parecendo satisfeito- Mas,a cho que ele não vai ter muito com o que se preocupar, o Potter. Logo, logo Sirius Black irá encontra-lo, e os dementadores serão menos assustadores.
_O que você quer dizer com isso, Malfoy?- ela gritou.
Mas, nesse momento foram silenciados por Dumbledore, que os mandava dormir, e anunciava que as luzes seriam apagadas em breve."

Eles pegaram um táxi e resolveram ir visitar o Capitólio, Gina já ouvira falar muito naquele lugar. Como a viagem iria demorar, ela apoiou a cabeça no ombro dele, olhando as fotos que tiraram juntos.
_Sabe, Draco.- ela finalmenet falou.- A gente passou por poucas e boas. Já vivemos de tudo. Já humilhamos um ao outro, brigamos, viramos amigos, nos amamos, nos odiamos. Acho que já passei por todos os sentimentos, junto com você. É quase como se tivessemos vivido uma vida inteira. Na realidade, acho que são poucas as pessoas que podem dizer que já viveram ou sentiram algo assim. Somos uns sortudos, especialmente por vivemos tudo isso juntos.
Ele apenas a enlaçou, sem falar nada. Draco queria poder dizer a ela tudo o que sentia, como ela o fazia sentir. Sobre como suas mãos tremiam, seu coração acelerava, sua barriga gelava, e ele sentia aquela crescente alegria e euforia só por estar perto dela. Que ela era o melhor que já acontecera, e que aconteceria na vida dele. Mas, ele não conseguia, algo sempre o impedia. O que o tranquilizava é que ela parecia entender, mesmo que ele não falasse nada.
_Me lembrei de mais coisas!- ela exclamou animada.- E como a viagem vai ser longa, espero que seja interessante.

"Novembro de 1993, Campo de Quadribol
Gina choraca abraçada a sua amiga, enquanto Harry era transportado em uma maca, até Hogwarts, por Dumbledore. Ele devia estar morto, não havia como ele ter sobrevivido a queda. A imagem de Harry caindo da vassoura não parava de passar diante de seus olhos fechados. Ela estava com medo, medo de tê-lo perdido para sempre. O que ela iria fazer sem ele por perto?
Nesse momento alguém pôs uma mão reconfortante em seu ombro, ela se virou esperando ver outra amiga, ou até um de seus irmãos, mas seu queixo caiu de espanto. Era Draco Malfoy.
_Só vim dar meus pêsames.- ele falou- Pela viúva que nunca chegou a ter sido esposa. É triste uma perda nessa idade.- ele então sorriu maldosamente.
_Me solta, Malfoy!- ela o empurrou para longe, quase derrubando-o no chão.
_Pode me empurrar, Weasley. Não é isso que vai traze-lo de volta.
Sua amiga teve que segura-la, para que não batesse ou azarasse Malfoy, que foi embora sorrindo triunfante."

_Minha vez de contar uma história.- ele respondeu. Não gostava muito de relembrar de quando ela gostava do Potter, e especialmente não gostava quando ela lembrava.

"Dezembro de 1993, Trem de Hogwarts
Draco procurava com Crabbe e Goyle por uma cabine vazia. Foi quando avistou a Weasley em uma cabine. Como estava entediado, resolveu ir falar com ela. Adorava humilhar os Weasley, principalmente ela.
_Olá. Sozinha de novo Weasley?
_Do que está falando Malfoy?- ela retrucou.- Esta cabine está cheia de gente.
_Eu não vejo o Potter aqui.
_Não existe só ele no mundo, caso não tenha notado, Malfoy.
_O que eu notei,- ele respondeu, tentando não corar- é que você nunca está com ele.
_Curioso não é?- ela perguntou com ironia.
_Nem tanto. Ele não deve te suportar.- sorriu, vendo um brilho de tristeza nos olhos da menina, mas ela então se levantou indo confiante até ele. E do nada tentou bater a porta da cabine. Mas, o pé de Draco estava na frente. Ele soltou um palavrão, segurando o pé machucado.
_Oh, Malfoy, desculpe.-ela sorriu.- Não vi o seu pé aí.
_Sua traidora de sangue filha de uma ...
_Acho melhor ir procurar um medibruxo, assim que chegarmos. Vai ver quebrou algum dedo. Adeus, Malfoy.- e fechou a porta da cabine na cara dele."

_Ai, eu me lembro disso.- ela fez uma careta.- Desculpe, deve ter doído muito.
_Não tanto quanto meu orgulho.
_Quebrou seu dedo mesmo?
_Não exatamente.-ele sorriu.- Mas, ainda tenho a cicatriz.
_Cortou eu pé?- ela perguntou assustada.
_É, aparentemente. Com todo aquele sangue. Mas, tudo bem. A cicatriz é uma boa lembrança agora, bem, mais ou menos.
_Ai, deve ter mesmo doído. Desculpe.- ela deu um beijo nele.- Agora é minha vez de te contar. Pena que esta lembrança também não vai te animar nem um pouco.
_Qual lembrança dos últimos dois dias foi animadora?

"Janeiro de 1994, Biblioteca de Hogwarts
_Soube da nossa vitória, Weasley?- a voz de Malfoy chamou a atenção de Gina na biblioteca.
_Shh.-Gina resmungou, sem tirar os olhos do livro.
_Estamos na liderança para a taça.- Draco continuou, ignorando-a.
_Mas, ainda não ganharam.- ela não resistiu responder, ainda com os olhos fixos no livro - Foi uma vitória apertada demais.
_Mas, ganhamos da Corvinal, que ganhou da Lufa-Lufa, que ganhou da Grifinória.
_Você sabe pereitamente bem que a Grifinória só perdeu por causa dos dementadores.
_Isso não muda o fato de que somos os favoritos desse ano. De novo.
Gina não respondeu, tentando se controlar. Não podia explodir na Biblioteca, seria expulsa por Madame Pince. Ela não podia dar esse gosto a Malfoy.
_E sabe também o hipogrifo daquele guarda-caça, metido a professor, o que me atacou?
_Porque você foi estúpido o suficiente para ofende-lo? O que tem?- ela perguntou, fingindo pouco interesse.
_Meu pai conseguiu que ele fosse a julgamento. Pena meu pai ser tão influente, um hipogrifo tão bonito... não vai ter a menor chance.
_O que está acontecendo aqui?- Madame Pince se aproximou, o expanador na mão, apontado diretamente para eles.
_Malfoy está me importunando. E eu estava pedindo para ele sair.- Gina respondeu imediatamente.
_Para fora, Malfoy já! Arrume o que fazer, ou saia. Se o vir aqui de novo, vou tratar para que seja expulso da biblioteca até o sexto ano.
Draco se afastou devagar, mas não sem se virar para Gina, lançando-lhe um olhar feroz. Ela apenas sorriu e acenou.
_Tchauzinho, Malfoy."

Roma, atualmente
_Você podia ser quase tão malvada quanto eu.- ele comentou.
_Quando seu boa, sou ótima. - ela sorriu - Mas, quando sou malvada, sou melhor ainda.
Ele passou a mão no rosto dela, a olhando. Ela não sabia o que era maldade de verdade, e ele agradecia por isso. Haviam coisas ruins no mundo, Gina não precisava saber de nenhuma delas.
_Me lembrei de uma vez, que você tirou sarro de mim.
_Qual delas?- ela sorriu.

"Março de 1994, Castelo de Howarts
_Que vergonha, Malfoy. Se fazendo de dementador, e levando um feitiço no rosto. - Gina riu, passando por ele no corredor.
_Ei! O Potter acreditou!- Draco respondeu, sem saber o que mais falar. - A culpa é dele se não conseguiu ver a diferença"

Roma, atualmente
Eles chegaram ao Capitólio logo em seguida. Era uma das mais altas e famosas das Sete Colinas de Roma, situada entre o Fórum Romano, que Draco prometeu leva-la no dia seguinte, e Campos Matius. O Capitólio era enorme, uma escadaria gigante os levava a um pátio, rodeado por três palácios.Cada um dos quais era um museu. Palazzo dei Conservatori, Palazzo Nuovo, e Palazzo Caffarelli- Clementino. O chão do pátio era todo desenhado, como uma flor, e no centro, havia um sol, com uma estátua em cima.
Gina olhava tudo com a boca aberta. Roma a estava surpreendendo cada vez mais, ela olhou para Draco, que a observava com as mãos nos bolsos.
_Deixa eu adivinhar, já esteve aqui também?- ela perguntou.
_Não. Mas, não ligo muito para esse tipo de coisa. Tem coisas mais importantes que gosto de admirar.
Ela corou, sorrindo. Ele conseguia ser muito charmoso quando queria. Eles passaram pelos turistas e se encaminharam para os museus. Gina não sabia o que olhar primeiro. Até Draco ficou interessado em algumas exposições.
_Olha esse que bonito.
_É um menino de bronze tirando um espinho no pé.- Draco falou rindo- Chamado Spinario.
_Ele é de um século antes de Cristo, Draco.
_É um menino bem velho, que realmente precisa de uma pinça.
_Você não fica impressionado com o trabalho deles, naquela época.
_Eu fico mais espantado em como os trouxas conseguiram inventar coisas como um carro, sem mágica.- ele respondeu sincero.- Além do mais, para fazer essa estátua, tudo o que precisaram era um pedaço de bronze e alguém talentoso. O que se encontra em qualquer lugar, e em qualquer época.
Eles continuaram vendo outras obras como a Lupa Capitoliana, a loba que amamento Romulo e Remo, fundadores da cidade de Roma, de acordo com a mitologia, e uma estátua de Marco Aurelio. Gina ficava impressionada diante de coisas tão antigas e bonitas, e embora risse de tudo aquilo, Draco as admirava também. Mas, o que eles mais gostaram eram das estátuas de mármore, como a de Minerva.
_Ela me lembra um pouco a Profa. Minerva.- Gina comentou- A cara de séria.
_Ela me lembra um homem. Essas estátuas antigas, todas me parecem homem.
_Falando em homem, me lembrei do Snape, diretor da Sonserina.
_Bela lembrança.- ele disse ironico.
_Aquele idiota! Em todo caso, tenho uma lembrança envolvendo vocês dois, eu e o Harry.
_Essa vai ser bem alegre.

"Abril de 1994, Castelo de Hogwarts
Gina Weasley carregava alguns livros de volta para a biblioteca. Havia seguido o conselho de Hermione, e estudado. Mas, com as festas de páscoa, queria um pouco de paz. Foi quando viu de longe, Snape passando por um corredor, Harry na sua cola. Ela reparou que o menino parecia preocupado. Seu estômago se contorceu, o que teria acontecido?
_Parece que o Potter vai ser expulso dessa vez.- ouviu Malfoy em seu ouvido. Ela pulou de susto, se afastando.
_Por que?
_Foi pego em Hogsmead, sem autorização.
_Mas, eu o vi no Salão Comunal a algumas horas!
_Você se enganou Weasley.
_Mas, ... - ela não entendia. Como ele poderia ter ido a Hogsmead? Teria que ter passado por Filch e pelos dementadores, além dos feitiços que deviam estar cercando a escola. Além do mais, tinha certeza que o vira depois que as carruagens já haviam saído. Então, se lembrou de Malfoy ali.- Que é? Gosta de falar comigo?
_Eu não!- ele respondeu surpreso com o comentário.
_Então, larga do meu pé.- ela respondeu, e saiu pelo corredor."

Roma, atualmente.
_Acho que sempre gostei de falar com você, no fundo.- Draco respondeu, enquanto paravam em frente a uma estátua de um casal. Era Eros e Psique.
_Deve ser o motivo de você adorar ir pegar no meu pé. Acho que você implicava mais comigo do que com os outros.
_Eu gostava de implicar com você porque você revidava.
_Isso explica porque você começou a gostar de mim. Eu sou diferente das outras garotas.
_Você é incrível. Mas, nem isso explica o porque de você ter gostado de mim. Quero dizer, para quem gostava do Potter, para mim foi um grande salto no escuro.
_Acho que foi porque vi algo em você que ninguém mais viu. Nem você mesmo.
_Não estou tão certo que isso exista mesmo.- ele respondeu, desviando os olhos dela.- Eu ainda sou um Comensal da Morte, não sou?
_E mesmo assim você consegue sentir algo por mim. Você é incrível, Malfoy, só que como eu disse, ainda não sabe disso.
Ele deu a ela um meio sorriso, beijando-a. Ela o fazia sentir algo diferente, uma pessoa diferente. Alguém que ele escolhera ser, e não o que ele nascera para ser.
Eles acabaram de ver os museus, até ficarem com fome. Draco olhou no relógio, e viu que já eram 6 horas.
_Vamos comer alguma coisa, estou faminto.
_Onde quer ir?
_Tem um lugar que vende sandwiches muito bons. E em frente tem uma praça, onde sempre tem apresentações. Que tal ir lá?
_Beleza.
_E no caminho, eu te conto a história da estátua que você gostou.
_A de Eros e Psique?
_Espero que sim, porque é a única que eu sei.
Eles logo conseguiram um táxi, e enquanto olhavam a paisagem pela janela, Draco começou a história.
_Psique era a uma princesa, a mais bela moça que já pisara sobre a Terra.- ao dizer isso ele pode vê-la, com o rosto que lhe dera, ao ouvir a história pela primeira vez. O rosto de Gina. - Ela era tão bonita, que as pessoas ousavam compara-la com Afrodite, a Deusa da beleza e do Amor.
_Mãe de Eros.-Gina completou.
_Quem está contando a história, eu ou você?
_Tá bom, desculpe. Continue, Draquinho querido, por favor.
Ele fez uma careta.
_A Pansy me chamava assim.-reclamou.
_Argh, sai de mim!- Gina fez uma careta, e ele riu. Então, voltou a contar a história.
_Bem, logo as irmãs de Psique se casaram, mas nenhum homem se atraveu a pedir a mão de Psique. Ela era tão bonita que as pessoas quase a consideravam uma deusa. Do Olimpo, Afrodite, mãe de Eros, como você falou, ficou muito insatisfeita com a situação, porque ela não podia imaginar nenhuma mulher mortal tão bonita, a esse ponto. Então, o que ela fez com Psique?
_Sei lá. Jogou a pobrezinha para as piranhas?
_Quase isso. Mandou seu filho Eros, chamado Cupido também, dar uma flechada nela, e faze-la se apaixonar por um monstro horrível.
_Prefiro as piranhas.
_Acho que se tivessem perguntado a Psique, ela teria preferido também. Bem, o fato é que na hora, Eros não pode fazê-lo, porque se apaixonou por ela.
_Homens..., se apaixonam por qualquer mulher bonita.- Gina riu.
_Nós somos é espertos.- Draco comentou- Então, do nada, Psique sentiu uma brisa suave e quente a levar para um lugar cheio de flores e essas coisa. E onde havia um castelo enorme, que nenhum mortal podia ter construido. Quando ela ela entrou no castelo, foi parar em uma sala com uma mesa enorme, então ouviu uma voz sem dono que dizia 'Tuso isso é seu, agora se sente e coma.', ou algo assim. E a comida apareceu.
_Isso se parece com Hogwarts, tem certeza que não imaginou tudo isso?
_Fique tranquila, imaginar histórias romanticas para estátuas com séculos de idade não está na minha lista de coisas para fazer.
_Ufa, posso dormir de novo agora. Então, e o que acontece?
_Acontece que chegamos ao restaurante.- ele anunciou.
Eles desceram do carro. Era um lugar pequeno, iluminado e alegre. Se sentaram em uma mesa, que ficava do lado de fora, no meio da praça. Enquanto Draco fazia os pedidos, Gina observava o espetáculo de música que estava tendo. Haviam muitas pessoas ali, turistas ou italianas, e ela tinha quase certeza que a mulher do canto era uma bruxa.
_Muito bem, e sua história, Draco?
_Quando a noite chegou, Psique foi para a cama e as luzes se apagaram de repente. Uma briza suave e quente chegou novamente, e Psique se achou nos braços de seu amado.
_Eu queria que as coisas fossem tão fáceis assim.
_Mas, ela não podia vê-lo, só ouvir sua voz e sentir seus braços. Isso aconteceu várias vezes, e a safada da Psique estava muito satisfeita com a situção.
_Na verdade, ela não era safada, ela era é esperta.
_Não sei se gostei muito do último comentário, mas acho que mereci. A felicidade de Psique, de uma maneira incrível e inexplicável, chegou a suas irmãs, que morreram de inveja. Porque mesmo casados, os maridos eram velhos, e elas deviam ser da mesma laia que a Psique. Aí a tonta, com saudades das irmãs, pediu para ir visita-las. Eros a avisa que elas vão tentar persoadir Psique a ver seu rosto, e que isso só arruinaria o casamento. Mas, Psique chora e implora e ele a deixa ver as irmãs.
_Amor fraternal.- Gina tenta explicar.
_As irmãs que estavam procurando um jeito de chegar até Psique, no mesmo morro que esta desaparecera, sentem a brisa suave e quente. E são transportadas até o castelo. O lugar era lindo, ou seja, elas ficaram com mais inveja. Então, o que elas fazem? Falam para Psique que ela deve ter casado com um monstro, e que ela devia levar uma lamparina para o quarto, durante a noite, para ver o rosto do marido. A noite chega e Eros pergunta se ela prometeu ou não, as irmãs dela, ver seu rosto. A idiota nega.
_Retiro o que eu disse, Draco. Ela era safada mesmo, e muito estúpida.
_Então, você não vai ficar feliz em saber que eu a imagino com seu rosto?- ele perguntou, enquanto os sanduiches chegavam.
_Tudo bem.- ela sorriu.- Eu imaginei o Eros com o seu.
_Então, Eros diz que era bom mesmo, que se não seria uma desgraça para os três. Ela pergunta que três, e ele responde que ela está grávida. Ser Deus tem suas vantagens.- ele acrescenta mordendo o sandwich.
_Ela disiste então, não é de ver o rosto dele?
_Não. Ela fica apavorada com a idéia de estar grávida de um monstro, e acende a lamparina. Então ela vê um homem comum dormindo, mas com um par de asas, uma flecha e um arco, na mesa de cabeceira. Ela fica tão espantada que derruba óleo nele. Ele acorda, vê que ela quebrou a promessa, pega as asas e voa para longe.
_Ela bem que mereceu.
_Ela chora de arrependimento e resolve se vingar contra as irmãs, acabando com sua teoria de amor fraternal. Mas, foi um bom chute Gina, não se preocupe. Ela diz para a irmã mais velha que Eros que casar com ela, e largar Psique. A mais velha vai pirilampa para cima do morro, e se joga achando que Eros vai pega-la. Mas, ela morre mesmo. E acontece a mesma coisa com a irmã do meio. Então a Psique procura seu amado por toda parte, reza em todos os templos, mas, nada. Ninguém queria ajuda-la por causa de Afrodite. Ninguém chega nem a contar a Eros do desespero da Psique, que sem alternativa vai buscar a sogra.
_Vixi. Essa aí só se ferra.
_A Afrodite a desafia para uns testes, separar os diferentes tipos de semente de uma pilha, por exemplo. A Psique fica desesperda, mas consegue a ajuda de algumas formigas e consegue passar no teste. E assim vai uns testes que eu não me lembro.
_Como você sabe tudo isso, Draco?
_Morei em Roma, lembra? Aprendi italiano inda a museus e ouvindo guias turísticos.
_Você tem cada idéia.- ela riu.
_Mas, funcionou, não funcionou? Aí, a Afrodite pede para ela ir ao Mundo dos mortos, e pegar uma caixa de beleza com a Deusa Persefone. A Psique percebe que aquilo é impossível, porque ninguém pode retornar do Mundo dos Mortos. Mesmo assim, ela sobe em uma Torre, mas quando vai pular a Torre a impedi. De alguma maneira a Torre diz que ela pode voltar viva do Mundo dos Mortos, se descer em Tainaron, ao sul da Grécia, com uma bolacha em cada mão, e duas moedas na boca. Quando ela chegar ao barqueiro, ela deve dar uma moeda, quando passar pelo cão de Cerberus, deve dar um biscoito. E quando a Persefone a convidar para jantar, ela só pode comer um pedço de pão, sentada no chão. Ela deve pedir a caixa, e voltar pelo mesmo caminho, dando a bolacha ao cachorro, e a outra moeda ao barqueiro. E, não importa o que, ela não deve abrir a caixa.
_Deixe-me adivinhar. -Gina interrompeu.- Ela abriu a caixa.
_Ela fez tudo direitinho, exceto quando voltou do Mundo dos Mortos, ela não resistiu e abriu a caixa. Que continha A Morte durante o sono. Ela cai no sono e morre. Zeus fica com dó, mulherengo como era, e ordena a Aprodite a deixar Psique em paz. Ele revive Psique, a torna imortal, e a ordena nunca deixar o lado de Eros. Fim.
_Gostei da história.
_Que bom, esse monte de besteira que guardei na cabeça, serviu para alguma coisa.
Já estava escuro, quando eles acabaram o lanche. Resolveram ficar mais um pouco na praça, assistindo as pessoas cantarem ou fazerem coisas como malabarismo. Gina descançava, abraçada a Draco. Ela queria mesmo ser Psique e ele Eros, para nunca ter que deixa-lo. No fim, Psique teve sorte. Ela, Gina, também passara por muitas coisas, e ainda tinha muitas outras pelas quais passar, mas ela sabia que no fim, Draco não estaria ali. Ela apertou-o com mais força contra si.
_O que foi? - ele perguntou.
_Nada.
_Me lembrei de outra coisa. Quer ouvir? Não está cançada de me ouvir, não é?
_Você ainda tem que compensar pelos anos de silêncio, então tem muito a falar. Vá em frente.

"Maio de 1994, Jardins de Hogwarts
Furioso, Malfoy caminhava de volta para o Castelo de Hogwarts, com o time da Sonserina. Eles haviam perdido a partida para a Grifinória, e com isso a Taça. Pela primeira vez em anos! Elle iria ser xingado até o fim do ano letivo. Foi quando viu os cabelos vermelhos de Gina, que comemorava, rindo, pulando e abraçando as pessoas em volta. Ele sentiu uma contração no estômago, como se fosse vergonha. Sacudindo a cabeça, ele continuou em frente, para o castelo."

Roma, atualmente
_Acho que estava com vergonha de você, por ter perdido.- Draco falou.
_É, talvez. Então você me viu no meio da multidã?
_Você já reparou na cor do seu cabelo? Não é muito dificil.
_Para de estragar o momento, Draco.- ela deu um tapinha nele.- Além do mais, isso me trouxe outra lembrança.

"Junho de 1994, Castelo de Hogwarts
_Você não parece tão arrogante agora que perdeu, Malfoy. - Gina comentou, ao encontra-lo na saída do jantar do dia seguinte.
_Não se pode ganhar todas.
_Você que o diga, não é?
_Não exatamente. O Potter e seguidores não conseguiram ajudar aquele panaca do guarda-caças.
_O que Hagrid tem a ver com tudo isso?
_Que mesmo com a ajuda do Potter ele perdeu o caso do hipogrifo para meu pai. Aquela galinha gigante vai ser executada semana que vem.
_O que?! - ela sentiu seu ânimo afundar. Não podia ser! Pobre hagrid e pobre hipogrifo!
_Como eu disse, Weasley. Não se pode ganhar todas."

Roma, atualmente
_Você foi muito malvado.
_Eu estava bravo com o hipogrifo. Mas, alegre-se, não guardo nenhum rancor com aquela galinha. Embora fosse muito engraçada a idéia dela ir parar em um açougue.
_Draco! Ainda bem que o Bicuço escapou, coitado.
_Ok, pobre hipogrifo, que só agiu com seus instintos, porque fui burro suficiente para xinga-lo
_É.
_Tenho uma última lembrança.
_Você termina hoje, então, porque não tenho mais lembrança nenhuma.

"Junho de 1994, Trem de Hogwarts
Draco estava embarcando no trem, quando ouviu uma voz murmurar:
_Que pena, Malfoy. Talvez dê para ganhar todas.
Ele se virou, a tempo de ver a ruiva se afastar. E Draco sentiu novamente seu estômago se contorcendo de vergonha, e se sentiu mais aborreciso."

Roma, atualmente
Eles em seguida foram para o hotel, onde descançaram e passaram um tempo juntos. Estavam deitados, lado a lado, de bruços, na enorme e confortável cama de casal. Gina estava com olhos fechados como se dormisse. Draco a olhava, lembrando-se, de repente, de algo que seu pai lhe havia dito, quando chorara por sua vassoura de brinquedo, quebrada. Palavras que ainda o incomodavam : 'Você acha que sente, Draco. Mas, você é como eu. Você não sente nada. Nasceu, como eu, para ser um Comensal da Morte.' Mas, como ele podia não sentir, vendo-a dormindo daquele jeito? Ele podia sentir, e sentir muito, por ela. E parecia que, por ter abrido seu coração para ela, mais coisas podiam entrar. Ele não podia mais pensar em torturar ou matar, ele começara a sentir pena dos trouxas, e às vezes até compaixão. Ela o havia mudado, ensinando-o a sentir, como se revivesse sua alma.
_Você acredita qm outras vida?- ela perguntou sonolenta, de repente, ainda de olhos fechados.
_Eu não sei, talvez. Por quê?
_Porque eu acho que já nos conhecíamos, antes daquele dia no Beco Diagonal.
_Por que diz isso?
_Eu acho que te amava já antes. Que nasci para você, antes de haver o mundo. Não é possível sentir tudo o que sinto por você, com apenas alguns anos de convivência.
_Vai ver que gosta de mim, porque conviveu pouco comigo. Talvez não me conheça direito.
_Não.-ela respondeu segura, se aproximando mais dele, os olhos ainda fechados.- Eu te conheço, acho até, mais do que você mesmo.
_Sério?
_Fui eu quem descobriu que você era mais que um sonserino nojento, e fui eu quem te mostrou isso também.
_Você tem razão.- e a vendo ali, adormecida, ele desejou que houvessem mesmo outras vidas, só para poder passa-las com ela.
_Boa noite, Draco.
_Boa noite, Gina.- ele respondeu, e fechou os olhos, com sono.


*What day is it and in what month
(Que dia é esse e de que mês?)
This clock never seemed so alive
(O relógio nunca pareceu tão vivo)
I can´t keep up
(Eu não posso prosseguir)
And I can´t back down
(E eu não posso desistir)
I´ve been losing so much time
(Tenho perdido tempo demais)
'Cause it´s you and me and all of the people
(Porque somos eu, você e todas as pessoas)
With nothing to do
(Com nada para fazer)
Nothing to lose
(Nada a perder)
Andit´s you and me and all of the people
(E somos eu, você e todas as pessoas)
And I don´t know why
(E eu não sei por que)
I can´t take my eyes off of you
(Não posso tirar os olhos de você)
*You and me- Lifehouse

NA/ Pronto, outro capítulo. Já vamos nos aproximando do ano 5 e 6! O que vai acontecer no final? Continuem lendo, e comentem, por favor! Se tiverem preguiça de comentar, pelo menos deem nota. Estou curiosa para saber o que estão achando Beijos, e obrigada por estarem lendo, Mary.

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